Blog de Carmen Lúcia

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Encenação...

Como protagonista executei o meu papel.
Dei o melhor de mim, mais do que podia...
Mais do que se exigia e fui extremamente fiel,
não sei se a mim mesma ou à história que revivia.

Nunca uma encenação saíra tão perfeita...
Nenhuma cena precisou ser refeita.
Não foi difícil encenar aquele amor...
Mas foi difícil encarar de novo a dor.

Saí de cena (saí mesmo?)...agora o impossível,
separar a história, a atriz, da vida verdadeira,
da vida que restou, da cena derradeira...

Confusa, já nem sei o que é real ou irreal...
Saio do palco, perco o chão, sobra emoção...
E continuo contracenando com a ilusão.

_Carmen Lúcia_

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Apenas uma rosa...

Sou rosa da noite, orvalhada pela garoa
que nunca perde o frescor, nem a cor...
Umedecida pelo tempo conserva(dor).
Rosa do porto, rainha sem coroa
que no cais ancora,
e se revigora, se cora, se doa
aos afagos e beijos...e trejeitos
que nutrem seu ego perplexo, seu sexo...
Sou rosa sem rumo,
sem meta, sem aprumo...
Carente, eloqüente, indecente,
entregue a paixões incandescentes...
Branca, pura, nua...
Refletindo o clarão da lua,
jogada nas águas do mar,
flutuando nas espumas brancas
das ondas que a desabrocham,
das brumas escuras que a levam ao ar...

Sou rosa que se fecha em botão
quando, da manhã, surge o clarão...

(Carmen Lúcia)

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Neste Dia dos Pais...

Queria ser a doce poesia
pra te encantar, falar de alegria...
Ou a mais bela flor
a te exalar todo amor...
Ser a dona do destino
e cobrir de pétalas teu caminho...
Poder voar e alcançar teus sonhos,
trazê-los concretizados e risonhos...
De teus desafios, a esperança...
De tuas incertezas, um sorriso de criança...
O cantar alegre de um passarinho
vendo seu pai voltando ao ninho.

Queria ser o barco de chegada
trazendo-te de volta para o lar...
Um ancoradouro cheio de saudades
para te abraçar bem forte...
E nunca te largar!

Porém, o barco foi o de partida
arrastando-te pra longe desta vida,
deixando-me aqui a imaginar
que perto de mim ainda estás...
Que neste “Dia dos Pais”
poderei te abraçar!

_Carmen Lúcia_

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Ainda restam os sonhos...

O vento move fagulhas
em minhas mãos calejadas...
Agulhas é minha harpa,
sonhos de Via Láctea.
O vento corre em zigue-zague
movendo o fadário
do diário trabalho ralo...
De sonhos, o que há de vir?

O pleonástico ser que me torno,
e me transforma em supérfluo cidadão,
sonha sonhos que não apavoram
nem sombra, nem multidão.
A fome me bate à porta,
o frio não traz carvão...
As goteiras me servem
como imundo colchão.
Os sonhos criam galácticos reinos
dissimulando a putrefação,
realidade sem nome,
de pura exclusão...
Executam o homem
em troca da devassidão

E nessa redundância caótica,
parida da enfática “velha opinião...”
prioridade moldada pelo desamor,
desnorteando o viajor,
velejo meu veleiro
sem meta, nem direção,
num mar de águas paradas
que nunca vêm, tampouco se vão.

Sem ver cais ou ancoradouro,
sequer pistas ao mapa do tesouro,
ansiando que o vento se aprume,
sopre águas e feridas,
crie ondas, movimente a vida,
pra que meu destino enfadonho
ancore em futuro risonho,
vindouro e assaz almejado...
Porque ainda me resta um legado
de sonhos, não naufragados.

co-autoras:Angela Oiticica & Carmen Lúcia

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Lembranças...

Lembranças...
da minha rua
onde a infância
pousava nua
a inocência
a fantasia
corriam soltas
em sintonia...
A alegria
vivia envolta
nas brincadeiras
de Amarelinha...
e a criançada
se escondia
no faz de conta
de cada dia.

-Carmen Lúcia_

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Inspiração...

Sangrei
sem penetrar
teu segredo
nem conhecer
tua fonte
no vale
encantado
dos teus
enredos
seguindo
o impulso
de
minha
inspiração...

(Carmen Lúcia)

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O Amor e a Fantasia

O amor deu a mão à fantasia...
E foram aventurar-se pela vida.
A cada excesso da fantasia,
o amor sorria...
A cada arroubo do amor, sorria a fantasia...

Recolhendo vestígios do dia-a-dia,
sobras de alegria, vibrações da euforia,
oferendas das manhãs, suavidades de tons,
de sons...musicais, florais, angelicais...

Momentos fugazes das paixões,
instantes de silêncio de orações...
Do vento, murmúrios e mistérios...
Construíram castelos...Os mais belos!

Rastros de cintilações, essências de emoções,
partículas de ilusões, de utopias...
Formando pontes pra felicidade...
Conduzindo para a liberdade...

Alçaram vôo ao topo do belo
e contemplaram o que fizeram...
Entre vastas planícies...
Amor e fantasia,
a transcender, grandioso reino das palavras...
Eterno lar da poesia.

(Carmen Lúcia)

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O que fui...O que sou...

Já fui sombra...

Em noites enluaradas,

vagando escura na estrada...

Fantasma mal assombrado,

De medo, alimentado...

Nuvem escura,

que veda o sol e augura...

Presságio de vendaval

a desabar em minha cabeça...

Fui juiz de minha sentença,

sentei-me no banco dos réus...

Condenada, culpada, infiel...

Fui atalho,

bifurcação dos caminhos,

empecilho predestinado

a embaralhar os destinos...

Desarrimo, desatino, descaminho.

Pedra fincada na planta do pé,

riscando pegadas,

sangrando jornadas...

Fui cobertura de sapê.

Igarapé ... em tempo de estio.

Desvio de um rio

que nunca chega ao mar...

Anjo de asa quebrada

sonhando poder voar...

Agora sou

o que a vida traçou.

Apenas alguém...

Ou simplesmente...

...ninguém...

(Carmen Lúcia)

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Tentando recomeçar...

Desfaço os laços que nos mantinham atados.

Agora sós... Cada um pro seu lado...

Restam os nós, que o tempo vai desatar...

Que a vida há de apagar...

E a imensa bagagem de experiência,

anos a fio, conflitante convivência...

Páginas de um livro que quero virar...

Enredo desgastado.Um novo virá?

Cada um por si, sem hipocrisia, sem medo...

Reconstruindo outra história, sem pompas, sem glória.

Apenas uma simples e verdadeira história...

Criamos uma redoma...Seguiremos imunes...

Da dor, do desamor...Sairemos impunes...

Dos vendavais ou fortes temporais.

Nosso alicerce é de pedra e seguro,
nossa janela isenta de mau agouro...

Nada poderá nos derrubar...

Fortalecidos hoje estamos...

Ouso dizer que nos salvamos.

(Carmen Lúcia)

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Caminhos da Vida...

Percorri caminhos sem fim,
arranquei espinhos de mim,
chutei pedras de ruas esburacadas,
encostei portas escancaradas,
emergi de areias movediças,
segui o destino selado, submissa,
fiz da dor, escudo salvador,
sufoquei mágoas...doídas, salgadas,
estanquei o sangue vertido em lágrimas...
Amei, me entreguei de qualquer jeito...
E colhi canteiros de amores imperfeitos...
Busquei nua o poema, no fim da rua...
Sofri, cresci, aprendi, não desisti...
A vida é luta renhida...
E me pergunto, enfim...
O que mais ela quer de mim?

_Carmen Lúcia_

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