Blog de Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Salmão, Rio, Pedra

Correnteza, rio acima,
Água suja ou cristalina
Não importa, isso é sina
Desde tempos de menina.

Todo o ano o mesmo embalo
É o tempo, dá o estalo:
Preservar toda a vida
Alojada na barriga.

Seja rocha, pau ou lama
Ela jamais se engana
Na luta com a correnteza.

Aos nossos olhos desvenda
O mistério desnudado
De nascer novos rebentos.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Colar de Estrelas

Colar de estrelas forma o sol
Balouçado por suave brisa.
Caminho devagar.

Peixes fogem dos meus passos
Envolvo-os em terno abraço

Enquanto sou lagoa, terra e céu
Descubro meu silencioso véu

Imune de poluição sonora
Cultuo a beleza desde a aurora
Vivencio um tempo sem hora.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Distância

Mesmo se longe estamos
Estás sempre em meus poemas
Passem meses, passem anos.

Ora és face da lua
Ora olhos do sol
Ora a carta-folha da rua

Às vezes, bailado de árvores,
Em outras, o cheiro da grama,
Bem como o olhar do lago.

Tudo me traz os momentos
De intensa sintonia,
De enlaces em harmonia.

Lembro as cirandas de abraços
Nas tantas rodas dançantes
A coreografar com os braços.

Às vezes me surpreendes muda
Clarão do raiar do sol
Estranhamente desnuda.

Então a vida acontece
À luz da dança divina.
Com cordões de borboletas

No jardim das flores raras,
Os corpos e almas anima.

Marilene Anacleto
18/02/00

Foto de Marilene Anacleto

Desvendar Mistérios - 9 - Porque o Homem Fala?

Não sabe sentir no toque,
No sorriso, não amou.
O compartilhar esqueceu.
Sua expressão transformou.

Não sente no tom da voz,
Melodias não mais ouviu.
O vento sopra e não ouve,
No som mecânico dormiu.

Não consegue ler, nos olhos,
Paz, alegrias e amores.
Enquanto o universo canta,
Vive imerso em dores.

Não aprende a ver corações
E seus sentimentos profundos.
Nos olhares vazios das tevês,
Sai em busca de outros mundos.

Por não saber se encontrar
E, perder a alegria de sentir,
Por não amar pelos olhos
E, a si mesmo, não ouvir,

Inventou palavras, o homem,
Para o interno traduzir.
Oculta a chama divina
Com medo de assumir.

Ao esconder-se de si mesmo,
Assusta-se com seu coração.
Ao viver com outros termos,
Teme o olhar do irmão.

Esqueceu que existe Deus,
Deixa para depois, a família,
Luta por interesses seus,
Em nada vê poesia.

Não sabe sentir no toque,
Não sente no tom da voz,
Não consegue ler nos olhos,
Não aprende a ver corações.
O homem fala para devanear ilusões.

Marilene Anacleto
01/06/01

Foto de Marilene Anacleto

Presença Serena - Para meu Pai

Em meio aos agapantos,
Surge um ser sagrado.
Meu olho aprofunda,
Desvenda mil enigmas

Transformo-me em cataventos
Quando tudo se cala.
Como estrondo, irrompe,
Aquilo em que adormecemos.

De repente, pássaros sobrenadam
No estranho vazio escuro
Da vida, tão brevidade!

E dos castelos assombrados,
O ser belo e inusitado
Nos jardins, paira sereno.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 10/04/01

Foto de Marilene Anacleto

Boas Viagens

Já fiz umas boas viagens
Fui acolhida por pessoas calorosas
Beijaram-me muitas nuvens cor-de-rosa

Pó de mil estrelas me banharam
Neves de sulcos distantes me aqueceram
Águas mornas conhecer-me favoreceram
Doces caminhos que a mim mesma levaram

Mas a maior aventura, a mais colorida
É aquela em que empenho a vida
Para cobrir e descobrir feridas
E recobri-las renovando a vida.

Com alegres e suaves arranjos
Cada célula recebe toque de anjos.

E que caminhos estranhos
Onde imagens se mesclam
O que pareciam orações
Logo tornam-se flechas
Em opostas direções.

De repente um abismo
Parece escuro e sem fim
Não. Não perco o otimismo
O Anjo espera por mim.

Imagens se iluminam
O poço desaparece
Cada cena se encandece

Torna-se tudo canção
Já não há o ir nem o vir
Para as setas doloridas
Cravadas no coração

Amargo-doce do crescer
Escuro-colorido, contínua melodia
Enlaçados na tênue alegria
Da descoberta quente-fria
Do ter vontade de Ser.

Ajudam-me nesta caminhada
A luz intensa da poesia
Encontrada em cada passo do dia,
Em cada anoitecer, e em cada amanhecer.

Marilene Anacleto
Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br, em 29/03/00
Publicado no livro Gira: dançando as raças, os costumes, as flores e os astros, vivências com danças circulares sagradas / Marilene Anacleto. – Itajaí (SC): 2004. 95 p. : il.

Foto de Marilene Anacleto

Ainda Existe Poesia

Há falta de amor para compreender,
Não há mais ação política
Que se coloque no lugar do outro.
Mas há sentimento de unidade,
Quando acontecem tragédias
Humanas, políticas e naturais
É o pobre que ajuda o pobre.

Pagam-se impostos, para abastar
A vida de falsos governos,
No café, na margarina, no feijão.
Mas constroem nossas casas
Em bairros que sofrem inundação,
Em montanhas que deslizam sonhos
De quem pagou aos poderes, o pão,
A viagem, as bebidas, o avião.

Ainda bem que,
Enquanto alguns causam calamidades,
Outros descobrem a solidariedade.

Enquanto alguns carregam dinheiro em avião
Outros descobrem a compaixão.
Corações inteligentes surgem,
Mentes amorosas realizam.
Enquanto os responsáveis políticos fogem,
Grandes instituições humanas emergem,
Acodem e sacodem o povo,
Colocando-se no lugar do outro.

Ainda bem que,
À semelhança da natureza,
Em que apesar dos rios poluídos,
Ainda fecundam as rosas;
Apesar dos corações sufocados,
Das mentes e corpos cansados
Do sobreviver do dia-a-dia,
Ainda existe humanidade,
Ainda existe esperança,
Ainda existe poesia.

Marilene Anacleto
14/03/11

Foto de Marilene Anacleto

Despedida

Mais um amor ao longo da vida.
Abraço. É hora de despedida.
Cada um em trilha desconhecida,
Desejo de felicidade na tristeza contida.
27/12/99

Foto de Marilene Anacleto

A Estrada da Minha Casa

A estrada da minha casa é o caminho do paraíso.
Anseio com o encontro daquele ser mais querido.

Versa e conversa, a pluma do pensamento,
Dança e regressa com as luzes do vento.

Gotas diamantadas num raio de sol
Descem em cascatas a desfazer nós.

Manacás explodem seus violetas e lilazes
Em suaves bordados com brancos e rosas.

A rua de asfalto, de verde ladeada,
Imensos bailados de flores, tesouros ainda guarda.

Danças de borboletas, orquestras de pássaros,
Grandes espelhos d’água, corais de sapos.

Bem-te-vis, sabiás, quero-queros, pica-paus
São a voz do silêncio, da solidão sem preço.

Palavras, imagens, perfumes, cores, cantares,
Raios de sol sobre orvalhos, estrelas tão perto dos olhos.

A onda da mata a brilhar; na face, perfumada brisa,
Caminho de casa, em riso, sem vergonha e sem juízo.

No final da estrada se ri, aquele que divide comigo
Cantigas de vários amores, na estrada do Paraíso.

Marilene Anacleto
14/12/06

Foto de Marilene Anacleto

Profecia

Quando para o céu olhares,
Empinando a tua pipa,
Grandes “insights” terás.

Porque, então, tiveste tempo
De olhar o puro infinito,
Que é o mesmo que olhar para dentro.

Pés no chão, olhos no céu, alegria,
Antena equilibrada e perfeita,
Recebe a luz para o dia-a-dia.

Após suspiros profundos,
Ficarão claros os passas
Que realizam teus mundos.

Então verás o amor,
A cercar-te de esplendor,
Numa vida em graça e cor.

Então estarei pronta,
Em frenesi de ponta a ponta
Para os instantes de encanto.

Marilene Anacleto

Páginas

Subscrever RSS - Blog de Marilene Anacleto

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma