Árvores

Foto de Carmen Vervloet

ENCANTO DA PRIMAVERA

Sou menina vestida de flores coloridas
pulando corda nos fios dos raios do alvorecer...
Trago comigo uma alegria desmedida
na explosão da estação que me fez nascer.

Brinco com o vento que desgrenha as árvores
e eleva as pipas ao telhado pintado em anil...
Sou a canção da pauta que não necessita de clave,
sou alegre, fascinante, bela e juvenil.

Sou rosa menina de sete saias encarnadas
que desperta nos corações a paixão...
Sou perfume e alma nas chuvosas madrugadas.
sou magia, frescor, ventura e sedução...

Sou botão que se abre à tarde em suspiros
e em nuances, encanto o mais hostil dos vilões...
Acendo à noite com estrelinhas e lampiros,
sou primavera de amores, poesias e inspirações.

Carmen Vervloet

Foto de Dirceu Marcelino

CAMINHOS DE FERRO

CAMINHO DE FERRO

Caminho de ferro como um rio se descreve
Em leitos de pedriscos perenes e antigos
Marcando o rumo da vida como o talvegue
Contínuo dos trilhos que jazem sob abrigo

Das árvores que marcam a trilha entregue
Por Deus aos mananciais que correm sem perigo
Desde épocas ancestrais e assim sempre segue
Sinuoso nos vales férteis ao desabrigo

Dos homens que o destroem, mas eles se erguem
Das pedras que fixam os trilhos e assim sigo
Seu trajeto e marco com letras que soerguem

As lembranças que ora compartilho contigo,
Para nós sempre relembrarmos que há alguém
Que olha por nós e eternamente é nosso amigo.

Foto de Gazzola

Amor Perdido

"Sozinho,olhando para o céu à noite
converso com a Lua,escutando as estrelas,
rogando para falar as coisas certas,torcendo para ter alguma certeza,
certeza de que não estou ficando louco,
louco por este amor.
A brisa que bate em meu rosto,
revela minhas dúvidas,suas dúvidas
revelando nosso lindo e curioso amor.
Ao ver as folhas das árvores cairem,
chego-me as lágrimas,
tentando acender novamente essa chama em seu coração,
que não passa de uma brisa,
a brisa que eu gostaria de me queimar.

Foto de raziasantos

A cabana.

O outono esta terminando as folhas amareladas no chão, sentada a beira do pequeno rio com os pés na água o olhar perdido no nada: Não sei por quanto tempo permaneci ali.
O vento espalhava as folhas secas que batiam em meu rosto, a água fria do pequeno rio estava cristalina, era um lugar ermo distante de tudo... Um lugar lindo e solitário a pequena cabana cercada por um lindo jardim, na sala um lareira que permanecia sempre acessa, pois fora construída entre duas montanhas, por isso era fria mesmo no verão.
Estava casada há três anos meu marido era diplomata e vivia viajando por vezes me levava com ele, mas a maior parte dos dias eu ficava em casa.
A montanha era meu refúgio, os pássaros me faziam companhia.
Todos os dias eu acordava cedo, o nevoeiro era intenso, na parte da manhã para não me sentir tão solitária eu ocupava meu tempo pintando era um lugar ideal para inspirações pintava lindas paisagens flores, e pássaros.
Meu marido chegava há ficar um mês fora ou mais, quando voltava das viagens ia direto para montanha, mas logo voltava, nos amávamos ele era carinhoso, não sei se eu não me importava com sua ausência dele ou se estava resignada.
Eu sempre quis ter filhos, mas ele achava que devíamos esperar um pouco mais então...
O inverno estava chegando e a montanha era muito fria eu resolvi ir a cidade fazer umas compras de cobertores, e suprimento para resistir o inverno, eu tentei ligar o carro, mas o carro não pegou então tentei o radio, mas nunca aprendi usá-lo então eu desisti: Resolvi esperar meu marido voltar de viagem, ele traria o suprimento necessário: os dias estavam ficando longos e com a chegada do inverno o nevoeiro aumentava tornado o lugar triste minha solidão aumentava cada dia.
Eu esperava ansiosa a volta do meu esposo então enquanto ele não vinha eu pintava, e em cada quadro que pintava procurava colocar um pouco de vida assim as cores, fortes o brilho da luz retratado em meus quadros me alegrava um pouco.
Embora estas cores e luz fossem imaginaria, pois o lugar era sem vida e cinzento.
Em uma tarde eu estava passeando ao redor da cabana as flores estava cobertas por gelo, mal dava para ver as árvores devido o forte nevoeiro, o sol era tão tímido que só se via uma pequena fresta de luz que vinha do alto da montanha.
De repente eu ouço risos vindos da direção do rio era a voz de uma criança eu corri em direção ao som da risada, o nevoeiro me impede de ver, eu sigo em frente e pergunto quem esta ai?
Oi! Responda quem esta ai?
Chamei por varias vezes e nada de resposta logo o riso parou então eu pensei deve ser o som de algum pássaro fiquei curiosa, mas como o barulho parou, eu voltei para cabana estava tão frio que sentei ao lado da lareira peguei um livro e fiquei ali até adormecer.
Dormi direto até o dia amanhecer.
Quando acordei o frio estavam mais intenso os vidros das janelas estavam tão embaçados que não se via nada.
Levantei abri a porta e a cabana foi invadida pelo nevoeiro que entrava casa adentro cheguei até me assustar:
No meio daquela fumaça cinza e fria surge uma pequena luz vinda em direção à cabana eu tento ver quem esta chegando até que surge um rosto era meu marido que voltava para casa eu corro ao seu encontro e o abraço fortemente ele esta gelado seu casaco esta úmido então de mãos dadas entramos em casa ele senta em uma poltrona em frente à lareira flexiona as mãos, acende um cigarro, e com um sorriso tímido diz te amo meu amor.
Ele levanta vai abre a porta, e vai até o carro, pega um lindo buque de flores entra novamente pega o nosso retrato de casamento em cima da lareira e coloca as flores ao lado, e diz flores para meu jardim.
Ele toma um chocolate quente e vamos nos deitar ele esta calado seu olhar distante me acaricia olha em meus olhos e diz estou tão cansado preciso descansar então vira para o lado, em seus olhos a lagrimas ele chora eu fico sem entender, afinal já faz tanto tempo que não nos vemos e ele volta assim...
Penso comigo mesma amanhã conversaremos, ele vai estar melhor ai vou querer saber tudo que esta acontecendo.
O dia amanhece e quando abro os olhos ele já esta acordado sentado ao lado da cama me observando, tem em seus lindos lábios um sorriso maroto e um olhar doce me olha de um jeito tão lindo que me emociona:
Posso ver em seu olhar muita ternura e muito amor, então eu o abraço ele se deita lentamente e ficamos ali abraçados nos aquecendo, o coração dele bate forte nossos corpos se encaixam com tanta perfeição como uma forma sob medida.
Sem dizer nada ele levanta pega a chave do carro e sai, eu penso que ele vai pegar algo no carro, mas ele liga o carro e vai embora eu saio correndo em meio ao nevoeiro gritando por ele, mas ele não ouve, segue em frente até desaparecer na cinzenta fumaça: Me desespero caio de joelho entra as folhas molhadas pelo orvalho e choro copiosamente, naquele estande eu me vejo tão só sinto uma angustia tão grande que nunca sentira antes, em um lugar tão deserto em meio o forte inverno até os pássaros sumiram para se aquecer deixando-me na mais profunda solidão.
Neste instante eu ouço novamente o riso da criança agora esta perto de mim... Abro os olhos em meio o nevoeiro surge uma linda menina de cabelos loiro tão branca como a neve, ela esta na minha frente eu me surpreendo não tínhamos vizinhos então pergunto de onde você vem?
Quem é você, onde você mora? Ela sorrir e diz moro aqui, venha ver eu moro aqui!
Ela segura minha mão e me ajuda a levantar ela me puxa rápido sempre sorrindo diz vem, vem logo!
De repente para em frente um monte de folhas secas, então eu pergunto onde mora? Ela responde aqui com você, eu fico confusa e penso-a deve ser filha de alguém que mora perto da montanha tenho que encontrar sua família.
Eu olho para o rostinho dela e passo a mãos em seu rosto gelado, pergunto novamente, vamos meu anjo diga-me onde você mora? Entenda, está muito frio, seus pais devem estar preocupados com você, então ela me olha e diz não estão não, minha casa é aqui, a sua também: Neste instante eu sinto um frio subir na minha costa, ela começa a remover o monte de folhas, e vai surgindo algo branco ela olha par mim e diz vamos mamãe! Vamos para casa, logo surge um tumulo branco em cima um lapide escrito aqui descansa minha querida esposa e nossa filha que partiram em um terrível acidente de carro.

Foto de JORMAR

Companhia

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.

Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

(Marisa Cruz)

Foto de Shapoka

Um Sonho

O mundo não é feliz, mas eu sou feliz,
O mundo é redondo Jesus é barbudo e eu não tenho uma bola quadrada,
Mas isso não é o maior problema,
A porta ta fechada, mas ainda tem uma janela que não se tranca...
A parede ta rachada e daí!
O céu ta limpando e você não vai com o sol tão quente. Ainda te aviso que meu dia é muito longo, a noite demora muito chegar ao meu quarto.
Você ainda quer? Vem buscar. Ta longe corre um pouquinho, mas cuidado pra não escorregar...
Não entendo você tão feliz, mas infeliz, sempre querendo ser o singular o plural, se é única. Ai se atrapalha com tudo isso.
E fica infeliz.
Quero! E você acha que não é certo, to bem. Ai você prefere me deixar menos que sou, ainda que você também se diminua...
O que pensar o céu ainda ta limpo eu não sou capaz de tirar o sol do céu.
E o mundo ta girando.
Quero tudo muito simples, muito quente e tudo bem legal.
Ah to sem óculos e reclamando de tudo e de todos, sempre assim não é?
Ainda concerto as mesmas coisas tenho os mesmos amigos.
Os cachorros são os mesmos...
Hoje pensei porque crescem as árvores? Para serem cortadas?
Todo dia vejo umas duas ou três em processo de metamorfose.
Todo dia fumo uma carteira de 20 cigarros de folhas secas e mortas, e sempre estarão mortas.
Queria ao menos uma vez saber como é morrer...
Bem se tivesse boa memória saberia.
O tempo passou e Jesus ainda não fez a barba...
Será q alguém já reparou como os pássaros se divertem?
Eles sim são felizes.
Se não existissem gatos, gaviões e armadilhas o mundo seria bem legal...
Já ta ficando tarde. Você saiu?
Sabia q não iria. E se eu te disser que vou fazer com você e que você vai querer e vai gostar Acreditaria? Ou iria embora...
O cinzeiro ta cheio.
Minha mãe ta brava, mas não me diz por quê...
Normal...
Seu eu controlasse todos seus movimentos nesse mundo, pode crer seria o melhor pra todos.
To querendo pintar meu quarto essa rachadura ta me incomodando...
Ah, minha mãe ta brava porque o cinzeiro ta cheio e ela o limpou hoje. Fazer o que essa ânsia num passa
E ainda não tenho minha bola quadrada...
Isso sim me faz triste. Somos iguais, somos unidos e distantes...
E é você que não quer felicidade, se quisesse buscaria...
Mas eu tenho no meu quarto uma cama, TV, DVD, porta, janela e um computador.
E ainda sou feliz... Você saiu?
Sabia que você não iria.
O que será q te prende aqui? Os objetos a preguiça ou eu?
Não sei o que imaginar bom nem sei se consigo...
Agora sim acho que você vai embora.
Meu sono ta acabando...
Minha mãe já bateu na porta e já disse que ta na hora da rotina. E as palavrinhas mágicas “anda levanta deixa de preguiça moleque, trabalhar! Trabalhar!”
Acordei você se foi. Espero reencontrar-la desse jeito, do meu jeito mais vezes.
Vá em paz, viva em paz dê minha paz...
E agora é mais um dia feliz.

Foto de Zaruquita

Sombras

Sombras

Na rua escura
Onde eu gosto de andar
Há árvores frondosas
Onde o sol não entra
Nem um raio de luz
Penetra na escuridão
Das sombras escuras
Onde eu me escondo
Sacudida pela saudade
Na fugídia paz secreta
Onde os sonhos refugio
E dou largas à paixão
Que morreu dentro de mim
E onde espero ver o fim
Dos sentidos moribundos
Onde eu invento mundos
E me revejo renascida
Sinto nascer sentimentos
Que fluem em turbilhão
No mais fundo do meu ser
As lutas intímas se soltam
E eu volto os meus sentidos
Para o mundo que me cerca
Só me vence a porta aberta
Onde encontro a solidão

De Arlete Anjos
18-05-2010

Foto de Joaninhavoa

... nas asas de Condor...

*
... nas asas de Condor...
*

«Aperta o coração por se esvair
sòzinho, - reflecte-se no espaço
Enlaça-se no regaço
para não cair

Ás de paixão e amor
vem buscar-me debaixo d`areia
Fumo branco é chama qu`encandeia
Leva-me nas asas de Condor

Para lugares onde as árvores
têm a cor da riqueza das raízes
e haja cheiros de laranjas e hortelã

Para lugares onde o verde é azul
e tudo combine com o amanhã
na clara lua mesmo que a noite venha

Joaninhavoa
(helenafarias)
30-04-2010

Foto de Carmen Vervloet

Nas Asas da Imaginação

Se a realidade deixa espaço para a imaginação
por que não fazer nela uma bela viagem
deixar por alguns momentos a rígida razão
e partir para mundos
onde ninguém pede explicação?
Se num mesmo galho murcham algumas flores
e outras se transformam em deliciosos frutos
que me convidam a devorá-los
com suas instigantes cores
e seus deliciosos odores
por que a razão me obriga
pelas que morreram vestir luto?
Vejo o mundo com os olhos da razão
que enxerga apenas o visível
mas com a imaginação vejo o que todos vêem
e imagino o que ninguém viu...
Nas águas correntes de um rio
ouço meus sonhos num intenso assobio
flutuando... bailando... libertos...
sobre as águas do rio...
Invento um mundo particular
árvores frondosas onde cantam sabiás
uma rede tecida à mão
um canteiro de hortênsias enfeitando o rincão
meu amor de braços abertos
na certeza de que estou por perto.
E neste mundo rompo as trevas da escravidão
e nas asas da imaginação
pinto no céu um prata luar
e me atiro na vida com sede de amar!

Carmen Vervloet

Foto de Ivanifs

Devaneio nº 01

Quando estiver chorando, procure lenços brancos para enxugar bem suas lágrimas, até eu chegar na sua casa e quebrar todos os seus móveis e depois dar risada dos seus pés.Então..sou assim mesmo, até nas alamedas de árvores verdinhas e em calçadas rodeadas de casas burguesas. Auxilio pra os meus planos numa emboscada perdida em turvas estradas, com meus sapatos furados de tanto andar atrás de nada...quem sabe pratico um crime por mera satisfação e saboreie os frutos do pecado, mas...se algum dia eu for até o infinito, posso dizer o que encontrei por lá....

Quando escrevi esse texto eu tinha 17 anos

13/08/1983

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