Blog de Daemon Moanir

Foto de Daemon Moanir

Vezes há

Vezes há em que quero destruir tudo,
Queimar todas as folhas soltas, todos os rascunhos…
Vezes há em que quero desacreditar-me
Maltratar as criações, as letras apagar de vez dos papéis,
Porque se não, parecem perseguir-me, deixando-me a morrer escondido,
Quero não pensar, elas vêm à minha mente e não me deixam.
Penso agora, a dormir, ao acordar, penso só e acompanhado.
Quero tédio, morrer por não pensar e não por pensar demais.
Ser fogoso e imprevisível e não pensar,
Vezes há em que quero destruir tudo,
Que não me quero destruir a mim.
Tudo de novo, branco, limpo, ordenado.
Este caos deixa-me miseravelmente morto
Quero aprender a usar a razão,
Não escrever, porque de nada me vale,
Só me deixa mais sozinho e o tempo passa…
Usar a alma de nada serve,
Ter coração é um luxo…
Ser feliz e triste logo em seguida,
Ser tão diferente…
De nada serve

Foto de Daemon Moanir

Verde

Nasce-se no final.
O tempo começa ao contrário a ser contado devagar,
À espera, crescendo só o corpo rápido,
Que as memórias guardam-se aos poucos.

A vista abre até não ter horizonte que se lhe faça frente
E até andar a queda é o mais importante.
Porque não basta andar, não se aprende só andando.
O chão é duro, mas faz bem.

As palavras saiem definidas,
Alegres, crianças, queridas,
Antecipam a escrita nunca tão bela
Por mãos destreinadas de linhas singelas.

Crescer, palavra que me faz encher os pulmões
Do verde que vai faltando aqui e ali
Só o há em quem cresce, são eles quem o trazem,
Quem o colocam ao alcance de todos.

São as crianças cujos sonhos partilham
E se deixam saber, que nos fazem falta
Para encher até os campos verdes de verde.
Por isso digam-lhes, sonhem, cresçam, vivam.

Foto de Daemon Moanir

Mensagem III

Tem havido um novo cheiro no ar,
Vêm fragrâncias a alegria, amor
Dou-lhe um enorme valor,
Ao primeiro verdadeiro odor
Que senti
E continuo a sentir,
A sentir por ti o amor a aumentar,
Já me perco nele, seja em pensamentos suaves,
Em pulsares de desejo,
Ou em actos, por vezes desbocados
Pois a minha boca quer tocar na tua pele.

Doce, é tão doce o perfume que corre no teu pescoço,
Nas tuas mãos a percorrerem a minha cara ou cabelos,
Na tua boca quando consigo encostar meus lábios aos teus
Finalmente, passados tempos e tempos de espera sozinhos
Sem ninguém a nos dar carinho, um beijo ajuda sempre
A curar o vazio que se dá quando não te tenho aqui, ao meu lado.

A sorrir, escrevendo com música a tocar
A pensar em ti, a imaginar a ti e a mim
Com olhos postos nos outros olhos
Vendo o carinho a emanar,
A sair de cada dedo na outra pele,
A sair de cada beijo,
E agora a sair de cada palavra no papel
Te desejo o amor que tenho só para ti
Que tenho para te dar.
Para ti Beatriz, escrevo-te, amo-te.

Foto de Daemon Moanir

Rua

A rua é fria demais, desgostosa com o tempo,
Solitária como sempre, suja.
Não há ruas no meu pensamento,
Em tempos houvera um enorme passeio
Entre mim e o mundo,
Mas agora o topo está a chegar mais perto,
E eu na beira da estrada já o consigo vislumbrar,
Sentir as pulsações a vibrar.
Alguém me encontrou,
Fez-me olhar para cima e continuar a puxar… Fez-me
Deixar metade do que era e tentar mudar o resto,
Que enquanto à esperança o novo sou eu mesmo
Mudado e melhor.
Prendi-me nesta nova realidade
Quero-me encontrar sempre nela,
A sonhar ou por dormir,
Estar dentro dela,
Porque sei que se estarei nela
Estarei contigo e é assim que desejo estar
Até que o tempo pare de contar.

Foto de Daemon Moanir

Era sozinho

Era sozinho, há coisas que o tempo não cura
Por si só nunca cura, o sangue derramava
Como ferida aberta que era, mas não se vê ainda
E ninguém compreende.

Era sozinho, dia frio e inconfundível na memória
Que eu queria apagar, choram os mares na altura
Em que eu devia ter chorado também as poesias,
Mas não chorei.

Era sozinho, desprotegido, qual ombro desnudado
Ao vento de Inverno, reti-me, ajuntaria depois
As lamúrias à chuva e talvez aí…
Mas é Verão, o Sol seca a pele e a chuva não pende.

Sou facto de dois, metade de um, metade de outro.
Nada mais é, nada era antes e se era, não me descompõe.

Foto de Daemon Moanir

Um mudar talvez

Não tenho escrito,
Tenho vivido
Aos poucos o meu sonho,
Pensei que solucionaria tudo,
Mas não, os problemas ficam,
Mas ela faz-me querê-la sem mais fim,
Sem mais principio para lembrar,
Para ter futuro basta viver agora.
Nem me lembro bem de mim,
Já não me interessa o que sou,
De que me vale? De que sou feito?
Sou igual aos demais, já pouco escrevo…
De nada me interessa se ela não se importa
E eu não me importo igual,
Estou a aprender a caminhar de novo.
Apago tudo o que sabia e aprendo como novo
Quedas parecem não se aproximar,
Buracos, já nem me lembram o odor…
Só ela do dela, dos perfumes, do cheiro intenso da pele,
Da imagem, da minha sôfrega a querer amar,
Da dela sôfrega a ver-me assim.
Quem fui, aquele ser mais negro que a própria cor,
Os olhares inseguros outros cheios de medo
Outros ainda que nem sei que eram
De que me valeram? De que sou feito?
Esse, eu…
Talvez tenha acabado por acabar…

Foto de Daemon Moanir

Fico a imaginar o futuro a sós…
Imagino que temos casa e vivemos nela,
Singela, prática, perfeita já que é nossa…
Entramos juntos, bem juntos para enganar o frio
Que fazia de fora. Assim vi.
Fechada a porta o calor aumentava,
Estavas bela, de vestido e eu vestido como sempre.
Olhávamo-nos, pedi para não te mexeres,
Aquela tua imagem teria de ficar gravada…
O calor aumentava… Um beijo, dois e já não parávamos…
Já estávamos enrolados um no outro
Impossíveis de separar, impossíveis de imitar,
Era só nosso… Perfeito.

Assim vi uma casa sólida.
Vi uma casa de paredes fortes, onde o amor transbordava.
Vi uma casa… Vi uma vida e outra juntas,
Vi um sonho que por desejo se fez realidade.

Foto de Daemon Moanir

Mensagens - II

Tenho o som de cada pinga que caiu naquele dia
Gravado na memória,
Todos diferentes, todos sós,
Cada um na sua vez
Batem ainda na minha face virada para Deus
Escorrem, encobrem o medo e eu cubro-me com ele
Porque quero estar sozinho, abrigado com meu bafo,
Pelo meu amor-próprio e pela solidão.
Que sou sem ti Beatriz?

Tenho medo agora que vivo
De perder vida, de te perder
E de me voltar.
Não me quero voltar, estou a sofrer,
A deixar de querer ficar acordado e escrever
Que me deixa miserável e triste.
Mas quando acabo, ó meu Deus como é bom
Sentir que fui feito para rabiscar sentidos meus.

Tapo-me bem, porque o frio vai voltar
Eu já o sinto em cada osso,
Cada um na sua vez de tremer gélido por calor
Gemer de dor de alma, gemer alto, gemer.
Em sobressalto amar e sofrer, sentir-te tão longe e gemer.
Não quero mais isto,
Este horror a passar por mim
Este ser criador de linhas escritas e não ser feliz
O ser feliz e não ser poeta,
O prazer ao sofrer
E não escrever, mas ser ditoso
Sofrer para ser? Esquecer-me e não ser, mas feliz…

O belo, o belo és tu Beatriz.
O mais belo de sempre que existe
Ou para lá da vida, és tu o mais belo.
Quero o teu cheiro e sabor para sempre,
Amor, quero-te a ti.

Foto de Daemon Moanir

Mensagens

Há algo que me importuna,
Estou louco a pensar,
Mas não sei o que será,
Que me põe louco e a pensar
E acaba por me consumir,

É esta confusão horrível,
O deixar-me levar pelo nada,
E não a ver, nem nos braços a ter.
Vai me importunando,
Deixando-me louco aos poucos.

Não aguento,
Tenho medo sozinho,
Não da solidão,
Mas de sobreviver à vida sem ela.

Vida sem ti não é vida,
Tenho medo de te perder.

Diz-me que ficarás
Num local onde sempre te encontre,
Longe de outros e perto, junto a mim.
Diz-me que ficarás
Com os vestidos alegres,
E o sorriso na bela cara,
Com o desejo a pulsar no corpo
A arder em paixão e amor.
Diz-me que ficarás minha,
Minha para o resto da vida.
Diz-te minha e eu serei o mais louco,
O que te busca sem descansar,
O que não dorme só para te ver um mais um pouco
O que te ama e está sempre a falar
Da beleza que pende e me desfaz
Em amor grandioso
E na palavra que te perfaz.

Foto de Daemon Moanir

Espelhos

Gosto do olhar no espelho agora,
À noite, olho-me e gosto-me,
Porque ela me gosta
Porque eu a gosto…

A felicidade inunda meus olhos
Com lágrimas invisíveis,
Mas eu sinto-as, são minhas,
Sou eu, são sensíveis.

Acima de tudo o resto,
Está o amor, o meu e o dela.
Dos espelhos físicos, aos olhos dela
Eu vejo-me e estou feliz.

Não paro,
Só quero mais!

Páginas

Subscrever RSS - Blog de Daemon Moanir

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma