Amor

Foto de Lou Poulit

Venho Pedir-te Que Ouças

Venho pedir-te que me ouças
com o silêncio de um luar prestante,
que se entranhe nesse nosso instante
e ouça a lágrima penitente e vasta,
que me serve de oceano.

Ouça o vento, a emoção do veleiro,
e o carinho das ondas espalmadas
no chão sulcado do nosso amor pisado,
arrebatado, de fibras tão tesas,
em que se abandonam nossas vilezas
como rolam as folhas de outono maduras.

Ouça o sangue correr na veia tua,
em busca das meiguices e canduras
do poeta, que sobre a terra túmida flutua,
se precipita e se esbate na pepita
plena de inchaço, de ânsia e mormaço...
ouça o esgarço agônico da sua estrela!...
Venho pedir-te por esse nosso resgate,
que lhe sacie tanto toda pertencê-la;
e ao poeta, à sua dor fluída e à sua arte...
Teu coração à vida das suas alvas asas
e ao seu canto de morte... Pois eis que parte.

Ouça tua pele, jardim de frêmitos emancipados,
ainda molhada, mas tão assim sequiosa...
Ouça o perdão pelos poros exalados,
como lhe perdôa os lanhos tua rosa!...

Ouça, Saudade, e pense...
Só a ele o teu sussurrado nome pertence.

(Lou Poulit, Itaipú/2007)

Foto de Vera Silva

Desamor

É crime não me amares como eu te amo,
Não escutares os versos que te declamo…
Ignorares a minha essência de mulher
Madura, que sabe o que quer.

É pecado continuares a agir assim,
Quase zombando de mim,
Que te dedico todo o meu amor,
E que transformas apenas em dor.

É loucura agora a minha vida,
Senti-la assim meia perdida.
Deitar ao vento tanto querer,
E pedir a Deus que acabe com este sofrer.

É uma verdadeira insanidade,
Talvez até pura maldade
Desejar-te tanto mal agora,
Voltar-te as costas e ir embora...

Foto de angela lugo

Anjo Meu

Lá estava ele... Como um anjo
Seu rosto pálido...
Seus lábios sem cor...
Quase que transparente

Em uma camisa desabotoada azul...
Que esvoaçava com o vento
Confundindo com o azul do céu
Em uma tarde junto ao mar...

As gaivotas revoavam...
Na busca de seu alimento
Sem perceber que ali...
Pairava um anjo a observá-las

Olhando-te ao longe...
Vejo a magnitude angelical
De beleza indescritível
Resplandecer no horizonte

Vem... Anjo leva-me...
A um vôo ao infinito...
Em suas asas acolhedoras...
Para conhecer-mos o paraíso

Os anjos entoaram...
Uma canção silenciosa
Que somente nós...
Poderemos ouvi-la

Homenageando o nosso amor
Suspira anjo meu... Suspira
Enquanto fazemos este vôo
Rumo ao infinito da felicidade
...
angela lugo

Foto de francineti

Soneto da minha desilusão

Fui tomada por uma forte dor
as estradas da vida
me separaram do meu amor
ele se foi e só me deixou desamor

Lá se foi a minha inspiração
estou sozinha com a minha solidão
Perdi a alegria
tornou-se triste a minha poesia

Vivo a implorar
vem meu bem
vem novamente me amar

Só tu és capaz de me fazer sorrir,
de me encantar e inspirar
e só assim eu posso versar.

Foto de francineti

Um baile de poesia

Fui convidada para um baile
este baile não será de fantasia
será um belo baile de poesia
mas o que é de verdade a poesia?
Poesia também não é um pouco de fantasia?
Eu aceitei o convite
Eu vou a este baile especial
e levarei comigo saudade,
amor e nostalgia,
espero trazer comigo muita paz e alegria.

Foto de Fernando Poeta

Sonhando Acordado

Entro em teu mundo,
Através de tua página,
A página de tua vida,
Que escreves no dia a dia...

Nas palavras escritas nas páginas de tua vida,
Viajo, sonho, deliro e satisfaço-me,
Pois vivo muitas vidas,
Através das páginas lidas.

Emoções diversas,
Sentimentos conflitantes,
Mundos reais, para mim imaginários,
Que levam-me a viver o inimaginável...

Uma vida de sonhos reais,
Uma vida de aventuras,
Uma vida de alegrias, amor e amizade.

Esta é a página do livro de tua vida.

Foto de Dennel

Ferimentos da paixão

Por tuas transgressões fui ferido
Por tuas ações muito agredido
Sofri por tua fria indiferença
Ainda sofro por tua ausência

Foi de uma imensa maldade
Abandonar-me a triste realidade
Nunca vi tamanha negligência
Não esperava tanta maledicência

Outra vez hei de sorrir
As feridas que por amor sofri
Serão apenas tênues lembranças
Abro meu coração cheio de esperança

Recuperado, e pronto para amar
Sairei na rua a procurar
Lindos olhos que me fascine
Assim, meu coração determina

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Lou Poulit

Amados Poetas, a Poesia é Espírito.

Ah, porque nos vestimos de palavras, tantas vezes não nos reconhecemos. Porque co-habitamos nosso próprio lirismo, e desse convívio alimentamos a auto-estima, pela humana necessidade de auto-identificação... Enfim, tantas vezes exilamos para outros níveis conscienciais a idéia da nossa verdadeira natureza. Íntima natureza dos poetas, que não cabem em si e precisa vasar.

Nossas palavras, meros veículos físicos, revelam-se multifacetadas à luz de um fogo interior. A poesia, como um diamante pendular, é susceptível às emoções das nossas fibras e à oxigenação do nosso sangue. Dança. Passa de mão em mão. A um só tempo é permissiva e púdica, torpe e lúcida, lânguida e dissimulada, escrachada e recatada, de modo a se aninhar no olho do turbilhão das susceptibilidades de cada um. E de modo a habitar a transitoriedade de tudo, faz-se sempre amigável e gentil. Rima-se dor com amor há uma miríade de sucessivos sóis, sem pensar na crueza dessa verdade, submetidas as nossas mentes pela força de preconceitos morais, instituídos e protegidos pela visão míope e dogmatizada de um deus meramente humano...

Então, pensamos que na poesia podemos ser o que, no nosso mundo humano, não teríamos coragem de ser. Ou deixar de ser o que para o mundo somos. Ou fazer-nos melhores, ou piores... Amados poetas... A poesia é espírito... E assim como não é a palavra, também nós (pensamentos e sentimentos) não somos nossa carne. Embora a exerçamos, e exercemos a vida e o mundo quando nos permitimos que a poesia nos possua! Lendo ou escrevendo, gozamos uma energia segundo a espiritualidade de cada um. Oh, não... Ao menos dessa vez não permitam que algum dogma turve a pureza cósmica de gozar, de transmitir e transformar, como manifestação de amor, de querer bem e de bem servir. Nem mesmo o dogma anárquico, segundo o qual nenhum dogma se justifica.

Façamo-nos dóceis e gentis. Podemos vestir a mais delicada seda ou a mais frágil renda. Podemos caminhar sem botas sobre peitos trêmulos, ou arar sulcos fremitosos, ou moer ansiosas areias até torná-las líquidas. Podemos fazer todas essas coisas e muitas outras, do lado de fora, sem macular a brancura do amor... Mas façamos isso, aqui dentro, lucidamente. Os poetas são herdeiros de Vulcano. Nas covas profundas das suas dores, onde escorre incessante o suor do seu trabalho interior tão desprezado e mal pago, acumula-se a pressão altíssima da sua sensibilidade, tenha ele ou não consciência disso. O inevitável. O imensurável. O intangível amor do poeta haverá de cumprir seu papel no mundo, sempre que se romperem as últimas crostas. Seus versos ejacularão o magma incandescente da sua pureza, sequiosa, ansiosa por um cadinho onde possa enfim repousar. Só então o seu espírito exultará levitado, sobre a sua carne, pacificada.

Foto de angela lugo

Vida vazia

Você se foi nada me deixou
Somente saudade do teu amor
Neste dia o vento que soprava calou
O sol aos poucos perdeu seu brilho
A chuva que vinha ficou inibida
E lamentou derramando suas lágrimas
Em meu jardim ressequido pela dor
Dor que maltrata a minha alma
Que me faz infeliz sem ter você
Entristeço... Empalideço ao lembrar
Da ultima vez que estivemos juntos
Tantas alegrias assassinadas em covardia
Não por suas mãos que estavam vazias
Pelo sentimento de rejeição que carregava
Em teu peito sem qualquer razão
Pura tontice imaginar que te traia
Nem mesmo poderia te amava em demasia
E até mesmo esquecia que o amor doía
Minha vida está completamente vazia
Sem você a me fazer galanteios em primazia
Uma parte de mim ficou em ti
Vagueio por entre vidas que não são minhas
Não me conheço mais sem você
A temperança do tempo anda inclemente
Vejo-me envolta num mar de recordações
Sem ti sinto-me como águas gélidas
Nas profundezas do meu coração
Por onde andarás o teu amor
Que um dia pertenceu somente a mim?
O que faz teu coração vibrar sem o meu?
Que juntos formávamos uma sinfonia de amor
Quem o está balançando em meu lugar?
Qual o nome da nova canção que o faz acelerar?
Será que pensando que eu o tivesse traindo
Simplesmente já estava a trair-me há muito tempo
Porque amenizou tão facilmente a minha falta
Esquecendo completamente do nosso amor?
Deixando minha vida completamente sem vida
E um coração vazio sentido dentro do peito

Foto de Lou Poulit

Quem daria por seu sonho um vintém?

Quem daria por seu sonho um vintém...

E poria em suas mãos vazias

um raio de esperança, um querer-bem...?

Quem jogaria na fonte das suas entranhas

um desejo metálico de se perpetuar,

onde não ousem tocá-lo mãos estranhas?

Quem vestiria o poeta da própria nudez,

da própria luz e da própria prece...

E que beijo habitaria a sua prenhez?

Que tez mordida seria, branca, seu agasalho,

quando a brisa trouxer o hálito refrescante

sobre as estrelinhas que habitam o orvalho?

Já é feliz esse pássaro sonhador,

que não cabe no peito por queimores agrisalhado,

nem na fibra sua, íntima das dores do amor.

Já é feliz essa tão nua mulher, enquanto vem

no passo do sol, rico senhor do tempo,

trazendo guardado, tépido, seu túrgido vintém.

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