angústia

Foto de pttuii

A besta negra

A perversão da inocência é o maior perigo que o homem criou à sua própria capacidade de desbravar fronteiras. Não há limites ao desejo por aquilo que é simples, fácil de agarrar, simples de ‘desvirginar’. Mas por detrás de uma tentação, há sempre o perigo do incerto, daquilo que não se espera, mas que se sabe que é destrutivo, e até letal.

Quem duvida, experimente segurar no ser mais inofensivo que encontrar. Limite-se a segurá-lo por uns minutos, sem pensamentos perversos. Apenas desfrute do prazer da comunhão com aquilo que foi criado para espalhar a boa disposição.Atingida a comunhão consigo próprio, e com o mundo que o rodeia, deixe esse ser seguir a sua vida, e regresse à rotina que sempre conheceu.

Asseguro-lhe que a primeira coisa que vai sentir é um medo enorme. De dentro da sua alma surgirá uma entidade desconhecida, quase que um reflexo dos pavores que sempre assombraram a sua existência. Perderá o controlo de todas as suas funções vitais e, gradualmente, vai deixar até de se considerar como um ser humano.Exagerado? Se pensa assim, experimente agora colocar um desafio a si próprio. Peça ao seu corpo para voltar atrás, e encarar o pedaço de inocência que acabou de atravessar a sua vida. De certeza que não vai conseguir. Os remorsos já respondem por si, quase como se o consumissem por dentro. Sente-se incapaz até de respirar e, desesperadamente, luta contra a tentação. Parabéns, acabou de conhecer a sua própria besta negra.

Ela é má, dominadora,....a entidade mais cruel que alguma vez pisou o nosso planeta. Por muito que deseje, ela nada tem a ver consigo. Vai fazer com que se sinta até enojado de se ter conhecido a si próprio.Quer um conselho? Tente pensar na morte. No mais sombrio dos refúgios, longe de si, longe dos que o conhecem e, principalmente, muito distante de quem nutre sentimentos pela sua pessoa. Lentamente, o ser humano mortal que nasceu dentro de si voltará a assumir o lugar natural, e ela, a besta negra, repousará de novo num sono de duração incerta.De futuro, procure evitar situações semelhantes.

Até poderá controlar-se a si. Mas olhe que a besta negra tem um sono muito, muito leve.

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O falhado apresentado

cheira a uma salmoura de frutos,
respira por menos de solidão,
veste-se,
talvez cubra o som da alma
mater que lhe parece mal,....

escreve por miosótis e
desprezos,
respira mal, morre,
e pinta renascimentos,....

faz amor lamentando ausências,
acorda para nem dar como sofisma
a dor de espírito que não sente,...

acalenta a procissão fina do
profano com que se desdiz
em momentos de solidão,...

para que tudo no fim,
seja porventura menos
que descrever o próprio,
e escrever com medos
diversos,
asseguro, ....

venci-me depois
de empatar comigo mesmo....

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Pi

Palavras a fluir
em caudais inseguros,...

São reticências,
Largas deficiências,
Priorados do falhanço,

Consubstanciar o retrato,...

A fingir agrados,
Doer e malhar,...

Bater,
Tornear a alma,...

E acabar farto,
De língua travada
em melancolias....

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Palestra com paleta sem cores

Se eu começar a fumar, simplesmente ignorem-me. Luto por ser politicamente incorrecto, e nada melhor que subir a esta tribuna, e sacar de um cigarro. Estou consciente do meu trajecto enquanto ser que respira, e pensa às vezes. Já nasci, talvez seja este o meu apogeu, e não tarda nada começará o meu declínio. O círculo desenha-se lentamente, e fecha-se no dia em que se sente o clique. Segue-se a escuridão, e do lado de fora um lamentado 'desculpe, mas este é o meu dever. aqui estão as chaves'. Ninguém ainda me garantiu que morrerei porque antes deste cigarro, já me passaram milhares pelos lábios secos, e com certeza mais passarão. Quando sentir o ranger das cordas, nas quatro estruturas de pinho em meu redor, com certeza que não me porei a pensar que o meu fim esteve pré-definido no dia em que simplesmente disse que sim ao grupo, e comecei a fumar. Mas apetece-me hoje estar aqui a falar sobre isso com vocês, porque teorizar sobre o acto de fumar, é o mesmo que discorrer sobre o imperativo categórico de Kant. Impõe-se, e nada há a fazer.
Sobre o amor, é que as coisas não são assim tão fáceis. O amor nada tem de filosófico, porque é subjectivo. E se um filósofo um dia teimou com alguém que estava a ser objectivo, com certeza que não o fez pensando em amor. Lamechices são aquelas transpirações que escorrem do amor, quando este se sente acossado. Uma explosão do nada criou o universo, e uma implosão do tudo fará com que ele um dia, desapareça. O amor é precisamente o contrário disto.
Quando o tudo se sente pouco inteligível, difícil de ser percepcionado à maior parte das sensibilidades, então aceita que lhe chamem amor. As partes tornam-se escorregadias, quando um carácter é tomado pelo amor.
Falando em evolução do ser humano, o amor até ajuda. Continuaremos todos aqui, enquanto um homem e uma mulher continuarem a embeiçar-se um pelo outro. Mas e se as coisas, mais uma vez, funcionassem no oposto desta simplicidade. Se perpetuar, fosse apanhar o primeiro gâmeta oposto que nos aparecesse pela frente, e ao fim de nove meses nascesse um fruto dessa animalidade? O mundo nunca foi antropocêntrico, por isso o homem querer pintá-lo consoante os seus apetites 'racionais', não será um pouco abusivo?
O que nos rodeia, o feio que nos repugna, o belo que nos deleita, é evolutivo. O homem será um ser espiritual no dia em que perceber que nada pode fazer para contrariar esta realidade, E a morte é prova disso.
A medicina é um reflexo do 'não quero ver, para não ter de chorar à conta disso' humano. Serve só para adiar o fecho do círculo de que vos falei, e que pelas vossas caras não se encaixou na percepção axiológica do mundo que partilham entre vós.
Agora adeus, e lembrem-se de duas coisas. Primeiro, Deus existe para vos livrar dos vossos falhanços enquanto auto-proclamado mundo antropocêntrico. E segundo, a vida é gira, vista de perfil. Se a virmos de frente, ficaremos repugnados com a verruga que lhe pende do nariz.
Querem saber como se chama essa disformidade? Psicologia. Não olhem muito para ela, porque eu já tentei. E hoje ganho a vida a dizer às pessoas que elas são realidades que, não tarda nada, desaparecerão.

Foto de pttuii

Eugenia

Sol dará de nós frutos,
enquanto luas de pretas,
mundos de mães que
corujas adoptaram,
desfazem o que refeito,
não dá pouco menos que sequer o dia
a nascer,....

o suficiente dos
muitos que berram,
filhos loiros,
agoiros pretos,
sinais de maledicência,
e luas a tratar,
luas a descansar,...

é o país eufónico que
merecemos,
no bojo de um novo dia,
repousamos como larvas....

Foto de pttuii

Reformados

não somos tão poucos assim
que nem nos reste discernimento,
sôfrega batelada de nada é o que é,
depreendo que nos reste o
arrastamento pelos bicos
das mesas de esplanada,
a mirar tetas,
a mirar cus,
seremos poucos
quando fecharem as
ruas do sofrimento neoplásico,
meninos de ranho fácil
ganharão nesse dia,
as esquinas melancólicas
serão balizas dos vossos berlindes,
lençóis brancos amarelecidos,
sim, irá de assoar nesses trapos
pois as velhas desleixadas merecem,
até lá,
seremos cada vez menos,
os senhores de clemência
misturada com fortuna,
as almas centrípetas que se
portam pior que gatos em lutas jónicas...
com os próprios rabos,
em suma,
os controlos remotos de fugida,
(epitáfio de punheteiros, na minha linguagem)
para o fim ficam os sonhos,
nunca feliz soma de nadas,
é como os chamo,
odeio-os.....

Foto de Sonia Delsin

O FIO DA NAVALHA

O FIO DA NAVALHA

Ela corta o ar.
Dor no olhar
da mulher.
A lâmina brilha.
Ameaça.
Escancarada alma que mostra todo o medo.
Guardar segredo?
Um coração que sofre como esta mulher sofreu precisa se abrir.
Nem que seja para palavras ao vento distribuir.

Foto de pttuii

Poemas vingativos nunca venderei

Vendo poemas que não indiciem atrocidades comuns.
Negoceio com base no acompanhamento espiritual de um xamã, doutorado em mistérios ininterruptos.
Dos seres inquisitórios, que comem aparições de santas redentoras ao pequeno almoço, e acompanham com uma meia de leite.
Servindo uma causa, um equilíbrio precário, vendo poemas que não prestam. Sonhos remelosos, em que crianças anafadas, soberbas redomas de culpabilização de casais de meia idade, morrem. Sentadas em secretárias acinzentadas de uma escola de interior, revezam-se com o colega do lado na procura por um amanhã de sonhos cumpridos. E, de repente, tombam. O colesterol poderá escorrer pelos pavilhões auriculares, dependendo do jantar do dia anterior.
Pegar em livros de cheques, e eu vendo um poema. Prometo acompanhamento em versos de chumbo. Metáforas oleosas, seborreicas mesmo. Cliente,....deixe a folha ao sol, e no ângulo certo, sentirá a melanina pronta a invadi-lo em ondas de prazer inefável.
Talvez, um dia, venda poemas de esperança. Aforismos preparam-me para composições evolutivas. No primor de um amor que não desilude, e que termina num miradouro, a contemplar um pôr do sol vermelho, que comeu feijoada de ozono ao almoço.
Agora nunca. Jamais. Em tempo algum me verão a vender poemas que o homem pode considerar vingativos. Recorrer a neurónios que dormem mais de 23 horas por dia para, num carrossel de minutos, dar mostras de personalidade doentia. Recorrer a imposições de um bom gosto duvidoso, para espezinhar conceitos. Pessoas mal formadas. Situações que o tempo se enganou a produzir.
Considerarei, Deus assim mo permita, vender poemas de lua rabujenta. Injuriar daquelas senhoras que fazem amor com o treinador de golfe, e depois masculinizam maridos que chupam havanos como se ornamentos fálicos fossem,...isso sim.
Mas poemas vingativos. Nunca venderei.

Foto de Kiss_Kiss

Quero ir ao teu encontro

Quero ir ao teu encontro
Recostar minha cabeça em teu peito
Fechar meus olhos em ti descansar
Somente perto de ti me sinto segura
Você me dá segurança...
Que em mais ninguém posso encontra
Me dá a certeza que sou amada,
Desejada e querida
Em todos os momentos
Em momento algum da minha vida você me rejeitou
Mesmo quando eu te rejeitava
Você sempre cuidava de mim
Com você ao meu lado as tempestade parecem
Garoa que logo passa
O que eu mais quero, é ir ao teu encontro
Ai meu coração.....
Está tão triste.....
Não sei mais oque fazer, para mudar minha historia
Toda a noite eu sinto uma vontade
De pedir que você venha me tirar deste lugar
Que você venha me arrebatar
E me leve para junto de ti
Onde está é tão lindo maravilhoso
É um lugar totalmente diferente do mundo onde eu vivo
Mas eu estaria sendo muito egoísta
Porque eu não vivo só
Tem pessoas que dependem de mim
mesmo assim...
Quero ir ao teu encontro

Foto de Mariana-eu

inesperado

Foi tão inesperado o movimento! Um frémito? E um desejo? E, todo um mundo sem tempo, Selado inteiro num só beijo.Depois?...Depois meu amor, a angústia, a dúvida, o desapontamento de não sabermos guardar, nas nossas mãos fechadas, o momento

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