Blog de Carmen Lúcia

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Amo a Língua Portuguesa

Amo a língua portuguesa.
Com franqueza, com pureza, com certeza.
Ela me navega na imensidão dos mares,
na mansidão dos ares, além do infinito.
Desbravo os mais profundos abismos
e seus mistérios abissais...
Alcanço o ápice das montanhas,
percorro a estrada de meus ancestrais...
Então finco minha bandeira luso-brasileira.

Desvendo em palavras as minhas proezas,
de minhas bravatas relato as grandezas.

De origem latina, primitiva, abrangente
difunde e aflora a “Última flor do Lácio”;
incita o poeta a dar vida às palavras,
faz das palavras imagens dos anseios da gente.

Vinda de caravelas aqui aportou;
trouxe um abraço que me cativou...
permeou as belezas, protestou as mazelas,
deu à flora e fauna ricas definições,
das riquezas da terra desenhou emoções.

Amo da língua portuguesa
a magia, o lirismo, o encanto.
Com ela choro o meu pranto,
grito a dor, causo espanto.
Sou rio, sou tanto, sou música e canto...
Choro, sorrio, me acarinho em seu manto.
Divago em palavras a minha alegria,
na página em branco derramo a agonia.

_Carmen Lúcia_

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Não faz sentido

Não faz sentido viver por viver
sem abraçar sequer uma nobre causa,
viver sem ver a luz do amanhecer,
página aberta induzindo a recomeços,
convite incessante para perceber os erros
e com eles, uma alavanca para os acertos.

A cada recomeço, novas pedras a remover.
A cada cansaço, nova pausa pra se refazer,
onde o silêncio pede para refletir
o que é viver ou simplesmente existir.

Não faz sentido viver sem amar,
não cravar no cerne das pessoas nossa marca,
fazer a diferença na vida de alguém
e ter alguém ao lado em nossa caminhada.
A estrada é longa e triste sem ninguém.
Sozinhos não alcançaremos nada.

Não faz sentido viver sem viver
um grande amor, uma paixão desenfreada
ou, acomodados na mesmice da rotina,
deixar que o tempo leve nossos sonhos
sem que nos apaixonemos novamente pela vida.

Não faz sentido ver o mundo da janela
onde a tramela não permite perpassar por ela
pra desvendar o novo, no afã da descoberta,
ver as belezas das paisagens que acenam,
cair e levantar e começar de novo.
O recomeço faz a vida ser mais bela.

Não faz sentido aprisionar os sentimentos;
a autenticidade é trampolim à liberdade.
Seremos livres libertando os pensamentos,
voar com eles em busca de emoção,
dar vazão ao catarse, alívio emocional
e na hora do adeus final
percebermos que viver não foi em vão.

_Carmen Lúcia _

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Mãe, uma rosa...

Sigo teu rastro, o perfume que exalas,
tuas palavras, o mantra a conduzir à paz,
ando teus passos e transpasso meus limites
alcançando a luz que o teu ser ao meu, emite.

Olho o espelho e te vejo em meus traços,
teu sorriso sorri comigo, me acaricia,
me agasalha, no inverno, teu abraço
que me aperta quando o frio se anuncia.

Teu exemplo não me deixa desistir
quando cansada sinto que não vou chegar,
tua força me impele sempre a ir
e sempre vou, ouvindo a voz do teu clamor.

Mãe é imortal, estrela que não se apaga,
mesmo se a moldura não perdura e se acaba
fica a essência a preencher toda a carência
do filho que a tem presente, ainda que na ausência.

Colho uma rosa, colho-Te, em teu jardim...
cor vermelha a pulsar em minha veia, em mim.
Beijo-te com a doçura de teu acalanto,
sopro teu orvalho, lágrima de meu pranto.

_Carmen Lúcia_

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Saudosismo

Revejo
O passado. Como se um filme velho e puído
renovasse minha lembrança
pelas tantas vezes reprisado e assistido.

Revivo
As tantas vezes com ele me identificado
como fosse eu a protagonista
das tantas emoções vivenciadas e vertidas.

Relembro
O tempo era magia.
A felicidade corria a me alcançar
E a dor, transitória. Não vinha pra ficar.

Reivindico
O tempo que nem vi passar,
a felicidade camuflada em algum lugar...
As emoções. Não querem despertar.

Rejeito
A dor que machuca o peito
e hoje veio pra ficar.
A saudade daquele tempo,
a vontade de voltar.
O saber que não há jeito,
pois se jeito se pudesse dar,
não ficaria desse jeito...
já estaria lá.

Carmen Lúcia

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Rupturas

De repente, a expulsão...
Rompe-se o cordão,
O calor daquele abrigo.
A união umbilical
rompida pela contração.
O frio, o desconforto,
o susto que faz chorar,
o ter que encarar
a separação.
O mundo.

De repente, cerra-se a cortina,
muda-se o cenário,
embaçam-se as luzes,
tremula a ribalta
de um palco improvisado,
perguntas impertinentes,
respostas não condizentes,
personagens alternadas,
história remexida,
show irreverente.
A vida.

E as rupturas se vinculam.
Começo de caminhada,
o papel, as linhas tortas,
o branco sendo tingido,
o sentido das palavras,
o destino a se cumprir,
o tempo a exigir:
“Ande, não pare!”
O tempo.

Fase da colheita...
Colher o que plantou.
O cultivado, permanece...
O resto, esmorece.
Bem que se pudesse
o tempo pararia...
Uma nova chance.
Começar o Novo!
Não:De novo!
Carpe Diem.

Vem o cansaço,
o descompasso,
o desejo de parar
e a vontade de chorar
as partidas, despedidas,
amigos, entes queridos,
sonhos não vividos
truncados pelos caminhos.
A realidade.
Saudade.

Às vezes, a Felicidade.
Momentânea, raridade.
De soslaio ela invade
e se vai sem alarde.
Reta de chegada.
Fim da caminhada.
(início de outra jornada?)
Atrela-se a ruptura...
A última, derradeira.
(ou seria a primeira?)
Maktub.

_Carmen Lúcia_

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Raro momento

Quero beber esse momento especial,
raro encontro da alma com a paz,
sorver o mel e as delícias do instante
tão fugaz, em fina taça de cristal.

Extasiar-me dos belos sonhos
carcerários do medo,
vítimas de enredo isento de ousadia,
pintá-los no rosto com mestria
e num segundo
viver toda felicidade do mundo.

Brindar comigo mesma...
Só a lua a me espreitar,
enfeitiçar-me do luar
a transpor minha janela
e plena de alegria
rodopiar com ela.

Ainda que não perdure e tudo acabe de relance
e num tapa o tempo se vá, longe de meu alcance.

Breve momento, perpetuado...
A emoção em festa, flagrada num flash,
a essência da essência apregoando meu semblante
e a vida a reprisar esse mágico instante.

_Carmen Lúcia_

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A última estrela

O dia amanhece após infindável noite
marcada pela presença tediosa da insônia.
A última estrela apaga suas luzes
cega pelo farol do sol que desponta.
Submissa ao sistema recolhe-se à reclusão
para ressurgir nova em nova missão.

Tal rotina não a obstina.Dócil e matreira
oferece à nova noite a doação rotineira.
Brilhar sempre, enquanto brilho tiver...
Brilho que é seu, oferenda para o céu
a abraçar os insones, suavizando suas noites
até que olhos afoitos lhe sorvam a luminosidade
e um dia ela se acabe
perdendo-se na soturna escuridão...

Olhos que por ela se encantam
e obcecados roubam-lhe a luz
refletida em lágrimas derramadas.
Despertos durante noites inteiras,
longas madrugadas, horas de solidão,
tendo como fiel companheira
a lucidez de uma estrela sem constelação.

_Carmen Lúcia_

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Bailarinas

Leves, tão leves, mais leves que a própria leveza,
Comparadas a uma linha tênue, sutil,
Levadas por um sopro, aragem febril,
Girando sempre, eternamente, sem partir,
Sem ferir,sem dissuadir, sem iludir,
Sem realmente ir...

Asas invisíveis, voos indescritíveis,
provam a si mesmas
a não gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...

Pisam sem pisar, lançam de mansinho
sentimentos a fluírem em suave virada,
chuva de prata, tamanha é a força da arte
que dança, alcança o tudo e o nada
povoando o vácuo com a postura
de quem sabe, quem inspira, quem lidera,
quem ganha altura,
quem espera o momento exato de descer
e tristemente encarar a vida
a girar sem rodopios,
a contundir a essência
da coreografia –ironia –
maculando as rimas, os versos
a sonoridade da melodia,
a poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

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Perdida(mente)

Perdidamente, me pus em teu caminho.
Bebi tuas palavras, sorvi teus devaneios,
aspirei os teus suspiros, desvirtuei teu ninho,
sagrei os teus segredos, rompi teus entremeios.

Perdidamente, cruzei o teu destino,
lambi o teu suor, saboreei teu vinho,
desalinhei tua rota, arrombei tua porta,
mudei a tua sina... em direção a mim...

Perdidamente, joguei-me em teus braços,
forcei os teus abraços, me ofereci a ti,
forjei teus sentimentos, ceguei-me à realidade
e entre delírios loucos...aí que me perdi!

(Carmen Lúcia)

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Inalcançável

Caiu do céu...
Anjo sem asas, refez minha doutrina,
minha rotina...
Estendeu meu horizonte, se fez ponte
sobre o abismo que habitava em mim.
Plantou flores na aridez de meu solo
de onde agora decolo...

Amor perfeito, não fosse tanta perfeição
que minha imperfeição endeusa
e minha consciência acusa...

Pra minha amargura, o mel,
Pra minha aflição, a paz,
Pra minha indecisão, o caminho,
Para meu coração, bálsamo que refaz,
a própria liturgia grávida de significação,
homilia pregada em notas musicais
entoando, suavemente, os meus ais.

Olhar que perpassa sem me ver
indo além do que se possa crer...
Palavras que calam meu saber
e me ensinam o que não sei...
E não sei nada, não sou nada do que julgo ser.

Viver é muito mais que existir...
É amar, é sentir, se doar, repartir.
Alma transparente que é sua,
pura e não posso alcançar...
Sigo seu percurso, acato sua missão.
Só não sei discernir o amor da veneração.

Que culpa tenho, coração?

(Carmen Lúcia)

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