Blog de Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

Temperatura Máxima

Hoje sou vácuo e vão,
o calor importuna insistente
neste escaldante verão...
Meu corpo pede que vente.

A mente embotada nada cria...
Queria ser alga no mar,
rasgo os versos da poesia,
ultimato do meu pensar.

Se ao menos uma nuvem perdida
viesse com chuva molhar
a terra comprometida
que tolhe até meu olhar...

Mas nada acontece no espaço,
o meu tédio é enorme,
sem ritmo e sem compasso,
o vento não sopra, dorme!

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Reencarnando

Minha alma tão antiga
Renasceu dentro de mim
Trazendo marcas e até fadiga.

Minha alma como um mapa
Mostra-me a estrada a percorrer...
Até a perfeição, longas etapas!

Minha alma tão imperfeita
Busca a cada dia mais apuro,
Não há para isto receita...

Vai caindo e levantando,
Se aprumando pelo caminho,
Deixando marcas por onde ando.

Minha alma tão antiga
Guarda lembranças nas entranhas
Como um eco, uma cantiga!

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Cuidado!

Nas teclas silenciosas da internet
andam sonhando os solitários
até a noite fechar suas pálpebras cansadas...
Ó solitários, cautela,
para que lágrimas depois não derramem,
não acreditem que tudo são rosas,
existem os espinhos da falsidade
que ferem junto com a irresponsabilidade.
E mesmo as mais lindas rosas
logo podem murchar...
E sobra a decepção que insiste em ficar!
Cuidado, solitários, cuidado,
a tela perversa esconde o rosto,
esconde a alma, esconde o coração
e a paixão acaba como um sol-posto
sobrando apenas a mais densa escuridão.

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Momento

As nuvens pesam sobre a tarde,
No ar, o mormaço do verão...
O sol despede-se sem alarde

O poente desce lento, lento...
Olho-te e tu me olhas,
Na penumbra que se instala no aposento.

Carentes de carinhos, acesos de desejo,

Nossas bocas se encontram em doce beijo.

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Soneto de Aniversário

Não me curvo ante as ciladas da idade...
Absorvo a sabedoria com que me presenteia,
Mas uso de minha parceira criatividade
Para suprimir tudo que nela me chateia.

A marcha já não acompanha a mente
Que dança ligeira entre résteas de luz,
Tecendo projetos, mil sonhos frementes,
Que suavizam este entardecer que me conduz.

Existe vida em cada passo que dou...
Os anos passam e as horas se vão,
Mas ficam as marcas dos meus pés no chão.

As perdas vividas o tempo abrandou...
A alegria semeada no meu jardim
Perfuma minh’alma como se fosse jasmim.

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Algoz

O tempo mastiga os homens:
mandíbulas frenéticas,
sem tempo pra degustar.
Alimenta-se deles sem dó
e deseja (inconsciente?)
que logo virem pó.
O tempo sorve os homens,
como o mar sorve embarcações,
levando-as para abaixo da superfície,
num mergulho profundo e sem volta.
O tempo dejeta os homens:
o abatimento, a doença, a morte,
o silêncio, a solidão...

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Perfume

Gosto de me perfumar em segredo,
o perfume intensifica o que sou,
escolho meu perfume a dedo...
Ele anuncia por onde vou.

Perfume é marca da gente,
mistério a ser desvendado,
aguça o corpo e a mente...
Ele identifica calado.

Tem alma o meu perfume,
sutil como um fio de seda,
pode levar ao cume...
Capaz de acender labaredas.

A essência do meu cheiro
muitos haverão de lembrar,
o aroma é alvissareiro...
Tanta magia há de ficar!
.

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Nunca te ausentes de mim (Para Vinícius de Moraes)

Poetinha, tu és meu ídolo, minha inspiração,
sem ti a vida é triste, nada existe...
Este amor foi composto nas cordas de um violão,
só a ele a solidão resiste e a alegria insiste.

Passei por primaveras, verões e outonos,
superei divergências, obstáculos do caminho,
sem nunca te deixar nas asas do abandono
minha alma em êxtase deslizando no teu Barquinho...

Ouço na voz do vento tua poesia e me embriago...
E te segredo: Eu sei que vou te amar eternamente!
Quero viver entre teus versos, meu mago,
no eco que se repete na minha mente.

Tua ausência seria um insuportável tormento,
pensar nela seria morrer de desventura,
derramar o meu pranto, o meu triste lamento,
abrir a porta do coração para infinitas agruras.

Portanto, Poetinha, nunca te ausentes de mim...
Sem ti minha inspiração se dissiparia no universo,
meu coração seria como rosa murcha no jardim
e a poesia já não caberia nos meus secos versos.

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Deleite

Vaga a noite vagabunda,
a lua renasce nua,
tão minha, tão sua,
a rosa transpira orvalho, sua...
As estrelas quais pirilampos
deixam o céu a meia-luz
enquanto faço o pontilhado
marcando o ritmo
no balanço do corpo sensual,
sangue fervente,
alma fluente,
pele ardente,
mente imprudente,
delírios e beijos,
a boca consente,
sempre ao som
de Vinícius e Tom,
pródiga de carícias!
No rito da luxúria
a pena empena,
no desejo dos corpos,
canto e sussurro,
pomar de delícias!
Lençóis amassados,
meu corpo tão leve
que até seu suspiro me levanta!

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Ser Poeta

É olhar o mundo com olhos de poesia
guardando em si um astro que brilha
é converter o pranto em harmonia
e transformar em rimas as armadilhas.

É ter asas e voar pelo infinito
sem se prender às crueldades da vida
é transformar o feio em bonito
e resumir em emoção cada ferida.

É ter no peito amor e sentimento
transformar em versos o que sai do coração
é levitar sobre a comoção e o pensamento
sem se importar com os espinhos do chão.

É amar, assim, perdidamente a poesia
e se entregar a ela como se fosse morrer
é se perder nas entrelinhas da fantasia
e em cada verso um coração aquecer.

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