Blog de Allan Dayvidson

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DERROTA HONROSA

‎"Minha nova leva de poemas se chama 'CARETAS' e o primeiro poema é sobre este estranho sentimento (temporário como todo sentimento) de não fazer planos por hora, de me entregar a instabilidade, de me desconstruir sem previsão de reconstrução..."

DERROTA HONROSA
=Allan Dayvidson=

Abdico da pretensão cotidiana
e de toda e qualquer certeza cartesiana.

Eu tentei, me esforcei e agora... exijo respeito,
enquanto entrego minhas armas a meu adversário favorito.

É minha carta de desistência,
minha rendição ao incontrolável.
É o fim da última resistência,
minha entrega ao indomesticável.

Liberto-me da obrigação de sempre entender
e do orgulho de dar ou não o braço a torcer.

Ajustei, contorci, mas agora... rejeito expectativas.
Eu corri, me perdi, e por hora... não há caminhos ou perspectivas.

É meu agradecimento num bilhete,
meu adeus num buquê de rosas.
É meu retorno a fonte,
minha volta para casa...

Cheguei tão longe e o mais perto possível.
Fui resolvendo enigmas em nome do desejo impositivo.
Eu briguei, me dediquei e agora... tratarei dos ferimentos
enquanto minhas mãos permanecem banhadas em desprendimento.

É meu anúncio de rendição,
minha derrota honrosa.
Um acordo tácito com o desconhecido,
minha libertação corajosa.

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"SAYONARÁ"

"Mais um poema empoeirado que encontrei por aqui... O passado é o tema dele, uma despedida deste passado, ou melhor, há contidas nele três despedidas importantes. Este poema foi (e ainda é) o último de uma fase, e, logo, o primeiro de uma nova fase..."

“SAYONARA”
= Allan Dayvidson=

Pela janela, a paisagem fica para trás
e os respingos no vidro não são apenas os da chuva.
Momentos como aqueles, insubstituíveis
e minhas cicatrizes, um souvenir...

Debaixo do meu guarda-chuva vermelho,
escondi um sorriso encabulado,
mas você já deve ter encontrado uns cacos do meu coração
varridos para debaixo do tapete do seu quarto.

Não dá para negar, ter uma queda por você foi divertido,
apesar dos arranhões nos joelhos
E agora, daqui de dentro do ônibus
o vidro da janela também serve de espelho.

E pela janela, vejo você correndo
pedindo para eu jamais esquecer
aqueles momentos em que nenhum de nós estava no controle
e ainda assim sabíamos o que fazer.
Pela janela, digo “Sayonará!”.
Não se preocupe, ficarei legal.
Momentos como aqueles me concedem razões
para escrever novas histórias no próximo cartão-postal.

Bem agora, estou com os fones de ouvido
ouvindo algumas de suas faixas,
enquanto reviro minha mochila bagunçada
atrás dos resquícios de você que irão para minha caixa.

Incalculáveis lições aprendidas
e seu número na agenda do meu celular.
Queria poder te ligar qualquer hora dessas
e dizer o quanto aquelas equações me fazem falta.

Pela janela, vi em seu rosto
aquilo que você jamais conseguiu dizer.
Momentos como aqueles parecem não caber em palavras.
Mas saiba que eu sei...
Pela janela, digo “Bye bye!”
e espero que consiga entender,
pois momentos como aqueles não exigem muitas explicações.
Resuma-os apenas a mim e você...

Esta cidade não será a mesma coisa sem nossa bagunça,
sem momentos como aqueles,
sem seu jeito de me deixar vermelho,
mas fui até onde essas ruas me permitiram.

Pela janela, observei seu ato final
E aproveitei meus últimos momentos como um grande fã
expectante diante da possibilidade de me sentir...especial.
E pela janela, a paisagem ficou para trás
Enquanto eu escrevia meus agradecimentos no embaçado do vidro
Momentos como aqueles ficaram resignados a uma única palavra:
“Adeus”

Adeus...

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É QUASE NOSTÁLGICO

‎"O último poema da coleção 'É Quase Nostálgico' em que reuni poemas novos e velhos que expressavam essa sensação engraçada de ver algumas coisas da minha história quase como se fossem da história de outra pessoa... uma boa história, devo dizer..."

É QUASE NOSTÁLGICO
=Allan Dayvidson=

È quase nostálgico...
os riscos nos velhos discos,
esboços cravando outros ritmos no vinil...

Lembro da sensação do sol,
das histórias sob o lençol,
das brincadeiras no quintal... Tão livre...

Apenas esta visão panorâmica
permite que eu veja toda a dinâmica
que me trasformou e, toda irônica, me trouxe aqui...
Cada coragem inocente e medo tolo,
cada alegria simples e fatia de bolo,
cada segredo e "jura de dedo" me confiando a mim...

É quase nostálgico...
o coração pulsando acelerado,
o fôlego jamais preparado... para o amor...

As férias do final de ano,
as estrelas bordadas no céu de pano,
muitas lições e alguns danos... ainda vivem...

Mas daqui vejo outro horizonte,
águas se renovando a todo instante
e eu já não sou a mesma fonte que todo mundo conheceu...
È quase nostálgico,
rever os álbuns deste passado
como se fossem de um conto mágico...
e não da vida que me tornou... meu.

Foto de Allan Dayvidson

"RECEITA DE MIM"

"Este poema é muito antigo, escrevi anos atrás. Não é bem um receita (nem poderia ser) no sentido estrito, mas sim um pouco de minha história, de coisas boas e ruins que contribuíram mais ou menos para quem sou."

RECEITA DE MIM
=Allan Dayvidson=

Nasça em uma família disfuncional;
Descubra o atrevimento que é ser natural;
Mantenha seu coração encarcerado por um tempo;
Machuque seus pés no chão de concreto.
Busque proteção debaixo de seu cobertor;
Experimente inventar um verdadeiro amor;
Finja estar bem e treine seus melhores sorrisos;
Banque o bom garoto, mas conserve-se impreciso.

Depois, comece mesmo a incomodar;
Desarrume toda mesa e troque de lugar;
Atreva-se a ter e expor zilhões de opiniões;
Aproveite uma bela dose de rejeições!

Tenho praticado a vida inteira.
Não faz ideia do quanto é bom.
Leva um tempo até pegar o jeito, mas juro,
logo você começa a ser legal com seu coração.

Aprenda a amarrar bem seus cadarços;
Enfeite seus sentimentos com belos laços;
Sinta o coração de alguém durante um longo abraço;
E tirar o seu daí de dentro é o próximo passo.

Eis alguns ingredientes da receita de mim,
Mal começamos, ela não para por aqui.
Mas o caminho já percorrido eu sei de cor
e para ensinar a você não há ninguém melhor.

Foto de Allan Dayvidson

MINHAS FORÇAS

"Às vezes, eu saio do sério ao perceber o bando de gente bacana que tem por aí e, por conta de modismos ou convenções sociais, são tratadas como não merecedoras de atenção, respeito e admiração... Daí veio este poema..."

MINHAS FORÇAS
-por Allan Dayvidson-

Você... você que perdeu o lugar na fila;
Você que tantos ainda subestimam;
Você cujos versos nem sempre rimam...

Você... você e os cacos de seu coração;
você que teoricamente é inviável;
você que ninguém convidou para dançar...

Aqui estão minhas saudações!

Serei suas ataduras, sua armadura;
Serei seu desafiante, uma nova aventura;
Seu dedicado aluno e seu professor;
Serei seu maior devoto, seu admirador.

Você que deseja mais que a sobrevivência;
Você que se curva diante de seus próprios equívocos,
mas que continua a se recusar a ficar de joelhos...

Você... você e seu código de conduta sensível;
Você cuja bravura é honesta e sutil;
Você que abomina caridade pretensiosa...

Aqui estão minhas esperanças!

Serei sua tropa, seu diplomata;
Serei um de seus trunfos, sua carta;
Serei um bom amigo; serei um abrigo;
Sua frente de resistência, sua potência.

Você... você cujos sentimentos fazem rebelião;
Você cujos pensamentos tramam revoluções;
Você que já tem uma causa legítima...

Aqui estão minhas forças...

Serei seu defensor, seu escoteiro;
Serei seu protetor, seu fiel escudeiro;
Serei seu militante; serei seu amante;
Serei um guardião confiante; seu cavaleiro...

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QUIMERA

"Alguém já disse que o todo não é igual a soma das partes. Uma pessoa não é mero amontoado de características dispostas aleatoriamente como uma fera mitológica, mas sim uma composição na qual os elementos se comunicam, interagem e muitas vezes até se rejeitam... Ninguém é uma Quimera..."

QUIMERA
-Allan Dayvidson-

Olha minha cara,
sou o velho fedelho de sempre,
pretensioso e fora de moda.
Acredite, é o melhor que tenho a oferecer.

Meu Allstar não faz barulho,
meu nome não faz soarem violinos,
e meu coração vem num embrulho
feito dos velhos jornais que roubei de você.

Mas sou um arranha-céu nas fundações,
repleto de sonhos e grandes concessões,
estigmatizado e monitorado por eras,
o único de uma espécie tratado por quimera.

Tenho amigos de uma vida inteira;
tenho guardiões de tantas maneiras;
tenho comparsas, assaltantes de geladeira;
e um mundo inteiro tentando me empurrar da beira.

Mas sou um traço de vários autores,
os escombros de três amores,
um novo pigmento feito de muitas cores,
um elemento raro tratado por quimera.

E você tenta me alimentar
como quem alimenta uma fera enjaulada,
como se soubesse melhor que eu qual é a fome que me governa...

Eu já estive na instituição de adestradores,
no território de impiedosos caçadores,
no jardim de amantes amadores
e no coração de corajosos admiradores

Mas não sou as formas das esculturas;
ultrapasso a leviandade das caricaturas;
escapo aos moldes e às velhas conjecturas;
sou uma vertiginosa espiral tratada por quimera...

Sou um fenômeno sem precedentes
e de uma inocência quase indecente;
um resultado que desafia sua própria equação;
um homem em permanente construção tratado por quimera.

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NON BELOVED BOY

‎"Você acorda de manhã, vai de cara amarrotada para o banheiro e resolve dar uma bronca em si mesmo diante do espelho!... Foi assim que este poema nasceu!"

NON BELOVED BOY

Antes que você comece com a velha ladainha,
e de seus lamentos começarem a congestionar a linha,
trate de catar os retalhos de seu coração espalhados no asfalto,
pois esse trânsito caótico não precisa de seus desabafos,
meu caro non beloved boy.

Sempre tão determinado a fazer sua queixa
e seus choramingos parecem aguardar qualquer deixa
e logo você está remendando e bordando e deixando pontas soltas
nas quais se dependura e balança...
Coidadinho do non beloved boy!

Por quanto tempo vai ficar nessa de viver bancando uma espécie de mártir do amor?...

Até dá para entender o quanto tem sido solitário,
e que dói sentir-se mais sensível que o poder de compra de seu salário.
Mas só porque sensibilidade vende não desperdice seus esforços
oferecendo seu coração por alguns centavos em poemas tristes,
meu querido non beloved boy...

Por quanto tempo irá investir nessa busca insana por um suposto crème de l'amour?

Seus pés estão cansados, seu fôlego esgotando;
seus ossos quebrados, mas seu coração pulsando.
Chega de bancar o bebê chorão que perdeu o brinquedo,
pois você merece mais que os amassos entre a carência e o medo.
Minhas palavras podem ser conchas duras, mas trazem pérolas.
E poderia entregá-las de outra forma, mas estou uma fera!
E não permiterei que você continue fazendo isso consigo mesmo,
enumerando rejeições e largando-se a esmo.

Não há qualquer verdade do amor que eu possa oferecer,
mas espero que perceba entre os versos deste poema o quanto me importo com você!

Foto de Allan Dayvidson

VERDADE

"Às vezes, refaço umas questões para mim mesmo tentando reafirmar ou refutar a última reposta que obtive. Muitas vezes, é um jogo quase doentio em que duvido de muitas coisas que eram tão certas e claras para mim... Mas algumas vezes, acontece alguma coisa que me lembra exatamente por que eu acredito tanto naquilo..."

QUERIA TANTO QUE FOSSE VOCÊ

Nunca pensei que seria mais uma vez sobre você,
menos ainda que estaria cercado por palavras tão amistosas.
Não sei ao certo sobre o que escrever,
mas sei que a força que move meus versos é poderosa.

Aprendi algumas coisas com passado
em canções, insights e vibrantes brainstorms.
E acho que, de alguma forma, nós dois sempre estaremos errados,
mas os laços ainda existem não importa no que se transformem.

Como eu queria... que você alcançasse meu coração...
e o colocasse em suas mãos...
e com todo cuidado ouvisse o que ele tem a dizer.
O que mais queria... dentre devaneios e divagações...
é que o colocasse em suas mãos...
e o sentisse disparar, pulsar... e pulsar por você...

No entanto, a verdade sempre parece estar à prova
e eu procuro evidências em meio aos escombros.
Mas lembro que a maior parte das verdades sempre se renova
e, então, as encontro por trás de seus óculos e fora dos meus ombros.

Achei que fosse você...
que fossemos nós...
(Queria tanto que fosse você...)

Como eu queria alcançar seu coração
sem ter tanto medo de deixá-lo cair de minhas mãos.
Queria conseguir lhe contar, antes do silencio se reerguer,
que meu coração talvez nunca deixe de disparar por você.

-Allan Dayvidson-

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AMOR

"Tendo a complicar muito as coisas (este sou eu), mas tentei fazer deste poerma um esboço inaugural dos meus esforços para ver as coisas mais como elas são sem tentar dissecar cada detalhe buscando significados em tudo. Sabe,... Às vezes, é apenas amor!"

AMOR

Às vezes... é apenas amor...
um forasteiro e nada cerimonioso amor.
Queria que você fosse capaz de ver...
Queria que pudesse entender o que acaba de me acontecer...

Não é perfeito
ou mesmo equilibrado,
ou sempre oportuno,
ou saudavelmente abnegado.

De vez em quando, é nada além de medo...
medo de que o medo tenha razão e o amor acabe cedo.
Talvez acredite não ter muito a oferecer,
e, mesmo assim, um dia, alguém perde a fala diante de você.

Mas se for amor, ouça bem o que ele diz sobre você mesmo.
Às vezes, palavras, às vezes, declarações silenciosas.
Ouça-o antes que ele se cale.

Às vezes, é apenas amor se debatendo com tanta coisa no mundo.
Nem sempre é da melhor maneira, ou na melhor das horas.
Mas é sempre um amor tentando ser feliz porta afora.
Nem sempre correspondido, nem sempre bem recebido...

Mas, se for amor, talvez possa valer uns passos a mais
em direção ao desconhecido do coração de outra pessoa.

Então, por favor...
Receba agora meu sentimento pelo que é...
Apenas amor.

(Allan Dayvidson)

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COPIE E COLE

"Depois de um curto episódio técnofóbico, tive q me desligar da Matriz! rsrs :B... Eu não voltaria sem um poema, é claro! rs..."

COPIE E COLE

Discursos infalíveis paralizantes
e esqueço de dizer o importante.
Mas da próxima vez em que me atrever a ser ouvido
espero ao menos fazer o mínimo de sentido.

Arrastado no fluxo de informações
um logo delay para processar opções,
a um clique de comprometedoras confissões,
mais uma página e parto alguns corações.

A vida é divertida para quem segue as regras:
"Copie e cole!" "Pegue algumas pedras!"
Mas qual é a sensação de ter o poder em suas mãos
e esse monte de baboseiras saindo de suas teclas?

Você se prepara para navegar em seu oceano particular.
Haveria algum problema se eu somente molhasse meus pés?

Porque você me deixa sem palavras
e viciado em seus olhos refletidos no monitor.
Acredito em tudo que você acredita
até que a próxima postagem prove o contrário.

(Allan Dayvidson)

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