Borboletas

Foto de Arnault L. D.

Dinossauros em janeiro

De tempo em tempo o mundo
Torna-se noutro, se renova
Sucedem gerações e coisas,
vão cada vez mais ao fundo,
soterrados a alicerces, piso, cova,
sob os passos em que pisas.

Apartado a reboque ao desconecto
os valores e poderes que podemos,
cristalizados, em rocha permanente.
Obeliscos imutáveis, marcam secto
das antigas almas que encarnamos,
desengrenadas, vagam soltas na mente.

Novo mundo nos vê como fósseis.
Nas luas que ficaram perdidas,
nas auroras a muito amanhecidas
que em um despertar a mais, eis:
Soltaram do roteiro das vidas,
desprenderam sequer despedidas.

Longe, as vezes noutro mundo ando,
a vagar entre os dinossauros...
Entre casulos ocos de borboletas,
explorando, não onde, mas quando.
Arqueologia de vestígios e muros.
escavo areia em girar de ampulhetas.

A alma confinada nesta Terra,
por fora, corpo aqui; longe por dentro.
O relógio fará a todos estrangeiro,
alienígena na era em que erra.
Neste novo, novo, novo que enfrento
de tempos em tempos... é janeiro.

Foto de Siby

É primavera

É primavera

É primavera, flores, perfumes no ar,
Até as palavras se enfeitam de flores,
E com sua beleza conquistam amores,
Tempo ideal para o amor, com flor cativar.

O desabrochar dos botões de flores,
Mudando aos poucos a sua beleza,
Lindas borboletas voando com leveza,
A natureza pintou a primavera de cores.

Nesse doce encanto da estação,
A primavera merece seus louvores,
Mas eternas são as flores,
Que enfeitam uma recordação.
(Siby)

Foto de raziasantos

Volta Lua!

Lua onde se escondeu?
Levaste contigo as estrelas
Deixando-me em plena escuridão.
Minha estrada é longa a todo estante
Tropeço sem mesmo saber em que!
Oh lua que sempre iluminou minha estrada
Agora se esconde negando-me seu brilho...
Negando-me uma direção.
Perdi-me em caminhos estranhos.
Sinto-me em plena escuridão
Volta lua prateada cheia de brilho e majestade.
Já se faz tarde chega à madrugada...
E cega vagueio entre o nada!
Não vejo nem os vaga-lumes, a borboletas dormem.
Os pássaros estão em silêncios.
Resta-me apenas o silencio.
A dor, o vazio da densa e triste escuridão.
Volta lua e trás contigo as estrelas que só
Você sabe onde estão!

Foto de raziasantos

Volta Lua!

Lua onde se escondeu?
Levaste contigo as estrelas
Deixando-me em plena escuridão.
Minha estrada é longa a todo estante
Tropeço sem mesmo saber em que!
Oh lua que sempre iluminou minha estrada
Agora se esconde negando-me seu brilho...
Negando-me uma direção.
Perdi-me em caminhos estranhos.
Sinto-me em plena escuridão
Volta lua prateada cheia de brilho e majestade.
Já se faz tarde chega à madrugada...
E cega vagueio entre o nada!
Não vejo nem os vaga-lumes, a borboletas dormem.
Os pássaros estão em silêncios.
Resta-me apenas o silencio.
A dor, o vazio da densa e triste escuridão.
Volta lua e trás contigo as estrelas que só
Você sabe onde estão!

Foto de layellen

Falando de Amor

Subo ao palco da vida
cheio de luz e calor,
esqueço mágoas sofridas,
escrevendo sobre o amor.

Vejo o sol da esperança
no milagre de um novo dia,
o sorriso terno das crianças,
iluminando o meu amor poesia.

As borboletas beijando
as flores do meu jardim,
os passarinhos cantando,
sem jamais nada pedir.

Os riachos murmurantes,
as verdejantes florestas,
as cascatas borbulhantes,
natureza sempre em festa.

As lagoas espelhando
o céu azul e o infinito,
paz que vai serenando,
o desespero dos aflitos.

O sol se vai de mansinho
cedendo vez ao luar,
pássaros voltando aos ninhos,
mais uma noite a chegar.

Ao contemplar tanta harmonia
de luz, beleza, paz e cor,
os versos de minha poesia…
só podem falar de amor.

Foto de Carmen Lúcia

Lugares

Procuro por jardins, canteiros e afins
na medida exata de minha precisão
onde a hostilidade ainda não tenha tocado
para que meus sonhos toquem a realização.

Onde a aridez espalhada pelo solo
não o tenha totalmente petrificado,
onde a célula-mater tenha se multiplicado
gerando belezas que ainda quero ver.

Onde hajam lugares de flores,
sedução de cores e entretons,
volver de borboletas e beija-flores
e o verde das campinas exale seus olores.

Procuro por cantos, encantos, acalantos,
fazer sorrir meu coração desiludido,
que pávido, cansado e aturdido
clama por um simples motivo
para pulsar mais ritmado.

Procuro pelo meu passado...
Que ele me devolva à minha história,
pois me perdi em tantas trajetórias,
afastei-me das raízes por causas transitórias.

Necessito mais do passado que do agora
pra reatar o cordão de minhas origens,
um lugar que me ancore e me faça perceber,
num refletir profundo,
que sou eu o melhor lugar do mundo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Rosamares da Maia

Melodia da Vida - Renovação

Melodia da Vida- Renovação

Ouço o ritmo da melodia, atento acompanho.
Vejo que o mundo todo suavemente dança,
Os passos cadenciados revelam o meu sonho.
Novamente tenho os olhos vivos de criança.

Tudo é somente som, mágica melodia.
Minha alma é uma partitura, simples,
E o meu corpo flutua sem peso, leve.
Passos no tom da vida em pura harmonia.

A água corre, canta em ritmo natural,
O vento sopra lufadas nas folhas que sobem,
Em seu balé dançam cantam, se encantam.
Não é sonho, o mundo que vejo é real.

Acho graça nas asas do pequeno beija-flor,
Que para no ar faz a corte e beija a sua flor,
Admiro as abelhas trabalhadeiras em sua obra
Buliçosas borboletas ao sol fazendo manobras.

Todos engravidam de pólen a natureza,
Promovem o encontro de amantes distantes.
Que olhos não veem, mas o amor tem certeza.
Toda a vida se renova em ritmo constante.

Fecho os meus olhos, deixo fluir a melodia,
Sou a orquestra, meu corpo é instrumento.
Que toca no mesmo diapasão em total sinergia.
Com os pés na água que corre, sou parte da magia.

A vida com mais capricho me desenha natural.
E sou como a folha flutuando ao vento, breve.
Renovada no encontro distante dos amantes.
Gravida do amor que não vejo, mas sei, é real.

Foto de EsperancaVaz

FEITO BRISA (Soneto)

Feliz avistei um céu azul intenso
Anjos voando no belo firmamento
Meus olhos complacentes miravam
Um coração meio demente chorava

Absorto em pensamentos serenos
A brisa passa num rosto ameno
Fulgura um lindo sonho na alma
E o rubor da face rápido se espalma

Na vida de um amor bem distante
Feito borboletas luzentes viajantes
Que o destino quer logo encontrar
Sem fantasias no desejo de amar

Cuja magia seja arte pura e bela
Feito bálsamo olor da brisa do mar

10/07/2013.
Esperança Vaz

Foto de diny

NAMORADO

Namorado:
Ter ou não ter, é uma questão.
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si
mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado
de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva,
lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase
desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda,
decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de
aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o
gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um
envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado.

Nao tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Nao tem
namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar
sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Nao tem namorado quem faz
pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a
felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Nao tem namorado quem nao sabe o valor de mãos dadas; de carinho
escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue
de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a
meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô,
bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Nao tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta
abraçado, fazer compra junto. Nao tem namorado quem não gosta de falar
do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Nao
tem namorado quem nao redescobre a criança própria e a do amado e sai
com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical na Metro.

Nao tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem nao dedica
livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu
bem ser paquerado. Nao tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem
curtir; quem curte sem aprofundar. Nao tem namorado quem nunca sentiu o
gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou
meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Nao tem namorado quem
ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de
obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Nao tem
namorado quem confunde solidão com ficar sozinho. Nao tem namorado quem
não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você
vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve,
aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar.

Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções
de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de
si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua
janela.

Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de
fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu
descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você não tem namorado é porque ainda nao enlouqueceu aquele pouquinho
necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Elou-cresça.

(Carlos Drummond de Andrade).

Foto de Carmen Lúcia

Palavras, palavras,palavras...

Que as palavras fluam soltas
e falem o que entala a minha garganta,
declamando o que não consigo falar...
Apenas sentir e calar.

Libertas, entre as flores entreabertas,
felizes, contagiando os matizes,
festeiras, celebrando com os colibris
botões de rosas azuis anis,
renascidas com o amanhecer
a decantar o novo que virá,
entonações em simultaneidade com as canções
tocadas em flauta doce,
modulações em sons de blues...

Palavras que não se unem à fusão das cores,
permanecem nítidas, únicas e puras,
paridas do coração, geradas pela emoção,
correndo pelos trigais, dourando os girassóis,
roçando violetas, borboletas, acácias azuis,
vivenciando o desabrochar dos arrebóis,
bendizendo as manhãs de cada dia,
entrelaçando, à noite, a estrela-guia,
e na madrugada silenciam,
pois sabem que o silêncio
faz parte da magia
e acorda a poesia.

_Carmen Lúcia_

Páginas

Subscrever Borboletas

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma