Brasil

Foto de Carmen Vervloet

INESPERADO EQUÍVOCO

Lúcia era uma linda mulher nos seus quarenta e quatro anos de idade. Seu nome caia-lhe como luva... Lúcia... Luz... Tinha luz própria, brilho no olhar!
Lúcia casou-se menina. Foi mãe, esposa, dona de casa, artista... Casou-se por amor, para toda a vida. Assim havia sido com seus pais, assim deveria ser com ela.
Mas o destino mudou o rumo dos seus sonhos. Quando completou seus quarenta e dois anos, descobriu-se traída pelo marido e o casamento ruiu. Lúcia sofreu, baqueou, vergou-se diante a triste realidade. Vergou mas não quebrou. Colocou-se de pé e deu continuidade a sua vida de luta, agora arrimo dos quatro filhos ainda pequenos. Mulher corajosa, de fibra, dispensou pensão do ex-marido e foi à luta. Não considerava sua nova realidade como um problema, mas sim como um grande desafio que desempenhou com amor, afinco e sucesso.
O real problema de Lúcia era ter sido criada para ser mulher de um homem só daí seu relacionamento com outros homens tornou-se impossível. Lúcia era jovem, os hormônios em ebulição. Pretendentes não lhe faltavam, faltava-lhe a coragem para encará-los.
Lúcia resolveu então procurar um psicanalista e com seu jeito espontâneo disse-lhe:
_ Doutor, fui casada durante 22 anos, estou divorciada e não me sinto a vontade para me relacionar com outro homem. Melhor dizendo vim aqui para que o senhor me ensine a fazer isso. Sinto-me inibida, tímida, realmente não consigo resolver sozinha esse imenso problema. Quero me libertar desse pesadelo.
E o medico retrucou:
_ Fique tranqüila, Lucia, em uns dois meses será outra mulher, livre dessas amarras do preconceito.
E assim aconteceu. Em menos de dois meses de análise, Lúcia conheceu, numa galeria de artes, um francês, homem bonito, inteligente, intelectualizado. Os olhares se encontraram, o coração estremeceu, a pele arrepiou. Foi paixão a primeira vista, intensa... Levando Lúcia as estrelas. Uma paixão bonita, ardente... Em menos de um mês, Pierre, esse era o nome dele, já havia comprado uma casa na cidade que Lúcia morava. Passava quinze dias na França, cuidando da sua empresa e quinze dias no Brasil ao lado da mulher amada. E entre idas e vindas os dois iam sedimentando o relacionamento. Numa dessas vindas, Pierre telefonou já do aeroporto internacional de São Paulo:
Lúcia, “mon amour”, estou chegando, ardendo em desejo, com saudade de você.
Lúcia que morava no Rio, correu para o chuveiro, para se fazer cheirosa, linda, faceira, sensual e assim buscar seu amor no aeroporto do Galeão. Mas pobre Lúcia! No primeiro contato com Pierre senti-o arredio. Lucia sugeriu irem direto a um restaurante, mas Pierre continuou mantendo certa distância, diferente do Pierre de sempre, romântico, carinhoso, beijoqueiro. No restaurante sentou-se de frente para Lúcia e não ao lado dela como sempre fazia.
Lá pelas tantas, Pierre não resistiu e disparou a pergunta:
_ Lúcia, você tem piolhos?
Lucia, desconcertada e surpresa respondeu:
_Eu, Pierre? Piolhos? Não Pierre. Estou me coçando? Por que essa pergunta?
E Pierre retrucou:
Lúcia, eu não consigo ficar perto de você, seus cabelos cheiram demais a inseticida.
Foi aí que caiu a ficha de Lúcia. Lembrou-se que pediu pra sua empregada matar uns insetos no seu banheiro e provavelmente ela havia esquecido o spray de inseticida sobre sua penteadeira e no afã de se fazer bela para seu amor, confundiu os sprays e borrifou seus lindos e longos cabelos negros com inseticida em vez do seu fixador habitual.
Desfeito o mal entendido, tudo acabou num tórrido banho a dois, onde Pierre lavou os cabelos de Lúcia, tendo como fundo musical Piaff cantando “NE me Quit Pás”.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

AMOR TAMBÉM É COMPROMETIMENTO

Era primavera. A exuberância das flores encantava os olhos. Dias amenos, onde a esperança pulsava no coração e a alegria dava um brilho mais intenso ao olhar. Lembro-me bem, final de setembro de 2006.
Nos palanques os mesmos discursos, as mesmas promessas criando uma falsa expectativa para o povo sofrido. Era véspera de eleição, tudo iria mudar para sempre. Hospitais seriam reformados e aparelhados, outros tantos seriam construídos, escolas para todos, desemprego coisa do passado, alimentos fartos, violência eliminada. Os jornais repletos de notícias de programas políticos brilhantemente desenhados em papel.
Maria que catava jornais para sobreviver, nem sabia destas notícias. A pobre coitada era analfabeta, provavelmente por falta de oportunidade, já que Maria não fugia à luta. Os jornais serviam-lhe apenas para conseguir alguns míseros “trocados” para matar a fome da família e, sobretudo para agasalhar seus filhos nas madrugadas mais frias. Eram lençóis, colchões e travesseiros para sua família que vivia sob uma ponte. Pobre Maria! Pobres crianças! Maltratadas, sofridas, criadas nas ruas, esmolando nos semáforos. Maria sofria, Maria chorava! Era analfabeta, miserável, mas amava seus filhos! E como amava... Lutava como uma leoa para proteger suas crias. Lutava e padecia, porque nem o mínimo conseguia. A fome espreitava com olhos de insídia.
Passaram-se dois anos e as promessas se perderam ao vento, os programas não saíram do papel. Os políticos eleitos desviando dinheiro numa corrupção jamais vista no nosso amado Brasil. Dinheiro em cueca, dinheiro em meias, dinheiro em malotes, em cofres residenciais, contas em paraísos fiscais. A impunidade reinando. E Maria continuava lá, na mesma vida miserável. Paulo, o filho mais velho, envolveu-se com drogas e morreu assassinado numa esquina de um bairro nobre da cidade. Teve a cabeça esmagada por uma pedra. Antonio, o filho caçula, morreu de uma simples pneumonia, nos corredores de um posto de saúde por falta de atendimento. Subnutrido não resistiu à doença.
Então Maria, na sua imensa dor disse: Homens, onde está o amor? A vida é dádiva de Deus e todos têm o dever de respeitá-la. Sou pobre, mas sou gente! Tiraram-me dois dos meus três únicos tesouros. Por negligência, por egoísmo, por crueldade, por falta de sensibilidade! O coração de vocês é de pedra! Foi esse coração de pedra que esmagou a cabeça do meu menino. Foi esse coração de pedra que não deu a ele a oportunidade de uma escola, de uma profissão. Foi também esse coração de pedra que desviou o dinheiro destinado à saúde. Vocês mataram meus filhos. Assassinos! Assassinos! Assassinos! E saiu desnorteada pelas ruas, seguida de Pedro, o filho que lhe restou.
Os jornais deram grande destaque ao fato, que logo foi esquecido. E tudo continuou do mesmo jeito. O desamor reinando nos Palácios, os corações secos da seiva do amor. A sujeira cercando a consciência de quem por falta de amor não quer contribuir para a evolução do ser humano, trapos, num monte de lixo.
Neste Novo Ano que se inicia vamos colocar em nossa lista de desejos o nosso pedido a Deus para que ilumine, oriente e guie nossos novos dirigentes para que elevem suas consciências para essa realidade tão triste e feia e que se comprometam de fato para que a fome, a miséria, o analfabetismo, a violência sejam extirpados de vez do nosso rico e amável Brasil. Que possam merecer verdadeiramente a confiança do povo que os elegeu. Assim seja!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

PROTESTO DA ALMA

No estalo do meu grito
perdendo-se no infinito
o meu coração implora
para que se comece nova história.
Uma história em outra dimensão
onde honestidade, ética e liberdade,
sejam de fato verdades
num mundo onde tudo mudou.
Onde só o poder tem valor...
E nós só temos o que resta... dor!
Os valores foram invertidos
foram todos corrompidos
pelo peso do vil metal.
O Poder se tornou canibal,
animal irracional!
Perdeu a alma
e nós a calma!
Está roubando a esperança
dos jovens, velhos e crianças!
Diante de tanto desengano
grito... reclamo...
E proclamo para que se faça verdade
esta ilusão!
Neste Brasil sem dimensão,
onde a medida é o nosso amor.
Este Brasil de céu anil,
este Brasil cheio de cor,
este Brasil ensolarado,
este Brasil tão amado!
Este Brasil gigante
destruído por ganância alucinante.
Quero de volta os reais valores,
guerra aos impostores!
Quero a honestidade, a ética, a verdade...
Quero para os corruptos, punição,
quero paz e oração.
Quero homens exemplares,
quero fartura nos lares...
Quero para todos, educação,
quero o país em evolução...
Quero homens idealistas
e não meros alpinistas.
Quero voltar a ver o sorriso
acendendo os rostos...
Quero os corações iluminados
batendo de alegria, acelerados!
Quero voltar a ver em cada par de olhos,
a esperança!
Sentir das almas a fragrância
de rosas plenas, em exuberância!
Quero sentir no corpo, a aragem
e do alto acariciar a folhagem...
E viver em paz
num Brasil sem violência...
A Deus peço clemência!

Carmen Vervloet

Foto de CarmenCecilia

PLANETA AZUL - MÚSICA E VÍDEO POEMA DE MÍRIAN WARTTUSCH

PLANETA AZUL -- PLANETA AZUL E VERDE
ANIMAIS EM EXTINÇÃO

UMA OBRA DA COMPOSITORA

E ESCRITORA MÍRIAN WARTTUSCH

- Mãe Natureza está muito aflita com as atrocidades cometidas pelos homens, que derrubam árvores milenares, incendeiam as matas, poluem seus riquíssimos mananciais, roubam e matam seus lindíssimos e raros animais, e a camada de ozônio pode ser destruída pelos gases tóxicos e químicos, lançados ao ar pelas indústrias e veículos das grandes cidades.

Ela confia nas crianças, para chegar ao coração dos homens, que por ambição destroem seu próprio meio-ambiente, sem se dar conta que estão colocando fim à vida em nosso maravilhoso Planeta Azul.

Os "Soldadinhos da Natureza", crianças arregimentadas nas escolas, tem levado uma linda mensagem de conscientização e civilidade a todos, distribuindo sementes e mudas de plantas nativas, plantando árvores e desfilando pelos parques com as cores do Brasil.

SOLDADINHOS DA NATUREZA PROGRAMA CULTURAL PLANETA AZUL E VERDE CONVOCANDO TODAS AS CRIANÇAS BRASILEIRAS
PARA A GRANDE MARCHA DOS SOLDADINHOS

PLANETA AZUL
Canção/Balada
Música, letra e Interpretação de: Mírian Warttusch
Maestro Enan Kanan

Planeta Azul... Planeta Azul
Gira no espaço Sideral
Planeta Azul... Planeta Azul
Vestido com seu manto ozonal...

Quem cuida desse céu azul para sobreviver?
Sou eu...
Quem cuida desse céu azul para sobreviver?
É você...
Quem cuida desse céu azul para sobreviver?
|Somos nós, somos nós, somos nós (bis)

A Terra tão azul, esplendorosamente linda!
Os astronautas puderam ver
Do espaço sideral, esplendorosamente linda!
Vestida com seu manto ozonal.

Planeta Azul, Planeta Azul
Gira no espaço sideral
Planeta Azul, Planeta Azul
Uma visão de Deus, aos filhos seus...

Planeta Azul... Planeta Azul...
Gira no Espaço Sideral
Planeta Azul... Planeta Azul...
Vestido com seu manto ozonal...

Mirian Warttusch

Planeta Azul é uma faixa do CD Planeta Azul e Verde

LETRA, MÚSICA E INTERPRETAÇÃO DE MÍRIAN WARTTUSCH

MAESTRO ENAN KANAN

EDIÇÃO DE VÍDEO:

CARMEM CECÍLIA

Foto de Carmen Vervloet

O MONSTRO DE REALENGO

Ele queria matar:
A falta de autoestima,
o vazio que com alegria não rima,
o grito abafado,
o amor que nasceu abortado.

Ele queria matar:
A solidão que plantou no peito,
a timidez que pensava não ter cura,
os laços desfeitos,
a sua própria loucura.

Mas matou sonhos, apenas sonhados,
um punhado de flores entreabertas...
Tanto sofrimento precipitado!

Matou alegrias não vividas,
botões que se abriam na aurora...
Vidas precocemente colhidas.

Deixou o Brasil em lágrimas banhado,
atordoado com tanta violência,
velando anjos que voam num céu nublado.

Carmen Vervloet

Foto de Paulo Gondim

Minha Terra - Cordel

Quadra de Paulo Gondim
Glosa, em décimas, do próprio autor
(Ceará, estado do nordeste do Brasil, de onde provém o autor)

MINHA TERRA
Paulo Gondim
04/02/2008

QUADRA:

Minha terra tão querida
A quem sempre vou amar
Que deixei, mas voltarei
Ao meu lindo Ceará

GLOSA

Eu vivo longe da terra
Mas não é por opção
É de cortar coração
Viver nessa longa espera
Mas eu sei, ai quem me dera
Ver minh’alma agradecida
Na terra encontrar guarida
Quando um dia lá voltar
E nela poder falar
MINHA TERRA TÃO QUERIDA

Mas um dia eu voltarei
Trago cá em minha mente
Essa certeza latente
De ver tudo o que deixei
E as pessoas que amei
Que deixei a me esperar
Na certa vou encontrar
No meu lugar tão querido
Que nunca foi esquecido
A QUEM SEMPRE VOU AMAR

Quando lá chegar um dia
Essa angústia vai ter fim
O sol nascerá pra mim
Terá fim essa agonia
Que já me faz companhia
Nas terras por onde andei
Desde que de lá cheguei
Por isso quero matar
A saudade do lugar
QUE DEIXEI, MAS VOLTAERI

Esse meu lugar tão quente
Que há muito tempo não vejo
Desperta em mim o desejo
De lhe mandar um presente
No meu verso mais ardente
No meu jeito de falar
No meu singelo cantar
Em motes tão desconexos
Mas eu dedico esses versos
AO MEU LINDO CEARÁ!

***************************************
Publicado no site ECOS DA POESIA
http://ecosdapoesia.net/crestomatia/minha_terra_index.htm
Como participação, a convite, na ciranda MINHA TERRA, em décimas, quadra e glosa, de iniciativa do poeta português ARMANDO FIGUEIREDO.

Visite-nos!

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=28692#ixzz1J8R05400
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

Foto de odias pereira

" MINHA CIDADE MINHA PAIXÃO"

Quando vem o entardecer,
Nessa linda cidade minha.
Eu me encho de prazer,
Ao ver lindas imagens a tardinha.
O sol se esconde na serra da mantiqueira,
Emitindo raios de luz cor de ouro,
E a proteção da virgem santa padroeira.
Raios que trazem a energia a essa cidade que é o meu tesouro.
São José dos Campos, minha terra adotada,
Eu vim morar aqui muito pequeno.
Tu faz crescer o Brasil , que é a minha patria amada,
És composta por Americanos, Francês,Italiano, japonês e Chileno.
És hoje , a capital do avião,
Um dos maiores Pibs do Brasil.
Uma terra que encanta coração,
És poderosa em teu parque fabril.
Aqui sou muito feliz,
E quero viver até o fim de minha vida.
Conquistei tudo que eu quis,
Nessa linda cidade querida...

São José dos Campos SP
Autor: Odias Pereira
09/04/2011

Foto de Graciele Gessner

Até Quando Suportaremos? (Graciele_Gessner)






Até quando teremos que sofrer com a perda de nossos filhos? Até quando as posses de armas ilegais serão à base da morte de inocentes? Mesmo que o tempo e a razão digam que a situação é inevitável, ainda acredito, quero crer, que há algo que possamos fazer.

Quantos corações de estudantes deixaram de pulsar? Tantos sonhos estilhaçados, caminhos interrompidos. Restam os sentimentos dos pais devastados com a dor sem definição, momentos que não se encontram explicações.

Existia tanta esperança e fé na juventude... De repente alguém cruza o nosso caminho e muda todo o nosso destino. Deste massacre sobraram a tristeza e o nada. O dia que o Brasil parou. 07 de abril de 2011, o massacre na Escola do Rio de Janeiro que ficará na memória. Mesmo que os anos transcorram, as perdas irreparáveis destas vidas inocentes não serão esquecidas.

Até quando suportaremos tantas perdas por falta da posição atuante dos nossos governantes, pela falta de segurança policial? Até quando?



09.04.2011

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Diario de uma bruxa

Silenciou o Brasil

As luzes da cidade se apagaram
A penumbra tomou conta de tudo
O frio o medo enfraqueceu o coração
É triste a situação

Estamos de luto
Por causa de um atentado que nos chocou
Muitas vitimas... “Crianças”
Morreram ali

Não havia socorro
Não tinham como correr
Não puderam fugir dali

Foram vitimas de um louco
Que sem um mínimo pudor atirou
E em nenhum momento hesitou
Apenas matou

Tirou deste mundo inocentes
Silenciou o Brasil
Feriu o coração de pais
Que ele nunca viu

Hoje o Brasil não dormiu
Apenas velou e chorou
Pelas almas que daqui partiu.

Poema as Bruxas

Foto de Ednaschneider

Nostalgia

Que saudades do tempo das palavras!
As imagens eram formadas na mente,
Que saudades das poesias!
E ao amanhecer um scrap de Bom dia.

Quando a imagem na mente não surgia
Os desenhos eram de pontinhos somente
Mas o diálogo mesmo virtual era mais constante
E mesmo diferente da gramática, se escrevia.

Agora...é vídeo, flv, wma
Imagens, sons: uma mistura
Até para esses recados apagar
O tempo dura...

Que tempo é esse que passa tão rápido!
Jogos, Apps, fazendas, roubos virtuais...
Que saudade da amizade de recadinhos engraçados
Da poesia, do mundo on line que nem no imaginário existe mais...

Minha página virou outdoor
Queria um recado pequeno mais pessoal
Não um enorme classificado de jornal.
Por isso deixo registrado meu dissabor.
Joana Darc Brasil
2011

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