Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Um olhar, um toque,uma carícia...

Se me olhares diferente
e me vires da maneira que sou,
olhar de quem vê com calma
ainda que com olhos de quem nunca amou,
descobre minh’ alma,
ver-te-ás dentro dela,
perceberás a força de tua presença
e quanto me dói tua indiferença...

Se me tocares mesmo displicentemente
sentirás que desse simples toque irreverente
aflorará o frêmito que denuncia
o imenso amor que mantenho calada
tentando iludir esse torpor que hipnotiza
meu corpo
e que a um simples toque teu
ele se fragiliza, se fragmenta,
ante teu poder que me arrebata...

Se me acariciares levemente
e me olhares com olhos de ternura,
se me tocares suavemente
e me falares com brandura
pensarei que foi um sonho ou fantasia
e acreditarei na utopia.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Queria, nesse momento...

Queria nesse momento...
cores.

Não as cores costumeiras,
desgastadas, rameiras,
que os olhos já se cansaram de ver.
Mas aquelas impactantes,
surpreendentes, arrogantes,
mais do que cores...Perfeição!
Tonalidades únicas...Aparição!

Queria nesse momento...
flores.

As mais singelas, campestres;
florir as suas vestes
de cores transcendentais...
Fazê-las sorrir, anormais,
sentindo-se entre todas,
as mais belas...
E de sua essência, o primor,
matéria-prima para nosso amor.

Queria nesse momento...
o poder.

Não aquele que domina,
que aliena, obstina,
roubando do homem a estima,
seu desígnio de ser...
Mas o poder que eleve,
levando-me juntinho a você...
Onde só o amor se atreve
a ser dono do poder...

Não aquele que se acaba,
*...infinito enquanto dure...
Mas aquele que perdure,
entre cores e flores...No apogeu!
Único e verdadeiro...O Seu!

*Soneto da Fidelidade (Vinicius de Moraes)

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Somente hoje...

Hoje eu quero esquecer as tristezas,
andar livre pelas ruas, reverenciar a lua,
achar que o mundo é acervo de belezas
e que a amargura é fruto da imaginação...

Reencontrar amigos que há muito não via
e juntos chorarmos o riso da alegria
relembrando o tempo em que a gente sorria
nas calçadas tortas da nossa ilusão.

Quero rostos corados virados pro sol
refletindo neles a luz do arrebol,
apagando as rugas presas em suas testas,
envolvendo a todos num clima de festa.

Hoje eu quero ver estrelas enfeitando o céu,
quero ouvir canções feitas por menestrel
e achar que o mundo não é mais cruel,
tudo que é ruim passou e a dor já teve fim.
Quero a vida assim...

Hoje eu quero abrir as portas, escancarar janelas,
deixar voar os sonhos livres de tramelas,
nada que os impeça de poder voar...
Quero ser teleguiada por meu coração,
que me perdoem o juízo e a discrição,
que a razão se ausente e deixe a emoção
dançar comigo a dança da imaginação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Silêncio!(prece para minha mãe)

Uma breve pausa...calem-se todas as vozes...
Murmúrios de riachos, gorjeios de pássaros,
Assobios de ventos, lamentos, alaridos,
Gritos incontidos, gemidos, rangidos...

Somente as batidas de meu coração
Que agora chora, desmedida emoção...
Teu rosto nitidamente se retrata
Na moldura dourada de minha ilusão,
Teus olhos, dois faróis a iluminar...
Da janela da alma clareiam, me fazem enxergar.

Tua voz...Ah, tua voz que brandamente
Percorria os espaços, enchendo-os de alegria,
Era voz de harmonia, voz de sabedoria.
Nunca se calou...Ouço-a suavemente
No início das manhãs, ao deitar-se o sol poente.

Mãos de anjo...ainda sinto teus carinhos
A afagar devagarinho minhas dores, desilusões,
Ainda devem estar macias, possuem a supremacia ...
Nem a morte é capaz de apagar.

Mãe, esse silêncio é mais que uma prece...
É um grito de dor, é saudade, é amor que só cresce
Do amor que a mim despojaste, sem dimensão,
Que me faz caminhar, que me dá proteção
E que abraço por todos os cantos por onde passo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Das vezes em que fui só razão...

Das vezes em que fui só razão,
ponderada, resignada,
sem cometer deslizes,
em busca da lúcida palavra,
gastei todos os matizes
em versos desfalcados,
cores maquiadas,
enquanto calava a emoção...

Das vezes em que fui só razão,
pisei caminhos planejados,
sem flores nem espinhos,
sonhos delimitados...
Quis me convencer que o certo
sacramenta o concreto
inserido de verdades,
subestimei a realidade.

Das vezes em que fui só razão,
não deixei o coração
reger o meu compasso.
Ditei as minhas leis
na retidão de meus passos
dos anseios me privei
desprezando a emoção.

Quando o amor veio me bater
percebi a insensatez ...
Não tive como ceder,
falou a voz do coração
em alto e bom som,
calando o certo e o errado,
incentivando a intuição
a falar sempre mais alto
tendo em meta a emoção.

_Carmen Lúcia _

Foto de Carmen Lúcia

Jamais digas

Não...Não digas que não me amaste...
Soaria falso, incoerente com o que se passou,
com o que senti ao ter-te em meus braços,
com o teu calor e frenesi, suores e abraços,
com o pulsar descompassado de teu coração
batendo em ritmo de entrega e emoção.

Não, jamais digas isso...
Não sejas tão dissimulado...
Não haveria coerência, soaria destoado,
pois minha alma reflete teus sinais,
o meu corpo, marcas de teus anseios carnais,
ousados momentos, que consideras banais.

Não...Dizeres isso nunca mais!
Se queres fingir, pois, faze-o então,
Se queres fugir, fujas se és capaz...
Mas não mates em mim a ilusão
de ser um dia feliz
dizendo-me o que teu olhar não diz.

_ Carmen Lúcia_

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Mãe é eterna

Da parede de meu quarto
cuida-me o teu retrato,
pintura à óleo, indescritível,
imagem que me fala,
imperceptível, o que preciso ouvir,
sussurrando aos meus ouvidos
o canto de uma fada,
voz em mim gravada ao te ver partir...

Teu olhar a me seguir de onde tu estás,
aflito com o que faço, com o que eu possa errar...
Acaricio o teu rosto, beijo tua face,
peço que me abençoes e venhas me brilhar,
és luz que me alivia, me induz a acertar.

Guardo teu sorriso meigo
e sem qualquer disfarce
deixo cair as lágrimas da dor que me quebranta
em meio às lembranças que permeiam os cantos
da casa onde agora o silêncio mora
velando teus encantos em forma de saudade
que ao mesmo tempo arde
e me revigora...

Mãe é para sempre, é amor eterno,
ser que não se acaba mesmo quando ausente,
mesmo quando cedo sai sem ir de nossa história,
marcando com os seus gestos, a nossa memória,
presença radiosa a preencher vazios,
caminho que nos leva e traz de volta ao ninho.

Em cima da mesa a toalha bordada
por tuas mãos de artista, como era antes,
espalhando euforia dos dias de festa,
doravante, desses dias, é o que me resta.
Tua vigília sacrossanta nas noites de medo,
tua luz sempre acesa nas horas de escuro,
os carinhos que não esqueço, verdadeiro abrigo,
colo que abraço e beijo ao sonhar contigo.

_Carmen Lúcia_

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Melhor assim

Deixei que o tempo passasse e me deixasse
ancorada em mim mesma, arrebatada
pela vida que não soubera viver,
pela coragem que jamais chegara a ter.

Deixei...simplesmente deixei...
Vi tudo passar e nada fiz
por mim , por nós, por tudo que mais quis.
Pelos sonhos irrealizados que almejei ...

Fui covarde, insensata, não ousei...
Deixei que a sorte batesse em outra porta
e os meus sonhos escapassem pelos vãos...
Sou um vazio, espaço frio, semi-morta.
Melhor assim...sem ter você, o que importa?

_Carmen Lúcia_

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Ousadia

Caí de pára-quedas em seu quadrado,
invadi sua intimidade,
me fiz íntima de seu pecado,
distorci minha identidade,
apartei-me de recatos,
apossei-me do que é seu...
Minha foto em seu porta-retrato,
minhas marcas no tapete do quarto
como se o lugar fosse meu...

Deixei de lado a candura,
o meu olhar de brandura,
mudei o meu modo de ser...
E ainda inconformada
joguei a última cartada...
Foi um blefe pra valer;
quase paguei pra ver...

Agora, ou tudo, ou nada...
Quem sabe será dessa vez...
Ou lhe ganho na virada
ou jamais lhe torne a ver...
Prefiro que seja assim;
quem sabe se assim me vê...
Permanecer no marasmo
é o mesmo que lhe perder.

_Carmen Lúcia_

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Maria

Oh, Mãe de Deus!
Abraça-me, conforta-me,
oferta-me o colo teu...
Enxuga minhas lágrimas,
sejas meu Cirineu...
Acaricia minha alma,
tua presença me acalma...
Vejo-te envolta de luz
quando cerro os olhos meus
e te imagino assim...
Perto de mim!
Sei que lês meu coração
e o que te rogo
não será em vão...
Envolve-me em teu manto,
inviolável, sacrossanto.
Entrego-te minha vida...
Cura-me as feridas,
oh, consagrada Maria...
És a minha poesia,
a minha alegria,
a minha Ave Maria!

Carmen Lúcia

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