Repouso

Foto de edileia

Saudade de um beijo

Tanta saudade me mancha os olhos,
À lembrança embriagante
Do seu beijo...
Você foi sôpro de vida,
Um amanhecer de emoções.
Foi brisa,
Foi vento morno,
Que penteou meus cabelos
Com as mãos...
Tão frágil é a distância
Que me pego a dormir
Nos seus sonhos,
No repouso da promessa,
No seu chamar que não cessa...
Tanto céu, tanto mar!
E a mim é nada!
Não se conta o azul
Que nos separa,
Apenas o tempo da saudade,
Que nos faz, em dois,
Um só desejar...
Não há noite, solidão
Em minha espera.
Só a ãnsia que me faz viva,
Trôpega de vontade,
Do roçar dos seus lábios nos meus...
Assim, toda essa saudade
Pousa em mim,
Mirando o Atlântico,
E põe nosso amor
Nas mãos de Deus...

Foto de Mr. The Lazzeri

Ser ou sonhar

“Ser incomparável
De majestoso olhar a sublimidade,
Relevantes frutos de desejo
Realizando em suprema discórdia à vontade,
Afagado por desprezo
Mas banhado em luz de aprovação,
O trágico meio termo
Escondido na escuridão,
Perdendo seu fino manto
Entre lágrimas debruçar,
Em seu terno meigo acalanto
Nova fonte encontrar,
Onde brilhe mais o incandescer
Dos astros que em repouso
Almejam reconhecer,
A origem
Deste sonho.”

Foto de Lou Poulit

Por Que Veio Súbita Essa Estrela?

Por que veio súbita essa estrela
dançar aos meus pés cansados?
Pois, alheio, nem penso em vê-la,
tantos séculos assim depois
de passarem tantos passados,
que nenhum deles compôs,
espelhada sobre o silêncio meu,
a quietude que esse lago me deu?

Que seio seu ainda me sustenta,
sem ao menos dizer a que veio,
a morbidez terçã de querê-lo
e de deitar nele o branco do cabelo?
Que horizonte ainda acalenta
como destino de tão vagos penares,
se em meus vagares nunca o vejo,
por que tanto me tenta o desejo?

Volte, estrela, às tuas profundezas.
Tua galáxia já te espera aflita.
E leva de mim as tuas tristezas.
Anda, vai... E pelo caminho reflita.
Ou tirarei meus pés e pronto!
Espero (a tona ao repouso reverte)
a ver-te a agonia ao ponto
de ser mais uma estrela inerte.

Mas não me tomes por ingrato...
De fato tivemos nossos momentos...
Mas folhas secas só se alardeiam
quando passam ventos e se esbatem;
pelo caminho do perdão, rodeiam.
O estranho passa, os cães latem...
Mas não há mais do que vingar-me.
Poesia, só da paz de dar-me me arme!

Porque uma outra estrela me verte
e ver-te vinho, vinagre amargo
sem embargo de mim vazado,
não me apraz, nem envaidece.
Hoje ledo, o velho lagar pisado,
legado ao momento não envelhece
o peito, ao tato do relento no convés.
E conhece a sua estrela... Pelos pés.

Foto de Carla Trein

Já fui guerreiro

Já fui guerreiro,
Um bravo e habilidoso guerreiro.
Nunca perdi uma luta.
Sempre comemorei minhas vitórias.
A tribo se pintava e aguardava sempre
Minha esplendorosa chegada,
Cheias de aventuras.

Conquistei o mundo,
O meu mundo,
Da minha forma.
Conquistei o respeito
E a vontade de viver.
Alimentei meus filhos,
Minha família,
Minha tribo...

Mas, quando a noite chegava,
Eu tinha medo...
Sentia-me só.
Meu pajé,
Sempre me orientou:
Que o medo dava um sentido de alerta aos bravos guerreiros.

Mas eu, não tinha medo da noite,
Dos espíritos da floresta
Muito menos de outros guerreiros
Tinha medo da solidão
Do oposto, do sublime.
Tinha medo do sentimento,
Das emoções, do sofrimento.

Depois de tantas batalhas,
Exatamente uma batalha,
Perdi parte do meu coração.
Um guerreiro bravo e vistoso o cortou,
E carregou-o como um troféu.
Em sua aldeia todos comemoravam
Menos ela,
Com seu olhar parado
Em um perdido horizonte
Com sua pele queimada
E seus negros cabelos
Deixava rolar uma lágrima;
Apenas uma lágrima
No canto de seu olho esquerdo;
E apertava o seu peito
E seu ventre
Com tanto desespero
Que todos perceberam.
Então ela saiu correndo
Entranhou na profunda floresta
Clamando por meu nome
E eu, escutava
E me lembrava de nossas noites
Onde a mãe lua nos abençoava
E quando chovia
Era o suor de nossos corpos
Escorrendo para o rio.

Ela se perdeu,
Na imensidão da floresta,
Se perdeu.
E lá deixou
A metade de seu coração
Enterrada na mais profunda raiz de um carvalho
Onde muitas vezes foi o repouso de nossos corpos.
E se juntou,
Aos mais sublimes seres
Com sua tristeza.

Ainda hoje,
Várias vidas depois
Ainda sinto que ela está lá
E continua a derramar
Aquela única lágrima
Que escorre pela sua iluminada face
Que sempre foi radiante
Como o Deus sol.

Mas também, às vezes,
Vejo-a correndo por dentre as matas
Rindo, rindo, rindo
Como costumávamos a fazer
E quando ela chega à beira do rio
E fica nua como o mais encantador ser
Entra na água
E banha-se,
Só ela e a lua
E depois, desaparece,
Debaixo de uma imensa cachoeira.

Isso virou um ritual
E desde então,
Todas as noites são assim
Ela me ama...
E eu morro afogado nas águas cristalinas de um rio...
Debaixo de uma grande cachoeira.

Foto de Dom Quixote - crítico amador

Literaturas Lusófonas

Bem mais que dança, bailado;
que som, melodia;
que voz, sobrecanto;
que canto, acalanto;
que coro, aleluias;
que cânticos, paz.

Bem mais que rubor, saliência;
que encantos, nudez;
que imoral, amoral;
que bosques, fragrâncias;
que outono, jasmins;
que ventos, orvalho;
que castelo, arredores;
que metáforas, rios;
E um pouco além: tsunamis.

Bem mais que naus, sentimento;
que excelsa, nascendo;
que olho, contemplo;
que invade, arrebata;
que vitrais, catedral;
que versos, vertigens;
que espanto, tremor;
que êxtase, pranto;
que apatia, catarse.

Bem mais que contas, rosário;
que prece, amplidão;
que o menino, sua mãe;
que Império, regresso;
que palmas, martírio;
que anúncio, Jesus;
que Ceia, Natal.

Bem mais que alegria, ternura;
que espera, esperança;
que enlevo, paixão;
que adeus, solidão;
que dor, amargura;
que mágoas, perdão;
que ausência, oração;
que abandono, renúncia;
que angústia, saudade.

Bem mais que anciã, joyceana;
que lógica, onírica;
que o Caos, Amadeus;
que ouro, tesouro;
que ode, elegia;
que amiga, inimiga;
que insensível, cruel;
que signos, símbolos;
que análise, síntese;
que partes, conjunto.
E um pouco além: generosa.

Bem mais que efêmera, sândalo;
que afago, empurrão;
que clássica, cínica;
que exceto, inclusive;
que inserta, incerta;
que adubo, arrozal;
que oferta, procura;
que unânime, única.
E um pouco além: tempestade.

Bem mais que ouvida, vivida;
que austera, singela;
que pompa, humildade;
que solta, segredos;
que fim, reinício;
que um dia, mil anos.

Bem mais que reis, majestade;
que jus, reverência;
que casta, princesa;
que moça, menina;
que jóia, homenagem;
que glórias, grandeza;
que ocaso, esplendor;
que espadas, correntes;
que fatos, História;
que Meca, Lisboa.
E um pouco além: messiânica.

Bem mais que pingos, Dilúvio;
que água, Oceano;
que mares, o Mar;
que porto, Viagem;
que cais, caravelas;
que rochedos, neblina;
que vôo, Infinito;
que Abysmo, gaivotas.

Bem mais que a tribo, navios;
que lanças, tristezas;
que campos, senzalas;
que bodas, queixumes;
que soul, sem palavras;
que o tronco, maldades;
que ais, maldições;
que feitor, descorrentes;
que mandinga, orixás;
que samba, kizomba;
que “meu rei”, Ganga Zumba;
que olhos baixos, quilombos;
que discordo, proponho;
que cedo, concedo;
que escravos, Zumbi.

Bem mais que brisas, Luanda;
que ondas, Guiné;
que amarras, Bissau;
que o azul, São Tomé;
que náutica, Príncipe;
que axé, Moçambique;
que opressão, Cabo-Verde;
que fragor, linda ao longe;
que injusta, perversa;
que abutres, pombinhas;
que trevas, pavor;
que rondas, terrores;
que bombas, crianças;
que tágides, ébano;
que o Sol, rumo ao Sol.

Bem mais que luar, nua e crua;
que longínqua, inerente;
que ornamento, plural;
que ira, atitude;
que abstrata, denúncia;
que conceitos, Nações;
que Camões, mamãe África.

Bem mais que ética, ascética;
que pro forma, erga omnes;
que embargo, recurso;
que emoções, decisão;
que rodeios, sentença;
que Direito, Justiça;
que leis, Lei Maior.

Bem mais que flor, Amazonas;
que improviso, jeitinho;
que frágil, incômoda;
que alvor, cisnes negros;
que escrita, esculpida;
que lírios, o campo;
que veredas, suindara;
que denúncia, ira e dor;
que bonita, pungente;
que amena, os sertões.
E um pouco além: condoreira.

Bem mais que lares, veleiros;
que adeuses, partida;
que feitos, missão;
que honras, repouso;
que canto, epopéia;
que mística, fado;
que areias, miragem;
que sonhos, delírio;
que vozes, visões;
que acaso, destino.
E um pouco além: portugais.

Bem mais que errante, farol;
que ânsia, horizonte;
que distância, presença;
que solo, emoção;
que países, Galáxia;
que estresses, estrelas;
que zênite, impacto;
que intensa, profunda;
que letras, magia;
que formas, sentido;
que textos, teoremas;
que idéias, princípios;
que imensa, perfeita;
que graça, milagre;
que arcanjos, fulgor;
que dádiva, Mãe.

Bem mais que luz, primavera;
que audácia, tumulto;
que estética, rústica;
que em paz, desinquieta;
que estática, cíclica;
que cercas, muralha;
que assédio, conquista;
que plantas, concreto;
que escombros, palácio;
que átomos, Deus...

Foto de iDinho

Vontades de você


Vontades passam.
Vem e vão como o dia que após ontem
Fez-me lembrar de como eu te amo.

Minha vida é ligada a ti.
Como fios de uma máquina movida a emoções
Fazem de mim um eterno motor dessa máquina chamada: amor.

Visões de um futuro belo
Paz que poucos alcançam,
E num coração recheado de saudades

Vejo em ti a vontade de viver.
Vontade de ver, de sentir,
De novamente amar.

Leva-me pro teu mundo,
Arranca-me o sofrer.
Por conta disso já não sei quem sou.

Um minuto de silêncio.

...

Passa diante de meus olhos a chance de ser feliz.
Contigo sou. Contigo sempre fui.
Contigo sei que sempre irei ser.

Lauêre... lauêre.. lauêre...
Lauêrauê

Lauêre... lauêre.. lauêre...
Lauêrauê

Compassado em dois por dois,
Meu coração escreve para ti, luz de vida
De cinco em cinco minutos uma canção.

De amor vivo, de amor quero morrer.
Tudo que quis tenho quando te encontro,
E, como a nota que de um violão abandonado sai nesta noite só,

Em teu peito me deito ainda que longe venhas a estar.
Repouso... Agasalho-me...
Suspiro...

Enfim durmo.

-----

Ao meu amor, que longe está,
mas que de perto de mim, jamais saiu.

Te amo Adriana.

Foto de InSaNnA

É só você que vem...°¨¨**¤°

Fecho os olhos,
Penso em tí..
Sussurro lentamente,
o seu nome,que prolonga-se,
até a minh'alma..
percebo o teu vulto,
teus passos,
em movimentos de pedras,
caminhando pela terra árida,
dos meus pensamentos..
E nessa hora,a dor,então,
revela-se..
mostra a sua face
cruel e fria,
arrogante !!
abraça-me antes,
do seu golpe final,
Guardo o meu grito,
entre os dentes,
as lágrimas molham o meu rosto,
pálido pela dor,
da tua ausência
Cansei de esperar,
por você..
pelos bons momentos,
que não vieram..
As minhas preces,
de nada valem..
Meu corpo reclama ..
Estou tão cansada..
Preciso de paz !!
Preciso tirar-te de mim..
dos meus pensamentos !!
Eu não estou nada bem..
No cair da noite..
E agora,que chega a hora,
do repouso,
Eu chamo o sono,
Mas,é só você que vem...

__InSaNnA___

Obrigada por vir até aqui..
Obrigada pelo seu carinho..
Beijos insanos em suas almas insanas!!

Foto de DENISE SEVERGNINI

AMOR APAIXONADO

Busco nas estrelas o lume dos teus olhos
Farol precioso a guiar meu caminho
Pouco sou sem teu amor dedicado
Folha morta no solo jogada
Teu semblante acompanha meus sonhos
Velando horas do repouso sagrado
Amor das minhas noites apaixonadas
Onde busco meu celestial abrigo
Por estar a teu lado, anjo amigo
Entre quimeras, sonhos , utopias
Busco em ti, meus momentos de magia
Romântica , em teus braços encontro harmonia
As palavras doces proferidas por tua boca
Deixam em mim conforto e paz
Longe de ti, perco meu rumo
Como barco à deriva, longe do cais
Eu te amo com o mais puro sentimento
E no momento, em que tu chegas atrevido
Desperto minhas sensações mais íntimas
E te falo, mansamente, ao ouvido
Todo o prazer que sinto em teu amor

DENISE SEVERGNINI

Foto de Samoel Bianeck

A Montanha

I
Na frente o mar; dos lados vou nadar - sair e a montanha olhar.
Quero abraçar, alta o céu vai arranhar - a mim abençoar.
Lá vou chegar, montanha sei te amar - teu cume quero alcançar.
Com um véu te coroar, Cristo não mais crucificar - lá vou rezar.
Alguém acompanhar, ninguém desolar - e talvez desposar.
II
Fugir da maldição, ganhar saúde no coração - gritar para o irmão.
Na montanha tem o leão, o tigrão - lá no alto frutas e limão.
Me erguerei em ascensão, terei o céu na mão - para Eva serei Adão.
Com ela jogarei xadrez e gamão, esquecerei o pão - serei um bebesão.
Nasce no coração, amor uma boa aflição - não pare quero continuação.
III
Me cobri com seu manto, senti seu pranto - no entanto.
Não almoço mas janto, esqueci o desencanto - ficarei não sei até quando.
Para chegar esperei tanto, agora da manhã levanto - olho sem espanto.
Não mais tenho quebranto, rezei já sou santo, posso voar - até canto.
Repouso no recanto, aqui falo esperanto, árvores me entendem - é um encanto.
IV
Montanha faça jus, mostra tua verde luz - para o alto me conduz.
Tua força me induz, sonhos que produz - já não sou avestruz.
Fez leve minha cruz, não uso capuz; saro com ervas - há mentruz.
Subo a pé sem bus, não tenho status - até vivo com os jacus.
Oro a Jesus, no alto há uma luz - só o bem se traduz.
V
Montanha, você sempre me apanha - a fé é tamanha.
Sem artimanha, acolhe a pomba e a aranha - lá tem castanha.
Água pura é champanha, não se faz barganha - tudo é façanha.
Canto, ouço a Betanha, a garganta não aranha - nem a voz fica fanha.
Eu vou, alguém me acompanha? Ela vem e me ganha - meu braço apanha.
VI
Sempre jovem menina, dentro guarda uma mina, fora - muita adrenalina.
Tua cor ilumina, tem verde e albina - ser sábio me ensina.
Não tem dor nem angina, és nua sem batina - não usa gás ou benzina.
Parada é bailarina, sem sapato ou botina - não é santa nem cafetina.
Parece pequenina, mas é sábia e divina - tem uma lá na esquina..

VII
Inicia a jornada, lá em cima ela fica amedrontada - está paralisada.
No meus braços se vê abrigada, quieto, não digo nada - está gelada.
Tonta e assustada; mas olha apaixonada - se sente desarmada.
Presa fácil será atacada, parece machucada - vai ser desnudada.
Não quero mais nada, estás nua quase pelada - vai ser amada.
VIII
Sou o Maomé que vai, a faço tremer mas não cai - feliz grito "ái".
Outros gritam "uái", ela grita mas não sai - no Japão a gueixa e o samurai.
Filho onde vai? A procura de Adonai, peça por mim – pode ir que não cai.
Lá de cima gritai, ou como um pai - com voz suave falai.
Sobe num bonsai, assim você não cai, mas deste lugar - vê se sai.
IX
Teu solo é sagrado, lá Ele foi crucificado - mas não ficou calado.
Teu semblante abalado, deve ao alto ser lavado - bons ares respirado.
Lá não tem dor nem machucado, ninguém é magoado - o espírito é elevado.
Vai; seja abusado, só ou acompanhado, não seja Maomé - nem enjoado.
Não fique parado, te cuidada no cerrado, nem sempre - abra o cadeado.
X
Subir é lendário, suave calvário - lá terás o imaginário.
É um grande cenário, onde tudo é voluntário - nada arbitrário.
Saia do armário, você é o beneficiário - libere o peixe do aquário.
Pobre ou bilionário, esqueça o calendário - ou o crediário.
Ele não vai; deixe o otário; o livro, o dicionário, a escola – e o secundário.
XI
Tem perfume de flor; muito gosto e sabor - lá nasce o amor.
Ele é seu admirador, ela só quer amor, respirem - não tem filmador.
Seja na terra nadador, a seus pés um orador, escute - só faça amor.
De paquerador vira professor, o surdo ouvidor - adeus falso pudor.
O retrógrado vira inovador, o desiludido sonhador - o fraco tem vigor.
XII
Vem cá, traga um parente, aqui não é frio nem quente – só passe um pente.
É verdade, há quem não agüente, K2 não é para gente – mas não invente.
Do sofá levante, tome coragem e vai avante – da altura não se espante.
São amigos, ratos e elefantes, tem mais velho e infantes – nada é oxidante.
Pega um barbante, coloca um pisante – esqueça tudo dantes.

XIII
Esqueço a monotonia, trago uma companhia – na rede vivo uma poesia.
Tenho tudo que queria, fugi do que é fria – abandono quem me angustia.
O som não tem cacofonia, foi embora a azia – tirei uma radiografia.
Muito de bom não conhecia, agora estudei geologia – sem querer teologia.
Antes, todo dia, acho que um pouco morria – por muito pouco sofria.
XIV
Da montanha vejo o sul e o norte, não se pensa na morte – me sinto muito forte.
Toda hora é um esporte, nada que muito importe – acho que tive muita sorte.
Às vezes recebo um reporte, vem de aerotransporte – pede palavras que conforte.
Pode vir quero passaporte, carrego faca de corte – tenho um braço de porte.
Montanhismo é esporte, escalar é pra forte - difícil é o vento do norte.
XV
Sou lobo da montanha, só uma loba me ganha – um poeta da montanha.
Segui a sermão da montanha, fugi da maldição da montanha
– e senti a tentação da montanha.
Como lasanha, as vezes piranha – só quando me assanha.
Ganhei muita manha, agora picanha - só sem banha.
Tua imagem a terra banha, a sombra te apanha – vem pra montanha.
Esta é a manha; passar 40 dias e 40 noite no alto da montanha e...
– aceitar a tentação da montanha.

Foto de brgigas

Sem oásis

Sem oásis que me proteja deste sol que me queima, sem sombra do teu ser, sem repouso possível, espero assim amor, assim como espera o abutre que me segue, espero assim a morte, assim como espero eu que ela chegue. Morro de sede sem te ver, morro de sede pois esta é impossível de saciar. Perdido num deserto de gente, procuro em cada duna, em cada ser a água para a minha sede, o lugar onde repousarei o meu corpo pela última vez, vazio de carne, perdido sem alma. Espero assim como me espera ele, esse vazio de ser, de sentir e de viver. Sem oásis que me proteja espero assim sem ver…

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