Brasil

Foto de Pedro Rodrigues1969

Um dia mais…

Um dia mais…

Fui a beira-mar
Caminho na avenida Brasil
Sempre seguindo a linha do horizonte
Sonhando contigo meu amor
Na brisa marítima
Sinto teu toque
Teu cheiro
Sinto o sabor na boca
Da tua boca que quero beijar
Meu amor
Estou em paz
Sinto o teu amor
Isso me faz bem
Que este sentimento
Navegue este mar imenso
Passe a linha do horizonte
Que te encontre em paz
Meu amor…

Autor
Pedro Rodrigues

Foto de CarmenCecilia

Nada Mudou...

Nada Mudou...

O pior é que nada mudou...
A impunidade acelerou...
A mídia deformou...
E a consciência desinformou...
Brasil... Sonhos mil
Onde está o brio?
E na calada da noite...
O breu persiste como um açoite
Tudo está por um fio...
Em nada me fio...
E seguir em frente...
Cala toda gente.

Carmem Cecilia

É muito duro ver e ouvir quando as verdades são ditas !!!!!!!. O jornal, a televisão e outros meios de comunicação interrompem a carreira de uma excelente jornalista por ela ter sido verdadeira. Nós cidadãos não podemos falar, temos ouvir e ver todos os dias as barbaridades desse país. Estou com vc diante de tanta indignação. Parabéns pelo seu magnífico trabalho.

Foto de Edigar Da Cruz

Pele Paulista

. Pele de Sangue paulista
Da vida CORRIDA, rápido que nunca Pará!
É São Paulo da brilhantina de neon de encanto,..
Das noites brilhantes estreladas agitadas
Dos dias de sol quentes agitados,.
Das tardes de trânsitos parados
Pele de sangue paulista,..
Cidade dos grandes poetas,
Dos maiores clássicos do nosso futebol
Terra do São Paulo, Palmeira e Corinthians e Santos, e Portuguesa feito a pizza deliciosa portuguesa da grande Bixiga paulista,..
. O terra linda maravilhosa GOSTOSA
O terra da garoa ,..
Uma casa de vida , um céu verde de Ibirapuera,
Um parque florido em um Ipiranga de museu maravilhoso expondo sua arte,..
CIDADE DE PELE DA MULHER DA BRASILEIRA,..
Cidade do povo do BRASIL

Viva nossa casa! Viva São Paulo

Autor:Ed.Cruz

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Muito Além da Rede Globo – Capítulo 17

“Fato inédito na história da comunidade internacional, a presidenta Dilma Rousseff foi a primeira mulher a abrir o Debate Geral da 66ª Assembléia-Geral da ONU. O evento reúne nesta quarta-feira (21/9), em Nova York, chefes de Estado e de Governo dos 193 Países-Membros das Nações Unidas. Como é tradição desde a primeira Assembléia-Geral, que aconteceu em 1947, o Brasil abre o debate geral, que este ano tem como tema ‘O papel da mediação na solução de disputas por meios pacíficos’. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a Assembléia-Geral da ONU, em sua 66ª sessão, deverá privilegiar, dentre outros temas, questões relacionadas à mediação e à diplomacia preventiva.”

- Do texto “Abertura do Debate Geral da 66° Assembléia-Geral da ONU”, retirado do Blog do Planalto, em 21 de Setembro de 2011.

Em pensar, que ainda hoje, existem os machistas. Existem os que admitem bater em uma mulher e violentá-la. Existem os que preferem o conflito improdutivo ao tranqüilo crescimento. Existem os que querem a morte ao invés do nascimento de um mundo melhor. E quem pensa que eliminar essas pessoas é uma solução está justamente realizando o mesmo mal. Cabe a nós termos um pensamento de paz evitar o sofrimento de bilhões de pessoas.

Essa é a prova de que eu tenho mãe e a amo.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 3

Elis Regina Carvalho Costa. Cantora brasileira. Mesmo morta é mais importante que um bocado de vivos que eu conheço sem os querer ofender. Elis deixou a herança de seu talento até no sangue de seus filhos. Todos os três trabalham com música. Pedro Mariano é cantor. Maria Rita também. O primogênito João Marcello, que fora pai recentemente, é um produtor e crítico de mão cheia. Quando as revistas e os jornais se referem ao seu pequeno nascido como o ‘filho da Eliana’, fico um tanto desconfortável. Quero dizer, sem meias palavras, eu fico é puto mesmo! A criança é filha de Eliana, sim, que é uma apresentadora competente e que tem todo o direito de aproveitar sua maternidade. Agora, que seria muito importante recordar-nos de seu parentesco com a saudosa gaúcha, isso sim, seria bom. Mais do que ser ‘filho da Eliana’, essa criança deve ser apontada também como o ‘neto da Elis Regina’, uma das maiores cantoras que já tivemos, senão a maior. Fica aqui o meu singelo protesto. Mas não desejo me ater a essa discussão mais apaixonada do que pertinente.

O álbum mais famoso de Elis Regina é o Falso Brilhante, de 1976. O disco contava com músicas presentes no show homônimo, um espetáculo que juntava teatro, dança e canto numa apresentação memorável. O show locado no Teatro Brigadeiro teve 180 mil espectadores, o que o coloca como maior êxito da carreira da cantora e prova incontestável de sua popularidade e relevância no cenário da nossa arte. Quanto ao espetáculo, nunca o assisti seu vídeo completo. Mas o disco, não apenas pelas suas canções de maior sucesso, a citar, ‘Como Nossos Pais’ e ‘Fascinação’, marcou época. No auge do regime militar, que começava a ensaiar uma tímida abertura, o Falso Brilhante significou exatamente essa possibilidade, já que, ainda que veladamente, a crítica e a denúncia se faziam presentes na concepção da obra. O país vivia um declínio econômico considerável, a ditadura apesar de consolidada se encontrava desgastada e a incerteza, somada com o acobertamento sobre os desmandos realizados pelo então poder instituído tornavam a realidade brasileira numa situação difícil e pouco encorajadora. Valendo-se da brecha política, Elis remou contra a maré. Ainda que o Falso Brilhante seja um disco imerso na melancolia, sua mensagem final passa um fio de esperança durante a tempestade de seu tempo, um brando sopro de vida na austeridade de um país fechado, um suspiro diante das lágrimas causadas não somente pela violência como também pela miséria que tais circunstâncias trouxeram ao Brasil. Elis provou seu talento. E sua iniciativa ficou para o futuro, como marco da retomada da arte nacional como objeto de expressão dos anseios populares e de opinião.

Todavia, meu disco predileto da cantora não é o Falso Brilhante. Saudade do Brasil, um disco de 1980, pode ser considerada a obra definitiva de sua carreira. Não exclusivamente por ser seu último LP, Saudade do Brasil, que foi lançado em dois volumes, apresenta todo o desenvolvimento de Elis como artista. Numa estrutura seqüencial que de tão coesa chega a até se aproximar de algo conceitual, no sentido de se montar uma narrativa ao invés de se amontoar canção após canção, como que relatando o contexto histórico e social no qual se incidiam os brasileiros àquelas décadas, dando preferência a uma abordagem jornalística em detrimento do universalismo pessoal e intransferível nas artes gerais que encontramos desde então do final do golpe militar. Sem contar a gravação contou com uma quantidade de recursos muito maior para sua execução, o que elevou em muito sua qualidade, dando a cantora e seu repertório uma roupagem atual, destoante da imagem elitista e retrógrada atribuída para Elis antes desse trabalho. Elis, firme e ousada como nunca antes, decidira conduzir sua turnê de maneira até então inédita no país. Seu espetáculo seria montado em circos, para facilitar a mobilidade do show e reduzir seu preço. Ou seja, Elis queria levar sua arte aos mais pobres. Diante da negativa dos governos em obter uma autorização para o seu projeto, com toda a certeza surgira uma grande tristeza e amargura no âmago da cantora. Isso facilitou o processo que a levou à morte, pelo vício em remédios e drogas. Isso facilitou para enfraquecer a cultura nacional, tão restrita aos mais ricos, que temerosos de perder sua posição sempre pressionaram o desestímulo com a educação, a distribuição de renda e a justiça social, que em longo prazo causam mais do que prejuízos, causam o sofrimento de uma vida inteira de humilhações para nossos entes queridos, mal que conhecemos tão bem.

Minha mãe tinha doze anos quando Elis morreu. E certa vez, num desses especiais de televisão, passava a cantora, justamente num cenário que reproduzia um circo, justamente interpretando o repertório desse disco. Ela chorava, não somente pelo ídolo que Elis representa, mas pela realidade em que ela viveu e pelo plano de fundo em que calcava seu pensamento, nada mais que o desejo de paz e felicidade sempre cerceado aos mais simples. Foi ali que eu entendi o que era ser gente e ser artista de verdade. Foi ali que eu entendi que deveria não me abalar diante das dificuldades da vida, por maiores que elas sejam. E se Elis não viveu para ver suas expectativas suprimidas, esse é tributo que devemos ter com ela, que é o tributo de não nos conformarmos com a consternação, de tornarmos o Brasil um lugar onde a dignidade se faz presente, e onde o amor vale mais do que tudo.

Foto de odias pereira

" MENINO BRASIL "...

Uma lágrima escorreu,
De um rosto pobre e triste.
De um homem que tentou mais não deu,
Um pedaço de pão a um menino que tem fome e ainda resiste...
Menino que vaga,
Menino que pede.
Menino que paga,
Menino que fede.
menino que sofre por não ter tido,
Um carinho uma educação.
Menino que paga por ter cometido,
Um pequeno delito, uma inflação...
Menino jogado,
Que vive nas ruas.
E não ter estudado,
Sentindo as maldades nuas e cruas...
Menino que finge sorrir,
Para esconder sua fome.
Quando consegue pedir,
A alguem sem nome ele come...
Menino mal falado,
Filho de um povo lindo Brasil.
Menino que não esta sendo educado,
por esses governantes dessa terra linda varonil.
Chamada brasil...

São josé dos Campos SP
Autor Odias Pereira
27/08/2011

Foto de Carmen Vervloet

Língua Portuguesa

Poetizada por Bilac e Caetano,
língua-mãe de um povo varonil,
língua doce onde ouço e falo “eu te amo”,
expressão do sentimento do norte ao sul do Brasil.

Dos trovadores tu és o júbilo e a inspiração,
da nossa alma tu és o casulo, o gentil ninho,
com teu vocabulário se expressa o coração
e nos cantares vais abrindo os caminhos.

Se por ventura te atropela o povo incauto,
aceitas expressões que se difundem afoitamente,
e no azul marinho deslizas teu léxico-barco
sob o teto estrelado de um céu resplandecente.

E o teu som tão lindo encanta mundos...
Lira singela, sonata em execução,
espalhas a música do sentimento mais profundo
e unes irmãos que habitam em tantos chãos.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 2

Passaram-se quase três meses desde que escrevi a primeira parte dessa homenagem à Elis Regina. Não mudou muita coisa na minha vida. Continuo o mesmo. Para os americanos, a expressão “loser” serviria para designar o atual momento pelo que passo. O equivalente ao termo em português brasileiro seria “trouxa” ou “vacilão”. Pois bem, eu que me lasque. Quero falar da minha cantora favorita, que nunca terei a oportunidade de encontrar, mas que eleva minha condição e compreensão além das possibilidades naturais. Elis morreu em 82. Não ligo para o tempo. Sua expressão se faz influente e positiva, como artista brasileira, que soube mostrar nossa identidade em uma obra curta, mas consistente.

Voltemos ao ano de 2008. Lá, o bicho pegou um pouco para o meu lado. Eu tinha dois trabalhos, estudava, cuidava da minha irmã e ainda escrevia. Vínhamos de um despejo e da recente morte de um parente próximo. Nada parecia promissor, o que não se difere muito da situação atual, mas quem me dava força era Elis. As pessoas que se lembram da novela “Ciranda de Pedra”, versão de uma novela da Rede Globo de 81, sabem que a nova abertura era a música “Redescobrir”, composição de Gonzaguinha. Tanto ele como Milton Nascimento e Ivan Lins tornaram-se parte do meu gosto musical por influência da saudosa gaúcha. O que escrevo foi orientado de maneira decisiva pelas construções desses artistas. Algo que não tem preço, que tem valor inesgotável e inestimável.

Mas Elis morreu cedo, em demasia. Aos trinta e seis anos. Vítima do abuso de drogas. Da mesma causa faleceu Amy Winehouse, nascida em 83. Era muito talentosa também, a inglesa Amy. Então me pergunto: como seria Elis se estivesse viva? Ou melhor: como seria o Brasil se Elis estivesse viva? Elis, que vendia menos discos que uma Gretchen ou um Sidney Magal, na ocasião de sua partida, provocou uma comoção muito forte, recordada não apenas por seus fãs. Elis provavelmente teria participado dos movimentos de abertura política, dos quais já era simpatizante. Mas será que manteria a condição de mito? Se uma Elza Soares, cantora de nível parecido tem o reconhecimento internacional significante, seguiria Elis o mesmo caminho? Ou iria ao caminho dos tropicalistas, que se envolveram ainda que timidamente com o governo e hoje recebem algumas críticas severas por seu comportamento? De qualquer forma, ficam os vazios da carreira interrompida e do exemplo questionável. A obra de Elis é indelével, seu talento indiscutível, mas seu final foi trágico. Logo essa interrogação se torna mais delicada, tal como a da artista inglesa, o que transforma o paralelo em questão atual, em como o tempo passou, mas a situação da alteração de consciência não foi sequer tocada, frente ao que se

decorre disso. Dói saber que a morte de Elis podia ter sido evitada. Dói saber que isso influencia que outras pessoas também se deixem levar pelos vícios e excessos. O mesmo vale para Amy, e para tantos outros.

Elis Regina, na sua arte, passava uma postura ao mesmo tempo melancólica e otimista, emocionada e realista. Copio, por assim dizer, esse estilo. O subtexto encaixado nas metáforas características da produção da década de 70 é bastante parecido com o que tento apresentar hoje nas minhas linhas. Já Allan Sobral, meu amigo abençoado e crente, que sempre cito pela espécie de rivalidade camarada que nutrimos, vai por uma trajetória totalmente divergente, embora também muito digna e mais interessante. Allan Sobral é um tórrido romântico, tão apaixonado que quase já o admite. Seu estilo de escrever vai diretamente de encontro à proposta do site Poemas de Amor. É um fã confesso de Casimiro de Abreu, e adora o samba mais clássico, de Noel, Cartola e Paulinho. Outro dia, diz ele, sonhou com o João Nogueira. E no sonho recebeu o que todos esperam ter de um grande ídolo: Allan foi agraciado com um dessas bênçãos que só quem merece muito recebe. Ele abraçou o João Nogueira, falou com o João Nogueira. Desnecessário dizer que isso me deu uma inveja daquelas. Ainda assim, fiquei feliz: meu amigo ganhou um presente que nunca podia imaginar. E se ele pode, porque eu não? Tudo bem, o Allão é um grandíssimo poeta, sabe o que faz e vocês o conhecem. Mas, sei lá, a sorte também pode vir para o meu lado, se bem que a Elis deve estar muito ocupada, cantando para Deus enquanto Ele escolhe se teremos seu perdão ou não...

Bom, o que eu quero dizer mesmo é que sempre devemos lembrar-nos de Elis e seu canto. Basta ter a sensibilidade de ouvir sua mensagem, tão brilhante em vida. Se Elis se foi pelo mal, isso não anula o bem que ele nos deixou. Tenho certeza que é isso que ela me diria, se me encontrasse.

(Continua...)

Foto de Allan Sobral

My nome is Brasil!

Cansei, cansei de me dizerem não ser ninguém,
Cansei, de ser o que pensei ser alguém.

Me disseram que vim de Portugal,
Com alguns bandidos e prostitutas,
Já pensei ser indígena, pois nasci em berço florestal,
Ou ser um negro comprado na África por vãs lutas,
Acorrentado e jogado no porão do navio que cheirava mal.

Cansei, cansei de me dizerem não ser autêntico,
Cansei, Hoje darei meu nome,
E juro que jamais viram algo idêntico.

Sou um guerreiro lutador e Sem mãe,
Sou capoeira, samba e acoxé,
Sou o Brasil, dos crentes, frades e candomblé.
Sou o Brasil, do rock, forró e axé,
Sou o Brasil, sou sua mãe e seu pai,
Berço Israelita, budista e judeu,
Sou orado pelo crente, e bendito pelo ateu
Sou o Brasil do sertão nordestino, e do frio gaucho,
Sou o Brasil paulista, sou o cangaceiro da faca no buxo,

Sobrevivente da cruel chibatada,
Das enchentes e das secas,
Sobrevivente dos mal tratos e das porradas,
Das facções e dos mela-cueca.

Sou Brasil, sou guerreiro,
Sou o que quiser ser,
Sou forte e ei de viver

Pois ainda que haja mals-brasileiros, sempre haverá aqueles que hão de lutar pelo nome que conquistei em troca do meu suor.

Sou o que quiser ser,
Sou forte e ei de viver,
Sou guerreiro, Sou Brasil.

Allan Sobral

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Brasil?

Brasil:
Qual o seu nome
E a sua idade?

Qual a sua cara, Brasil?
De onde você vem?

Você tem filhos, Brasil?
Tem sonhos
Aspirações
Metas a conquistar?

Qual a sua verdade, Brasil?
Qual sua mentira?

Qual sua cor
Sua religião
Seus gostos e virtudes
Situação e opinião?

Você é bom, Brasil
Ou é mau?
O que tem a me dizer de Oswald de Andrade
E todos os seus artistas?

Brasil, qual a sua profissão?
Você é um poeta
E nos seus versos contém as respostas
Do que pergunto?
Você é ladrão, Brasil, é puta?
É auxiliar de escritório
Ou auxiliar de necrópsia?

Diz aí qual é que é a tua, Brasil?
Qual é sua marca?

Você é homem ou mulher, Brasil?
É bicha?
É maconheiro?

Você é seu povo
Sua visão romântica
Seu julgamento realista?

Você é sério, Brasil
Ou piadista?

Você é rico, Brasil
Terra de ouro, mata e mar
Imersa na miséria?

Você já achou uma justificativa, Brasil
Desculpa ou coisa parecida?

Você é lindo, Brasil?
Afinal, você é amoral
Ou imoral?

Você tem regras, Brasil
É apenas para profissionais?

Me diz, Brasil
Se te amo ou te deixo
Se me calo ou me queixo?

Se você quiser eu te ajudo.

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