Camas

Foto de Patricia Biase

A prostituta

Eu sou aquela que é de todos e de ninguém é! Eu sou a prostituta aquela que na labuta da camas luta!

Foto de Rosamares da Maia

Produtos da Indiferença

Produtos da Indiferença

Nas sombras proliferam criaturas medonhas,
Amontoadas, escondem-se, defendem-se,
Prontos para atacar, mostram os dentes,
Brancos dentes de leite. Por pouco tempo.
Em breve, serão caninos cariados, afiados.
Maternidades espúrias, profanas, sem sentido,
Tal impunidade custará ao futuro, em vidas.
As hediondas criaturas povoam as ruas,
Como se direitos lhes coubessem!
São matilhas solidárias que procuram.
Juntas, dividem o produto da sua pilhagem.
Comem como cães vorazes, roem como ratos.
Escondem a magra nudez em trapos,
Refestelados em camas de papelão,
Enganam o frio e o estomago, na cola de sapatos.
São produtos da miséria, forjados pela dor.
Sem escola, cinema, remédio ou pipoca.
Morrem e se reproduzem prematuramente.
Nasceram crianças - meninos e meninas,
Se ainda ousam sonhar, é difícil saber.
Mas têm rostos, olhos que refletem verdades.
Olhos frios, sob viadutos, em baixo dos tapetes,
Dos palácios fartos e dos luxuosos gabinetes,
Providencias e decisões em cima do muro.
Muros de nababos, vergonha da Nação.
Não são cães, nem ratos, apenas uma matilha solitária,
Matilha invisível de quem não tem nomes - “Excluídos”,
Que gritam com fome e rangem dentes, causando medo,
Mas não são cães nem ratos! São Homens...
Meu Deus! ...São Homens!

Foto de Rosamares da Maia

DECÁLOGO DE UM AMOR NO DESERTO

DECÁLOGO DE UM AMOR NO DESERTO
Um amor que sobreviveu as diferenças e contradições.

I

Vivemos como o vento errante do deserto
Construindo, revolvendo e desfazendo as dunas.
O ar é quente, sufocante, irrequieto e apaixonante.
Desperta a minha emoção, tomando os meus sentidos.
Tocando-me por inteiro, arrebatou-me a alma,
Virou-me do avesso e colocou-me em sua palma.
Mas, era vento e partiu. Invadiu-me a solidão.
Eu, deserta e plena de ti, embora antítese do teu ser,
Das incertezas do desejo e medo de amar.
Pacifiquei meu ser, pois meu amor amava ao vento.

II

Um perfume vem do deserto, está por todo o ar,
Nas dunas escaldantes por onde andas e transpiras,
Está o teu cheiro - o cheiro do meu homem.
No sussurrar do vento posso ouvir a tua voz.
Lembro o encontro da minha boca com a tua, de sonhar,
E a vida real? Somente promessas em território hostil.
Negando evidências, vivemos o que desejamos sentir.
Ignorando a verdade, tornamos surreal nossa vida.
Lembro a dor e da saudade, de sussurrar em oração.
Preces, solidão e areia quente - preces da tua boca ausente.

III

O vento trás de volta meu ar – o meu Califa.
O vento que em sua companhia fora guerrear,
Agora trás meu homem, mais moreno e magoado...
Vem curar suas feridas, recuperar o brilho do olhar.
Sonho e creio que finalmente voltou, agora é meu.
Amamos na areia quente, também em sua tenda,
Entre as almofadas, luxuria em panos de seda.
Inebriados pelo ópio, essências de mirra e benjoim,
Entre pétalas de rosas, tesouros em jóias pilhadas.
Serei eu somente mais uma entre suas as prendas?

IV

Soçobrou outra vez o vento do deserto – ele se foi.
No meio da noite, d’entre almofadas e sedas, roubou-me.
Dos meus braços partiu – Não podia! Era meu, só meu.
Amaldiçoei suas batalhas sem compreender as razões.
Neguei meu desejo, maldizendo a vida. Fiquei deserta.
Minh’alma não é mais minha, também parte, se esvai,
Galopa no dorso do seu árabe a minha vida - ao vento.
Deixo-a para morrer com ele, se tombar em batalha.
Não mais me pertence. Submeto à sua barbárie milenar
Meu frágil e multifacetado mundo ocidental, desmoronado.

V

Tudo que vivemos foge ao meu entendimento.
Seus cuidados, suas ordens, mesmo os seus carinhos,
De certo me quer cativa dentre os seus tesouros.
Como se cativa espontânea não fosse. Amo-o sem pudor.
Novamente ouço o vento que traz o odor das batalhas.
No espelho, vejo seus olhos negros, a mão brandindo a espada,
O semblante altivo de comando o torna cruel.
Seu mundo não é o meu, tudo nos confronta e agride.
Sinto frio e dor. Meu corpo tem o sangue das suas mãos.
Agasalhada em sua tenda, sufoco entre lagrimas e incensos.

VI

Pela manhã fujo, vago errante entre as dunas,
Quero sucumbir nas areias da tempestade anunciada
O sol é escaldante. Quem sabe uma serpente? – Deliro.
E delirando sinto o vento. É sua voz – quente.
Sinto a sua boca que me beija e chama – agonizo,
Na febre ultrapassei o portal de Alah - quero morrer.
Vejo-te em vestes ocidentais – como uma luva.
Olhando por uma janela, de horizonte perdido.
Não há delírio, não é morte – Desperto no Ocidente.
Reconheço-me neste ambiente – a mão para a luva.

VII

Aqui o vento é frio, sem motivos é inconseqüente.
À areia banha-se por mar fértil, de sol brando e casual.
Não brota a tâmara nos oásis, para colher a altura da mão.
Será fácil esquecer a claridade das dunas quentes?
Mirra e benjoim exalando, almofadas e panos de seda?
Não fazemos amor nas tendas, no sussurro do vento quente.
No Ocidente fazemos sexo em camas formais, monogâmicas.
Homens possuem concubinas ilícitas e, não é bom amar a todas.
Sempre há cheiro de sangue no ar, sem batalhas declaradas.
Não nos orientamos pelo sol ou estrelas – estamos perdidos.

VIII

Eis meu mundo que corre de encontro ao teu,
Desdenha das diferenças, da antítese de nossas culturas.
De Oriente e Ocidente, da brisa do mar e do vento do deserto
Teu amor violentou as tradições para devolver-me a vida.
Aqui também estas ao sol, mas tua pele morena é contradição.
Há perfumes sofisticados, frutas, panos e almofadas de seda.
Não há o trotar do teu árabe, vigoroso, mas a ti cativo,
A mirra e o beijoim não cheiram como em tua tenda.
As tâmaras são secas e raras. Não está a altura da mão nos oásis
Meu amor violentou tuas tradições – em ti, a vida se esvai.

IX

Teus olhos vivem em busca de um horizonte distante,
Perdem o brilho do guerreiro que fazia amor nas areias.
Ama-me com um amor ocidental, sem paixão, comedido e frio,
Não há paladar da fruta madura em tua boca, ou o frescor da seda,
Tua alma quer o vento quente do deserto, escaramuças e batalhas.
Muitas esposas entre almofadas e sedas - o mercado das caravanas.
Aqui existem muitos desertos de concreto, janelas inexpugnáveis,
Batalhas invisíveis e diárias, nem sempre com armas nas mãos.
Mas a língua dá golpes certeiros, tiros de preconceitos mortais.
Meu amor em ti morre, sucumbe ao vento frio da tua solidão.

X

Teu amor ensinou-me a ser livre. Como negar o vento do deserto?
Aprendi a ter a companhia das dunas, sempre mudando de lugar,
O deserto deu-me um homem para amar nas tendas nômades,
Mostrou-me a lógica das batalhas e como perguntar por e ele ao vento.
Ensinou-me a sorrir com o brilho dos seus olhos simples e negros,
Meu corpo está acostumado com o toque quente da sua pele morena.
Novamente fugi - do meu deserto. Temi tempestades e serpentes,
Supliquei a Alah, para que em sua misericórdia houvesse vida,
No ar, um doce perfume de benjoim, na pele, o delicado toque da seda,
Meu Califa ama-me com o gosto das tâmaras maduras – e vai guerrear.

Rosamares da Maia
2005/ JAN/2006

Foto de Marilene Anacleto

A Casa

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Quando voltarei para casa? Quando poderei, eu, vê-la?
Estará no meio da floresta, ou está em alguma estrela?

Sei que é aconchegante e tem primoroso valor,
Consigo identificá-la por seu valoroso calor.

Lá posso estar à vontade, jogar sapatos, se quiser;
Lá eu não sinto nem fome, não há pratos, nem talher.

Não há roupas, não há camas, nem fogão ou cobertor,
Lá, toda a calefação é feita à base de amor.

Onde está a minha casa? Demorarei, eu, para vê-la?
- Fica calma, minha filha, está dentro de ti, é a tua estrela.

Marilene Anacleto

Foto de Eveline Andrade

Adotarei o amor - Kalil Gibran

Adotarei o amor - Kalil Gibran

Adotarei o amor por companheiro
e o escutarei cantando, e o beberei como vinho,
e o usarei como vestimenta.

Na aurora, o amor me acordará
e me conduzirá aos prados distantes.
Ao meio dia, conduzir-me-á à sombra das árvores
onde me protegerei do sol como os pássaros.
Ao entardecer conduzir-me-á ao poente,
onde ouvirei a melodia da natureza
despedindo-se da luz, e contemplarei
as sombras da quietude adejando no espaço.
À noite, o amor abraçar-me-á,
e sonharei com os mundos superiores
onde moram as almas dos enamorados e dos poetas.

Na Primavera, andarei com o amor, lado a lado,
e cantaremos juntos entre as colinas;
e seguiremos as pegadas da vida,
que são as violetas e as margaridas;
e beberemos a água da chuva,
acumulada nos poços,
em taças feitas de narciso e lírios.
No Verão, deitar-me-ei ao lado do amor
sobre camas feitas com feixes de espigas,
tendo o firmamento por cobertor
e a lua e as estrelas por companheiras.

No Outono, irei com o amor aos vinhedos
e nos sentaremos no lagar,
e contemplaremos as árvores se despindo
das suas vestimentas douradas
e os bandos de aves migratórias
voando para as costas do mar.

No Inverno, sentar-me-ei com o amor
diante da lareira e conversaremos
sobre os acontecimentos dos séculos
e os anais das nações e povos.

O amor será meu tutor na juventude,
meu apoio na maturidade,
e meu consolo na velhice.
O amor permanecerá comigo até o fim da vida,
até que a morte chegue,
e a mão de Deus nos reúna de novo.

Foto de betimartins

Semeadores de amor

Estamos todos em tempo de reflexões, mudanças, sonhos e de semear amor.
Quem são os semeadores de amor? Almas que estão aqui para ajudar, eu diriam que anjos iluminados de amor no coração.

Este ano precisamos que fazer mais ainda mudar os nossos corações e ajudar irmãos que cuja a sua sintonia esta sendo abafada , iludida e consumida. Temos que semear rápido este belo mundo, trazer algo a luz para cada coração que esta se extinguindo no ódio, na maldade, no sofrimento e até nos enganos de seres pouco esclarecidos.

Quantos irmãos sentem perdidos, sozinhos, choram de vergonha, sem saberem o que fazer as suas vidas, tudo parece estar perdido, sem rumo, sem amor e de repente entra alguém sem pedir licença e muda tudo isso.
Escuta, chora, sente a dor e conforta, dando animo, mostrando caminhos, esperança e até resoluções que não eram vistas por esse irmão.

Estranho o que simples palavras, podem mudar os rumos de vida, dar esperança, confortar corações e mudar. Tem pessoas que estão endurecidas, sem acreditar em nada e até em si mesmo, são pessoas que sentem dificuldades em evoluir e sentir Deus que habita nelas.

Tem outro tipo de pessoas que para mim estão se enganando a si mesmas não a Deus, mas a si mesmas, usam o Nome de Deus, caminham por ai falando nele e se apresentam como falsos profetas, iludindo a quem passa, mas quem tiver a luz e o amor Divino não será enganado.

Existem aquelas que estão agarradas ao materialismo de tal forma que pensam que somente isso importa e nada mais e quando Deus tira o tapete dos pés ficam, como baratas tontas sem saber como e para onde caminhar, apenas se lamentando nada mais.
É para estes seres que precisamos de semeadores de amor e luz, para que não se percam na solidão e na escuridão de cada um. Por isso nunca desistas de ter paciência e humildade mesmo vendo a prepotência e arrogância do teu irmão, sejas humilde, observador e semeia amor, lentamente com perseverança e paciência, logo irás ver a semente florir aos poucos e certamente mudaste um rumo de um irmão que poderia estar perdido.

Existem também aqueles que sofrem de agonia, sozinhos nas camas de hospitais, talvez também nas suas camas solitárias em casa, sem ninguém para dar atenção e conforto a sua alma, para esses temos que estar mais atentos, pois eles precisam de nós do nosso amor e da nossa luz. São milhares botados ao abandono, ao esquecimento e ao final sem qualidade de vida.

Apenas um toque, um sorriso, uma palavra, um abraço pode mudar, alterar o medo que está refletido neles e ajudar a confortar o coração e não se sentirem sozinhos, perdidos e abandonados nesta caminhada. Faz toda a diferença estar ali!

Aqueles que estão jogados na rua, crianças, viciados, mendigos por opção e outros pelos excessos da pobreza, eles precisam de nós ali, ajudando, fazendo algo, mas na nossa humildade do amor incondicional, pois são dignos de mais respeito que muitos outros.

Temos aqueles que morrem de sede, de fome, de doenças, falta de saneamento, condições de vida provocadas pela guerra ou do desinteresse dos países ricos que já absorveram tudo que aquela terra tinha que dar.

Temos os conflitos de religiões que se matam por idéias e imposições de mentalidades usando o nome de Deus para matar, destruir e fazer espalhar a escuridão, conflitos de interesses econômicos, posses dos mesmos fazendo estourar a guerra e avarez do ser humano, apenas quando toda uma sociedade se devia se unir no amor.

Temos os dignos representantes da Igreja que violam crianças, cujo seus pais confiam seus filhos, julgando eles estarem a entregar aos mensageiros de Deus e esses mesmos mensageiros se aproveitam daqueles anjos e usam as suas fantasias nessas pobres crianças, mentes doentes mal cuidadas e dizem eles serem a salvação do Católico. Representantes de Deus. Eu sei que existem boas almas como padres, mas precisamos refletir muito sobre a escuridão que cobre o mundo.

Já que falamos na Igreja como posso eu ser cristã, vendo a proibição de preservativos quando Jesus pede que conservemos o nosso corpo livre de doenças, usaram a fé, usaram o medo e milhares contaminados e agora voltam atrás, mas há custa de quantas vidas?Condenando a morte lenta de várias doenças. Ainda estamos em outro tipo de inquisição, só que em vez de irem atrás das Bruxas, vão atrás do amor.

Por isso precisamos de semeadores de luz e amor, anjos que mudem que ajudem o ser humano a não cometerem mais estes erros e poderem seguir no amor, na partilha, união e igualdade.

Como semeadores de amor não podemos impor, podemos sim de forma clara e calma doar o que cada um tem de melhor em si, o amor, o doar de forma simples e sem se fazer notar e garantir um mundo melhor a começar por nossos atos, pensamentos e respeito por outros irmãos nossos. Apenas assim podemos ter um mundo de fraternidade e amor.

Betimartins

Foto de Ivanifs

Devaneio nº 02

Claros olhos de violeta em contos de lua vaga,
perseguidos por vultos e camas, caindo num chão de estrelas.
Corações rasgados de tanta ansiedade e palavras saindo do fundo do peito como se houvesse verdade.Amor em demasia, como um copo de vinho francês lotado de bocas para bebê-lo.
Em meio a esse transtorno , os castelos de meu país em chamas, moçoilas perdendo virgindade de trás dos muros, enquanto seus pais morem de susto. Qual será a verdade? Ninguém pode saber... a menos que abram as cabeças com serrotes e olhem bem lá dentro até achar o que querem....

1983

Foto de WILLIAM VICENTE BORGES

MEU AMOR QUE SEMPRE SERÁ O MEU AMOR

MEU AMOR QUE SEMPRE SERÁ O MEU AMOR
por: william Vicente Borges

Olá meu amor que sempre será o meu amor, não compreendes o desatino de minha paixão? Como são toscos os meus argumentos, mas não são ilusão, acordei apaixonado por teus olhos e fui dormir amargurado com a tua ausência infinita, descobri o sobrenatural da saudade que dói, que queima, que extingue o sorriso e faz nascer o pranto, desgraça inaudita.
Olá meu amor que sempre será o meu amor, permita ao menos lembrar-me de ti para não inundar o universo com as lágrimas de quem perdeu e se perdeu num emanharado de situações inusitadas criadas sei lá por quem ou quando. Permita-me mesmo em pensamento tocar-te, abraçar-te, amar-te, na lua ou em marte, pois te amei e te amo viajando pelas estrelas oníricas de uma alma dorida, incolorida pelo luto da perda sofrida.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,deixa-me navegar nesta nau de muitos remos, nau de muitos sonhos tocados e movidos pela força das esperanças sempre percebidas e vividas, mas que não sei porque razão não foram suficientes para durar o que tinha de durar.PARA TODA A VIDA.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,também humildemente lhe peço, não se esqueça deste pobre poeta
que fez poesias a luz das velas dos sentimentos mais profundos, donde pelas brisas das emoções vívidas e vividas sempre rimou os multiformes versos com nossos beijos, toques e gemidos, e também com nossos bramidos em camas de lençóis conhecidos e desconhecidos, em lugares que ficaram no passado mas que guardam os suores de uma paixão desmedida.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,não haja em ti
a dúvida de que nunca te amei de verdade só porque não houve a tão desejada continuidade, apenas não teve jeito, apenas não tinha jeito, apenas teve que ser como foi, não como queríamos de fato, não como desejávamos como no princípio, mas nunca terá fim, mesmo longe, mesmo com outros que apareceram e estão e talvez estarão, mas que sempre serão coadjuvantes de nossas histórias desconcretas.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,confesso o temor de um talvez reencontro em um buraco do tempo e do espaço que só o destino prepara e arquiteta em seu regaço, mas deixa acontecer o que tiver que acontecer, assim é a vida, assim o que há de ser sempre será, não posso dizer que quero e nem que não quero assim como sei que você também não sabe o que seria, mas não irei divagar sobre estas questões pois isto ainda mais me atormentaria.
Olá meu amor que sempre será o meu amor, será que podes entender o que lê, será podes perscrutar este coração atormentado, outrora mais que apaixonado, e que segue no extremo embaralhado de um sentimento que nunca vai morrer, que vive e viverá incubado, e até talvez mascarado para outros não desconfiarem, uma proteção necessária de um inconsciente desabsoluto, que não fez outra coisa nos últimos tempos senão errar absurdo.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,sei que ainda está decepcionada com tudo, o tempo passou muito depressa e o passado é cada vez mais passado, mas continua incrivelmente presente, onde todas as improváveis coisas vivem nos rodeando como fantasmas em casa mal-assombrada, nos fazendo pensar em arrependimentos, mas não arrependo de ter amado mais que a própria definicção do que é amar, me arrependo da minha covardia em pensar em ti, no que seria melhor pra você, de que seria melhor pra você o estar longe de mim, e acabou que a magoei ainda mais, mas esta espada de dois gumes me cortou o coração também, continua em retalhos batendo por um milagre qualquer que eu espero que não termine, para o meu bem.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,a vida é tão simples, mas as vezes se torna tão complicada que mal temos tempo para reagir as sucessivas mudanças de estação, o verão da felicidade, o inverno da dor, o outono da saudade e a primavera dos sonhos, e sobre a nuvem do irreal imaginado onde navegamos quando nos braços apaixonados nos perdemos, não reparamos que o piso é de areia e que tudo vai dar na ruína claro que inesperada e aí é tarde demais e sofremos e choramos e lamentamos e perdemos, e quanta dor acaba por não ser evitada.
Olá meu amor que sempre será o meu amor, julga-me como quiseres então, eu jamais te julgarei, quero a tua felicidade ela é possível e sempre provável, sem mim, eu sei que no meu caso, apenas sei que seguirei inconsolável, sobre a luz de uma obrigação necessária de estar vivo; quem sabe num dia distante algo aconteça, algo gigante, pois precisa ser, e assim dê ao meu ser uma razão qualquer para sorrir como dantes ao seu lado,num singelo em teus braços adormecer.
Olá meu amor que sempre será o meu amor,seguirei a estrada entre as árvores do bosque, daquele bosque que te falava, onde os pássaros sempre cantam a nossa canção, onde as árvores florescem e dão fruto o ano inteiro, onde o lago com águas cristalinas só está alí para refletir a luz do sol e do luar que só existem para iluminar o teu lindo olhar, teus olhos que não posso esquecer, olhos que sempre fitavam admirados os meus e que me faziam flutuar.Posso vê-los agora, posso me ver dentro deles, posso ver tua alma neles dizendo EU TE AMO, não dá para não chorar. Impossível esquecer.
Olá meu amor que sempre será o meu amor, saiba que se eu morrer agora, irei morrer feliz, pelo simples fato de você ter existido, e ter existido em mim, encontrei a mulher da minha vida, o amor da vida, poucos encontram, e mesmo que por pouco tempo estivemos um no outro, mas que no coração fora eterno, serei sempre agradecido, sempre mesmo, nunca me odeie faça-me este favor, pois você é deste poeta o amor que sempre será, O MEU ÚNICO AMOR!

..............
Inverno de 2009

Foto de GRAZVIE

À PROCURA DE DEUS

À PROCURA DE DEUS

Fui à procura de Deus
Nas mais faustas Catedrais.
Vim a saber que Ele andava
Pelas camas dos Hospitais.

Fui à procura de Deus
Nas Igrejas e Bispados:
Vim a saber que Ele andava
Pelas celas dos condenados.

Fui à procura de Deus
Nos palácios das rainhas:
Vim a saber que Ele andava
Pelas casas mais pobrezinhas.

Fui à procura de Deus
Junto de grandes “senhores”:
Vim a saber que Ele andava
A acompanhar pastores.

Fui à procura de Deus
Em Conventos de freiras:
Vim a saber que Ele andava
No mar, dentro das traineiras.

Fui à procura de Deus,
Já tinha perdido a esperança;
Viram-nO os olhos meus
No olhar duma criança.

Graziela Vieira
Ourém

Foto de Bernardo Almeida

O segundo toque

O segundo toque

Os dentes da moça ansiosamente rangiam
Como as desarrumadas camas que abrigam lúbricos amantes
E acobertam as paixões recônditas dos indecisos furacões
Que sussurram em tons pastéis e revelam sem reverências
A força que não têm diante do amanhecer e da esperança perdida

Mas os mesmos que antes traziam sossegos, promessas e flores
Enfurecidamente jogam agora jarros uns contra os outros
E o descuido das janelas abertas me deixam participar
Do espetáculo que, ao término, não aplaudirei

E as pernas que abriam caminho para que o desejo
Pudesse soletrar livremente o amor a plenos pulmões
Agora chutam as portas da desistência e da solidão
Sem deixar espaço para um cartão de reconciliação

Bernardo Almeida (www.bernardoalmeida.jor.br)

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