Blog de Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Porque Queres Saber Meu Tudo

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Por que queres saber meu tudo?
Para transformá-lo em nada?
Andarei em estado desnuda,
Descalça na dolorida estrada?

Há coisas muito escondidas
Contar a alguém impossível
Guardadas a sete chaves
Em um caderno invisível.

O que sou, eu mesma nem lembro,
Devo estar num arquivo perdido.
Não sei do atalho, perdi a senha,
Sou de mim mesma esquecida.

Meu sangue flui com as águas,
Pulsa o coração nas estrelas,
Suor são as minhas lágrimas:
Só em gotas posso tê-las.

Sou a luz do alvorecer,
Sou diamantes no lago,
A lua do anoitecer,
Despedida do dia cansado.

Encontrei o amor verdade
Por mãos de belas mensagens.
Perdi-me em meio a encantos
De luz e felicidade.

Por que queres saber algo
De alguém indecifrável?

Marilene Anacleto

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Moço Solitário

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Moço solitário
No barco pensativo
O que será que faz
Deste modo inativo?

Será fome de comida
Ou de mostrar valentia?
Será fome de solidão
Para pensar no dia-a-dia?

Será que procura repouso
No estranho balanço das ondas?
Ou prefere viver com peixes
Em vez de viver com homens?

Ninguém é capaz de saber
Por certo os motivos seus
Quiçá afastou-se do povo
Para encontrar o seu Deus,
Que acredita, encontrará
Na mulher dos sonhos seus.

Marilene Anacleto
05/01/2000

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Sonhos Dourados

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Quando estou muito saudosa
Invadem meu quarto, as rosas
Trazem-me inebriante perfume
De Maria e Seu lume.

Então cubro-o com Seu manto,
Embora a grande distância,
Azul de estrelas salpicado
Trazem-lhe sonhos dourados.

Música inaudível dispara
No coração, peça rara
Quando sua alma lhe toca
Terno manto feito ponte.

Chega a mente racional
‘Não vês que não és normal?
Ele não saberá deveras
As horas que lhe devotas.’

Invade-me a dúvida assassina
De mensagens tão divinas
Retorno a mim com as rosas
Que ainda pairam no ar.

Se ele sentirá, não sei
É certo que lhe enviei.
Com o manto feito ponte
Cubro-me durante a noite.

Abençoam-me sonhos dourados
No coração extasiado
Creio que do outro lado
Sonha também meu amado.

Marilene Anacleto
02/07/00 – 23:35

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Aqui nos Beirais da Praia

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Aqui nos beirais da praia,
Onde a ganância devasta,
Cresce a música mecânica,
Desaparece a passarada.

Junto dela, outros seres:
Gambás, lagartos, raposas,
O grande coral das chuvas
O canto dos grilos da noite.

A grande árvore centenária
E o seu Natal de vaga-lumes
Deu lugar a luminárias
Que não exalam perfumes.

O cheiro das madrugadas
A fluírem seus orvalhos
São agora noites tensas
Em grandes quartos fechados.

Mas quando reina o amor
Nesses quartos, em encanto,
A vida ainda vale à pena
Pelo celebrado instante.

Marilene Anacleto

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Luz para Crianças

Anjo da Comunicação,
Ó Anjo da Luz Alva,
Leve às mais distantes crianças
Nossa mensagem de paz.

Aquelas que estão em guerra
Recebam o amor do mundo,
Por essa ponte invisível
Do coração mais profundo.

Aquelas que estão em paz
E têm tudo, até amor,
Que consigam ser para outras
Um sorriso abençoador.

Nessa ligação da mente,
Do coração e da vida,
Esteja a Alma presente,
Com sua luz colorida.

Que a mensagem se transforme
Em pétalas de rosas visíveis
E atinja a vida daqueles
Que realizam o impossível:

A paz que almas vislumbram
E que mentes idealizam,
Realize-a nossas mãos,
E chegue às crianças do mundo.

Marilene Anacleto

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Excursão

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O sonho roncou
A dentadura gigante sorriu
A cobra saltou para o vaso grande
Grande pulo! Grande susto!
Eu só achei engraçado.
Virei para o outro lado,
Tentei dormir.
Por pouco tempo o sonho silenciou.
Voltou a dizer ininteligíveis resmungos.
O sonho voltou a ser roncado.
Virei, de novo, de lado.
Fiquei esperando o dia nascer
Com o olhar arregalado.
Oh excursão!
Oh dia cansado!

Marilene Anacleto

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Andaaannnças, Andaaannnças

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De tantas andanças, o ser solitário,
Repleta de heranças, de sorrisos e mágoa,
Busco a solidão, o encontro de mim,
Para poder viver, para poder sorrir.

Entre mar e pássaros, entre grilos e sapos
As dores se soltam, a vida se alarga.
Responsável por mim, por ninguém mais espero
O conserto do cano, o conserto do engano.

Lembranças das dores, por amigos, causadas
E das decepções por quem eu ajudava,
Oração do perdão entre lágrimas lançadas,
A lavar o coração e a alma magoada

E aquela dor profunda, como iria sanar?
Efeito para quem espera muito, de quem nada tem a dar.
Passei a fazer, entre outras, a oração do perdão,
Para, assim, degelar o meu próprio coração.

Mas aquela mais profunda, que queima o peito e a alma,
Apelei para a regressão que, consciente me acalma.
Encontrei os mais queridos, servindo-me copos d’água
E os outros, mais difíceis, a sujar-me em poças d’água.

Reconheci irmãos e pais, em papéis muito diversos,
Em cada vida passada uma música, um verso.
Desde a amiga malvada à terapeuta de sucesso,
Muitas orações do perdão ou agradecimentos sinceros.

E, na casa, solitária, como se fosse um Tibet,
Acho um engano e conserto, caio e ponho-me de pé.
Ao ficar de bem comigo e conhecer mais o outro,
Assumo meu erro mais fácil, a dor não se torna desgosto.

Mas, tudo era um propósito para após a aposentadoria,
Não quero levar comigo mágoa, tristeza e agonia.
Sessões de renascimento, muitas orações de perdão,
E o grande encontro comigo, nas sessões de regressão,
Seguem a abrir meu caminho e curar meu coração.

Marilene Anacleto

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Primeiro Amor

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Farfalhar de rolas,
Sorrisos de estrelas,
Acariciar de pombos,
Beijar de borboletas.

E, na noite outonal,
O caos intenso que requer
O encontro dos dois corpos
Nova vida, nova mulher.

Depois, a aurora boreal,
O frenesi da alvorada,
Em cores mais que arco-íris
No incandescer da madrugada.

Na vivência do amor
Os sentimentos se unem,
Os pensamentos se juntam,
As emoções se consomem.

Lentamente, vai voltando,
E, na calma, poemando.
É a luz de duas almas,
Estrelas a bater palmas,

Pelo bailar dos dois anjos,
Os aromas de floreiras,
As melodias de cordas,
Sonoras harpas e banjos.

Seguem momento a momento,
Vêm pela vida afora
A trazer o pensamento:
“Se Deus uniu, o homem não separa”.

Marilene Anacleto

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Sempre Estaremos Sós?

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Sempre estaremos sós
Com verdades e mentiras
Desmantelando eternos nós
De nossas vidas, em tiras.

O dia maravilhoso,
Encontros inesperados
Sorriso espontâneo e franco
Ajuda ao desesperado.

Noite. Corpo cansado
Alma sedenta de descanso
A mente já estressada
Recosta-se em qualquer canto.

Reflexão de meu dia
Minha higiene mental
Tristeza, compaixão, alegria,
Neste momento é normal.

Surge a mais branca presença
Daquele céu mais sagrado
Arrefece-me com seu lume:
“- Dorme filha, estás atrasada!”

Marilene Anacleto

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Primeiro Pensamento

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Quando as estrelas se rendem ao brilho do sol,
Tu és meu primeiro pensamento do dia.
Permaneces pulsando em minha Alma,
Trazes luz e esperança a minha vida.

És meu primeiro pensamento da noite.
Enquanto douram-se as folhagens e os telhados,
E o céu sangra-se de sol em suas nuvens
És a luz que aplaca os meus cansaços.

O vento fresco comanda as folhas em seu balé.
Do outro lado, a lua se eleva e empodera a memória,
A Alma se extasia de sorrisos e falas,
Noite adentro, as imagens se transformam.

És pensamento, és as imagens e as falas
Que acalentam o corpo de lembranças,
Que perpassam o tempo e o espaço
Na fluidez e singeleza da criança.

Noite adentro, dia afora ...
Saudade, sentimento mágico.
Traz de volta o que se disse e o que se fez.
Alegre e serena, vivo tudo outra vez.

Marilene Anacleto

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