Anos

Foto de natalia_m

Amor e solidão

Ah amor, sentimento que me fazia esquecer o mundo,
E que mais tarde fez o mundo me esquecer,
Que me fez cair no buraco mais profundo,
De tristeza, solidão e me fez sofrer.

Se o meu pertence a ela, como posso ser feliz?
Se a vida me abandona, como não negar a Morte?
Essa dor que sinto agora, não me acaba por um triz,
E o coração, na balança do tanto faz, escolhe a sorte.

Eu aceitei com todas as forças as condições de lhe amar,
Mesmo sabendo que mais tarde isso me machucaria,
E encarei todas as maldades que me fizeram afastar,
Da verdade da solidão, que meu coração um dia cederia.

E como o tempo sempre demonstra-se inimigo,
De todas as almas que desejam encontrar o Amor,
Procuro então, em algum espaço do coração, um abrigo,
Que me acolha de todas as iras, de toda dor.

Seu amor é o cativeiro que me mantém presa,
É a escuridão que me dá segurança ao não ver,
É a dor que consegue eliminar toda e qualquer tristeza,
É a liberdade jogada fora, por querer lhe ter.

É estar certa com todas as incertezas,
É a vontade de querer não fazer nada,
É o ânimo encontrado nas tristezas,
É o estar bem por poder ser amada.

É a esperança que encontro quando não espero mais nada,
É a luz que encontro em anos de cegueira,
É como se depois do deserto, encontrasse a primeira estrada,
É depois de perder, me sentir uma guerreira.

Foto de Moisés Oliveira

Dia qualquer

14 de agosto de 1968, momento marcado de um dia qualquer.
O tempo que agora passa não me muda mais, o que passou ontem já não me quer.

As horas que passam não mudam meu passado, amanhã sempre é o dia da minha decisão.
Não faço nada se isso for agora, espero calmo pela solução.

O vento que passa me marca o rosto, rugas da minha pele contam o que vivi,
olhar pro relógio embranquece o cabelo, o tempo passou e não percebi.

Lutei pelo que já tinha, enalteci o que não precisava,
vendi barato meus melhores anos pra comprar caro o que não me faltava.

Comi o fruto que me alimenta, mas cai da árvore que não plantei.
Mato a fome com arrependimento, busco a resposta do que já não sei.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 10

Escrever exige uma intensa entrega pessoal e total desprendimento dos preconceitos e convicções. Como eu não tenho amor próprio, faz dez anos que estou nessa. Com gente lendo ou não, faça chuva ou sol, tendo eu dinheiro ou estando duro, para os diplomados e os analfabetos, eu vou fazendo a minha arte, como o Sísifo, me lembra o Camus, vou levando a rocha pro alto do morro e deixando cair todos os dias. Essa é a minha verdade, gente que sou até agora.
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Enquanto o fogo consumia tudo, e as pessoas viviam seus amores, seus valores e seus pecados, Clarisse subia para a cidade em busca de se reconciliar com o seu passado e destruir os insetos que a haviam humilhado ou algo parecido. Ela iria falar com o Luís Maurício, com o Patrício, com o Fabrício, com quem pudesse matar as pessoas e devolvê-las para sua posição de subserviência. Quando ela se levantou, parecia até branca, como se um Feliciano a tivesse abençoado da miscigenação racial e da indivisível respiração coletiva, como se fora brincadeira de roda, memória, o jogo do trabalho na dança das mãos. Ela estava montada. A balada da sociabilidade lhe abria os braços e o coração. Ali era o seu lugar, voltava pra ficar. A luta pelo poder enfim teria o seu final.
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- Calma gente, calma gente!

A voz de Dimas se tornava cada vez menos ativa.

- Vamos ficar em paz!

O que Dimas não entendia, e isso é claro para todos os que ali estavam, é que somos animais. É por isso que não acredito em Rogers, quando ele diz que o ser humano é bom. Pois bem, o ser humano é bom... para ele! É algo natural ser egoísta. O que Sartre não os contou, o que Husserl e Rousseau omitiram descaradamente, bem como os líderes humanitários, é que o amor e a cooperação são alienígenas ao instinto pessoal de se sobreviver e de continuar. Procuramos o que é vantajoso e seguro para a consciência. Isso não é escolher ao mal. Isso é reconhecer uma característica da nossa essência, que na verdade é indiferente para a moral, que foi inventada com o tempo, bem como todos os conceitos psicológicos e existenciais. E então a Torta lhe deu um beijo.
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- Então, eu destruí eles.

- Mas quem te disse que os queríamos destruídos?

Clarisse ruboriza-se ainda mais.

- Os dominados, os engolidores... Eles é que sustentam o nosso modo de vida. Eles são o nosso alimento, o nosso instrumento, sem os nossos escravos, não há como gerar a riqueza. É como imaginar um mundo sem pobres. Alguém sempre acabará subjugado. É a lei natural, Talião, na prática! Se você não tivesse ido para lá eles não estariam envenenados com a sede do poder. Bom, o erro foi nosso. Agora já foi. Não importa. Fique aí e não incomode mais.

A batalha final era enfim preparada.
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O fogo subia os castelos. As espadas faiscavam. As bazucas, os bodoques...

- Toma!

A cobra fumava.

- Morre diabo!

Tudo resplandecia a tragédia, como a velha praça Tahir, como uma Nova Deli, como em uma Hiroshima deflorada, como um Brasil em época de hiperinflação, como o rompimento do namoro de uma adolescente, como a queda de divisão de um time de futebol, um câncer, um escorregão idiota num dia da saudade, a cabeça no meio-fio.

- Burn, motherfucker, burn...
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Dimas subia com os miseráveis a ladeira da cidade. Arrombavam as portas. Alastravam um medo até então desconhecido aos porões dos vencedores, suas famílias funcionais, suas menoridades penais, seu pleno conservadorismo e hipocrisia. Batiam as panelas, ignoravam as balas que lhe atiravam, quebravam as bancas. O saque indignava. O estupro coletivo era feito sem cerimônias prévias.

- Muerte! Muerte!

A bandalha hasteava a bandeira do assistencialismo. Colocavam seus headphones e atendiam o furor da sua maldade. A humilhação acabava, ou assim pensavam. Tinham tomado tudo.
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- Se você não pode vencer um inimigo, junte-se a ele.

Luís Maurício assim neutralizava a queda da sua Bastilha. Os seres de sangue frio haviam se misturado ao coro sem que se percebesse. Pediram a rendição, um tempo. Patrício, que era o chefe da comunidade até então, degolado, foi dependurado no alto de uma varanda como um pálido estandarte, corno, empalado em uma lança. O líder seria escolhido e Dimas seria o jacobino. A Torta seria a primeira-dama, e Clarisse, sua concubina. Até que ele disse o que não devia.

- Eu vou embora. Vocês conseguiram o que tanto desejavam. Agora não me atormentem mais.

Sequer Zaratustra havia sido tão ousado. Para onde iria Dimas, o santo? Para quarenta dias no deserto? Eu poderia falar no próximo parágrafo, mas não é bem isso o que vou fazer.
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- Esse nome não me serve mais. Revelarei meu nome. Eu sou a discórdia. Eu entreguei o pomo da primeira história. Quem quiser me acompanhe. Quem não quiser, fique aí e seja feliz.

As perguntas que te surgiram serão respondidas mais pra frente.

Foto de CarmenCecilia

ADEUS...

ADEUS

AQUELE QUÊ DE ADEUS
NOS OLHOS TEUS...
OU NOS MEUS...
QUANDO CRUZARAM COM OS TEUS

AQUELE QUÊ DE ADEUS...
DO QUE FOI MEU...
DO QUE FOI TEU...

AQUELE ADEUS
DE PROMESSAS
DE FESTAS E FRESTAS...

AQUELE ADEUS...
DE DANÇAS
MUDANÇAS

AQUELE ADEUS...
DOS ANOS
DOS PLANOS,

AQUELE ADEUS...
QUE SE DEU...
QUE DOEU.
AQUELE ADEUS...
DE UM AMOR COMO O TEU...
DO NOSSO CÉU...

AGORA...
LEMBRANÇA AQUI MORA...
E NÃO VAI MAIS EMBORA...

CARMEN CECILIA
28/01/2014

Foto de jjunio

o fim

meu amor preciso te falar
mas o tempo ta passando eu nada de me preparar
sei que o dia vai chegar
o dia que vai me lagar

mas ate la deixa eu te amar te beijar
te abraçar e poder viajar
no seu sorriso
como foce o paraíso

eu me perco em você
mas não intendo o meu ser
um ser tao ciumento
mas eu só lamento

por você estou Obcecado
as vezes ate penso que passei para o lado errado
se for ou não cuide do meu coração
ele não aguenta tanta pulsação

ele vai explodir
só de pensar que um dia vai ver você ir
eu preciso me expressar
já que nada mas vai adiantar

tudo pode acabar
mas ainda vou continuar a te amar
e se eu sobreviver
ainda vou esperar por você

já ate sinto a solidão batendo em minha porta
ela ainda me trás uma torta
com sabor de lagrimas
e formato de varias paginas

afinal são 5 anos ao vento
são 5 anos que eu tento
te fazer feliz
mas só tenho te feito infeliz

infeliz mente não consigo earque o nariz e continuar pra frente
e muita coisa pra minha mente
vejo você seguir em frente
e eu aqui parado como um indigente

sem constituível para sobreviver
afinal meu combustivo e o amor que vem de você
tenho tido tao pouco
que estou me sentindo indo ao fundo do poço

e isso não vai parar
pois sei que de mim vai se distanciar
eu a vagar por ai te buscar
ate eu encontra um lugar pra me enferrujar

insto não e uma rima
não e uma musica
muito menos um poema
e só meus sentimento pintado em letra

Foto de fr94filho

Amanhã é Novembro

Andávamos juntos,
Carícias trocávamos
E em cada olhar
Sobravam sorrisos.

Semanas se calam
Hoje já não se houve o passado,
Ontem já fazia meses de partida
E tempos em que meus olhos ardem.

Amanhã é 10 de Novembro
E você não voltou,
Amanhã você volta?
Não fique presa aí em cima,
Pois sou capaz de ir buscá-la.

Olhos se fecham,
Não quero acreditar,
Que já faz tantos anos
Que perdi meu futuro abraço,
Meu futuro beijo, futuro amor.

Foi difícil aceitar,
Sorri ao invés de chorar,
Tive de ser forte,
Precisava ser forte,
Só queria sorrir pra você aquele dia.

Saudades imensas
Futuro incerto.
Talvez haverá outra pessoa
Capaz de lembrá-la, ou não…

Não, já é 10 de Novembro
E você não voltou,
Você vai voltar?
Se aprendeu andar nas nuvens,
Seria capaz de me ensinar?

Não, já é 10 de Novembro
E você não voltou,
Você vai voltar?
Não fique presa aí em cima,
Pois sou capaz de ir buscá-la.

Foto de Maria silvania dos santos

Efeito da saudade

Efeito da saudade

_ Pode ser, que algum dia nos separemos….

È que cada um de nós temos caminhos diferente...
Mas nem por isto termina a nossa amizade, pelo contrario, apenas fortelece, é que a distancia nos faz encherga o que de perto não podemos alcansar...
Aprendemos sentir o efeito da saudade, também, atravez dela percebemos o qual tamanho de nossa linda amizade...
Pode ser que até passemos muitos anos sem nos encontrar, e uma eterna lembrança no coração de cada um de nós iremos levar...
É que faz parte da nossa bagagem, pois amizade não é apenas uma bobagem!
Autora; Maria silvania dos santos

Foto de EDER TEODORO DE SOUZA

recomeço

" há tempos atras você me conheceu mas na época não tinha afeto,carinho e amor
e assim por mim você não se envolveu e nesse não envolvimento me abandonou.
os tempos se passaram e a lembrança daquela pessoa que no pouco tempo entrou em sua vida e que te deu carinho e atenção nunca da sua cabeça saiu mas aquela pessoa tinha mudado de cidade e você nunca mais o viu.
mas certo dia essa pessoa aparece e volta pra sua cidade ai você vê que um sentimento forte começa a aflorar dentro de si e vê que aquela pessoa que um dia você abandonou agora você o deseja e quer que ele faça parte de teus sonhos e de sua vida, mas ele sente receio pois ha anos atras ela o abandonou mas este sentimento forte e avassalador o domina e o faz se apaixonar novamente mas não como antes mas sim com uma força exorbitante fazendo-os se apaixonarem novamente como se fosse um recomeço....."

Foto de Carmen Vervloet

Soneto de Aniversário

Não me curvo ante as ciladas da idade...
Absorvo a sabedoria com que me presenteia,
Mas uso de minha parceira criatividade
Para suprimir tudo que nela me chateia.

A marcha já não acompanha a mente
Que dança ligeira entre résteas de luz,
Tecendo projetos, mil sonhos frementes,
Que suavizam este entardecer que me conduz.

Existe vida em cada passo que dou...
Os anos passam e as horas se vão,
Mas ficam as marcas dos meus pés no chão.

As perdas vividas o tempo abrandou...
A alegria semeada no meu jardim
Perfuma minh’alma como se fosse jasmim.

Foto de Cesar Jardim

Sonhos e planos

Se o meu sonho um dia tiver fim,
a saudade do que olhava no espelho retornará.
Alguns anos servem pra se ter como pensar,
agir, discutir, mudar, formar.

Planos são como papel em branco,
mas não deixo de fazê-los,
porque não existe conclusão sem vitória,
e a batalha é o dia a dia.

Não me lembro das derrotas,
e a esperança essa nunca foi perdida,
mas me lembro das histórias,
de um menino que imaginava o que um dia seria.

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