Blog de P.H.Rodrigues

Foto de P.H.Rodrigues

Feitiço

Sou delicadamente egoísta
ao pedir que me permita
melhor, que lambuze-me
com suas premissas

Me use e abuse
leve-me ao desconhecido
por um eterno apenas
não se segure

me assegure
que fugiremos dos poemas
que não é sonho de um cochilo

Que é inferno e não paraíso
que é real e não fictício
que é prazer e não feitiço

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Pancada

Hoje, só hoje, abre os olhos
abre a boca, olha o teto
senta-se, olha, olha e fica quieto.

Só hoje. Levanta-se, caminha
até a janela, e olha, olha reto
olha o mar, olha o céu, olha atento.

Só hoje, só por hoje, bate nas bochechas
ficam vermelhas, esfrega os olhos
boceja, mexe no cabelo, sorri, faz uma careta,
eletrocuta-se, retira-se do mundo, dos sonhos.

Age como um fóton em movimento
o quarto teu torna-se pequeno
torna-se elétron agitado, sente-se obrigado
sente-se contentemente necessário, saltar de camada.

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Seção

Linhas, curvas, formas, não pintadas ou desenhadas, mas escritas. Uma frase mais real e envolvente do que a outra, e o melhor, era só o início.
Havia ali, em cada página, uma mistura quântica de magia, que fazia-me devorar página após página sem perceber o passar das horas, e dos dias. Sei que tais grandezas não param, ou esperam, sei também que guiaram-me ao fim do livro, mas ao início de algo maior.
O término de minhas viagens havia chegado, levando-me à buscar novas. E assim, o fiz. Passando de seção em seção, ao fim do corredor, não pude deixar de reparar que uma morena muito envolvente, com corte de cabelo curto, e um sorriso largo, dividia agora seu olhar entre o livro que segurava e eu que me aproximava, também de sorriso aberto.
Travei ao escutar a resposta de meu "oi", proferido um tanto quanto tímido, mas segui firme, e comentei sobre aquela ser uma boa obra. Ela continuou sorrindo, e começo a fazer-me perguntas sobre o exemplar em questão.
Mais uma vez o tempo voava. E após quarenta curtos minutos, a Vênus revela-me que ninguém até então, havia tido tal visão sobre sua criação.
Surpreendi-me, não podia crer, estava a quase uma hora, proseando com aquela que proporcionara-me incríveis viagens! Então, se esse era o caso, eu tinha algo que precisava fazer, e sem pensar duas vezes, à convidei para tomar um sorvete, e ela, aceitou.

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Astros

Os fragmentos que se foram
brilham na espiral eterna
em meio a explosões

em torna da Terra
E da terra avista-se
em sonho o cometa
a cauda cadente,
da estrela

Que ressoa os acordes
em singelos toques
nas linhas da vida
e das vidas, ali contidas

E tudo torna-se belo
E tudo se torna um espetáculo.

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Vira Lata

E quando a palavra já não guia
o fogo não aquece
o tempo para

Lá se vai toda a energia
o recipiente padece
o espirito escapa

Ladra mais um vira-lata
por um simples e velho osso
em um simples e esquecido corpo
pra sentir um simples e monótono gosto

Que lhe transborda em baba
em memórias
de uma vida, e histórias
em tudo, em nada.

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Caminho

Lindos olhos arredondados,
Lábios milimetricamente detalhados
Castanhos, rosados

Pequenos tesouros,
dando forma a um todo
com fios ondulados
em suas pontas, cacheados

Uma pinta que pinta o exótico
que incita o querer, e explode
em seu ser, o mistério

De um Universo em forma
de sorriso, de olhar, de tocar
na fantasia, de que um dia
os universos possam se encontrar.

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Sereia

Me distraia, me traga,
mas não, não me traia,
não

Me encare, me amasse,
mas não, não me descarte,
não, até se der,
a vontade, me amasse

e guarde, só guarde
ou aguarde, no peito
o chegar, do aperto

e se apertar, abra-se
e abrace-me
e encante-me e cante
para mim.

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Pé com pé

Ah, olha só, quem eu vejo
E se vejo, olha só,
Quem eu beijo, olha só

Só, lá vem cá
De cá pra lá
Um, dois, um par
Sem parar

Como fostes
Sem que eu visse
Ou repetisse
Deixando-me a dançar

Ah, olha só, lá vai nós
Sem muita forma
Sem dar nós, passear.

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Nada além de nada

Em meio ao nada
Pergunto-me se no nada
Nada há.

E se, no nada
Não há nada
Como posso afirmar
Que nada há?!

Pois se há nada
No nada
Então há algo
Neste nada

Logo, existe algo
No nada
Onde se diz que nada há.

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Galáxia

Gelo e fogo
Mar invisível
Colidem os titãs
Explosões astrais

Arco-ires na ires
Olhos que olham
O extremo longínquo
Interno relevo

No vórtex externo
Que suga a luz
Não para de crescer

Consumidor de galaxias
Consumidor de mundos
Iternos, mundos

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