Anos

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

BAIRRO DA PENHA

BAIRRO DA PENHA

O velho pontilhão onde o trem destoa
A velha catedral;
Quem quer ver que venha;
E o antigo botafogo da penha.

O shopping que furtou a tradição
Da romântica época das freiras
Júpiter, penharama e São Geraldo
Que saudades dos cinemas da penha.

Nas décadas de outrora
O bonde se fez presente
Aos falecidos deste cemitério
Eu vos rogo a deus que o tenha
Na avenida amador Bueno
Da Veiga e também da penha.

O mercadão da Gabriela mistral
O largo do rosário
Onde os pombos se alimentam
Nos dias de hoje
Podem ser vistos do metrô
Este bonito bairro da penha.

Homenagem a São Paulo 450 anos

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli 26/março/2004

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

AVENIDA PAULISTA

AVENIDA PAULISTA

Do passageiro ao motorista
De quem mora na cidade ou é turista
É de vós a avenida paulista.

Do bêbado ao equilibrista
Em vossa letra
Por Elis Regina
Em algoz vos encontrastes
Em meio à avenida paulista.

Ao homem trabalhador
À mulher doméstica
Até vós que sois artistas
É certo que por aqui passais
No centro da avenida paulista.

Aos amantes do futebol
O corintiano, palmeirense,
E até santista
O importante é que vos encontrais
De vez em quando aqui na paulista.

Nos versos desta poesia
Citei católicos, apostólicos,
E umbandistas,
Se algum dia
Tomais-vos por egoístas
Não esqueceis jamais
Da bonita avenida paulista.

Homenagem a São Paulo 450 anos
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
26/março/2004 Itaquaquecetuba (sp)

Foto de pttuii

Interior IV (e último)

João parece estar disposto a voltar à repartição depois do próximo nascer-do-sol, mas o careca não o deixa sair. A saída do pequeno cubículo está estrategicamente tapada por um homem que não suporta a ira dos desvarios da vida. O vulto cónico que esconde num dos bolsos do casaco ganha nova dimensão, e parece já não haver dúvidas. O alvo é João.Ao primeiro passo, o plano de agressão é declarado. O segundo, deixa de parte qualquer hipótese de tréguas.

O terceiro passo injecta desespero na pacata personalidade de João. O menino em idade de pré-primária assiste ao confronto, e alerta a mãe para um cenário de eminente desfile bélico. Pelos olhos de um ser humano de cinco anos, a caminho dos seis, estão prestes a digladiar-se dois guerreiros do espaço, armados com sabres de luz e escudos de neutrões.A senhora idosa já desmaiou. O calor sufocante de um dia húmido de Janeiro fez efeito na pressão alta de uma mulher que já foi saudável.
É preciso levá-la com urgência ao centro de saúde mais próximo, porque o coma pode estar eminente.- O jovem é bom que saia da minha frente, porque eu não gosto de servir aço às pessoas.A breve, e agressiva declaração foi a única produzida na repartição pública durante os últimos 30 minutos. João desviou-se, e o careca saiu para a rua. A caminhar, sem olhar para trás, parecia não incomodar-se com o peso da bátega de água que se abatia sobre os ombros.O autor enganou-se. Não houve nenhum homicídio.
Morreu uma barata, produziu-se um coma, acentuou-se uma depressão, e ter-se-á originado mais uma. Quem lida com a ficção, não tem dotes de médium-vidente. A realidade muda consoante as curvas dos polegares que agridem o teclado.
Fim

Foto de ribeiro123

história de vida

sara era uma miuda, de apenas 4 anos
não sabia o que era a dor
para ela o mundo era de amor
era tão inocente
quanto os seus olhos de criança
qualquer pessoa amava
e via nela esperança
mas uma dia tudo mudou
o padrasto chegou bebado a casa
e gritava " sara é a culpada pela minha desgraça"
a pequena escondia-se
tinha medo, chorava
ela continha as lagrimas
enquanto seu padrasto a chamava
apos tanta porcura, lá a encontrou
agarrou, gritou, maltratou
passadas algumas horas
o silencio calava a dor
sangue se espalhava
em sara e em seu redor
a menina morreu
o culpado fez a festa
agora eu pergunto
como é que há gente como ésta?

Foto de Bianca Lima de Souza

Meu amor por ti é eterno

Quanto ti conheçi, apenas amizade via,
Mas agora que realmete sei quem tu és,
virei louca apaixonada,
Por ti senti uma coisa que jamais avia sentido,
Um sentimento profundo, que surgiu assim sem explicação.

Agora sei que não te queros como amigo
e sim como uma grande paixão,
Vc me mostrou o melhor do amor,
Me mostrou de uma forma que jamais esquecerei.

Agora sei que vc é a pessoa dos meus sonhos,
Aquele que me deste carinho,
E tambem que me fizeste Feliz,
E por este simples e belo motivo estou com vc até agora,
e esses anos que se passaram que seje apenas uma pequena demostração do que sinto por você,
Por você meu amor é eterno.

Apenas posso falar TE AMO...

Foto de pttuii

Interior II

Alguns lugares mais atrás, um outro adulto jovem fita o azul claro dos mosaicos da repartição pública. Parece estar perdido, e quem souber analisar a profundidade da linguagem gestual humana, com certeza que descobrirá um pedido de socorro. As mãos fincadas nos bolsos de uns jeans rasgados. Um cachecol multicolor a afundar uma cabeça que tremelica ocasionalmente. O pé direito a 'embicar' com uma saliência no chão impecavelmente limpo da repartição estatal. Assim ao longe, o jovem parece estar apenas a fitar uma simples barata doméstica que corre pela vida no meio de passos 'gargulescos'.
Na realidade, ele procura a chave para a dissolução de uma personalidade que só lhe tem dado tristezas.Transporta consigo um currículo de relacionamentos amorosos falhados. O último levou-o mesmo ao Hospital, já que terminou com uma tentativa de suicídio. O jovem fechou-se na garagem da moradia recém-construída dos pais. Com botijas de gás armazenadas no porta-bagagens do 6 cilindros da família, montou um esquema de transporte de gases que o matariam em pouco tempo. Não fosse a intervenção casual da irmã, e teria sido encontrado inerte, no lugar do condutor da viatura. Ao fim de uma semana de internamento nas urgências de um hospital, começou a ser acompanhado por um psiquiatra de renome. Ainda está na fase do reconhecimento da enfermidade devendo, a breve prazo, ser-lhe receitada a devida medicação.
Noutro contexto, dois homens de meia idade repartem uma fila de cadeiras de plástico, como únicos passageiros de uma calma astronómica. A calvície de um, claramente incomoda o outro. Um fitar quase assassino disseca os pequenos pelos de uma meia-lua que parece aumentar a uma velocidade constante, e envergonhadora. É este o universo onde, previsivelmente, poderá ocorrer o crime. O autor repete. Ainda é cedo para estar a afirmá-lo taxativamente. Mas o cidadão calvo parece estar a ceder a uma pressão que poderá ser explicada pelas contingências da vida.
Foi despedido nesse mesmo dia. O outsourcing, a ditadura dos cortes económicos da empresa de fabricação de motorizadas, levou-o nessa manhã ao gabinete do senhor administrador. A um condescendente 'desculpe, mas já não contamos mais com os seus serviços', respondeu com um silêncio preocupante. Já tem na sua posse um cheque com uma indemnização correspondente aos melhores 15 anos de uma carreira contributiva de 30, e aguarda agora pelo seu lugar na atribulada agenda da técnica de comparticipações por desemprego da segurança local.
Quem o observa não faz por mal. João, um João talhado para as pequenas coisas da vida de uma localidade de interior, tem um quotidiano marcado pela missão que Deus lhe deu. Cuidar de uma avó idosa. Tão velha, que já se esqueceu de quando nasceu, nem do local onde deu o primeiro beijo. João está confinado, tantas horas quantas necessárias por dia, às quatro divisões de uma moradia do seculo XIX. É uma casa grande, de paredes grossas, e que já lhe está prometida quando o inevitável acontecer. João não trabalha, já que se comprometeu a servir a avó. Por isso, não terá culpa de a sua mente estar formatada para uma realidade tão doméstica, quanto triste. (continua)

Foto de pttuii

Interior I

Um crime poderá estar prestes a acontecer. Em princípio, não será uma coisa mediática. As coisas acontecerão porque, simplesmente, o epílogo terá de ser esse. O autor não deve ainda fazer prognósticos sobre o modus operandi do alegado homicídio, porque na prática ainda não estão reunidas as condições para descrever uma situação que constitui sempre o último recurso da demonstração da animalidade humana.

A sala onde se adivinha semelhante desfecho é esparsa. Pintada de um branco reflector, com uma génese criadora de epilepsia, não terá mais que 10 metros quadrados. Trata-se de uma repartição de atendimento público, situada numa localidade do interior do país.

São três e 15 da tarde, e lá fora venta como se esperava de um dia de início de ano. Chuva adivinha-se, mas por enquanto está contida por entre o negrume das nuvens agrupadas em posição ofensiva.
Uma senhora, dos seus 40 e poucos anos, impõe a si própria um regime de calma auto-inflingida. Poderá ter a ver com a fila de cidadãos que se acotovelam no parco e sufocante espaço.

Mas não é de descartar que a senhora esteja a braços com uma situação de violência psicológica de índole doméstica, já que segundo as pesquisas prévias a esta dissertação, a localidade em causa ocupa um lugar de destaque nas queixas policiais apresentadas por mulheres de meia idade.
Faltam menos de 48 horas para terminar o prazo burocrático de entrega dos impressos de cobrança do imposto sobre o rendimento do trabalho, e a ansiedade colectiva forma uma nuvem espessa, difícil de contentar, e ainda mais complicada de controlar. A uma supremacia de idosos, respondem dois jovens, aparentando uma vida com duas dezenas de anos.
O ar taciturno e irritado que demonstram, revela que estarão ali para fazer o 'português' recado a uma pessoa de família. Uma jovem contenta-se a tilintar o piercing que pende de duas narinas aquilinas, e com uns laivos judaicos. Uma gabardine preta, tão densamente negra que contrasta com o politicamente correcto ambiente, oculta um corpo que se auto-esconde de olhares reprovadores. A jovem mulher terá tentado fazer uma demonstração recente de independência perante os progenitores, uma vez que tem o cabelo quase rapado. Os olhares de reprovação que a cercam num ataque quase 'Juliocesariano', aparentemente não a incomodam. (continua)

Foto de Shyko Ventura

" APODRIDO "

" Apodrido "

"Por ser,
Por estar,
Por ver,
Por quando ví,
Por quando senti,
Por quando me deixei,
Por onde andei,
Por onde percebí,
Por horas pensei,
Por horas omiti,
Por anos esperei,
Por dias vivi,
Por meses sonhei,
Por tudo me dei,
Por envolver,
Por revolver,
Por se lançar,
Por entregar,
Por te esperar,
Por acreditar,
Por não significar,
Por não entender,
Por não conhecer,
Por não se dar,
Por visionar,
Por apaixonar,
Por tanto amar,
Por muito amor,
Por imensa dor,
Fui apodrido
Por Você!"
____________by Shykko020209.

Foto de Leonina

São apenas lembranças...

Aqui...Dias quentes... O calor do sol queimando a minha pele... nada comparado ao calor que sinto ao ouvir sua voz, mesmo q por quilometros de distância, através de um microfone, frio...A tela do computador...tb é fria...mas ela é capaz de me fazer sentir um vulcão... ao ler suas palavras...São apenas lembranças...Recordações contínuas, de intermináveis noites, madrugadas e amanhecer de puro prazer...Ahhh como foi bom não dormir...O corpo cansado no outro dia... me deixando excepcionalmente feliz!!São apenas lembranças...Coração pulsando mais forte, respiração ofegante, arrepios pela espinha...Tudo isso me faz lembrar...São apenas lembranças...Ouvir e sentir...Sentir o toque, o cheiro e o gosto... através da sua voz...Voar alto na imaginação...Viajar...Viajar para bem longe... mergulhar num mundo desconhecido, q é só meu... Meus pensamentos...Que vão de encontro aos seus...Meus desejos... são só meus desejos...sendo os seus tb...Fantasia...Que utopia!!!Que louca fantasia!!!São apenas lembranças...Que me faz delirar...me faz pulsar...Me faz querer mais e mais...Sentir, sentir, sentir...Desejos que vão e voltam...Pensamentos...São apenas lembranças...Imagem... que não sai da cabeça...Vontade louca!Loucura...Quem pode ser tão insano assim?Tão longe e ao mesmo tempo tão perto ao te ouvir...sua voz... parecia poder me tocar...com sua voz aveludada...Arrepios de novo...São apenas lembranças...Os risos, o charme, a voz doce e suave,A sensualidade ao dizer os meus desejos mais secretos,O pulsar do meu sexo... úmido...São apenas lembranças...Gemidos...Minhas mãos... me tocando...Gosto...De lembrar... de vc...São apenas lembranças...Suspirar...O meu respirar confundido com o seu...Quase pude sentir...seu hálitoQuase pude sentir sua boca na minha...São apenas lembranças...Lembrar de mim qdo estou com vc... Não quero perder isso!Lembrar de vc qdo está comigo. Sensação única.Lembrar do "Eu te adoro", assim, de repente... como uma brisa, suave...q passou por mim...Mas... são apenas lembranças...Lembranças que permanecerão por mto tempo... Dias, meses, talvez anos... quem sabe qdo vamos ter isso novamente?Valeu a pena estar viva e viver isso...Encantamento...Por um rosto que não conheço... por uma voz que conheço tão bem...Por seus desejos, que ficarão para sempre comigo...guardados dentro de mim...Talvez um dia, voltemos a nos encontrar pela tela fria do computador...mas com mãos quentes implorando, digitando letras, palavras... cheias de desejo, tentação...Nosso segredo...nunca será revelado, é só nosso!Podemos ser nós mesmos, um com o outro...sem constrangimento...sem pudor...Desejos secretos...Vc por mim, eu por vc...Mais uma noite...Mais uma madrugada...Mais um amanhecer.
Desejos sem fim...

Foto de junioresende

Cartas de amor

Cartas de amor

“Você quer namorar comigo? Sim ou não?”
A pergunta é a mesma que foi feita a anos atrás
Foi feita a outra pessoa, e em outra ocasião.
Com a mesma inocência e pureza, a qual uma criança se refere à pessoa “amada” em suas “cartinhas” de amor.
Porém agora não somos mais crianças...
Não podemos mais “brincar de amar”
Deixamos de ser criança
As coisas já não são mais tão simples como antes.
Não podemos mais “brincar de amar”
Temos que pensar no sentimento do outro
Temos que pensar nas conseqüências de nosso simples “X” que optava apenas entre o sim e o não.
Sem pensar nas conseqüências
Agora ao marcar o “X” não se marca apenas um pedaço de papel
Marca-se também uma alma, um coração, porque não dizer, marca-se até uma vida.
Toda uma história verdadeira e pura tal qual aquela criança que escrevia “cartas de amor”.
Não podemos mais “brincar de amar”
Por quê?
Era tudo tão mais fácil...
Diga-me, sim ou não?
Vamos parar de pensar no futuro e viver intensamente o agora
Vive-lo com toda aquela inocência da criança que escrevia cartas de amor, mas sempre lembrando:
Nosso sim ou nosso não; não é apenas nosso,
É também de um coração o qual espera incansável, o encontro do seu amor.
Por isso, não podemos mais “brincar de amar”

Junio Resende
Pará de Minas, 18/08/06, 23h40min.

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