Azar

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 11

Outro dia eu estava andando pela rua, e vi um monte de coisas que nada me acrescentaram. Eu vi uma mulher cega, andando com uma bengala. Vi um oleiro fazendo um pote. Um macaco pulando de galho em galho. Um barco com duas pessoas, num rio sinuoso. Uma casa muito engraçada, com seis janelas. Um casal se abraçando, não sei se amavam, mas abraçavam. Um homem que foi atingido, um homem dramaticamente atingido, com uma flecha no rosto, uma brutal sensação. Um bêbado com uma garrafa, seu desejo, vontade indefinitiva. Um homem com uma fruta, uma maça, uma pera, sei lá, o cara estava apegado com uma fruta vulgar e substituível. Uma mulher grávida. Uma mulher dando a luz. Uma pessoa carregando um cadáver. Uma roda. Três venenos. Seis reinos. Um vai e volta que encarnava e desencarnava até dizer chega.
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- Eu sou a Discórdia. Eu não vim para explicar nada. Eu simplesmente aconteço. Eu sou também a vida, às vezes, pelo menos na parte ruim dela quando você está meio sem sorte, ou quem sabe, quando está muito bem. Eu também sou o cara que passou uma porção de coisas sem precisar e agora fica resmungando ao mundo as nossas verdades desnecessárias, como se as necessidades também não passassem com o tempo. Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. Eu moro em qualquer lugar.

Eu sou o Dimas, nessa história. Mas na vida real eu sou pior. Eu sou um sonso. Eu sou um cínico que finge saber o que preciso e descartar o que não quero. É claro que tenho qualidades. Tudo depende do ângulo no qual se enxerga as situações. Ser ruim é uma qualidade? Até onde você vai para ser feliz? Engana-se você que ao ler isso pensa que eu falo de respostas. Esse é uma história de perguntas. Habilita-se em respondê-las? Eu até responderia, mas prefiro te provocar. É o que você faz sempre também, mas não admite. Eu estou ganhando tempo me perdendo em continuar, cada inspiração e cada expiração é uma declaração ao mundo que estou aí e vou persistir, enquanto for possível, ou aceitável. Recorda o que te disse e você nem percebeu.
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- Clarisse, eu vou aproveitar que você está fingindo que está me escutando e te falar tudo o que sinto. Eu vou te fazer a maior declaração de amor que você já recebeu. Eu farei como Dante, com menor qualidade, mas não menos paixão. Eu vou contar tudo o que ocorreu sem mencionar o seu nome. Eu vou dizer como você, como os outros são, vou rasgar o verbo sobre tudo o que me está sufocado. Se você gostar mais do que o maldito te disser, azar seu. Se repercutir, ótimo. E quando tudo acabar, eu vou embora sem explicar nada. Eu vou ser feliz com o pouco que me cabe nesse latifúndio. É como eu sempre faço e como a vida sempre acontece. Que se dê o drama!

E você não me rendeu nenhum milésimo de atenção. Fez bem. Se prestou nota nesse momento, lamento.
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- Eu vou ficar aqui.

- De toda forma vou embora.

- E ela?

- Fica comigo até se cansar e procurar outro cara.

- Eu não me importo.

- Eu também não.

- Eu não sou má. Eu fiz apenas o que era o melhor.

- Fico feliz por você.

- Eu também te amo, de certa forma.

- Isso é você que está dizendo.
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Nós somos jovens. Enquanto estamos vivos somos jovens. As possibilidades de se estar vivo são infinitas. As fichas não acabaram. As fichas não acabam até se estar morto. O que interessa não é se eu vou te amar para sempre ou até a próxima esquina, mas sim o encontro das almas que acontece nessa realidade, a pele que se inflama com os impulsos elétricos e quase enigmáticos do amor e da consciência, os mistérios da fé e da religião, da profanidade, do brilho do seu olhar.
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- Esse traste vai logo ou não vai?

Chegará enfim o último capítulo.

Foto de poetisando

Decisão

Já tomei a minha decisão
Decidi dar um pontapé no azar
Pontapeá-la para bem longe
Deixar mais de me acomodar
Tenho mais coisas em que acreditar
Quero viver como outro alguém
Não vou ter medo de lhe fazer frente
Não preciso dela, ela não me convém
Já tomei a minha melhor decisão
Mandá-lo embora para longe de mim
Não tenho medo de lhe fazer frente
O azar é uma coisa muito ruim

De: António Candeias

Foto de poetisando

Decisão

Já tomei a minha decisão
Decidi dar um pontapé no azar
Pontapeá-la para bem longe
Deixar mais de me acomodar
Tenho mais coisas em que acreditar
Quero viver como outro alguém
Não vou ter medo de lhe fazer frente
Não preciso dela, ela não me convém
Já tomei a minha melhor decisão
Mandá-lo embora para longe de mim
Não tenho medo de lhe fazer frente
O azar é uma coisa muito ruim

De: António Candeias

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Senso Comum - Parte 5

- Oi. Você continua infeliz?
- Não, eu estou bem.
- Eu jurava que você era infeliz. Você me parece tão estranho.
- Mas eu estou feliz, sério. Eu estou aproveitando o que a vida me deu de bom.
- Como assim, feliz? A sua vida é uma porcaria. Você não tem dinheiro. Sua mulher é feia, pode te trair e você está sem emprego. Você não é respeitado nem pela sua mãe. O que você diz, mesmo sendo do fundo do coração, não é escutado. Você é um artista e um homem horrível. Tudo que você faz dá errado. Você tem azar e não pode negar. Você não desfruta o que sobra para todos os outros. Você é um lixo. Você é o motivo de vergonha do seu pai. Eu realmente acho muito estranho que você esteja feliz.
- Eu estou feliz pois apesar de todos os meus problemas eu continuo sendo humilde e sincero, e por não tentar humilhar os outros para me sentir melhor como você.

E desse modo eu descobri que a vida da minha amiga que era uma droga.

Foto de carlosmustang

SEM RISCO

Dançando num caminho
Muitos tangos(outras danças)
Só curtindo,sem fé
Emoções demais, até Deus quizé

Acompanhado da sorte, o azar
Uma puta faca no caminho(deixada pra trás)
Que pelo meu adiantamento,asperou as costa
Me desvencilhei na capoeira, maracatu, mangueiro

Permaneci recapado num canto
Em planto enquanto a ambulância vinha
Meu amor descontente temia, que eu a não mais tinha

Mas bebe não se despreza
Se ama se se realiza, se da volta por cima
Se eu tenho, vale a conquista

Foto de Carmen Lúcia

Bem-vindo ao mundo!

Sem passaporte
confiando na sorte
meio que se atropelando
entre atropelos vagando,
junte o que pode juntar
e se embrenhe pelo mundo
vasculhando o vazio e o fundo,
indo aquém e além
do que se possa imaginar...

Caminhadas desacertadas,
um ir e vir sem definição,
sem mudanças, mesma direção...
"Mens(in) sana in corpore (in) sano”
pisando o sagrado, driblando o profano
finitos e infinitos superando,
sempre viajando,
perdendo-se em labirintos,
achando-se em círculos,
movimentos cíclicos
que levam ao mesmo lugar...
Da chegada... Da partida?
Quem há de saber?Tanto faz!
 
E nessa roleta-russa
denominada “Vida”,
há o certo e o incerto
e também a sobrevida...
Um jogo de azar,
a bala ainda não vencida,
uma cartada pré-estabelecida,
a vitória favorecida...
Sorte?
 Única certeza:
 Morte!
 
 
(Carmen Lúcia)
 

Foto de Daniel Sena

Do frio, da antivida e do filtro da alma

[O som da TV ao fundo]
Ando discutindo muito com meu estado
E me arrepiando pouco, quase nada
Me excitando com cada vez menos tempo
Hoje a coisa anda tão antivida
Que ouvi o frio sussurrando...
Esse medo gelado, atravessando a garganta
E ninguém sabe onde vai parar
Ou, ao menos, eu não sei
Às vezes não sei de nada
E está tudo na ponta da língua
Tanto que arde, por que mudar de assunto agora?
E por que ainda ter assunto?
Mais fácil o óbvio?
Ou não?
Perguntas com respostas cabisbaixas...
Nunca me ajudam em nada
Prefiro relatar o que eu mesmo vejo
O que eu mesmo provo
Disponho dos meus próprios ensejos
E com minhas próprias vitórias
Mesmo que secas do sol
Mas, juro por Deus, sobre todo o amontoado de derrotas
E ainda apontando para um “indo bem”
Imagine que toda chuva seja ácida
E que todo mundo está sem casa
Agora imagine que você não está nem aí
Esse tipo de insanidade tem me tirado o raciocínio
Mas eu “estou aí”...
E no fundo, no fundo...
É isso que me acaba
Estou tentando me ignorar
Mas como calo algo que vem de dentro?
Você pode cortar a língua da opressão, quase sempre
Mas jamais calará o seu próprio entendimento
Ou a própria falta dele
O que vem de você, só de você quer se alimentar
Por mais que seja impressionante isso que vou dizer:
“O máximo que podem ter de mim... é a ressaca de uma alma ébria, solitária, confusa, cansada... e com saudades demais.”
Tento filtrar... tento esconder
Horrível é ser julgado
Eu tento a casa, eu tento o amor
Eu tento a sorte, e tento a dor
Pais, coração, azar, intensidade
Onde vai dar?
Onde já estou?
Será que já estou onde vai dar?
Eu queria não precisar pensar nisso tudo.

Daniel Sena Pires – Do frio, da antivida e do filtro da alma (03/11/11)

Foto de Edigar Da Cruz

Para Saudade

Não tem preço de quem me deixou aconchegar em braços
Sabe que entre nós não há mais espaço.
Que dentro dois pólos que vivem na mesma energia
Estão inter ligados no mesmo sentido de momento.
Saudades não têm preço, mais o tamanho e infinito..
Não tem preço de quem lhe entregou o coração
De quem disse que ama de verdade,..
Sentir em pensamentos, dormir e não conseguir..
Em minha cama me faz querer controlar o tempo..
No tempo das lembranças transformadas em saudades.
Dessas saudades lindas que vem a imagem de uma linda estrela de feixe de luz
Das vontades de sempre, que fica, parado somente para imaginar..
To até
É com medo voltar amar além da conta
Tentando uma força onde não existe mais.
Estou em mente em frente às saudades sem fim.
Você me olha desse jeito que na saudade se desmonta.
Sou maduro para falar de amor
De um amor que um dia sonhávamos em realizar juntos
Aqui ou em algum outro lugar desse pequeno grande mundo.
Sou um menino apenas falando de amor
Querendo sentir o calor do colo acolhedor..
Com você posso dizer eu aprendi amar de verdade..
Fui feliz por deus desde o dia que te encontrei..
Sou infeliz por não ter conseguido ter sido forte nesse amor.
Mais contigo descobri o que é amar de verdade..
Sou comum! No comum do seu amor me fez bem!!
Fez-me rei!!!
Fez-me de mel doce.
De um maravilhoso favo de mel...
Tive sorte descobri você
Tive azar no fracasso fiz tudo se perde
O que restou foi somente um pequeno solo
Tentando se reencontra
Com toque saudades de doces lembranças
Que não falta sentir e falar tem que escrever que..
Não tem Preço a saudade

Autor :Ed.Cruz

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

LEAL E O TEMPO

LEAL E O TEMPO
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Leal e o tempo
Inexoravelmente infinito
E o unico que sufoca o grito
De todo o coracao sofredor
Momento a momento
Como um remedio recomendado
Vai curando cada desesperado
Pela miseria de uma dor

Leal e o tempo
Definitivamente poderoso
E o unico que conforta cada tolo
Que entrega o coracao
Sem nenhum julgamento
Vai fazendo de cada um mais forte
Lutando contra o azar ou a sorte
Contra a loucura e a razao

Leal e o tempo
E sempre sera ao passar
Sabendo a dor que cada um pode suportar
E tambem a hora de curar

Tao leal e o tempo
Que trouxe junto com o vento
Um perfume da liberdade ao meu nariz
E seguindo esta nova pista
Dei com a mais bela vista
O momento mais feliz
De minha saida
Quando vi a luz acesa
No fim do tunel comprido
E para uma nova vida
Para o galardao merecido
Segui curado afinal
De toda ferida
(c) 2011 Islo Nantes Music

Foto de XandaoCM

Te darei o mar

Aqui estou eu novamente
Sozinho, triste e carente
Sem um bom passado ou presente
Apenas um incerto futuro pela frente
Querendo te amar

Ainda posso sentir seu calor
Ainda vejo sua bela cor
Ainda sinto todo aquele esplendor
Ainda penso no nosso amor
Vem ser meu par

Vem pra mim
Não faz assim
Esse não precisa ser o fim
Isso seria muito ruim
Não deixe a chama apagar

Se entregue à paixão
Acalme o meu coração
Entenda que foi tudo apenas uma confusão
Me dê a sua mão
Faça meu sonho se realizar

Entenda o meu sentimento
Esqueça aquele acontecimento
Foi apenas um desentendimento
Uma confusão de momento
Apenas um grande azar

Me tire deste castigo
Eu não quero ser apenas mais um amigo
Meu coração está em perigo
Ele precisa de seu abrigo
Para descansar

Vou te mostrar que na verdade
O que sinto é mais que amizade
E se você me der a oportunidade
Com toda a humildade
Eu te darei o mar

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