Veneno

Foto de Moisés Oliveira

Pai e Mãe

Falar de amor não é tão fácil, é difícil de entender,
um bicho que não tem dente, mas morde e faz doer.

Veneno forte que age rápido, logo chega ao coração.
Uma vez nele instalado, não sai por jura nem maldição.

Amamos tudo a toda hora, não há mais procedimento.
Amor que hoje lancina o peito, amanhã é esquecimento.

Eu sou um pouco diferente, amo a quem me da saudade.
Bicho de picada forte, o seu sintoma é a vontade.

Vontade de ter ao seu lado, quem sempre te fez sentir bem.
Arbítrio de sentir na pele, o calor que a pessoa tem.

Esse tinhoso de sintoma raro, não é fácil de combater.
Tela de vidro ou áudio gravado, não fazem desaparecer.

O primeiro bicho de mordida forte, sabe bem se camuflar.
O amor não é "sui generis", de todo jeito se pode amar.

O segundo a gente combate, cada um à sua maneira.
Minha volição expresso em palavras, quase por brincadeira.

Pai e mãe que tanto amo, não imaginam o valor que têm.
Esses são versos de saudade, pois dela eu entendo bem.

Foto de Alexandre Montalvan

Cio da Terra

Cio da Terra

O veneno doce da tua boca
na sensualidade no desejo
eu quero toda a tua língua
e com a minha voz rouca
eu peço, teu afogueado beijo

Meu corpo se funde ao teu
na ânsia, sem qualquer palavra
teus lábios sugam os meus
de fome, de desespero, gritava.

Vêm as mãos adoradas e quentes
em seios mornos túrgidos ardentes
volúpia amarga na luxuria explicita
tamanha é sede na lascívia aflita
então abre-se como uma flor e grita.

Pecaminosos atos de bizarra paixão
corpos engalfinhados como em uma prisão
beligerantes, são como atos de guerra
no espaço absoluto calor, é o cio terra.

Alexandre Montalvan

Foto de Sentimento sublime

Moreno Bonito!

Moreno Bonito!

Sua boca ardente
Sabor de veneno
Que meus lábios fazem suicidar
Pele dourada, que ao sol irradia.
Delírio constante no seu caminhar
Seu corpo flutua ao vento
Ao som de um Ravel
Quero te amar!
Meu corpo sedento do seu põe-se a delirar
Quero-te moreno a todo o momento
Absorve em mim esse amor tão sedento
Que em minhas veias teimam circular
Vem moreno... Vem!
Toma-me em teus braços
Me leve às estrelas, me levita, me faz sonhar.
Possua-me, me faz tua.
Não me acorde deixa-me sonhar
Por favor, me deixe moreno.
Contigo sempre... Sempre sonhar!
Osvania

Foto de Sentimento sublime

Moreno Bonito!

Moreno Bonito!

Sua boca ardente
Sabor de veneno
Que meus lábios fazem suicidar
Pele dourada, que ao sol irradia.
Delírio constante no seu caminhar
Seu corpo flutua ao vento
Ao som de um Ravel
Quero te amar!
Meu corpo sedento do seu põe-se a delirar
Quero-te moreno a todo o momento
Absorve em mim esse amor tão sedento
Que em minhas veias teimam circular
Vem moreno... Vem!
Toma-me em teus braços
Me leve às estrelas, me levita, me faz sonhar.
Possua-me, me faz tua.
Não me acorde deixa-me sonhar
Por favor, me deixe moreno.
Contigo sempre... Sempre sonhar!

Foto de Sentimento sublime

Moreno Bonito!

Moreno Bonito!

Sua boca ardente
Sabor de veneno
Que meus lábios fazem suicidar
Pele dourada, que ao sol irradia.
Delírio constante no seu caminhar
Seu corpo flutua ao vento
Ao som de um Ravel
Quero te amar!
Meu corpo sedento do seu põe-se a delirar
Quero-te moreno a todo o momento
Absorve em mim esse amor tão sedento
Que em minhas veias teimam circular
Vem moreno... Vem!
Toma-me em teus braços
Me leve às estrelas, me levita, me faz sonhar.
Possua-me, me faz tua.
Não me acorde deixa-me sonhar
Por favor, me deixe moreno.
Contigo sempre... Sempre sonhar!
Osvania

Foto de Rosamares da Maia

Sonetos para Arco,Guerreiro e Flexa

Soneto I - Para Arco e Flecha
Meu arco eu sou a tua flecha.
Se me disparas em desatino,
Voo trajetória perdida, sem destino.
Logo eu que só sei pertencer a ti.

Tanta flecha tem atirado a esmo,
Quando feres mortalmente a caça,
Alimentas teu guerreiro e a sua raça.

Mas a mim, guardou para hora especial.
Não para caça do dia, ou inimigo comum.
Meu arco, tens-me cuidado com zelo total.

Então, finalmente me disparas – está feito.
Nesta viagem, apartada de ti, me transformo.
Já não sou flecha, mas agora bumerangue.
Que retorna, cravando-te o próprio peito.

Rosamares da Maia – 15.11.2014

Soneto II Para Guerreiro, Arco e Flecha.

O tolo arco pensava agir sem tua mão.
A flecha tonta sonha - o arco é seu destino.
O guerreiro é forte, mas não conhece o coração.
Com as mãos controla arco, flecha e direção.

Escolha a caça, mata e alimenta seu povo.
Orgulho da raça não conhece ou teme perigo.
Invencível é invisível à flecha do inimigo.

Bravo guerreiro, desconhece a flecha da paixão.
Banhava-se ela no rio, facho de luz – armadilha.
Dourada Flecha Morena, ao alcance da sua mão.

Quebra-se o arco, em desatino a flecha é perdida.
Flecha Morena disparada a esmo de sua vida.
Tolo encontro em uma aventura proibida.
A flecha inimiga crava-lhe no peito mortal ferida.

Rosamares da Maia 15.11.2014.

Soneto III Para Flecha Morena

Flecha Morena de veneno encharcada,
Do arco inimigo certeiro foste disparada.
De outro guerreiro que não conhece o coração.
E o primeiro, morto, de joelhos pela paixão.

Exulta toda tribo em dança, honra e glória.
Mas tu Flecha Morena, não cantas vitórias?
Tua raça te rende tributos contando a história.

Flecha morena soma lágrima às águas do rio.
Só há o sabor do engano, fel da sua traição.
A sua luz se apaga, só há frio no seu coração.

Flecha Morena também sangra por este amor.
Disparada sem tino na viagem se transformou.
Retornou bumerangue transpassado pelo guerreiro.
No seu peito achou abrigo e como flecha se cravou.

Rosamares da Maia 15.11.2014.

Foto de Rosamares da Maia

Está Tudo Bem

Está tudo bem

Permitam-me ficar só no meu canto,
Deixem-me chorar todo o meu pranto.
Preciso do espaço para gastar toda a dor.

Talvez ninguém entenda este amor.
Não importa!

Não necessito de compreensão, só quero respeito.
Somente necessito de espaço e solidão.
Palavras de conforto não me confortam. Não agora.
Acentuam apenas o que se parte em meu peito.

Qualquer ato de solidariedade é sem efeito.
Deixem-me ficar só, na presença de mim mesma,
Olhando no meu espelho.

Preciso encontrar o eixo, meu centro de gravidade.
Deixem-me valorizar cada lágrima salgada,
Destilar a magoa e o veneno,
Beber o vinho desperdiçado do meu amor.

Depois, quando o tempo passar,
Quando a dor finalmente for passado,
Fraqueza latente, mas, da vida presente ausente,
Experimentarei gritar teu nome aos quatro cantos.
Ao vento, como um lamento contido e maduro.

Depois, quando a distancia esfriar meu coração,
Espalharei os teus retratos pelo chão da sala,
E friamente remontarei as cenas em cada cenário,

Racionalmente enlouquecida representarei,
Como sempre desempenharei o meu papel.

Direi simplesmente que está tudo bem.

Rosamares da Maia – 11/02/2014

Foto de Rosamares da Maia

Está tudo bem

Permitam-me ficar só no meu canto,

Deixem-me chorar todo o meu pranto.

Preciso do espaço para gastar toda a dor.

Talvez ninguém entenda este amor.

Não importa!

Não necessito de compreensão, só quero respeito.

Somente necessito de espaço e solidão.

Palavras de conforto não me confortam. Não agora.

Acentuam apenas o que se parte em meu peito.

Qualquer ato de solidariedade é sem efeito.

Deixem-me ficar só, na presença de mim mesma,

Olhando no meu espelho.

Preciso encontrar o eixo, meu centro de gravidade.

Deixem-me valorizar cada lágrima salgada,

Destilar a magoa e o veneno,

Beber o vinho desperdiçado do meu amor.

Depois, quando o tempo passar,

Quando a dor finalmente for passada,

Fraqueza latente, mas, na vida presente ausente,

Experimentarei gritar teu nome aos quatro cantos.

Ao vento, como um lamento contido e maduro.

Depois, quando a distancia esfriar meu coração,

Espalharei os teus retratos pelo chão da sala,

E friamente remontarei as cenas de cada cenário,

Racionalmente enlouquecida representarei,

Como sempre desempenharei o meu papel.

Direi simplesmente que está tudo bem.

Rosamares da Maia

Foto de Carmen Vervloet

Ervas Daninhas

O ciúme é o espinho do amor,
tanto fura que o amor não perdura
e entre tristeza e dor
todos choram suas agruras.

A desconfiança é o veneno do amor,
mata em doses homeopáticas,
estimula o repúdio e o rancor
deixa a alma fria e estática.

A mentira é o inferno do amor...
Queima o encanto de qualquer relação,
transforma em fumaça, o viço, o fulgor,
incinera o arroubo do coração!

São ervas daninhas que tudo sufocam,
asfixiam o que brotou com tanto vigor,
devastam, ferem, implodem, chocam,
envolvem a vida em puro amargor.

O amor é um jardim que precisa ser cultivado
com zelo, carinho e muita atenção,
precisa respirar, não sobrevive abafado,
o amor é flor delicada que brota do coração.

Foto de cafezambeze

CARTAS COM ESTÓRIAS DE ÁFRICA (I/VII)

O DIA EM QUE TEU PAI LEVITOU/O DIA EM QUE SEU SANGUE FRIO E SUA INEGUALÁVEL PONTARIA SALVARAM UM AMIGO

Belém, 27/01/2006

Cara sobrinha

Faz tempo me perguntaste se não tinha fotos do teu pai quando em África, pedido que encaminhei para os meus imãos e que creio, devem ter dado uma de baianos. Amanhã... Amanhã...

Esta semana pegaram uma sucuri, prima da anaconda, com uns 4 metros, que passeava no galpão da empresa onde trabalho. Houve comentários e estórias e me lembrei d'algumas onde o teu pai foi a personagem. Não são fotos... mas tentarei enviar-te de vez enquando alguma estorieta.

O DIA EM QUE TEU PAI LEVITOU

Eramos garotos. Eu com uns 10 anos e teu pai com uns 13.
Moravamos em Vila Pery, mais ao menos no centro geográfico de Moçambique.
A alguns quilômetros da vila, destacava-se no horizonte uma formação rochosa conhecida como a Cabeça do Velho.
Não sei mais de quem foi a idêia, acho que dele, mas resolvemos escalar a Cabeça do Velho. Menos temerário, me lembro de atentar para o problema das cobras que eram uma praga. Que nada, argumentou, vamos levar o cavalo marinho do pai (um chicote feito de couro de hipopótamo com um metro e meio mais ou menos), uma chicotada na cobra que aparecer e quebramos-lhe a espinha.
Pegamos um lanche, cantis com água e um caixote kodak e, lá fomos a pé.
A escalada correu bem e em poucas horas chegamos ao topo. Depois de algumas fotos (que ainda devem existir) começamos a descida.
Seguiamos por uma espécie de trilha ladeada por capim seco. Teu pai caminhava uns 5 metros à minha frente quando duas cobras resolveram atravessar a trilha.
Eu gritei e, instintivamente, talvez alertado pela restolhada das cobras no capim, teu pai pulou. Como em câmara lenta e com o coração querendo sair pela boca, vi as cobras de cabeça levantada passarem por debaixo das pernas dele.
Devem ter sido talvez frações de segundo, mas ele ficou parado no ar, de pernas encolhidas. Só caiu depois das malvadas terem passado.
Do susto, me vinguei por uns tempos aconselhando-o, todas as vezes que saíamos, a não esquecer o cavalo marinho para o caso de aparecer alguma cobra.

O DIA EM QUE TEU PAI, SEU SANGUE FRIO E SUA INEGUALÁVEL PONTARIA SALVARAM UM AMIGO

Teu pai, desde pequeno, sempre foi um exímio atirador, tanto à bala como com arma de cartucho.

Devia ele ter uns 14/15 anos, quando fomos fazer uma caçada na farm de um amigo. O Aguiar.
Fomos de bicicleta, eram só 14 km. Na propriedade nos reunimos com o Aguiar e os irmãos, e lá fomos nós. Além das fisgas e pressão d'ar, a arma que levávamos era uma 410 (cartucho) de 5 tiros. Uma adaptação feita com uma culatra de fuzil Mauser.

Depois de matarmos algumas rolas e galinhas do mato (cangas), já de volta para a sede da farm, um dos funcionários que nos acompanhava começou a gritar:
Inhoca! Inhoca! (Cobra)
Era uma senhora Mamba Negra (veneno suficiente numa mordida para matar 10 pessoas em pouco tempo), bem grossa, que serpenteava rápido. Enquanto ela corria, teu pai fez quatro disparos e, embora depois constatássemos que todos a tinham acertado, eles não a pararam.

A bicha se arrastou para um grupo de arbustos, e esse nosso amigo Aguiar correu com um pau para afastar os arbustos à procura da cobra. Logo que ele se chegou aos arbustos, vimos a cobra levantar-se à altura da cabeça dele. Tudo se passou na velocidade de um raio. Um tiro e a cabeça da cobra voou... O susto veio depois quando nos apercebemos de como a morte nos rondou.

O Aguiar ficou branco como papel e sem conseguir falar por um bom bocado.

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