Num último momento
Não há perdão
E sem perdão cai a guilhotina
Passa por mim e atinge o chão
Contam-se trinta segundos
Até perder a consciência.
Uma eternidade...
Separado do corpo,
Observo o que resta de mim,
Espero inerte a morte.
Dos nossos momentos já mal me lembro...
Mas aos poucos,
Ainda que lentamente,
Tudo se desvanece..
Agora sim...
Peço o meu ultimo desejo
"Que exista um propósito no esquecimento,
no vidrar dos olhos..."
E enquanto me despeço
Sinto o meu coração
Pulsando do outro lado
Lutando de braços atados,
Procurando em seu ultimo momento
Apenas por um momento
A libertação.
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Boa Trabis
"Apenas por um momento
A libertação."
Esse final ficou surpreendente Trabis... Gostei muito do seu poema simplesmente porque tratou à morte de uma forma simples e descomplicada. E também por dar a escolha aos leitores em escolher o lado que quer "levá-lo". Pelo menos assim o entendi, me corrija se estiver errado.
Você mostrou que um poema não precisa ter sempre a doçura do amor para ser romântico, por isso me identifiquei tanto, talvez por escrever parecido. Abraços...
-> Stacarca
É verdade Fábio. Este poema está um pouco além das palavras, um pouco além de uma primeira vista. É uma porta aberta para a libertação... da imaginação! ;-)
Grande abraço!
TDM
Caro TrabisDeMentia
Uma grande proeza meu amigo! poetar com tanta propriedade sobre algo tão fúnebre. parabéns, um forte abraço!
Tudo que é humanamente possível eu posso conseguir!
Tudo que é humanamente possível eu posso conseguir!
-> Mitchell Pinheiro
Vendo assim de lado é um pouco fúnebre mesmo! Experimente ver um pouco mais de frente e encontrará lágrimas em vez de sangue. Verá uma alma em vez de um corpo!
Um forte abraço! (com os braços que não deixarei que me atem)
;-)
TDM