tristeza

Foto de Carmen Lúcia

Eu, o poder!

Cala-te, poeta!
Teus sonhos altruístas e liberais
ameaçam os meus, consumistas e tridimensionais.
Tuas atitudes certas se imbuem de gritos de alerta
às minhas, duvidosas e incorretas.

Teus voos inusitados e abrangentes
podem estimular muita gente
a quebrar correntes...(Hoje, liberdade aparente!)
Voos incoerentes a uma inverdade existente.
A luz que irradias ameaça clarear caminhos
que quero manter em vão...na escuridão.

Tua essência põe em risco toda a abordagem da embalagem
roubando-me a prepotência, a persistência...
O teu lirismo contagiante carrega multidão adiante,
mudando seu pensar...
E eu não quero vê-la dissipar.

Tua poesia é como um escudo salvador
livrando-te a alma do poder avassalador...
Tua sensibilidade me acovarda, me amedronta
ao quebrar o gelo da sociedade, que me afronta.
Teus anseios pelo fim das desigualdades
ferem meu egocentrismo, minha vaidade.

Enfim, cala-te, poeta!
Não destruas meus castelos construídos
pelo suor, sangue e dor
de um povo pacato e sonhador!

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Liberdade tardia

Liberdade tardia

Quantas vezes perdoei...
Mais que setenta vezes sete.
Quem sabe a alma se abastece
e nunca mais venha a sofrer.
Dei minha cara à tapa
sem sequer contradizer
as vontades que preponderaram
e por longo tempo vi prevalecer.

Calei minha boca em consentimento
mesmo com um não na ponta da língua
a explodir a qualquer momento
podendo até reverter minha vida
alterando o argumento.
A covardia e o medo se infiltraram em meu peito
e mais uma vez o não se calou, rejeito.
Mantive o disfarce colado a minha face
e a irrealidade projetando o que não era,
o que não quisera, o que não condissera com a verdade.

Oportunidade perdida não volta atrás.
Mas o tempo é borracha. Apaga e volta a escrever.
Reinventa enredos .As emoções já vividas
deixam o palco e num canto qualquer, vão morrer .
O perdão não tem mais razão de ser.
A história em questão muda o contexto,
os capítulos se compactam, pedem fim,
a mágoa até então guardada, jaz isenta desse texto.
A liberdade concedida passa bem longe de mim.

Feito um pássaro cativo diante da gaiola aberta
sem saber o que fazer, sem ter para onde ir.
Alça um voo rasante, itinerante sem destino.
Retrocede ante a dubiedade dos caminhos...
Tem nas mãos o livre arbítrio,
mas não no cerne o desejo que impele.
A liberdade interior que o libere.

_Carmen Lúcia_.

Foto de imaginação

Estragos de um fim.

Rasga.. rasga em mim, rasga mas rasga
Rasga assim, bem por dentro bem assim
Bem Lá dentro, além do centro
Desconcentro-me, a me descentralizar
Com tamanho rasgo me desgasto
Afasto,arrasto socorre-me
Não te rasgo daqui do meu in.Fica!
Bem assim vem pra mim sopra-me
De volta a vida

Foto de Carmen Vervloet

Clausura

Outra vida enclausurou sua vida
Já não vive o que gosta de viver
Deixou sua vida ser invadida
E agora não sabe o que fazer.

Fragilizado não consegue arrancar os laços
Acomodou-se entre amarras que não gosta
O seu corpo retrata o cansaço
Mas a alma sufoca a resposta.

Acostumou-se a viver uma vida que não é sua
E vive a reclamar desta clausura
Chora, sofre, mas não recua,
E assim vai cultivando esta amargura.

Busca na poesia um pouco de alento
Só ela lhe traz migalhas de alegria
Nos versos encontra encantamento
Só neles liberta sua rica fantasia.

Foto de Bretiney

O poeta que dorme em mim

Diz o poeta que dorme em mim:
Que não sou triste,
Que sou um poço de amor sem fim,
Seco, neste mundo agreste

Diz que escrevo em linhas retas
As tortas coisas, podre, vil
Que escrevo ódio, pelas canetas
Em ponta suave, fina e dócil

Que acuso o Homem, eternos imperfeitos
Em palavras que nascem perfeitas
Que crescem em estrofes aprazíveis, afeitos
De sentimentos em rimas feitas

Diz o poeta que dorme em mim,
Que faça sonetos desse avesso,
Dos desígnios versos do Caim,
Do carma que segue em mal confesso

Que fale do amor, não por fim
Mas em quantas horas vagas…
Diz o poeta que dorme em mim:
Não esmoreças pelas pragas

Foto de diny

IMPIEDADE

IMPIEDADE
Deus... Tem piedade!
Dessa desencaminhada humanidade,
Que diz com o coração louco e infeliz;
Não há Deus!...

Ah essa descrença...
Meu Deus que tormento!
Desamor... Maledicência,
Desespero, sofrimento...

Tudo isso destrói,
Corrói desgraça,
Aleija, corrompi, traça;
Morte inconsciente...

Ah a miséria humana,
Que deturpa tudo, maldade,
Ser o nefasto, dessa nefasta;
Impiedade...

Diny Souto

Foto de diny

CRIANÇA

CRIANÇA

Você menina.
Que nada anima!

Você criança,
Que já abriga no peito,
Um coração desesperado;
Que não tem jeito!

A vida te ensinou muito cedo,
o que é desesperança, medo!
Você parece um bichinho assustado,
E com muita razão!

Como entender um mundo alucinado?!
Com uma cara medonha,
Onde pessoas, aliás;
Mais parecem restos de violência
Que vergonha!

A autodestruição humana se expande,
E você criança, na sua inocência,
Sente medo de viver e crescer,
E de um dia ser:
GENTE GRANDE!...

Diny Souto

Foto de Carmen Lúcia

A quinta estação

Não me importa o passar do tempo,
nem a velocidade com que passa.
Já me acostumei a olhar pela vidraça
as cirandas das estações em arruaça
atropelando-se umas às outras
deixando ao vento uma folha seca,
uma flor desidratada,
doce fragrância de pouco cheiro,
uma nesga de raio solar,
um sopro de frio a acenar:
“Um dia hei de voltar,
no outono ou verão.”
Talvez na quinta estação...

Nada disso mais importa
já que não cabe a mim mudar.
Sigo nessa carruagem torta,
vazia de sonhos, sem saber onde chegar.
Alguma emoção na bagagem
ainda teima em perdurar.
A cor me confunde a visão,
não sei se está viva ou apagada
ou em que matiz ficou estagnada.

Que me importa se o tempo é veloz?
Se é algoz, pau mandado, adestrado?
Se está sob o comando... de quem?
Ou se corre a procura de alguém...
Já plantei, semeei , vi florir
e colhi o que mais cultivei,
já sorri, já dancei, poetizei,
e amei, e sofri, e chorei...
Que me carregue com ele, o tempo,
e me entregue ao fadário que me cabe,
bem ligeiro antes que impeça a saudade
ou o próprio tempo se acabe.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Indagações à vida

Onde está o meu entusiasmo?
As coisas que me faziam estremecer?
A vaidade a me bater,
o espelho a me ver
sempre impecável,
irretocável?
Batom, blush, rímel, esmalte, laquê?
As roupas da moda,
os saltos dos sapatos
que me elevavam
a ver lá de cima
a vida acontecer embaixo?

O amor próprio, onde foi parar?
O amar a mim mesma, em primeiro lugar?
Os sorrisos, as gargalhadas,
as noitadas, as baladas,
as danças improvisadas,
o desejo irrefreável de viver?
O coração descompassado,
o rubor destemperado,
o sorriso dissimulado,
o meu sim apaixonado...

As sessões de cinema,
o amor sentado ao meu lado,
os beijos disfarçados,
os tremores tresloucados...

Quando deixei de viver?
Em qual ancoradouro aportou minha autoestima?
Qual livre- arbítrio assinou a minha sina?

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Vervloet

Sequência... (Poema em Duo)

Continuo...
Apesar dos pesares...
Tudo tem ritmo
Há sempre um maestro na batuta
E se quisermos continuar na luta
É bom nos adequarmos à orquestra...
E seguirmos cada tarefa...
Dos acordes de cada um...
Na pauta as notas para cada instrumento,
Os músicos nem sempre afinados...
Uns... soprando o sofrimento,
Outros... tirando do teclado
A força para continuar a luta,
Enquanto o Criador na batuta
Dá suporte a toda orquestra
Ensejando que a vida seja uma prazerosa festa.
Um stradivarius chora as dores do mundo,
Enquanto o piano arranca suspiros profundos!
E assim em grande sintonia
Vamos restaurando a harmonia
Criando a mais linda sinfonia
Que é a vontade de viver e ser feliz!

Carmen Cecília e Carmen Vervloet

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