Avós

Foto de Rosamares da Maia

SÓ MULHERES

Só Mulheres

Transitam por vezes em anônimos rostos,
Seus espíritos em dimensões transitórias.
São estrelas de rotas improváveis, invisíveis,
Deixam seus rastros, perfumes e venenos,
Misturados, todos na mesma taça,
Sensualidade e beleza em situação fugitiva,
Vidas intransitivas e de magias eternas.
Mulheres, anônimas feiticeiras do cotidiano,
Somos mães, irmãs, tias, avós... amantes.
Profissionais, vidas singulares, nada fácil,
Todas de fascínio comuns e contraditórios.

Mulheres que hoje tomam o traço nas mãos,
Erguem a cabeça e veem além do horizonte.
Escrevam, reinventem a luta e a trajetória,
Contem a história que vocês quiserem contar.
Na taça, misturem os perfumes e os venenos.
Desenhem com firmeza os próximos passos.
Como rosas dos ventos, determinem a direção,
Estabeleçam rumos, o caminho não está perdido.
Demarquem com traços cartesianos o espaço.
Somos as feiticeiras do cotidiano, nós existimos
Multiplicamos, nós pensamos, ... realizamos

Rosamares da Maia

Foto de Helder Duarte

As flores

Vieram as flores ao jardim do campo.
E permaneceram nele muito tempo!
E disseram umas às outras, irmãs!
Não sejais princesas de tamanho anãs!

Mas cresçam os vossos ramos!
Para o alto em direcção ao céu!
Altas e lindas pois sejamos....
Neste jardim que tanto cresceu!

Cantemos com nossas vozes!
A canção da vida linda...
Que nos ensinaram nossos avós,

Um cântico antigo de beleza infindável!
Que nos leva sempre ainda...
A louvar o Deus tão amável!

Foto de Edson Cumbane

A DÍVIDA INCALCULÁVEL (PARTE 1)

Atenção a todos: Eu já paguei a minha dívida, aliás, não fui eu que paguei a minha dívida, alguém pagou por mim. A dívida que eu tinha era de tal envergadura que não tinha condições de pagar e a única forma de eu pagar a minha dívida era por meio da minha destruição completa e total. Contudo um milagre aconteceu! Alguém veio e se dispôs a pagar a minha dívida. Ele veio ter comigo e me perguntou: tudo bem contigo? Eu respondi: não, eu não estou bem. Tenho uma dívida incalculável por pagar e a única forma de eu pagar é através da minha destruição completa e total. Herdei essa dívida dos meus pais e eles herdaram dos meus avós e assim vai desde o início de minha geração . E toda vez que o credor vêm exigir a dívida e não pagamos, Ele coloca termos e condições que nós não conseguimos satisfazer e eventualmente temos que pagar com a nossa própria morte. E o homem perguntou: Como é que tu contraíste essa dívida?
Continua...

Foto de Ivone Boechat

SOS - misericórdia para as crianças

A sociedade vive sobressaltada, de cabelo em pé, com o resultado do seu próprio estilo de vida. É muito barulho pra todo lado. Aí, a própria família, essa que reclama tanto do incômodo, basta alguém comemorar o aniversário e o barulho é o primeiro convidado a chegar. Nas festas de casamento então, o barulho chega de fraque e cartola. Os convidados, coitados, que imaginavam rever amigos e botar o assunto em dia, nem pensar. Ninguém consegue falar, só se gritar para saber, pelo menos, como o outro vai. Aliás, na primeira chance as pessoas vão saindo, estressadas e frustradas. É para economizar o consumo? É chic? É moda? É claro que um fundo musical na festa é maravilhoso! Mas, por que tanto volume? E não adianta pedir para baixar o som, o profissional contratado, o dj, tem poder; manda na festa e você pode morrer fuzilado com uma guitarra apontada para o seu ouvido que ninguém socorre ninguém.

Por onde anda a educação?

As crianças não escapam dessa maluquice de botar o som em último volume nas comemorações, pasmem, a partir de um ano de vida! Mas reparem como os pimpolhos homenageados se comportam na festa: desesperados, choram, querem tirar a roupa, os sapatos, os penduricalhos do cabelo, e geralmente os avós ou algum voluntário bom samaritano sai com a vítima aos farrapos, para dar uma volta lá fora, onde o aniversariante acaba dormindo, aliviado, longe dessa zoeira horrorosa! É um caos! Enquanto isso, uma nuvem de sofredores de tenra idade se esforçam para ficar na festa, anestesiados pela esperança de ganhar os brindes. Ufa! Que sacrifício! A maioria chega a casa e haja mecanismos para baixar a overdose de adrenalina.

A Escola não pode de maneira nenhuma se omitir na educação sobre o uso inteligente do som.

Os profissionais têm também que baixar o volume dos equipamentos utilizados nas aulas. É um horror! Os professores devem reduzir o volume da voz. Por que gritar tanto assim? Numa conversa normal, com pessoas educadas falando, o decibelímetro marca 30, 35 decibeis! Imagina o incomodo de quem é obrigado a participar de uma aula com 60 decibéis ou mais dos professores que só gritam? O resultado é este que se registra: de cada cinco crianças, nas três primeiras séries do ensino fundamental, somente uma é capaz de ler e entender uma frase escrita! É só porque o professor grita? Não! Claro que não, mas que a gritaria interfere, ah! Interfere, sim.

“O excesso de ruído causa na massa cinzenta um estímulo desnecessário, que a deixa acelerada, sem motivo. Ficamos em alerta, como se estivéssemos em perigo", explica Fernando Pimentel de Souza, neurofisiologista da Universidade Federal de Minas Gerais. Isso significa produção em excesso de cortisol, o hormônio do estresse, em picos indiferente”.
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Excesso de som altera a química cerebral: barulho excessivo das indústrias, canteiros de obras, meios de transporte, áreas de recreação, recreio da escola, festas, reuniões, etc. estratosféricos, no organismo. "É uma estratégia de defesa, que o próprio cérebro, agredido, articula", justifica o psicólogo Esdras Vasconcellos, da Universidade de São Paulo. Faz sentido, por se tratar de uma reação que prepara o corpo para se proteger de um possível problema”.

“O ouvido é o único sentido que jamais descansa, sequer durante o sono. Com isso, os ruídos urbanos são motivos a que, durante o sono, o cérebro não descanse como as leis da natureza exigem. Desta forma, o problema dos ruídos excessivos não é apenas de gostar ou não, é, nos dias que correm, uma questão de saúde, a que o Direito não pode ficar “A Escola localizada no centro nervoso das cidades tem o ensino prejudicado. Pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, ao avaliar os efeitos do som do trânsito diurno em alunos do 7º ano, chegaram à conclusão que alunos que estudam em escolas localizadas em áreas de tráfego intenso tiveram pior resultado nos testes de leitura - uma defasagem de sete meses - em relação às turmas de instituições situadas em áreas mais silenciosas”.

“Primeiramente, devemos educar a alma através da música e a seguir o corpo através da ginástica” Platão.

Então, mãos à obra: família, escola, igrejas, amigos, todo mundo; baixem o volume do som! Use-o, com inteligência!

Ivone Boechat

Foto de Ivone Boechat

Criança esperança

A esperança desta pátria,
que, até hoje,
não se reconheceu
tão linda e potente,
está depositada
aos pés do Senhor,
de olhos fixos em você,
criança;
abandonada, discriminada,
sofrida, analfabeta e sozinha,
levante-se do chão,
ao desalento,
desfralde a bandeira
desta nação,
corra todos os riscos
para que o idoso
de sua geração,
não fique suplicando,
sem alento
na porta dos hospitais,
sem voz,
o socorro que não chegou
a tempo para nós....
Por favor,
faça melhor do que
seus avós,
seus pais,
ame profundamente
esta terra,
pode-se
promover a paz,
em qualquer idade,
não permita
que a corrupção
ganhe esta guerra
e saia na frente
altaneira e resoluta,
como se fosse
uma virtude
a impunidade.

Ivone Boechat

Foto de Ivone Boechat

Confissões de um menor abandonado

Eu sei que sou culpado,
não tive a capacidade de assumir a administração de minha vida, não fui capaz de resolver as emoções infantis nem consegui equilibrar-me sobre os obstáculos que herdei da sociedade.
Até que me esforcei! Olhei para a vida de meus pais, porém, os desentendimentos de seu casamento falido nublaram os tais exemplos de que ouvi falar, só falar.
Não tive o privilégio de me aquecer no meu próprio lar, porque faltou-lhe a chama do amor, sustentando-nos unidos. Cada qual saiu para o seu lado. Na confusão da vida me perdi.
Candidatei-me à escola. Juntei a identidade civil ao retrato desbotado, botei a melhor farda de guerreiro, entrei na fila. Humilhado por tantas exigências, implorando prazos, descontos e vaga, sentei-me num banco escolar, jurei persistência, encarei o desafio.
- Joãozinho, você não sabe sentar-se?
- Joãozinho, seu material está incompleto.
- Joãozinho, seu trabalho de pesquisa está horrível.
- Joãozinho, seu uniforme está ridículo.
A barra foi pesando, fui sendo passado para trás e vendo que escola é coisa de rico. Um dia, arrependi-me, mas a professora se escandalizou das faltas (nem eram tantas!) e disse que meu nome já estava riscado, há muito tempo. O que fazer? Dei marcha à ré ali e, olhando a turma, com vergonha, fui saindo.
Moro nas marquises, debaixo da ponte, nas calçadas e não moro em lugar nenhum. Tenho avós, pais, irmãos e primos, mas não tenho família. Tenho idade de criança e desilusões de adulto. Minha aparência assusta as pessoas e nada posso fazer. A cada dia que passa, estou mais sujo, mais anêmico, mais fraco.
Sou um rosto perdido, perambulando, em solo brasileiro. Na verdade, chamam-nos menores, todavia, somos os maiores desgraçados.
Vendo balas num sinal de trânsito que muda de cor a cada minuto. Quando o sinal fica vermelho, os carros param, meu coração dispara. Para nós, menores abandonados, o vermelho é a cor da esperança.

Ivone Boechat

Publicado no livro Por uma Escola Humana, pág.121 Ed. Freitas Bastos, RJ 1987

Foto de Carmen Lúcia

Quero meu mundo de volta

Quero de volta meu mundo de outrora
onde se podia, a qualquer hora,
sair sem trancar o portão,
jogar pedrinhas, pular Amarelinha
nas calçadas, de pés no chão,
sem medo ou indignação.

Dar esmola sem temer o ladrão,
ter como base a fraternidade e a união,
respeitar pais, mestres, avós, irmãos,
dar-lhes afeto, ter-lhes consideração.

Hoje me dei às lembranças
de meu tempo de criança...
De tudo que tínhamos e perdemos,
das crenças que hoje descremos...
Ou ainda cremos?
Comparo o ontem com o agora.

Regalias à revelia...Megalomanias...
Cabelos brancos...Pedofilia;
exploração sexual, humano irracional,
crime passional, descomunal, brutal...
Meras banalidades de notícias no jornal,
esquecidas após o próximo
intervalo comercial.

Inverteram-se os valores...
Pais e filhos trocam abraços por carros,
pra que a vida não seja uma droga...
E por isso pagam preço muito caro...
De repente...Vira droga o presente!
E o hoje, esquecido vagamente.

Me perdi no tempo de agora...
Nada mais é como outrora!
Cada um por si, cada qual pro seu lado,
Cabisbaixo, calado, sozinho...
Esqueci até o nome do vizinho...
Desde quando me fechei?

Quero o meu mundo de volta...
Simples, comum, solidário,
sem cercas elétricas, calvários,
abrir portas, ver as cores,
tirar grades das janelas,
tocar as flores amarelas.

(Carmen Lúcia)
Carmen Lúcia Carvalho de Souza
19/05/2009

Foto de poetisando

Que mundo este

Que mundo este
Que estamos a fazer
Tanta gente de barriga cheia
E tantos de fome a morrer
Em nome da liberdade
Se destroem países
Matam se inocentes
Ficam povos infelizes
Mata-se pais irmãos e avós
Mata-se em nome de amores
Mata-se a mulher e os filhos
Estamos a perder os valores
Governantes que nos governam
Aproveitam-se do poder
Enchem - se todos de dinheiro
O seu povo de fome a morrer
Nem o nome de Deus
Escapa a tanto vilão
Tudo para eles lhe serve
Para deitar a mão ao filão
Não sei onde o mundo vai parar
Com tudo redor estou a ver
Vejo gente muito feliz
Muitas mais de fome a morrer
Não pesa a consciência
A toda esta gente aproveitadora
Só conhece as guerras
Para continuarem a ser
A classe dominadora
Que contas eles darão
Quando a eles chegar a hora
Todos um dia morreremos
E eles também não vão
Perder pela demora

De: António Candeias

Foto de nelson de paula

EXCORPORAÇÃO(de "Vozes do Aquém")

Aceito a carona do súcubo
e cavalgo por uma planície
estranha e perigosa.

Posso sentir, de tão perto,
os espinhos finos dos cactos do caminho,
enquanto estalam os cascos
nas pedras brancas e duras,
arrancando faíscas e sangue.

Atrelado ao açoite
percebo que há uma falácia,
já que negada a palavra,
só sobra o soluço
e, depois dele,
o devaneio.

Ambos tiram o fôlego.

Reponho com o calcanhar.

Ainda que a porteira
pareça quebrada,
opto pelo trote.

Cabeças encobertas me esperam
do outro lado da moita.

E lá vão ficar,
já que o sol vem no meu encalço
e atira as sombras
para muito longe.

Bruscamente tomo ciência
de que não sou mais
mero passageiro,
mas feito presa
pelo incorrigível raptor.

Não passa de um passatempo,
do qual não quero nem um pouco
ser parte,
assim agarro
em um galho
e tento dar fim
à correria.

Mal sabia que havia posto a mão
na cumbuca,
derramando o mel
para raiva das abelhas
e das avós.

Só me restava colocar a cabeça
em um buraco,
o que fiz em seguida,
felizmente encontrando dentro dele
o às de copas,
que me permitiu
quebrar a banca
e levar a bolada total.

Foto de VirginiaSimon

Momentos da vida

Existem momentos em nossas vidas
que não sabemos explicar porque existem;
Sentimentos,
palavras,
gestos,
atitudes,
situações essas expressas quase que diariamente;

Algumas vezes de paixão,
de rancor,
de tristezas,
de alegria,
de dor
e por ai vai.
Não sei dizer porque temos que passar por essas situações
ou porque pessoas precisam passar por nossas vidas.

Se precisamos passar por situações das mais variadas,
digo de qualquer nível de sentimento,
ou momento que esteja vivendo,
faz-se necessário.
Se pergunte: “O que eu fiz para passar por isso?
Talvez meu rancor e orgulho
não permitiram enxergar a tempo o que tenha feito no passado,
mas estão lhe mostrando agora no presente,
como diz o ditado “antes tarde do que nunca”
para que você seja uma pessoa melhor.
Melhor nas atitudes,
melhor nos conceitos sobre a vida e pessoas,
melhor sobre o dia a dia em que vivemos
e até mesmo melhores na fé em Deus.

E se pessoas precisam passar nas nossas vidas
é porque teve e tem algum motivo,
pode ser um acerto,
um encontro passageiro,
ou até mesmo porque era para ser,
não sei ao certo.
Você pode pegar um ônibus para qualquer lugar
e com certeza alguém conversará contigo,
alguém pode precisar de você sem ao menos conhece-la,
ou até mesmo bater na sua porta solicitando seu auxilio,
e tem aquelas pessoas chamadas de familia,
mãe,
irmãos,
tias,
avós,
e por ai vai,
outros chamamos de amigos,
conhecidos,
e aqueles que chamamos de paixonite do momento
e finalmente o amor verdadeiro,
aquela pessoa que você ama realmente
e que sabe que pode fazer feliz,
trazer paz,
tranquilidade.

Como são bons e ruins os momentos de nossas vidas,
e devemos passar por eles.
Os ruins porque precisamos fazer um acerto de contas conosco,
um acerto interior,
para que possamos não mais repeti-los
e nos tornar assim pessoas melhores,
mais humanas,
mais dignas.
Os bons são consequências
e resultados dos ensinamentos que os ruins trouxeram,
pois precisamos disso,
precisamos acertar nossas contas com o passado,
para merecermos a felicidade a paz interior de um futuro muito melhor.

Assim é a vida,
é assim que devemos fazer,
mas nem todos conseguem de primeira.
Alguns são mais rápidos,
percebem a felicidade com um piscar de olhos,
outros um pouco mais devagar,
porque talvez a sua tempestade seja um pouquinho mais forte.
Como já diz o nome “ tempestade”,
pode encher,
transbordar o seu rio,
algumas vezes vir a destruir alguns momentos bons,
mas ai quando se percebe a realidade de tudo,
aonde você enxerga o seu ponto de partida para um futuro melhor,
a tempestade diminui,
o fluxo do seu rio começa a diminuir,
e tudo se acalma.
Neste momento mãos a obra,
você tem trabalho a fazer,
porque o que se destruiu se constrói novamente,
e tudo isso com amor,
carinho,
dedicação,

e principalmente esperança,
esperança de uma vida nova,
melhor,
uma vida feliz
e plena.

=) Virginia Hartmann Simon

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