Árvores

Foto de Marilene Anacleto

Desenterrei Meus Sonhos

I
Desenterrei meus sonhos
Soterrados há mais de vinte anos.

Fiz luminoso dia
Da alta noite sombria.

Transformei estrelas errantes
Em colares de diamantes.

Meu mensageiro era o vento
A tocar-me o sentimento.

Foi uma canção, o triste grito
Do coração outrora aflito.

Minha alma, riso aberto
Do silêncio descoberto.

A água a refletir o sol
Tornou-se gruta de cristal.

De sonhos de um coração já morto
Brotaram campos de árvores e flores.

II
Mas, como fogo fátuo, tudo passa,
Feito raio de luz tênue e difusa,
Meu sonho, entre nuvens, nada.

Um ano. Enterrei meus sonhos.
Não sei por quantas vidas ou quantos anos
Nem sei em que tipo de oceano.

Não quer dizer que perdi a alegria.
Mesmo na real frieza dos dias
Haverá sempre a mais pura poesia.

III
E, quando a aurora rasgar o véu da noite,
E os sonhos lançaram-se, de novo, em açoite,

A alma reclamará a imensidão dourada,
Ao recordar a intensidade da jornada.

Ondas ao sol tornar-se-ão anjos
A beijar o céu e voltar ao oceano.

E a vida, sonho febril de fugacidade,
Pelo amor, irá se perpetuar pela eternidade.

A alma, ao reconhecer no novo amor o paraíso,
Sem porquês desvanecerá em risos.

Afinal, viver não é preciso.

Marilene
21/01/01

Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/ , em
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br/colunas/marilene/marilene.htm, em 20/05/02

Foto de Carmen Vervloet

SANTA TERESA

Santa Teresa... que paz tão imensa
nas tuas matas preservadas de onde surgem
em nuances do verde claro ao escuro
árvores centenárias exalando esse ar tão puro.

Na castidade que a terra urge,
em teu seio mostrou-se intensa
a selva virgem onde o silêncio surge,
entre montanhas, colibris e crenças.

Que lindas cores nas tuas alvoradas,
onde a minha alma italiana descendente
passeia feliz sobre a cidade colonizada
sob a forma de uma rosa amanhecente.

O meu coração feliz saltitante
entrega-se ao teu bucolismo, cidade amada!
Sempre vestida por cores impressionantes,
ao som do coral da sua multíplice passarada.

Carmen Vervloet

Foto de Eveline Andrade

Como dizia o poeta.

Dias vazios, dias sem graça, dias sem nome.
Como dizia o poeta (Vinicius de Moraes) estou no meu “ócio criativo”, me refugio na escrita de algo como isso. Pessoas, árvores, casas e carros passam por mim todos com suas cores, tento enxergar mai a fundo e não encontro a tua. Tua ausência é a única certeza tua que tenho agora. As pessoas em volta me olham a escrever freneticamente, como se fosse a única coisa que me restasse fazer, observam e em seus rostos a expressão de reprovação é a mesma, me sinto como se estivesse fazendo uma coisa muito errada.
Será que meu grande erro é te amar demais?
O cotidiano segue seu curso, e teu olhar não está aqui. Acorde meu amor, o sol espera ansioso pela sua presença para iluminar meu dia! Você me consome de saudade e eu sigo assim, sem motivos para seguir.

Evelyne Andrade
17/02/2011

Foto de Marilene Anacleto

Desvendar Mistérios - 4 -

O QUE DEVO FAZER PARA ACHAR A MINHA VERDADEIRA POESIA?

O meu não encontro nos outros.
Aquietar-me, aprofundar-me,
No atual e no barroco.

Deixar fluir minhas asas,
Vagar sobre águas claras
E por cachoeiras raras.

Permitir-me ser a águia
Que, do infinito mais alto,
Percebe que tudo é nada.

Fazer, da música, o balanço
Que equilibra, na dança,
A vida e suas nuanças.

Dançar, na dança das árvores,
Mesmo com o corpo parado,
A chama, que no corpo arde.

Flutuar em suaves mundos,
Descer nos vales profundos,
Entre ângulos suaves e agudos.

E, quando enfim, encontrar-me,
Absorver, da ressonância, o pulsar
Que tudo une e faz vibrar.

A minha poesia é minha,
E, encontro-a também no outro
Porque não vivo sozinha.

O outro é meu espelho:
Mostra-me o que não vejo
Ou o que não queira ver.

SInto, no canto do vento,
A riqueza e o lamento
Do que vive ao relento.

Busco, na sombra, o sol,
Desvencilho-me do normal,
Aprecio, somente, o natural.

E, no claro azul infindo
Reconheço-me infinito
Neste mundo dualístico.

Marilene Anacleto
15/08/01

Foto de Marilene Anacleto

A Menina Esquecida

A MENINA ESQUECIDA

O vento açoitava as árvores,
Folhas fugiam desesperadas,
A chuva chicoteou casas e praças
Do anoitecer até alta madrugada.

Pequeno raio de luz
Da aurora, inda embaçado,
Mostra a transeuntes menina
Encolhida na calçada.

Uns a chamam de vadia,
Alguns, de pobre coitada,
Tremia de frio a criança
Por toda a noite lavada.

Outros lhe “davam de ombros”
Dizendo “está acostumada”.
“O corpo pode acostumar
Mas é diferente a alma.”
Assim a menina pensava.

Durante essa triste noite
Pediu a Deus misericórdia:
“Não esqueças de mim, meu Pai,
Leva-me contigo embora.”

Ao sentir que soluçava,
Mãos generosas a afagam,
E ela não falou nada.

Surgiu então personagem,
Tal príncipe em conto de fadas.
Diante de todos os olhares,
Com a criança pela mão,
Condoeu-se o coração,
Levou-a à sua morada.

A menina o seguiu,
Como se estivesse encantada.
A multidão o aplaudiu
Com grande salva de palmas.

Eis que, ao voltar ao caminho,
A comitiva, assustada,
Ouviu apenas, em gritos,
“A menina jaz na calçada!”

Um misto de horror e êxtase
Apunhalou corações.
De joelhos puseram-se a orar,
E chorar aos borbulhões.

Voltou a açoitar, a chuva;
Pôs-se a chicotear, o vento;
Ali, molhados, sentiram
O que é viver ao relento.

À menina foi atendido
Do coração puro, o lamento.
E o povo, por muito tempo,
Teve a culpa por sentimento.

Marilene Anacleto - 16/03/99 – 01:10h

Publicado em: http://rotadaalma.spaces.live.com/ , em 01/09/07
Publicado no site http://www.itajaionline.com.br, em 22/02/01
Publicado no Jornal Folha do Povo – Itajaí – SC, em 27/05/00
Publicado no livro Jardins, Jardins : [poemas[ / Marilene Anacleto. – Itajaí (SC) : 2004. 72 p. : il.

Foto de rukass

O Futuro

O futuro esconde-se furtivamente
por entre as árvores despidas
E algures em almas empobrecidas
há quem o ache e pense
"como pode o futuro
ser tão deprimente"?

E pelas gotas de chuva
E pelo sangue que me corre na mão
Lembro a criança que pergunta
se o futuro a perdoará
Ou não.

E a morte, que ocorre pela certa
E a vida, que corre em vão
Recordo a mente que partiu
À descoberta
Se o futuro a perdoará
Ou não.

Foto de LillyAraujo

Sem Pressa

Ah, eu estou me sentindo meio descrente da vida, sabe? Com meu corpo sedentário sobre a cama por horas a fio, e já quase atrofiando a alma.

Estou com vontade de fugir de tudo que é urbano. Esquecer os fios conectores, o Bluetooth, Ipods, ou qualquer coisa que tenha teclas, ou telas, ou façam qualquer som frenético. Vontade de deixar esse mundo que se tornou tão aflito, e que tem sempre muita pressa. Onde tudo é manejado por um apertar de botões. Meus ouvidos estão feridos!

Estou com sede de terra molhada, de sentir o aroma de grama amassada, de formiga esmagada, enquanto o único som que se possa ouvir seja dos pássaros lutando no ar, numa dança de acasalamento, paz e alegria; que seja o som das cortadeiras picotando suas folhas e marchando por entre os trieiros, como se fossem soldadinhos; que seja o som dos estalidos dos gravetos que se desprendem das árvores ou do bico das passarinhas que ajeitam maternalmente o ninho dos seus filhotinhos. Quero ouvir o som das águas batendo contra as pedras e fazendo esculturas infinitas.

Quero adentrar-me no rio e me deixar levar pelo seu leito tortuoso, e sentir a água me abraçar, e a brisa me acariciar. E ir percorrendo o seu caminho sem pressa. E ter tempo de observar o céu azul claro, e uma diversidade de aves cortando o seu espaço, todas leves e belas, alheias ao meu observar. E sentir o sol bater intermitente no meu rosto, entrecortando os ramos das matas ciliares que circundam o rio onde meu corpo bóia, como uma pluma, feliz!

E assim continuar percorrendo juntos às águas, caminhos que eu nunca conheci, até que o dia seja noite. E sentir agora os dedos enrugados, e o bater das minhas mandíbulas pelo frio do rio, e isso também me deixar feliz.

E me refugiar depois em uma das margens. Jogar meu corpo na areia e ficar inerte. Observar cuidadosamente que o céu trocou sua roupa anil por saias alaranjadas, que pouco a pouco vão se tornando azul turquesa, e salpicos como lantejoulas vão lhe sendo cosidas, em forma de estrelas.

E no frio acolhedor da areia me deixar ficar um pouco mais, e notar que os sons também se transformaram. Agora, o bater das asas dos pequenos passarinhos silenciou. Dormem aconchegantes em seus galhos e ninhos. E as cortadeiras também foram descansar. Ainda estalam os pequenos gravetos que se desprendem, e o som das águas escultoras também continua o mesmo. Lentamente os anuros começam a reger a orquestra do anoitecer: sapos; pererecas e rãs, “gritam” e saltam desenfreadamente, como se quisessem alcançar os pirilampos piscantes pregados à grande teia que é o céu, e assim, comer uma a uma, cada estrela.

Estou com sede dessa paz que há muito não sinto. Estou com medo de jamais torná-la a sentir. Presa na cadeia Cidade-Grande, onde os sons são sempre de botões, buzinas, palavrões e, acima de tudo, de pressa. Muita pressa.

© Por Lilly Araújo-Direitos Autorais Reservados.

Foto de maria rodrigues

Um sonho

Esta noite sonhei contigo.
Estavamos num jardim e entre flores e árvores o chilrear dos pássaros.
Trocávamos beijos e promessas.
Ofereci-te uma flor, uma rosa....linda!
A desabrochar forte como o nosso amor, perfumada e vermelha como o calor da nossa paixão.
Mas.....foi só um sonho!

Foto de betimartins

Fragmentos de um poema...

Fragmentos de um poema...

As palavras parecem estar dormentes, os meus dedos cansados, as teclas do meu teclado parecem estar coladas, tudo parece estar inacabado.
Pensei em ti poema, pensei na forma de te falar no que sinto e faltam-me as palavras que furtivamente fogem sem deixar rasto.
Lembrei-me da lua com todo o seu esplendor, deixando-nos sonhar com as suas noites de luar majestosas entre segredos e noites de amor.
Meus olhos azuis olharam as flores do campo, delicadas entre árvores, desnudadas e o cheiro a jasmim, sentindo a brisa acariciar o meu rosto de mansinho.
Cansada do meu poema, refresquei os meus pés na beira do rio, deixa-me curiosa sobre todos aqueles seres vivos nadando em direção ao mar, por quê? Por que poema tudo é tão belo e único.
Deixei-me nadar até chegar ao mar, olhando aquele azul que refletia o céu azul, entre nuvens inquietas e sereias abandonadas, nos seus cânticos apaixonados, clamando pelos marinheiros.
Quanta imensidão, quantos sonhos sonhados ali, nem os poetas, nem as palavras eram dignas de tanta, poesia viva, descrita ali...
Suspirei de amor, olhando-te meu amor, onde a poesia não tem palavras para descrever o sentimento que minha alma sente, agradecida a ti inspiração.
Entre os vales e as montanhas bravias e inacessíveis, entre as quimeras e a poesia, quero escrever-te um poema e não consigo...
Despi minhas vestes do preconceito, uma a uma, desenhei-te sem jeito numa noite de amor que nos torna imortais, entre desejos e nossas vontades sem medo de amar.
Escrevo entre a penumbra do nosso quarto, encontro fragmentos de palavras por ai esquecidas, por muitos em cada esquina, mas por mim gravadas em pobre coração apaixonado pelo teu.
Entre duetos e promessas de amor fizemos da vida um belo poema vivo, realizado apenas pela força do nosso amor.
Hoje eu queria te escrever um poema, um poema de amor, mas afinal o que sou eu para te escrever o que minha alma já escreveu desde a eternidade dentro do meu coração, neste meu fragmento de um poema...

Betimartins

Foto de paolo1

MEU PARAISO.

Sonhei que estava contigo,
dentro do Paraíso,
aves, árvores , feras,
todos juntos, tudo lindo.

Tamanho era o nosso amor,
límpido e sem maldade,
que a todos contagiou,
trasbordando felicidade.

Não sei se aqui posso
expressar todo esse Amor
quis te fazer essa homenagem
minha mulher, meu grande
Amor.

És a mulher que Amo
és a dona da minha vida
te amo por nós dois,
até o fim da vida.

Você é meu Paraiso
você é a mulher
que Amo, adoro
eu quero...
Você!

Paolo.

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