revolta

Foto de Carmen Lúcia

Mulher de Malandro

Já chega!
Cansei-me de tuas mutretas
Enfáticas ladainhas:
“-Oh, minha princesa!
-Ah, minha rainha!”
Basta de enrolação,
Do harém és sultão
E dizes que sou a única!

Tô farta de tuas escapadas,
Tuas derrapadas,
Desculpas esfarrapadas...
Tu juras que andas “na linha”
Sei das “entrelinhas”,
Que ficaram marcadas.

Ainda sinto aquele desejo
Que entre “tapas e beijos”
Tentei sufocar...
Talvez, mesmo sendo enganada,
Ainda esteja apaixonada
Tendo que disfarçar...

Fartei-me de tuas facetas
Palavras fajutas
Juradas em vão...
Tô fora!Desistindo da luta,
Já tô indo embora...
Pra mulher de malandro
Não tenho vocação!

Foto de Carmen Lúcia

Sou...e não sou

Sou arredia, um bicho acuado,
Que foge de carinho por não ser acostumado.
Sou o escárnio, o sarcasmo, o pútrido,
A queixa a se manifestar no púlpito.

Sou a esquina úmida e vazia,
A conseqüência da noite de euforia...
Sou o rio que nunca chega ao mar
E morre na praia sem saber amar.

Sou a dor que pulsa quando o amor se vai...
E a lágrima triste que rola e se esvai,
Sou o incesto que não foi amado
E o mistério jamais revelado.

Sou a tempestade que o barco afunda
O fantasma que surge da penumbra...
Da alma, a amargura...
Da vida,a desventura...

Tijolo podre de uma construção
A desabar em qualquer ocasião...
Dependente...carente...mal amada,
E mais que isso...Sou nada!

Foto de Gleisson Brito

Luz da Fresta

A luz apagou-se ao fundo.
Pingos invasores choravam...ressoavam...
Preta velha, colchão velho, jornal novo,
fitava o teto do barraco, do seu mundo

A noite a luz entra, pela fresta
Da janela, da porta, do telhado
Compõe vultos ignóbeis, tão igênuos...
desses filhos dessas pretas, incorretas

Ja vai longe a lembrança (la no fundo)
do café, do trigo, da colheita
Fazem parte de um passado, do seu mundo

Luz da noite. Luz do dia, Luz da fresta
Acompanham o martírio insolúvel
Dessa gente, a luz do mundo, incorreta.

Foto de Edilson Alves

MENINO DE RUA

Lá vai o menino na rua
Tão longe, mesmo assim
Caminha lentamente
Nunca chega ao fim.

O tempo passa, e o menino camimha...
...A rua se torna mais longa ainda
E cada vez mais longe o menino vai.

O menino nunca mais foi visto.
Uns dizem que cansou
De tanto caminhar, e parou.

Alguns dizem que encontrou
Do outro lado da rua
Bela moça, por quem se enamorou.

Alguem diz que sem ter
Vontade de viver
Nas trogas se envolveu
Caiu numa cilada...
...E morreu.

Eu, eu digo que ele vive
No pensamento do poeta triste
Que canta pra lembrar.
O menino que saiu um dia
Sem ter onde chegar..

Foto de POETISA SOLITARIA

AGUARDE...

Tudo se fala e nada se sente
Não consigo imaginar o quanto enganada eu fui
Suas desculpas, suas justificativas... Enfim tudo!
Sei que pode parecer criancice juro que não é...
Juro que posso ser muito mais perigosa do que uma criança,
Nada me faz entender o porque...
Com outras tens como se divertir,
Comigo o discurso é outro!
Desculpas mil para justificar sua covardia...
Sorrisos dos mais variados diante delas.
Nada me faz entender o porque deste comportamento...
Apenas sei que ainda vai se arrepender,
E daí será tarde para voltar atrás do tempo perdido!

Foto de Daniel de aguiar

Procura Alucinada

Já perdi muitas batalhas
Já me machuquei demais
Nesta procura alucinada
Por você
E nem sei quem você é pois só te vejo
Em meus sonhos
Minha cara metade
Aonde esta você?
Já declarei guerra ao mundo
Por esconder você de mim
Meu coração pede paz
Mas jamais vou me entregar
Nesta guerra
Em que a minha vitória
Será te encontrar
Nesta guerra
Que eu não sei
Quando vai acabar
Pois a paz que eu preciso
É você
Tudo o que eu quero neste mundo
É você

Foto de Hisalena

Traços revoltos

Na face branca de uma qualquer folha de papel
Desenho os traços revoltos e negros da minha alma,
Os traços que hoje me atormentam e desesperam,
Os traços que hoje quase me fizeram perder a calma,
Os traços que hoje quase vida própria tiveram,
Desenho os traços profundos e negros da revolta
Que hoje se acendeu nas profundezas do meu ser,
Que hoje se perdeu sem hipótese de haver volta,
Que hoje incendiou as horas lentas do meu viver,
Desenho os traços desiludidos e negros da vergonha
Que senti face a esse comentário frio e mesquinho,
Que senti face a essa frieza crua e quase medonha,
Que senti face a esse despeito que em surdina adivinho,
Desenho os traços magoados e negros do meu coração
Depois de ter ouvido essas palavras venenosas e letais,
Depois de ter ouvido e sufocado a minha decepção,
Depois de ter percebido que as coisas não serão iguais,
Desenho os traços enraivecidos e negros do meu pensar
Que me toldam a vista e vão entorpecendo os sentidos,
Que me fazem ter força para me erguer e para lutar,
Que me relembram sentimentos há muito adormecidos,
Na face branca de uma qualquer folha de papel
Desenho os traços revoltos e negros da minha alma,
Os traços que hoje me atormentam e desesperam,
Os traços que hoje me fizeram perder toda a calma,
Os traços que a partir de hoje em cada sombra te esperam!

Foto de Carmen Lúcia

"Basta"

Que caiam todas as máscaras
Desnudem disfarces,propagandas enganosas,
Farsas impiedosas,que pintam de rosa
Um cenário incoerente,assaz reverente
À realidade cinzenta e incomplacente
De pseudos messias,doentes mentais,
Que defendem as guerras,injustiças sociais,
Como se fossem meros fenômenos naturais.
Digamos um basta à gana estratosférica
Ao que nos consome,à ambição homérica
E de caras e almas lavadas,
Nenhuma utopia,rasguemos o pano da hipocrisia;
Que as balas não são de festim,
O sangue que escorre não é de carmim...
As bombas são de explodir,não são de açúcar;não dá pra engolir!
As guerras não são de amor,tampouco boatos;são guerras de fato!
As vítimas não são virtuais,são todas reais,são todas fatais,
Às dores não há analgésico,nem mesmo anestésico;são dores mortais!

Quebremos o falso cenário,
Mundo visionário...De destruição!
queremos viver feito gente...
ajamos com garra,com alma decente,
com força no peito e raiva no jeito,
Paz no coração...Rumo à reconstrução!

Foto de Cecília Santos

SEM MÁSCARA:

SEM MÁSCARA
*
*
*
Escancarei a porta da minh'alma.
Não quero mais sofrer.
Vasculhei todos os cantos.
Arrastei todos os sentimentos,
e coloquei-os do lado de fora.
Pesei os prós e os contras,
e pouca coisa sobrou.
Da vida tranqüila que eu tinha,
nada mais restou.
Ela se tornou um emaranhado de caminhos,
que todos me levam a um ponto em comum"você"
Mas de nada adianta chegar até você.
Pois simplesmente nada que houve entre nós,
teve importância você.
Você sempre foi tão evasivo com seus sentimentos.
Brincou de me amar, fui um joguete em suas mãos.
Quebrei tabus, me dei por inteira, saciei seus desejos,
te amei de verdade.
Mas de nada adiantou meu amor.
Você anavalhou meu coração
me aniquilou por completo.
Estou tentando renascer das cinzas,
realinhar meu amor-próprio, ser eu novamente.
Sem máscara, para me ocultar a face.

Direitos reservados*
Cecília-SP/04/2007*

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