Foto de Senhora Morrison

Dizendo que te amo...

Amo-te além do esperado, do prometido
Além do enviado, do entendido
Além do notado, do merecido

Mais que o procurado
Mais que o bem visto

Por mais que o jurado
Por mais que o recebido

Como nunca antes sonhado
Como nunca antes vivido

De toda forma pregado
De toda forma assistido

Embalo-me em seu colo
Como um anjo adormecido
Navegando em sonhos
Profundamente entorpecidos
Na leveza de finalmente
Estar contigo

Amo-te além de tudo que se possa tocar
Além de tudo que se possa provar

Entre todas as afirmações
Amo simplesmente te amar.

Senhora Morrison
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Foto de Lou Poulit

REQUERIMENTO PARA TOLOS

Tolos que a brisa dos amores tange, possuem o instante. Tolos, algo mais tolos, que ofertam o brilho agônico de estrelas já consumidas por si próprias, possuem mentiras. Tolos que vaticinam o gozo apoteótico no leito incerto do sol, possuem uma tola eternidade. Mas quem lhes atiraria a primeira não-tolice? Quem jamais se sentiu tolo por amor, sem que antes, ou depois, ou mesmo durante, em algum tempo tenha sido possuído e gostado disso?... Ao sol, senhor de todos os tempos, as nossas vênias... Ao amor humano, grão-senhor de todas as tolices, lambamos as suas mãos generosas... Porque nem a transitoriedade de tudo pode nos derrubar dos trançados neurônios, onde balouça como pêndulo nossa auto-estima, tangida pela própria brisa, molestando-se a si própria, por todos os tolos requeiro...

No comezinho lar do tolo, uma mulher ocupa-se dos seus afazeres, imersa no seu sagrado silêncio. Ao tolo, mais parece uma extensão dos seus domínios, mas tudo em volta dela está semi-nu, tanto quanto ela. As sombras de cada recanto seguem-na, como a pervertê-la à luz da manhã, tenazmente disposta a revelar arrepios nos insuspeitos recônditos da sua pele pudica. Os seios dela esvoaçam de alças baldias da seda dormida, e dançam com simetria um tango ousado, ainda com cheiro de amor ressacado. Nádegas sorridentes tremelicam e, ingenuamente, espalham um sismo pela casa. Por onde ela passa soberana (e ela passa muitas vezes), arrasta um pedaço de céu que convida o tolo ao inferno. Mas entre as suas penugens, uma fauna carnívora e dissimulada a protege da insensatez do tolo. E lá vem ela de volta... Vê-se que ela possui tudo ao seu redor. O que possui o tolo?

E os seus pés? Ah, os pés da mulher amada... Nem os seus pés ele possui... Não são apenas os pés do corpo. Com eles caminham a sua identidade e a sua auto-estima, os seus ideais e o seu silêncio, sua sabedoria ancestral crida submetida. Com eles ela refaz todo dia o caminho da sua escolha tola e descrente, e atrás deles caminham as tolices de muitos tolos crentes. Ao ser apresentado à mulher da sua vida, o tolo é também um injusto por beijar a sua mão. E para mantê-la sob sacro juramento de fidelidade, antes algum dedo do pé recebesse a aliança. Pois mesmo com as plantas altas, e por mais que estejam distantes, e ainda que apontem para direções opostas, eles não crêem. Eles sabem. E dissimulados vagueiam no peito do tolo ancorado, que assim não pode ver suas pegadas, prova mais indelével, endosso insofismável do seu amor. Com as patas silenciosas da fêmea, sobre o barro vermelho do sangue da manhã que se anuncia, caminha a vida que tem fome e sede da mônada, caminho da criatura única, de volta à nudez do lar.

O tolo penitente é de todos o mais desapegado. Em certo momento, distribui as suas tolices e crê que assim poderá seguir leve e ileso, porém não pode distribuir a solidão que o segue. Suas tolices pesam na alma como... um jardim, entre o corpo e o espírito. Ele o cultiva como cultivasse o seu amor e o defende como um cão raivoso. Mas não pode trazê-los para dentro de casa como gostaria, nem o jardim nem o cão. E noutras tantas vezes, o seu amor prefere ficar do lado de fora também. Antes de viajar, o tolo o rega, e ao passar por ele se despede já sentindo o peso da sua ausência. E quando retorna da viajem (nos tolos pesa a compulsão por retornar), encontrando-o do mesmo jeito ele reconhece a sua lealdade. Então o jardim, repleto e perfumado de belas tolices, fica sempre além das paredes, erguidas pelo lado de dentro para que possam se reconhecer, sem se confundir com as suas obras e tolices.

No entanto, não são as tão diversificadas tolices particulares que caracterizam o tolo-medium, mas a maior de todas as tolices, a mais geneticamente generalizada, a mais sustentada por ideologias hoje dominantes no mundo como o capitalismo e o consumismo, e por tantas razões a mais maquiada: o insaciável sentimento de posse. Alcunhado de amor-objeto por dificuldade lingüística, seria mais conciso dizê-lo amor por objetos. Sim, no plural, e isso é facilmente explicável. O primeiro amor de qualquer tolo são na verdade dois. Basta apenas alguma manha para que um deles lhe seja disponibilizado, ficando o outro para depois. Com o passar dos anos, o pequeno tolo desenvolverá muitos tipos diferentes de manha, porém, ao longo de toda a sua vida e mesmo quando já for um tolo-velho (talvez desdentado) ele dará preferência a objetos de aparência dupla... E macia...

Portanto, não se deixem iludir as tolas pelas deliciosas tolices maquiadas dos tolos, nem vice-versa. Sejam tolos novos e inexperientes demais, ou muito velhos e canalhas, sejam enormes ou apenas tímidos tolinhos, bem pressurizados com pouca irrigação celebral ou escassos de sangue com muitos sonhos na cabeça... Se já é tão difícil ter posse de alguma coisa nos amores, imaginem a tamanha tolice de querer exclusividade de coisas de aparência dupla! Posse das suas respectivas portadoras? Sem chance... Sustentar financeiramente as suas fartas e socializadas tolices? Como investimento, certamente será a alternativa mais segura... Garantia de uma aposentadoria tola e miserável.

Ora, o amor humano tem sobrevivido a tolices milenares. Mas teria se perpetuado sem elas? A brisa que tange os tolos, assim como as estrelas que podem ver, não são mais que um instante fugaz, a própria vida é um instante fugaz! Mas é tudo que podem possuir, tolos ou não... Por que então se deveria descartar as tolices? Não são elas mesmas as melhores referências para que se reconheça o tipo de amor insosso e inócuo? As tolices e o sexo se alternam enquanto o amor sobrevive, mas ele só será feliz se ambos ocorrerem simultaneamente de vez em quando. Apenas algumas vezes, e isso tornará cada amor inesquecível. Se alguém cultiva um amor por muito tempo, provavelmente cultiva alguma tolice. E se alguém se recorda de um amor passado, com muita certeza tem alguma tolice para contar. Talvez ambos sejam tolos e tenham seus próprios jardins particulares... Assim como eu, que sequer tenho uma carteirinha de estudante para pagar meia-entrada, em algum pulgueiro da cidade, e ser tolo o bastante para assistir o filme! Não, chega... Sejamos tolos, até sejamos convictos, mas nunca mais sejamos tolos-anônimos...

Eu, Lou Poulit, vulgo Passarinho-tolo (*), artista plástico, poeta e contista, por meio desta tolice crônica venho reclamar de volta todas as minhas tolices antes distribuídas, por equívoco desapego, declarando-as doravante reintegradas ao meu acervo sentimental, inalienáveis e insucessórias.

Por seu justo reconhecimento, venho requerer à minha própria auto-estima de tolo do amor humano, registro definitivo e carteira de identificação de tolo-aprendiz, com foto de passarinho.

Outrossim, declaro, por ter declarado “de rua” meu cão raivoso, que meu jardim desde já está aberto à visitação de tolas, loiras ou não, desde que portadoras de coisas de aparência dupla apreciáveis (a critério do declarante) e queiram nele amanhecer.

Para dirimir quaisquer dúvidas, elejo como fórum privilegiado a subjetividade coletiva de todas as beneficiárias das minhas tolices, destas desapropriadas sem “chorumelas”, digo, sem querelas, bastando que seja sediada em algum lugar entre o corpo e o espírito.

Sem mais para reclamar...

(*) – Em sites e comunidades de poesia da Internet, o autor também é reconhecido pelo pseudônimo de Passarinho.

Lou Poulit

Foto de KarlaBardanza

INFINITO MORRER

Dói essa certeza...esse altruísmo...
Eu na beira do abismo...pulando
para o infinito morrer.
Cair...enquanto tudo me atravessa...
Pensamentos...teus olhos e você...
Tudo voando em mim...teus jardins...
Tuas belas palavras...tua grandeza...
Grande queda para o alto...
Salto para o eterno morrer...
Dor retalhando meu corpo...
Estilhaços de minha alma...
Calmo morrer...eu sem você...
E tudo pode ser visto...
E vejo-te de todos os angulos...
Passado tão presente...
Futuro talvez ausente...
Vou com rapidez...
Lento sangrar...eu, estirada no chão...
Sinto ainda teu cheiro...

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Foto de Ednaschneider

Descoberta

Pai, eu estou com medo!
Dê-me sua mão...
Sou tão pequena, estava tão perdida!
Agora foi revelado para mim um segredo:
Estava cega, abriu-se minha visão...
E estou um pouco assustada.

Até ontem estava iludida
um mundo novo agora se abriu...
achei que tudo fosse metáfora
na minha vida.
Mas vejo agora
Que metáfora nunca existiu.

As metáforas só existem em meus poemas
Que transportei para minha realidade...
E agora pai, sinto até pena
das pessoas que acham que estão na verdade.
E lutam por essa suposta liberdade.

Pai...eu estou chorando
por ver tantas pessoas na ignorância

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Foto de angela lugo

Sonhos perdidos

Menino bonito, olhos aguçados olhando a paisagem que por ele passava, deslumbrado, nada o incomodava.
O ônibus corria velozmente pelo asfalto e lá atrás uma vida ficava, pois agora somente sonhos poderiam ser visto nestes olhos aprofundados em pensamentos de sua vida, de um tempo que estava a cada quilometro mais distante, aninhou-se no canto da janela, fechou os olhos e adormeceu em seus sonhos.
O ônibus parou lentamente na Rodoviária, ele acorda sobre-saltado e olha ao redor meio assustado com um mar de gente ao lado de fora. Era São Paulo.
Marcos havia fugido da casa de seus pais, deixara tudo para trás, tinha apenas os seus sonhos na bagagem, sonhos de encontrar um lugar ao sol para aquecê-los.

Fóruns: 
Foto de Carmen Lúcia

2ºConcurso Literário(Tema Livre)"Já não consigo voar"

Arrasto as asas, tento voar,
Vôo solo e rasante,
Triste, quase ambulante,
Não mais como era antes...
Asas abertas, peito arfante...
Alçando meu vôo berrante,
Provocando-o também a voar.
Sonhos dentro de sonhos...
Presente e futuro risonhos...
Éramos aves afoitas
Cumprindo a missão do sonhar...
E unidos, mesma sincronia
Bordávamos céus de poesias
Contornando as voltas do mundo
Lindos vôos, sempre juntos...
Reflexos de luzes, fantasias
Que se esvaíam no ar...
Hoje minhas asas me pesam
Molhadas pelo meu pranto
E pela ausência de encanto...
Feridas, sem vida ,sangrando...

Fóruns: 
Foto de Homem Martinho

2º Concurso literário de 2oo7- Dizer que te amo- corpo ondulante

Corpo Ondulante

não passes de repente,
para, eu, te poder olhar,
para que fique contente,
basta-me poder-te apreciar.

és bela, reparei logo mal te vi
quero-te olhar sem parar,
eu, enamorei-me por ti;
e receio não te conquistar.

nos meus dias mais tristes,
lembro-me que tu existes,
sinto-me, logo, mais animado.

recordo o teu corpo, ondulante,
ah, pudera eu, ser teu amante
e teria meu sonho realizado.

Francisco Ferreira D’Homem Martinho
2007-07-05

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Foto de Fernanda Queiroz

Esperar... até quando?

Esperar...
Até quando?
Quando o dia findar,
como se não tivesse iniciado?
Quando o sol expandir teus raios,
e não cobrir o estremecimento de meu corpo?
Ou quando a chuva cair, branda ou com raios ensurdecedores,
molhando minhas vestes e rasgando minha alma?
Pode ser na calmaria da brisa ou no ciclone que devastou minha esperança?
Onde nenhuma estaca ou sentença me crucificaria com opção de ressurreição.
Quem sabe quando a noite chegar, sombras sobreponha minha mente?
Passado e presente se misturem em uma loucura incontida e vivida.
E... eu, possa finalmente, sem depender da sorte, sem sonhar com a morte, ter mais do que sonhos guardados, mofados, perdidos ou conservados.

Fóruns: 
Foto de MARTE

NA CHAMA DE UM OLHAR

Vejo a chama de um olhar ardendo,
Enquanto eu na madrugada penso,
E vou vivendo cada momento...
Tu invades o meu pensamento,
Com um amor cada vez mais intenso!

No brilho do teu olhar eu navego,
Que hoje é simplesmente o meu tudo.
Tão intenso que quase que cego,
Na imensidão deste mundo!

Ao surgir da madrugada,
Na face mais brilhante da Lua ,
Tu surges minha amada,
Numa dança muito tua!

Dando luz à minha vida,
Moldada em simples poesias,
Com esse olhar de menina atrevida,
Crias um meu campo de magias!

Caminhamos de mãos dadas,
Com o teu coração ardente,
Nas frias e longas madrugadas,
Vou compondo as poesias docemente!

Entre notas musicais,
De uma linda canção,
Vou-te desejando cada vez mais,
Cá dentro do meu coração!
(29/06/2007)

Autoria : Marte/JCarvalho
Direitos @utorais Reservados
Formatação : Marte/JCarvalho

Foto de TrabisDeMentia

As tuas linhas

És mulher que vem assim, em nuas linhas
Se abrindo só para mim, são todas minhas
As palavras de prazer em que me roço
Deste o ventre até à linha do pescoço

És presente em cada letra, a conta gotas
Vens a mim insinuando as mãos marotas
E em cada verso e laço que eu desenlaço
Vou sorvendo, relendo cada pedaço

E cada pausa, cada virgula entrecortada
É um suspiro que tu dás aliviada
É uma língua já cansada de entreter

Mas logo abaixo outros gestos adivinho
E me apresso a desvendar esse caminho
Que só tu, sendo mulher, sabes escrever

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