Água

Foto de pctrindade

LÁGRIMAS

LÁGRIMAS

Nesta tarde olhando os pingos da chuva estampados em minha vidraça, bateu uma saudade incomensurável de você.

As gotinhas pareciam fragmentos de um passado distante, porém sempre presente nos detalhes de meu cotidiano.

A gotinha da esquerda me fez lembrar um dia em nossa juventude, no qual parecíamos dois desvairados valsando nas areias da praia sob uma garoa fina em plena madrugada, e a água ajudando colar nossos corpos.

A gotinha mais acima trouxe de volta um momento também romântico, naquele restaurante quase vazio, onde comíamos entre risos quase contidos, tendo como fundo musical “As Time Góes Bye”, ao piano de um senhor alemão.

A gotinha da direita trazia com ela a sessão do Cinema Jangada, cujo filme não me lembro, mas lembro perfeitamente daquele “amasso” gostoso que provocava sussurros talvez de inveja ao casal sentado atrás.

A gotinha abaixo, escorrendo, na verdade não é uma gotinha; é sim o reflexo da lágrima que rola em meu rosto.

É a lágrima de um tempo feliz.

É a lágrima de uma tristeza por não saber aonde você se abriga da chuva nesse momento e se também tem uma vidraça do passado.

É a lágrima da saudade que escorre, seca e torna a escorrer de novo sempre que chove.

É a lágrima dedicada a você.

Foto de ek

onde?

domingo, dia 20
mês de setembro, 2009
uma passeio de barco
muito riso nos rostos
poucas nuvens no céu
um pequeno barco
a imensa represa
quatro homens
muitos sonhos
muitos planos
com muito ainda por fazer
a atravessam
calmos
vagarosos
eu não posso saber o que acontece
não sei o que aconteceu
o barco virou?
o pé vacilou?
quatro homens na água,
ou dois homens na água?
quanta água...
o barco retorna à margem
braços gesticulam
dois homens gritam
ajuda pedem
na margem o riso se foi
braços ao ar
meu Deus!!! Tu sabes todas as coisas....
quem não sabe sou eu
onde estão estes outros dois homens
meus dois amigos
meus irmãos
o desejo é de os rever
abraça-los, e glórias a Deus dar
a tristeza invade o peito, a angustia
sei que ainda os verei,
juntos curvados diante do Deus Altíssimo
para sempre a louva-Lo
em Seu reino de paz.

saudades meus irmãos

Foto de Athayde

O Machucado e o Moleque

Proponho um novo ponto de vista...
Esqueça cheiro,credo,amor ou sangue...
Pense que a água é terra,
Que o ouro é mangue...

Lhes direi um gesto nobre...
Nem rei,nem herói...
Mas uma infecção que comove...

O pus resplandece nas canelas de um menino,
Raquítico,feio,pobre...lindo!
O futebol é mesclado de suor e barro,
O “caminho” abre a ferida,
E envolve ambos num pacto bizarro,

Que a cicatriz nunca chegarás!
Pus ,sangue e machucado,
Na canela sempre estarás!
Menino...bola...fome...
Fome de gol!?...sangue,terra...
Machucado...canela!

A ferida se engrandece com o sorriso da criança...
Abertas estarás...é a nossa aliança.
O machucado é um poeta...
Beija os ossos da perna,
Abraça os glóbulos da carne,
E dança valsa com a excreta...

Menino e machucado,
Que união mais injusta...
Um extravasa sangue e o outro na usura ...

O sorriso do moleque é desdentado,
Cativa...magoado..usado!
A consciência do machucado pesa...
Por dentre as entranhas da ferida,
Nasce a solidão despida...

Vou secar!Cicatrizar!
Acalentar minha alma,
O sorriso do garoto me acalma...
Gesto nobre para simplório ferimento,
Provocar a inexistência por um menino virulento...

Vou secar!Cicatrizar!
Estou secando...
O sangue que batiza minha alma,
Não refresca mais a poesia...

Pele,casca,pele...
Cura...Cura...
Sorriso da falsa desventura...

Epiderme...verme que não devora-me
Escuridão...veias...corrente sanguínea...
O tambor dos deuses julga minha sina...

Tum ...Tum...Tum...
Vôo com o menino ...cada batida é um ensino...
O machucado ganhou seu galardão...
O menino está curado...
E ele chegou ao coração.

Foto de pedro felipe

O que é eu sem você?

Não sei te dizer o que é eu sem você
Acho que não sou eu.
Simplesmente não consigo ver
Não posso enxergar, eu longe de ti.
Dou-te o mar, dou-te o céu.
Prometo para o resto de minha vida ser fiel.

Como vive o homem sem Deus?
Como vive o peixe sem água?
Diga-me como posso viver sem ti?

Pensava que me conhecia bem
Isso foi até te conhecer
Pois foi ai que eu percebi que eu não era completo
Mas a minha outra metade era você

O amor cresce a cada dia
E a cada dia de minha vida, quero te dizer.
Que sem você não sei o que faria
Não sei te dizer o que seria de mim sem você

Foto de Arnoldo Pimentel Filho

SONHO DE PEQUENINO

Meu brinquedinho se quebrou
Meus olhos estão tristonhos
Eram meus cristais
Evaporaram como sonho

Sou pequenino
Tão sutil que desafino
Sou o doce sabor da nostalgia
Livro repleto de fantasia

Minha voz é fina quando canto
É doce como água na boca
Feliz como pássaro
E livre quando voa

Meu coração é apertadinho
Mas abraça um navio
Fortalece minha alma
Para vencer meu desafio

Foto de Sonia Delsin

PÁGINA VIRADA

PÁGINA VIRADA

Escorre. Água escorre.
Lava-me toda.
Escorre feito cascata sobre meu corpo...
deste meu tempo de agora.
Escolhi um tempo para esta chuva.
Escolhi este campo de trigo onde me deito.
E sinto esta chuva a escorrer por todos os tempos passados.
Por este tempo que não existe.

Esta chuva me purifica.
Me lava a alma.
Mesmo que ela não exista.
Que não exista este campo.
Nem esta exposição de minha nudez à chuva.
Mesmo que este meu corpo não exista.
Minha alma lá está e escorre tanta água.
Estou purificada... mesmo que o campo de trigo seja tão só...
uma estória contada.
Tão só uma página virada.

Foto de Carmen Lúcia

Morada da poesia...

Ainda não sabia de poesia...
E seus olhinhos percorriam a fantasia.
Tudo podia...
Estar aqui ou alcançar estrelas...
e sem nenhum esforço, conseguir detê-las...

Ainda não sabia de poesia...
E de seus passos, a mais linda coreografia...
De sua alma, a expressão que traduzia
naquela dança, a vida que em si surgia...

Ainda não sabia de poesia...
Fixava seus olhos no desabrochar da flor.
E a via pequena, gigante, de toda cor...
Nenhuma outra magia a tiraria desse torpor...

Ainda não sabia de poesia...
Seus pés descalços na água do mar
transformavam sal em açúcar;
E as ondas brancas, golfadas de algodão-doce,
batizavam seu corpo de menina e moça.

Percebeu a poesia...
Ao descobrir o descompasso de seu coração;
Pulsações irreverentes, batidas diferentes,
e no papel
registrou o que sentia...

Sentiu a poesia...
Descobriu sua morada...
Por todos os cantos, recantos,
encantos e desencantos...
Viu-se cercada...

E a poesia mora
na lágrima que rola,
no sorriso que esconde a dor,
no riso anunciando amor...
No botão que se transforma em flor...

Ela está por toda a parte...
Basta apenas perceber
e do estado latente,
fazê-la acontecer.

Carmen Lúcia

Foto de Fernando Poeta

Querer

Eu queria não ter querer,
Eu queria não ter sentidos,
Eu queria não ser nada,
Para do nada me refazer.
Eu queria ser apenas,
Mais uma gota d'água no oceano da vida,
Eu queria ser o vazio,
E ter alguém que me preenchesse,
Mas estou no vazio e ninguém me compreende,
Ninguém me preenche.

Eu queria ser apenas um sopro de vida,
E não ter passado disto,
Eu queria a totalidade,
De todos os sentimentos,
Eu queria a eternidade,
De todos os bons momentos,
Eu queria a compreensão,
De todos os meus sofrimentos.

Eu queria a conformação,
Para todos os meus padecimentos,
Eu queria o gosto pela vida,
Mas o desgosto, é que se faz presente;
Eu queria estar por inteiro,
Me sinto ausente,
Eu queria tudo isto,
Mas sem amor,
Nada disto me é suficiente...

Foto de ROSA GUERRERA

A VERDADEIRA ESTAÇÃO DA VIDA

Sempre gostei de viver e saborear de corpo e alma as estações da vida . Muito bom e positivo foi ter sabido também colher flores primaveris , plantar rosas ,vivenciar amores, alimentando com todas as forças do meu Eu os momentos que os verdes anos espalharam nos mais diversos caminhos que trilhei, com seus convites atrativos para melhor deleitar o proibido e o desconhecido. Mas...pouco a pouco quase sem que eu pressentisse o calor do verão se aproximou com nuances mais coloridas e apaixonantes e eu comecei a rever os verdes sonhos como imagens apagadas onde raramente usei a razão .E os meus passos mais maduros começaram a me conduzir a um caminhar mais prudência e sensatez. E nessa nova etapa de vida aprendi a analisar melhor, sentir melhor , ser mais reservada , saber esperar a época da colheita e muitas vezes até me preocupei com a chegada do outono, ou da chamada estação das rugas e dos cabelos brancos .Mas inexoravelmente um dia ela chegou ... e hoje deitada nessa nova paisagem que a vida me presenteou eu vejo como cresceu o meu aprendizado e como é imensa a liberdade que possuo, sem mais grilhões ou restrições aos meus passos. E olhando para trás vejo o quanto mudei! O encantamento das outras estações foi na verdade apenas um pequeno exercício e uma preparação para uma maturidade sem mais portas abertas ás fantasias. E é nessa estação outono que eu entendi que existe muito mais garra dentro de mim, muito mais alicerce nos meus sonhos e menos pressa para viver ,porque tudo que ambiciono hoje eu o faço consciente , sem ultrapassar meu potencial , isenta de falsas e imaginárias expectativas , mas direcionada para aquele “ todo um sempre”.E tudo ao meu redor se reveste hoje de eterno , mesmo que dure apenas uma gota d’água , mas vivido com tamanha força que eu não temo mais a aproximação do inverno nem a destruição da minha árvore. Nada é mais capaz de me abalar ! Já não me protejo da indiferença, do egoísmo , do medo, , dos que me rejeitam , me ferem , me excluem ou tentam abalar minhas convicções. Essa é a passagem do outono na minha vida . A idade da liberdade de escolha, dos acertos, das novas qualidades , das verdadeiras descobertas , sem dúvidas, sem interrogações ...mas com a certeza de conquistas verdadeiras ...onde a mente não acompanha o envelhecimento do corpo ,mas aprimora cada vez mais o companheirismo entre a razão e o coração.

Foto de Joaninhavoa

"ESPELHO D`ÁGUA"

*
"ESPELHO D`ÁGUA"
*

«Solidão! Não tem sexo
É Dona Lua ou Dom Sol
Pode ser um de nós
Destino?!
Pré-destino!?
Vivemos sob um espelho
que nos inverte...
Da cabeça aos pés!

Solidão! Não tem sexo
E o espelho é só um
Então quando me olho
Vejo o teu reflexo
em gotas que se multiplicam
E o espelho é...
Água!»

Joaninhavoa
(helenafarias)
30/08/2009

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