alegria

Que as palavras fluam soltas
e falem o que entala a minha garganta,
declamando o que não consigo falar...
Apenas sentir e calar.

Libertas, entre as flores entreabertas,
felizes, contagiando os matizes,
festeiras, celebrando com os colibris
botões de rosas azuis anis,
renascidas com o amanhecer
a decantar o novo que virá,
entonações em simultaneidade com as canções
tocadas em flauta doce,
modulações em sons de blues...

Palavras que não se unem à fusão das cores,
permanecem nítidas, únicas e puras,
paridas do coração, geradas pela emoção,
correndo pelos trigais, dourando os girassóis,
roçando violetas, borboletas, acácias azuis,
vivenciando o desabrochar dos arrebóis,
bendizendo as manhãs de cada dia,
entrelaçando, à noite, a estrela-guia,
e na madrugada silenciam,
pois sabem que o silêncio
faz parte da magia
e acorda a poesia.

_Carmen Lúcia_

Gosto de escrever, assim como de respirar.
Gosto de gostar, de tudo, e de criar.
Mas para se amar, é necessário inspiração.
Que brote ou venha de algum lugar.

Não precisa ter explicação.
Mas que ao momento dê alguma razão.
Imortal ou temporária.

Já á muito que parei de chorar
Por a dor que estava sentindo
Essa grande dor que me passou
Foi uma dor que não tinha sentido
Era uma dor que tinha no peito
Que na minha solidão desabafei
Voltei a ter vontade de viver
De chorar á muito que eu parei
Sempre que vinha esta dor
Não parava mais de chorar
Era uma dor tão intensa
Parecia que me ir matar
Desde que foi embora a dor
Voltou-me a vontade de viver
Meus olhos voltaram a brilhar
O coração não voltou mais a sofrer

De: António Candeias

Eu vou parar de parar,
parar de fazer.
Eu vou para de parar
parar de dizer.

Vou parando parando,
parando de voar,
mas vou seguir planando,
planando pelo ar.

Procurando do alto
um lugar pra eu pousar,
vou olhando olhando,
olhando até achar.

Mas vou parar de parar,
parar de falar.
Eu vou parar de parar,
parar de demonstrar.

E vou deixar o levar,
O levar de mostrar.
O balanço das ondas,