Blog de Ana Botelho

Foto de Ana Botelho

DESCONFORTO

Andamos passeando ao relento, eu e a minha saudade,
Vendo os dias, madrugadas e horas lindas que tivemos.
Os meus olhos deslizam e percebem ao meu redor
Cada suado avesso que sentimos e que a sós vivemos.
Tantos gestos de afeto, os prazeres, deliciosos grunhidos
Que ainda me envolvem, em sensações de levitar,
Foram entregas totais, cumplicidade, arrepios e gemidos,
Pedaços preciosos de nós dois, que não serão perdidos.
Meu pensamento se transborda e busca em cada essência
O meu alimento nas palavras soltas e perdidas no tempo
Vagueiam por entre oceanos e espaços infinitos
Absorvem emoções que me entorpecem os ouvidos,
São as nossas energias, só nossas, ressoando ao vento...
E que para cada detalhe, tenho ainda o gesto certo,
Nossos beijos trazendo ainda os turbulentos desejos,
E fico assim, a cismar, com os meus questionamentos
Quando longe você está, isso só porque não lhe vejo.

Foto de Ana Botelho

VOCÊ FOI EMBORA

"Todas as coisas que eu imaginei e planejei para nós
Inclusive tudo o que sonhei, já quase nem existem mais
Você se foi e arrastou alguns arquivos da minha memória,
Porque o amor que eu senti e que nasceu bem cultivado
Inocente e tão lindo entre nós, ficou muito fragilizado,
Não restando dele quase nada pra contar a nossa história.
E eu fiquei, em versos, recriando a beleza que vivemos
E ao fazê-lo, senti aqui dentro apenas um vestígio dela.
Quem sabe, um dia, possamos entender melhor tudo isso,
Talvez com uma visão mais madura, que ainda não tivemos...
Eu só desejo que você volte e me busque para eu ser feliz,
Porque o nosso destino quem cortou foi você esse ato,
Eu não fiz nada contra ou favoravelmente, nem armei,
Somente vivi o que me coube com um extremismo esmerado,
Será que foi aí, que querendo me doar inteira, eu errei?

“Ao olhar para o alto, verá que eu pus o meu nome escrito no céu
Só pra você se emocionar, sentir o meu amor e de mim se lembrar,
E mesmo se você foi embora, a saudade vai fazer você voltar.”

Foto de Ana Botelho

PARA CAROLINA

Quem me dera, Carolina, se pudesses agora sentir
O afã das benditas emoções que despertas em mim
São mais lindas que os lindos sonhos de amor que vivi,
E muito mais perfumada que qualquer flor de jasmim.

Quando estavas projetando e rumando o caminho daqui
Já podia perceber o que farias e o que serias no meu jardim,
Pétala orvalhada em tardes primaveris e nas manhãs outonais,
Que nem lírios, lilases ou todas as outras flores ornamentais
Conseguirão traduzir a beleza infinita que trazes no olhar

Como alegres sementes que de tanto me olharem, reluzem sem fim
Todos os lumes do ouro, da prata e dos mais preciosos metais.
Só espero, Carol, Carolina, que as luzes que tens nos teus olhos
Sejam eternos faróis a guiarem os teus passos encantados
A destinos bem mais felizes que os hoje podemos te traçar,

Onde os dias sejam a realização de grandes tarefas de amar
E as noites, pretextos para os sonhos que mais gostares de sonhar.
Vida minha, jóia rara, que este imenso amor que eu sinto agora
Resplandeça por todas as vidas que ainda iremos atravessar
Em chegadas e partidas felizes, pois sempre saberemos voltar.

Foto de Ana Botelho

FOI FUGINDO DE VOCÊ...

FOI FUGINDO DE VOCÊ...

Foi teclando e conhecendo e você,
Que descobri tão pura mente
E o amor que faltava em mim
Chegou sem eu ver, lentamente,
Foi pensando, sem querer, em você,
Que vi o meu coração se enternecer,
A paixão aflorar sem controle, e
Querer o seu perfume continuamente...
Foi olhando muitas vezes para você,
Que bebi esse seu sorriso dengoso,
E como um fogo ficou a me devorar,
Pasme! Cheguei a um orgasmo, gostoso!
Foi me acostumando com você,
Que tentei, mas não soube mais sair,
Nem pegar de volta os meus sentidos
E aqui estou, escrava de mil cupidos.

Foi negando, mas querendo você,
Que me perdi dentro de todo esse tempo
E desde que você de mim se apossou
Acesas são as minhas noites, os meus momentos

Foi me abstendo e não bebendo você,
Que me embriaguei no seu sabor
Ficando a mercê do seu carinho,
Dependente compulsiva do seu amor.

Foto de Ana Botelho

NATAL PERMANENTE

Que não só nesta noite única,
Mas também, durante o ano inteiro
Todos tenhamos a suave presença
Do Anjo lindo e cristalino do Natal
Assim, o nosso deserto mais árido
Reverdecerá, a cada manhãzinha,
E o afago tranquilo do amor,
Cantará a sua eterna canção matinal
Aí, pediremos ao Anjo, toda vez
Que passar pela Terra, que nos abrace
E nos balsamize com a sua essência salutar
Alegrando os corações por igual
E que a solidão quando chegar,
Não seja importante, nem dure,
Porque Ele em nós sempre estará
Construindo um gesto universal,
Pautado na grande delicadeza,
Do vento, aliviador das agonias,
Que cochicha por entre as árvores
Toda a sua musicalidade habitual.
Seja em quaisquer momentos,
Desde o seco farfalhar das folhas,
Até o pesado murmurar das ondas,
Vencedoras dos recifes em coral,
A fim de que os pesos não arrebentem
Os nossos frágeis e doridos ombros,
Receberemos tão somente os ingredientes
Para temperar, na medida do nosso sal,
Durante os atos rotineiros que praticarmos
Porque eles serão o nosso eterno cartão
Para nos apresentar em qualquer situação
Terão o registro das nossas marcas individuais,
Pois arrastamos o que somos, e seremos,
O acúmulo de tudo o que pensarmos,
Fizermos e desejarmos ao outro, regatos
Perenes, em seus grandiosos mananciais
Que renascem e crescem a cada estímulo,
Onde todo o universo se completa
Entre vidas e sobrevidas intermináveis
Dos nossos preciosos projetos imortais.

Foto de Ana Botelho

DIVAGANDO

Onde estarão os que sorriram e estiveram comigo...
Será que pousaram as suas vidas em meras fantasias,
ou ficaram voejando pelos vales em repetidos círculos,
como libélulas douradas, mas que também se apagaram
ao primeiro contato ao reluzir a primeira luz intensa,
lá, onde os corações famintos de calor sonham chegar,
porque foi naquele lugar que sempre desejaram estar
na ânsia incontida das buscas e dos seus próprios projetos,
mesmo sabendo dos riscos que certamente correriam,
de bombardeios, de tolas emoções vividas em vão,
será que apesar de tantas tentações andaram monte acima,
ou ainda estão distantes sem que os seus ouvidos
pudessem se sensibilizar e alcançar esses apelos .
Talvez eles ainda arrastem por aí a sorte de se saberem
intimamente dominados pela força eterna do amor,
ou carregam a sua enorme dor, a da pesada solidão.
Emanciparam, ou nem ousaram sair dos seus rústicos casulos,
permanecendo em estados latentes... apenas estáticos...

Tem dias que me dá uma enorme vontade de ficar assim,
ausente da realidade tão tosca e cruel e não resistir
ao desejo incontido de morar em um mundo abstrato
e lá, criar um universo de todos os que sonham em partir.

Foto de Ana Botelho

ALMA DE MULHER

ALMA DE MULHER

“Ser mulher é conhecer o mais íntimo sentimento
É tornar forte e iluminada a sua consciência.
Lançadora destemida das máximas cartadas,
Cria, sonha e sem temor se envolve nas essências.

Como que levada por um redemoinho incandescente,
Mas com naturalidade, surge o seu clarão inesgotável,
Que ilumina a alma de cada pensamento profundo,
Rasgando-lhe as vestes e deixando-a devassável.

Conhece a magia de todas as fases e forças da lua,
Sempre busca em zonas abissais o mistério submerso,
Energiza-se no sol, sempre, como seu amigo maior,
Pondo isso tudo o que ela sente na alma, num só verso.

A mulher como ser é único, vive inebriado e inebria,
Cantadora de encantos, desencontros e da plenitude da vida,
Consegue revelar, em palavras, o semblante do seu semelhante:
Que ares demonstra e, com precisão, descreve-lhe as desditas.

Como um mágico especializado em camuflar-se,
Segue a sua sina sem reclamar, porque ama,
Ama o outro como a si mesma e sabe disso,
Porque perpassa agonias e delas não reclama.

Especialista, é sábia conhecedora da alma e da dor alheia,
Seja ela colhida tenramente, ou a que se arrasta até madurar.
Mestra em metáforas, rimas e métricas, abraça o universo,
Mas nem sempre feliz, pois lhe escapa a própria arte de amar..."

Foto de Ana Botelho

DIÁRIO DA ALMA FEMININA

FRAGMENTOS DO LIVRO A SER LANÇADO EM BREVE:

DIÁRIO DA ALMA FEMININA.
"A mulher, por sua forma polêmica e única, arrasta consigo uma história que além de triste, é um dos retratos mais fiéis que temos da tortuosa evolução da humanidade, dos seus grandes preconceitos e de monstruosidades cometidas como forma de camuflar os desastres cultivados nos seios das famílias desajustadas, onde os complexos variados eram repassados aos seus descendentes, um método presente na velha tradição familiar era a de se lavar a honra de um parente querido com o sangue alheio, ou mesmo outro tipo vingança desmedida como se esta compensasse um crime anteriormente realizado. Além da figura da fêmea, qualquer outra criatura que tivesse nascido com a predominância das características “femininas” de ser, teriam marcadas em seu destino uma triste síndrome, uma espécie de anomalia social, ou seja, a de passarem a vida inteira buscando a sua real identidade..."

"Quem nunca travou desafios incansáveis para desfrutar dos direitos que por lei lhe pertenciam há séculos? Quem foi que sempre trabalhou por uma família mais amorosa e por um mundo bem mais justo, carregando, na maioria das vezes, a debochada caracterização de "piegas", ou "reacionária fracassada"? Se você ainda não ouviu tais comentários, certamente, eles estão velados, embotados e que só serão percebidos em atitudes de pessoas que parecem nos amar mesmo as mais próximas..."

"E qual assediada nunca recebeu:
- um telegrama misterioso de um amigo do seu pai, acompanhado de calcinhas comestíveis;
- um beijo roubado pelo marido da vizinha de andar, no elevador do seu prédio;
- umas piadinhas inconvenientes daquele coroa que ficava todo torto quando você passava para o colégio;
- uma perseguição indesejada e vergonhosa, pelas ruas quando ia fazer compras;
- um beliscão nas pernas sob a mesa, durante um jantar de família, por aquele marido ridículo de uma prima, ou da sua melhor amiga;
- um recadinho atrevido jogado na varanda da sua casa vindo das mãos de um respeitado chefe religioso do bairro;
- uma cena de masturbação em uma praia, ou praça obrigando-a a ir embora imediatamente;
- uma esfregada extremamente incômoda em um ônibus lotado e teve que se calar com receio de desencadear uma confusão em público;
- a sua residência violada por um tarado causando um distúrbio sem fim em sua vida, com processo, audiências e situações de constrangimento diante de estranhos e amigos;
- uma briga enorme que pensou ter causado, envolvendo um irmão, por atrevimentos vindos de pessoas outras;
- propostas de riquezas e casamentos estranhos, onde a sua casa seria em local deserto e freqüentado apenas por este suposto romance;
- uma literal luta corporal para se desvencilhar de um assédio de alguém que namorasse uma aparenta, ou uma amiga;
- bilhetes de desconhecidos com propostas ridículas colocados no limpador de pára-brisas do seu carro, bolsa, ou entregues em restaurantes por terceiros...
Estas são algumas situações pelas quais odiamos passar, mas que, por estarmos representando o sexo feminino, somos alvo dos "machistas" preconceituosos e que na maioria delas não podemos reclamar, nem retrucar porque logo somos consideradas as "culpadas" pelos assédios recebidos. Registro aqui a declaração de uma jovem que passou por uma situação complicada de quase violência sexual e que, ao chegar à delegacia para registrar a queixa, foi debochadamente abordada pelos plantonistas enquanto faziam as perguntas recheadas de um sorriso irônico sobre os fatos, traumatizada e controlando um grande desespero, só não desistiu de realizar por completo a denúncia por causa do seu compromisso com ela mesma e com outras pessoas que já passaram, ou que podem um dia se deparar com tal absurdo.
As pessoas “femininas” também sentem desejos, têm preferências, sofrem de afinidades físicas com outras pessoas e, por isso, deverão ter oportunidades de participar de escolhas e terem o direito de dizer "não" quando acharem necessário..."
(NÃO PERCAM, DENTRO DE ALGUNS MESES NAS LIVRARIAS)

Foto de Ana Botelho

LIVRE POR EXCELÊNCIA

LIVRE POR EXCELÊNCIA

Jamais
Quero ser
Casada
Outra vez
Se eu
Repetir
Esse intento
Infeliz
Garanto
Que fiz
Crescer
Meu nariz.
Eu saio
E durmo
À hora
Que gosto,
Jamais
Vou pensar
De novo
Em casar.
Nem mesmo
Promessa
Ou jura
Sem fim
Consegue
Mudar
O que quero
Pra mim.
Conheçe-se
Anjinhos
Com cara
De gente
Mas quando
Mistura
A escova
De dentes
Revela
O que é
Egoísta
E doente.
Não sei
Como podem
Gostar
De ficar
Em prisão
Dolorida
Nas mãos
De alguém
Que lhe crava
Feridas,
E você
Diz amém?
Tenha piedade!
Amar
Não é isso
É vôo, querida
É cuidar
De algúem
Que liberta
Dá vida.
Não pense
Nem camufle
Com pose
E disfarces
Fingindo
De morta.
Quem fica
Pensando
Que engana
Os outros
Com cara
De bofe
Que pode
E não sofre
E escondido
Se enche
De drogas
E cofres,
Só vive à toa
Em carros
De luxo,
Tem cara
De broa
E dorme
Com bruxo
Se mira
No espelho
Socorro
Que susto!
Vive alheia
Sem norte
Prefere
Ser burra,
Mas quando
Sozinha
Blasfema
E urra.
Tem máscara
E jeito
De gente bonita
Mas chora
E grita.
Tomara
Que nunca
Precise
Acordar.
São poucas
E boas
Que também
Já passei
Em meses
E anos
De dias vazios
Chega,
Cansei.
Mais valem
O bom sono
E a solidão
que ferir
E esquecer
O meu coração.

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PRECONCEITO...FORA...

PRECONCEITO ...FORA...
( Manifesto a tragédias que ocorrem em plena luz do dia)

Que as nossas convicções predominem sobre o fanatismo infundado,
Que quaisquer espécies de origens políticas, religiosas, ou sociais
Não nos confundam, nem dividam tanto essa nossa frágil sociedade.
Que as contradições absurdas, que todos já percebemos letais,
Não encontrem mais espaço e assim desapareçam os conceitos ilógicos,
Alicerçados nas mentes doentias, herdados dos antigos supersticiosos,
Todos eles perdidos em um passado muito distante e vergonhoso,
Época em que as pessoas não tinham o conhecimento cientifico
E que especulavam o que a soberba e a megalomania permitissem,
Deixando que o orgulho e o egoísmo comandassem as suas atitudes.
Defendermos essas pseudo-idéias tolas e ultrapassadas nos elevam,
Seria retroceder a longos períodos inúteis, sem objetivos claros e dignos
Na nossa era atual, compactuarmos com involuções todas tão amorais.

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