Abismo

Foto de Gomes S

Não pare de sonhar

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Os sonhos podem ser interpretados como a energia necessária a continuidade de nossas vidas, pois é através deles que encontramos motivos para caminhar. Às vezes sonhamos em abraçar o impossível, e mesmo que o este esteja distante, ainda persistimos em acreditar que algum dia o alcançaremos.
O homem que não sonha, não vive, e se vive, está morto. Não digo morto fisiologicamente, porém, seu espírito compadece em grande aflição e dor, pairando sobre um abismo que pode não ter fim. Não devemos ousar deixar de sonhar, já que a própria realidade de nossas vidas são frutos do sonho de outros.
A cada soar de uma canção podemos encontrar sonhos refletidos descrevendo outros sonhos já vividos que deixaram de ser ficção. Tudo ao nosso redor, um dia, foi um sonho de alguém que ousou ultrapassar os limites da realidade para fazer o impossível perder sua soberania e cair perante a força que o coração tem.
Não existe limites para quem sabe sonhar. As limitações que experimentamos são frutos de nossas próprias ações, pois a cada dia deixamos morrer dentro de nós algum sonho, esquecido na mente daquela criança que outrora foi feliz.

Foto de Ronita Rodrigues de Toledo

ABISMO

Vou andando por aí
meio afobada
a procura de mim...

Corro ruas,avenidas,
dobro esquinas,
vou de encontro
a contra mão.

Meu relógio parou,
é inverno
o sol se ofuscou...

Escrevo o passado a giz,
apago as tristezas
e arrisco dizer
que fui feliz...

E o vento da noite
vem me falar:

-A vida é mesmo assim!
Posso e falo por mim
que ontem bramia
com a tempestade no mar
e hoje sou briza solitária
na noite fria a sussurrar...

E... vou andando por aí
na companhia
do meu grito calado,
escalando o abismo
que há em mim...

Vou em busca de outros braços
para abraçar meu abraço
e eu possa, quem sabe um dia...
encontrar-me
em fim...
Ronita Marinho - BN

Foto de Carmen Lúcia

Inalcançável

Caiu do céu...
Anjo sem asas, refez minha doutrina,
minha rotina...
Estendeu meu horizonte, se fez ponte
sobre o abismo que habitava em mim.
Plantou flores na aridez de meu solo
de onde agora decolo...

Amor perfeito, não fosse tanta perfeição
que minha imperfeição endeusa
e minha consciência acusa...

Pra minha amargura, o mel,
Pra minha aflição, a paz,
Pra minha indecisão, o caminho,
Para meu coração, bálsamo que refaz,
a própria liturgia grávida de significação,
homilia pregada em notas musicais
entoando, suavemente, os meus ais.

Olhar que perpassa sem me ver
indo além do que se possa crer...
Palavras que calam meu saber
e me ensinam o que não sei...
E não sei nada, não sou nada do que julgo ser.

Viver é muito mais que existir...
É amar, é sentir, se doar, repartir.
Alma transparente que é sua,
pura e não posso alcançar...
Sigo seu percurso, acato sua missão.
Só não sei discernir o amor da veneração.

Que culpa tenho, coração?

(Carmen Lúcia)

Foto de Leidiane de Jesus Santos

Coração em Dor

Noites mal dormidas
A maior indisposição
Feridas abertas
Maltratando o coração.
Como eu queria você por perto
Aliviando assim essa dor
Levando embora a saudade
Devolvendo o amor.
Distancia maldita
Que atormenta a vida
Atirando no abismo
Todos os planos e sonhos.
Fecho os olhos
Tentando te encontrar
E entre lembranças finjo
Que aqui você está.
Entregue a ilusão
Peso a Deus que me guarde
Com esperança de que um dia
Eu possa me salvar.
Com seus beijos amargos
Me envenenou
Correndo em minhas veias
Só magoa e rancor.
Espero que o tempo passe
E te faça perceber
Que eu fui de verdade
A única para você.

Foto de marcosgambiarra

Sentimentos

Gaste todo seu tempo esperando por aquela segunda chance,pois se essa chance surgir como uma mudança que pode resolver tudo vale a pena!
Sempre há um motivo, pelo qual valha a pena esperar e lutar.
Algumas pessoas não se sentem boas o suficiente e no final do dia essa situação torna-se difícil.
Deixe as lembranças vazarem das suas mentes assim como a vela queima ao fogo, mas nunca deixe chegar ao vazio.
Nunca se deixe levar pelo cansaço, siga em frente e para algum lugar, pois é mais fácil acreditar em uma doce loucura do que viver num abismo só e sombrio.

Foto de Alexandre Montalvan

Amor Doentio

Doentio é este amor,

Que transforma o meu corpo em desejo.
E quase que preciso ter comigo
Brancos tapetes de flores
Para que graves em tua carne a volúpia
Incandescente da urgência de meus beijos

Porque eu amo-te com tamanho encanto
Que esta luxuria me domina, eu me espanto
É um morrer no paraíso
Em meio, a pecados e risos
Estridentes, sem sentido
Quanto arrependimento tenho tido.

Doentio é este amor
Que me mata pouco a pouco
Que me enlouquece
E transforma-me em louco sonhador

Como droga e sem aviso me afoga
E me deixa sem sentido
Colorido, como LSD, como um gozo infinito
Um mergulho no abismo
Sem retorno, sem um pingo de pudor,

Doentio é este amor. . .

Alexandre montalvan

Foto de Fernanda Queiroz

Antes que o Ano Termine

Falta um dia para que o ano termine. Um dia intenso que pode mudar toda minha existência. Só preciso ter coragem e ir até onde você está... Antes, 450 km, agora 50 km. Por que veio para cá? Queria me confundir ainda mais? Estaria esperando que a proximidade me fizesse ser mais mulher... mais corajosa? Sabe que meu destino está traçado. Não me deixaram editá-lo. Sabe que não posso voltar, então porque não vem... Rouba-me, Toma-me, Leva-me para nosso mundo de sonhos; onde tua ausência presente foi marco de nossa história.

O sol está se pondo, o alaranjado de céu é o contraste perfeito com a relva que se estende verde e úmida pelas chuvas de dezembro. Tanta calmaria vem de contraste a minha alma conturbada e sofrida. Posso sentir meu coração batendo forte, tão forte quando o podia ver por aquela janelinha mágica do computador, cenário de nossa história, testemunha de nosso amor, cúmplice de nossos segredos, arquivo de momentos que perpetuarão dentro de mim. A brisa suave sopra. Parece querer brincar com meus cabelos, alheia a tempestade que envolve meu coração. Deixo a mente explorar o passado... Tão presente... Teus olhos, tua mania constante e única de apoiar teu rosto nas mãos. O sorriso espontâneo, a cara emburrada, os olhos se fechando de sono, e a vontade de ficar um tempo mais...e mais ...até o galo cantar...a madrugada... o sol nos encontrar ...felizes ou tristes...juntos.

A noite traz a transparência de minha alma, negra, sem luzes, sem amanhecer. Preciso me movimentar, sair deste marasmo de recordações. Thobias, meu companheiro de peripécias, que um dia correu tanto quanto no dia em que estouramos uma colméia; está selado, entende o que me vai à alma, conhece meu estado de espírito, sabe quando é preciso deixar as paisagens para trás, mais rápido, mais rápido, até se tornarem uma massa cinzenta, sem cor, ou forma retratando o mais profundo que existe em mim. Agora, no embalo do cavalgar, meus sonhos se afloram. Estou indo ao teu encontro, nossas mãos se tocarão, nossos corpos se unirão, nossos corações baterão em um só ritmo. A brisa tornou-se um vento tão gélido quantos minhas mãos que seguram as rédeas de um futuro-presente. Gotas de chuva descem sobre minha face, misturam-se as minhas lágrimas. Tenho a sensação de não estar chorando e sim caminhando para você. Na volta para casa nem o aconchego da lareira, o crepitar constante elevando as chamas transmite liberdade, as sombras sobrepõe à realidade que trará o amanhecer, elevo ás mãos solitárias tentando voltar ao tempo de criança onde elas davam vidas retratadas na parede imagens de bichinhos animados, mas não se movimentam, parecem presas ao aro de ouro reluzente que por poucas horas trocarão de mão fecundando o abismo que se posta diante de nós. O cansaço e as emoções imperam. Entre sombras e sonhos, meu pensamento repousa em você, na ilusão, nos sonhos, na saudade pulsante de momentos mágicos vividos, onde nossas almas se encontravam, onde nossos corpos não podiam estar. De desejos loucos e incontidos de poder realizar, antes que o ano se finde, antes que as horas levem tudo que posso te dar.

O amanhecer desponta, caminho a esmo, no escritório, ao lado direito da janela que desponta para colina verdejante (cenário de nossa história). O computador me atrai.. Você está off, está há apenas 50 km, mas em meus arquivos de vídeo teu rosto se faz presente, tua boca elabora a mímica de três palavras mágicas “EU TE AMO”.A musica no fundo é a mesma que partilhamos tantas vezes juntos COM TI RAMIRO, gravada em meu studio amador ao som de flauta. As notas enchem o ar, a melancolia prevalece, meu coração se enternece, “POR FAVOR, VENHA ME BUSCAR”, não vou conseguir sozinha, você sabe disso, é exigir demais de quem só soube amar, sem nunca saber lutar, sem nunca poder gritar, com um destino a cumprir, um dever de tempos idos e protocolados nos princípios de toda uma existência. O dia se arrasta imortalizando o passado. Estou diante do espelho, o rosto moreno não consegue esconder a palidez, o vestido branco de seda cai placidamente sobre meu corpo inerte. Vestido que outrora minha mãe usara com os olhos brilhantes de felicidade. Os meus não têm brilho, este fora reservado às perolas que adornam meus cabelos negros, sempre me achei parecida com ela, mas a imagem reflete somente uma semelhança física onde a mortalidade de meu semblante contradiz a vida de tempos passados.

Pedi que me deixassem ir só, queria ficar com meus pensamentos, onde você é soberano. Que bom que ninguém pode me tirar isto: tua imagem, teu sorriso, tua forma única de existir para mim, mesmo que em sonhos, mesmo que em lembranças, mesmo que em minha morte para a vida que se inicia. A escada imperial e central se desponta com teu corrimão de prata por onde desci tantas vezes lustrando-o com minhas vestes. Minhas mãos se apóiam nele, trêmulas, frias, para que eu não quede diante da realidade... Apenas trinta degraus? Deveria ser trezentos, três mil, ou trinta milhões? Eu os percorreria com gosto, antes de pisar na relva verde coberta por um tapete de pétalas de rosas que conduziam à capela. Porque desfolhá-las? Porque enfeitar a vida com a morte? Rosas brancas, pálidas como minha alma, desfolhadas e mortas como minha vida. Ao lado o lago que outrora me fazia sorrir, brincar e acreditar....queria parar...descalçar o pequeno sapatinho branco e sentir a frescura das águas elemento mais forte e presente da natureza em minha vida...mas agora não posso parar a poucos metros está minha rendição, meu destino onde o oculto será sempre meu presente, onde o passado será minha lembrança futura, onde você viverá eternamente, onde ninguém poderá jamais alcançar. A capela parecia lotada, não guardei rostos, somente sombras. No altar uma face, feliz, despreocupada, livre, sentado em uma cadeira de rodas estava papai, tuas pernas não mais suportavam me conduzir, teus braços que muito me embalaram, já não mais me apoiavam...segui em frente. Pensei em me voltar ..olhar para trás, mas não iria te encontrar. Palavras ditas e não ouvidas... trocas de alianças...abraços de felicitações....buquê lançado ao ar, festividades...todo ar de felicidade.

Faltavam dez minutos para findar o ano...minha existência já tinha terminado, o celular em cima do piano da sala...8 minutos...mãos tremulam ao aperta a tecla da re-discagem...minutos eternos...do outro lado a apenas 50 km, tua voz ...doce...amada...terna, parecia querer ouvir o que eu queria falar e não podia...engolindo as lágrimas. Apenas um pedido: seja feliz, seja feliz por nós dois...uma resposta que mais parecia um lamento, que por mais suave, parecia um grito...Seja feliz também.....um tum tum era o sinal de desligado....zero hora. Fogos explodindo no ar...

Fernanda Queiroz

Direitos Reservados

Foto de Laís Rangel27

Jardim das Sombras

Pareço perdida, perdida em meus proprios medo. Sonhando com o dia em que me encontrarei com meu interior, sonhando com o dia em que palavras não magoaram.
A noite cai e com ela seu manto sombrio, adormece o meu corpo, e os dias ja não tem cor, me vejo em frente a um abismo profundo e sombrio, tento me encontrar no silêncio desse jardim de sombras.
Preciso de um caminho, um lugar onde eu possa me encontrar com meus maiores anseios e encotrar o meu olhar que vaga perdido em meio a tanta solidão.
Não quero mais voltar, não quero mais pensar nem ouvir o que me faz mal, me seinto perdida sem amor, vazia como um jardim sem flores, meu mundo agora é cinza e o que fazer?
Não há solução, e o caminho está deserto e frio, a solidão grita e ecoa em meu caminho.

Foto de raziasantos

Não me importo...

Não me importo se a cada verdade
Deparo-me com a inverdade.
Rema-se contra ao vento…
No abismo ao relento.

Não me importo se no firmamento
Perco-me em pensamentos…
Pensamentos…
Pensamentos voz do alento.
Desmancha-se no tempo.
Tempo que foi levado pelo vento.

Foto de Maria silvania dos santos

Homem também sente.

Homem também sente.

Será que homens são iguais?
De um sentimento são rivais?
Será que do carinho de mulheres são
dependente?
E que se sente muito carentes?
E porque será que seu amor não é transparente?

E não demonstra para toda gente o amor que ele sente?

Pois o preconceito e o máximo,
este se torna num abismo, impedindo que eles próprio o perceba, que seu coração
é uma terra de boa geração, só falta uma boa adubação e depois uma freqüente
regação.
Pois a mesma semente foi semeada, no
coração de toda gente , e esta semente é
o amor de um inocente que morreu por toda gente.
E concerteza, cada uma com seu grau
de diferença, mas sabe o que sente,
E quer seu lugar de inocente.
Então porque não ser transparente, e
amar a toda gente?

Autora; Maria Silvania dos santos

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