Blog de Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Filhote de Sabiá

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Filhote de sabiá
Vermelha
Entra no meu quarto
Bate na parede.
Corro.
Que alegria!
Meu quarto está
Com boa energia.
Pego a máquina
Fotografo
De frente, de costas,
Pousado sobre a porta
Aberta.
O medo esparge
Pelas asas.
Não acha a luz.
Preciso assustá-lo
Com as cortinas.
Ele corre
Feito homem
Assustado.
Que pena!
Ficou com medo
De mim.
Tem medo dos homens.
Também pudera!
Até os homens têm
Medo de outros homens.
Coitados de nós!

Marilene Anacleto

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Múltiplas Visões

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Um ponto de vista
É visto
De vários pontos de vista.

Atritos à primeira vista,
Opinião revista
Muda-se o ponto de vista.

Focos de estilista?
Obra do artista?
Apenas pontos de vista.

Louco? Ativista?
Autor de mudanças a vista?
São outros pontos de vista.

Marilene Anacleto

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Mente que Mente

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A água do mar, sangrenta,
Ao pôr-do-sol incandescente,
E nuvens de ouro bordadas
Suspendem no ar a gente,
Que se dá o direito de olhá-la.

Feito névoa luminosa,
Surgem figuras formosas,
Ora visíveis, ora nebulosas.

Enquanto a luz artificial
Disputa poder com a luz natural,
Cristas enfumaçadas estalam.

Nossos fantasmas vêm à tona:
Medo, solidão, desfeitos sonhos,
Escondidos por anos e anos.

Conseguir amar o invisível,
Transforma tudo em sonho possível
E a noite nos traz novo ânimo.

Em borbulhas, o sol se torna.
E se desfaz, e muda de forma,
No mar se espelha, no mar se entorna.

Os animais todos já se acomodam;
Alguns humanos, só então, saem das tocas:
Procuram, na noite, o que o dia não lhes mostra.

Calados à beira do mar,
Sentados às mesas dos bares,
Buscam sua verdadeira alma.

Mas, os fantasmas riem e viram gente
Nos copos, nas roupas, nos falsos sorrisos
Da rica e poderosa mente que mente.

Marilene Anacleto

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Flores Mortas, Flores Tortas

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Flores mortas,
Flores tortas,
As que batem
Na nossa porta,
Querendo ajuda,
Pedindo alimento.
Nada lhes importa:
São flores mortas.

Foi-se a dignidade,
Foi-se o medo
Do cão que ladra,
Do irmão azedo
Que o atende com asco
E os afasta e os rejeita.
Nada lhes importa:
São flores desfeitas.

Aos nossos olhos,
Meros frangalhos,
Esfarrapados,
Nos incomodam.
Pedem esmolas,
Nos atrapalham.

Do céu são anjos,
Oportunizando-nos
A caridade.

Aos olhos de Deus
São soberanos
Que nada têm
E a nada se apegam.
Não causam dano
Aos oceanos,
Somente aos homens
Que a eles negam.

O mundo os afasta
E Deus os recebe,
Na mesa farta
Comem e bebem.

Os anjos de Deus
Aqui não têm vez.
Nada lhes importa.

É o homem quem vê
As flores mortas,
As flores tortas.

Marilene Anacleto

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Desvendar Mistérios - 11 - Sou Vidente?

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SOU VIDENTE?
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Sou ridente, vejo coisas.
Sou vidente, rio das coisas.
Quando tudo está correto,
Avessam o universo.
Se o único certo é mudança
Assumo, entro na dança.
Faço poses, faço gestos,
Vejo coisas, desacertos.
O que me parece certo
Desavessa-se em incerto.
De início, sofrimento e pesar,
Lamento e choro, azar:
Conhecer incontáveis fatos,
Tornar-se incapaz de atos
Que possa amenizar
E, muito menos, mudar.
Nunca há certo ou errado.
Às vezes, sequer consumado.
Posso, é claro, pensar positivo,
Enquanto nada é definitivo.
Transformo-me, danço o inverso,
Torno-me contos e versos:
Consolo-me, aquieto-me, confio,
Venço mais um desafio.
Sou ridente, vejo coisas.
Sou vidente, rio das coisas.

Marilene Anacleto

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A Noite Cala

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Feito vultos, movimentam-se
Árvores e plantas, ao sopro do vento.
Flores da noite trazem-me aromas
Que me permeiam e se esvaem.

Nem um latido, nenhuma voz.
Feito uma morte a noite se vai.
Na rua, às claras, tudo se expõe,
Mas faltam olhos para observar.

Quantos gemidos e quantas vozes:
Em quatro paredes a vida se faz,
À noite, às escuras, intimidades.
Ninguém, ninguém quer olhos para observar.

Marilene Anacleto

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É Amor

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É amor
Essa dor que consome e afoga o peito,
Que a respiração ofega e prende,
Ao pensar nos olhos nevoentos,
Do menino que se tornou tormento.

E agrediu sua Santa Alma,
Mais do que a alma de outrem,
E levou tragédias e mágoas
Para muito mais além do Além.

É amor
A dor que em nós sonambula
Em meio a desesperos e ais,
E em incensos levam o olhar santo
Das crianças que não veremos mais.

As nuvens, em véus de viúvas,
Transformam em luto o céu de outono.
Perplexos, sem podermos fazer nada,
Só a oração nos acalma e dá consolo.

É amor
As pombas brancas que levam a paz
E os perfumes que despejam os lírios brancos
Que enviamos à família e aos pais
Para que desfaçam a dor em suave pranto.

Ave Maria, cheia de graça...
Proteja todos esses nossos filhos
E Teu Amor de Mãe, nossas almas abraça,
Ao ajoelharmo-nos ao som dos teus sinos.

É amor
Que, de mãos postas recebemos
O conforto da prece de todos os irmãos,
Que não cessam de rezar socorros
Numa coroa de luz feito um só corpo.

Que o sonho do céu seja a anestesia,
E, em constante sopro, o Amor Divino,
Acompanhe-nos sempre, no abraço eterno,
Na árdua tarefa de viver a vida.

É amor
Cada flor que cruzar nosso caminho,
Cada pássaro que surgir em nosso céu,
Que nos recorde Deus, o Senhor da Vida,
Que, com Seus Sagrados Olhos, os recebeu.

Marilene Anacleto
08/04/2011

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Construção

Ploc... Ploc... Prrrriiii.... Prrrriiii...

Quero fazer oração,
O pedreiro já chegou.

Vou preparar o café
Tenho de dar instruções.

Agora resolvo ler,
Ele liga a betoneira.

Decido escrever um pouco,
Ele liga a furadeira.

Então pego a vassoura,
Ele chama para ver o cano.

Eu tento dar um cochilo,
A voz dele me arrepia.

Desassossego, bagunça, estresse.
Quem consegue fazer algo
Com um barulho desses?

Está ficando uma beleza a minha casa.
Que bom! Quando tudo sossegar,
Posso rir, brincar, criar asas.

Marilene Anacleto

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Pó de Estrelas

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"Do pó viestes e ao pó voltarás"
Reduz ao pó sonhos e ideais
Incentivo à vontade de não lutar mais.

Esquecemos: há 15 bilhões de anos
A grande explosão no universo
Transformou a estrela em pó

Como tudo é pó de estrelas
Cada vida do planeta
Deste sagrado pó é feita.

Compartilho alegria em vê-las
E a certeza que retornaremos
Como pó, ao pó de estrelas.

Marilene Anacleto

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Estão Matando Nossas Crianças

Estão matando nossas crianças
Com drogas, com armas,
Com a TV, a internet,
E valores desviados
Do caminho do bem.

Estão matando nossas crianças
Com jogos de adultos
Com roupas de adultos
Com pensamento de adultos.

Crianças não mais correm,
Na Páscoa, atrás do coelho,
Sequer saboreiam nas árvores,
Os frutos colhidos com desvelo,
Nem demonstram gratidão,
Ao ganhar um novo brinquedo.

Não correm atrás de borboletas,
Não brincam de bem-me-quer,
E já não sabem o que é ser criança
Por ter demais, ou por não ter.

Precisamos rezar, cuidar, amar
O amor que acode, o amor que acolhe.
Mostrar o caminho de Deus,
Ensinar o caminho do belo e do bem,
Porque o mal não descansa, não dorme.

Quem receberá nossa herança,
De valores, de conquistas, de alegria?
Quem recolherá nossas almas,
Guardadas em papiros de poesia?

Marilene Anacleto
07/04/2011

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