Cansaço

Foto de raziasantos

Onde estou?

Tudo é tão vago...

Tudo que lembro é de acordar em lugar frio abafado.
Não sei como, mas conseguiu sair comecei a caminhar entre as folhas secas: As árvores sem vida...
Tudo era silencioso, não ouço risos, nem choro, nem lamentos, nem agouro.
Não sei onde estou, nem sei quem sou, tento me ver, mas não consigo; não sinto o calor do sol, à noite não vejo o esplendor das estrelas nem o brilho da lua.
Tento descobrir que sou começo a caminhar passo por rios de águas turvas e violentas.
Vago na densa noite quando á luz do sol irar iluminar todo universo.
Mas sem dormir eu me desperto tudo esta frio e nublado...
Espanto-me com silencio e pela primeira vez sinto um arrepio no meu corpo.
Tudo! É tão vago onde estou?Quem sou eu?
Começo a correr tem pressa de sair deste lugar horrendo e vazio.
Não sinto mais meus pés não vejo os pássaros, e nem ouço o seu cantar.
Nem uma só palavra, nem um ser vivem.
Somente eu...
Eu, ‘’mas quem sou eu’’?
Neste imenso vazio e solidão tento encontrar minha alma quem sabe ela me dirá que sou?
Ò minha alma onde estas? Apareça faça-me companhia tira-me deste vazio!
Há minha alma tudo é tão vago nem recordações eu tenho, minhas lembranças sumiram.
Estou cercada pelo silencio, selva da amargura e a selva da solidão.
De tanto caminhar consigo ver a cidade, mas esta vazia e as poucas pessoas, que consigo ver me ignoram, em algumas eu toco pedindo socorro, mas é como se eu não existisse.
Há!Estou me perdendo cada vez mais...
Onde estão minhas lembranças?
Serei eu um ser humano?
Por que fui condenada há este mar de desilusão e tristeza...
Sinto-me tão cansada devo encontrar um lugar para descansar, e onde eu possa me aquecer.

Mas onde?Se tudo é vago e vazio...
Neste longo caminho que tenho percorrido me perdi nos dias nem sei mais contar os meus dias.
Quem me dera poder ouvir o canto da sábia, as garças com sua beleza me alegrar.
Vou seguir sem parar de caminhar até onde meu corpo suportar.
É eminente a dor do abandono e solidão.
Será este o purgatório?
Por quem fui julgada?
Se não tenho lembranças como saber o meu pecado!
Não sinto cansaço só tristeza tudo é sem brilho, sem cor.
Até os rios me rejeitam...
Quem sou eu? O que sou?

Estranhamente sou tomada por um sono incontrolável.
Sinto muito frio parece que estou em congelando.
Adormeço profundamente...
Der repente ouço uma voz suave e sinto mãos batendo lentamente em meu rosto:
Raquel acorde tudo terminou bem você voltou para nós acabou o pesadelo
Você saiu do coma!

Foto de Marilene Anacleto

Mãe, quero colo!

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Mãe é nossa primeira e vital morada
Quarto que dá forma e vida à argila que somos
Canto de mundo em que ouvimos a música mais suave:
A tranqüila e aconchegante batida do coração.

É o espaço do universo escolhido pelo espírito
Para o preparo de estágio especial na Terra
Nutrientes, afetos, sabores e dissabores
Recebemos para enfrentar o mundo que nos espera.

E quando estamos prontos (prontos?) para a partida
Forças contrárias nos envolvem
Uma aperta, outra puxa, o fio se corta
A dor da mãe em lágrimas se dissolve.

Seguimos adiante, faceiros, prodigioso crescimento
Somos amados, amamos a vida, tudo entendemos
Estudamos, ensinamos, gente grande nos tornamos
Profissões, cargos e carreiras a muitos propiciamos.

Mas quando, em meio à vida, palavras são impotentes
Do burburinho falante da mente não nos livramos
Tentamos, em vão, retornar ao colo quente
De novo, em semente nos transformamos.

Impossível! Nove meses durou o treino do silêncio
Preparou-nos para encontrarmos no isolamento
Valorosas pérolas contidas no problema e na dor
E seguir a vida a experimentar e a doar amor.

Esquecemos o afeto, a música, os nutrientes
Preparados a tempos por um coração quente
Que suportou muitas provas além da dor
E cansaço, e desconforto para nos doar amor:

Conselhos, orações, entendimento
Nós recebemos, sempre, sempre,
E, mesmo que jamais peçamos
Está disponível aquele colo quente.

Feliz Dia das Mães!

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

O Chico e seu amigo Jesus

O Chico e seu amigo Jesus

Era uma vez um lindo casal da aldeia que resolveu ir mostrar a cidade e os seus atributos que ela oferece por tanta diversão. O seu menino tinha apenas cinco anos, um belo rapaz com seus cabelos loiros e cacheados, olho negro, quase preto e muito alegre Seus pais os chamavam de reboliço, porque ele não parava quieto e tudo queria saber e aprender.
Eles o levaram a cidade para mostrar o Parque Zoológico e também o parque aquático, que ele via nas revistas e tanto queria conhecer. Era estranho com os bichos, parecia que falava com eles, não podia ver nenhum abandonado ou doente que logo levava para casa e o curava. Depressa arranjava donos para eles com aquele jeito meigo e sábio de falar.
Era o José Francisco, José era nome do seu avô paterno e Francisco de seu avo materno, era o encanto da família embora da aldeia fossem bastante abastados e cultos.
Foram no seu automóvel novo, levaram três dias para chegar à cidade, pensaram em passar a Páscoa lá e ir ver alguns amigos e família.
O José Francisco estava impaciente, queria apenas ir logo que chegasse a cidade ver os seus amiguinhos, porque os animais eram os seus melhores amigos.
- Mama, olha ali, estamos pertos já vemos placas de publicidade.
Aos pulos e inquieto ele não demonstrava qualquer cansaço apenas queria ir ver o Zoológico, seu pai, olhava-o pelo espelho refletor, sorrindo olhando sua esposa, pensando como tinha sido abençoado por Deus ao dar tão bela família.
Levantaram cedo do hotel, para chegar ao Parque o cedo possível para seu menino aproveitar tudo como era seu desejo. Entre os dois eles já tinham pensado que iriam o levar mais que um dia para compensá-lo por se portar tão bem com todos.
O pai feliz exclama!
- Chico já chegou, olha ali, olha e já vês a reserva, já estamos mesmo a chegar.
Seu rosto iluminava com tanta felicidade, era o momento que tanto desejou e ansiou.
Estacionaram seu carro e agarrando as mãos do pequenino Chico, entram e foram mostrar o parque.
Não sem antes sua mãe e seu pai darem explicações que não devia tirar as suas mãos e estar sempre perto deles. Obediente ele concordou, mas ele só queria ir depressa à sua aventura.
Ele viu os tigres, rinocerontes, ursos, leões, elefantes, zebras, pandas, girafas, macacos, renas, lobos, porquinhos da índia, viu uma demonstração dos dinossauros ao vivo, que assustava. O que ele mais perdeu tempo foi com os passarinhos, ele adorava o que via ali, logo chegou ao parque aquático, encantado ele pode ver golfinhos, uma tratadora, deixou-o tocar neles e estranho eles tinham um comportamento estranho, tipo uma adoração o que o menino mandasse fazer eles faziam parecia entender sua linguagem.
Feliz ele queria nunca mais sair dali, seus pais quase que o arrastavam, para mostrar tudo o resto. Afinal ele queria ver os outros animais marinhos, tinha ainda as focas, as lontras, as tartarugas, as raias, os tubarões os peixinhos que andavam por ali e os corais que tanto queria ver de perto.
Já era muito tarde e ainda faltava ver os repteis o Chico não queria ir embora sem os ver, correndo lá conseguiram mostrar, mas teve sorte ele não gostou muito deles e então das cobras ele só queria ir embora dali.
Logo chegaram à casa dos primos, que alegria apenas os via no Natal e iam os ver agora na páscoa. Que correria, que barulho, também com seis crianças quase todas de idades com diferença de um ano entre eles, era uma alegria total.
Foram descansar para depois jantarem juntos, estavam exaustos precisavam de um banho e o pequenino Chico também.
Desfizeram as malas afinal eram mais uns dias que ali iam ficar e Chico foi a sua mala e tirou um livro, o livro de Jesus, sorrindo ele diz mamã eu vou conversar um bocadinho com ele afinal tenho que lhe contar o meu dia e agradecer também.
Sentadinho na sua cama ele conta seu dia, sorri e mantém uma conversa como se estivesse Jesus ali com ele, agradece e beija o seu livro, colocando-o na sua cabeceira da sua cama.
Jantaram, foram dormir, pois estavam muito cansados, de manha acordaram com o barulho das crianças a brincarem no jardim, tranqüilizaram os pais dizendo que ele já tinha almoçado e que estava com seus primos que estava uma empregada a cuidar deles.
Respiraram fundo agora tinham um pouco de tempo para eles mesmos e saíram para dar uma volta.
No meio da algazarra andavam a brincar ao esconde, esconde, ganhava o que mais escondesse bem, Chico fugiu para bem longe da casa, viu uma capela velha, abriu com dificuldade a porta, entrou. Ficou maravilhado, apesar de velho era lindo apenas estava mal cuidado. Por momentos ele esqueceu a brincadeira, sentou-se num banco em frente a um altar onde tinha Jesus sorrindo e de mãos entendidas para ele. Ele conversou com seu amigo Jesus saiu do altar e veio se sentar do seu lado, juntos eles riram, juntos cantaram e estando já muito cansado Jesus pega nele no colo e o abraça.
Ele dormiu, ele não sabia se estava a sonhar ou era imaginação, mas ele estava num lugar lindo, cheio de flores, animais que falavam e todos tinham asas e voavam.
Jesus olhava para ele sorrindo, colocando devagar no banco da capela e voltou para seu altar.
Todos estavam em alvoroço, assustados ninguém encontrava o Chico e seus pais estavam a chegar a casa para almoçar, que iriam fazer, mas ele não tinha como sair dali.
Voltou a ver toda a quinta e alguém se lembrou da velha capela e foram a correr. Abriram a porta, lá estava ele, dormindo no banco em frente ao altar, Acordou ele ao levantarem e ele triste resmunga:
- Porque me tiraste do colo de Jesus? Eu estava tão bem no seu colo.
Pasmados e surpresos por tudo isso eles falaram apenas.
- Calma! Tu estavas a sonhar, um lindo sonho, mas não passou de um sonho
Engraçado, o dia passou e todos respiram de alivio, por tudo ter dado certo. No dia seguinte eram vésperas de páscoa e todos foram à missa na igreja próxima. O Padre começou a ler o evangelho e fala que Jesus morreu pregado na cruz, fala de novo e Chico grita no silencio:
- Mentira, Jesus não morreu não, ontem ele esteve a conversar comigo e até adormeci no seu colo.
Todos olhavam para o Chico e abanavam a cabeça. Pobre criança que devia estar doente
Seus pais mandaram Chico se calar, ralhando pela sua falta de respeito.
Triste ele ainda tenta responder:
- Mas mamã foi verdade...
Ninguém acreditou nele, ninguém, triste ele foi para seu quarto e chorou.
Jesus voltou a pegar nele e sorriu dizendo não faz mal Chico, fica um segredo nosso eles não acreditam, pois não me sentem no seu coração.
Afagando seus cabelos, Jesus falou:
- Feliz páscoa para ti, meu lindo anjo.
Chico sorriu feliz e voltou adormecer...

Foto de Allan Sobral

Fé diaria

Sem muitas apresentações, sou mais um moço comum da cidade de São Paulo, que acordo cedo todas as manhãs e sou mais um de um milhão de pessoas dentro de um metro lotado. É só mais um dia, mais uma curta e demorada viagem ao trabalho, meus olhos buscam traços marcantes ou características que inspirem mais algum de meus desenhos, mas nada de incomum chama minha atenção, pois nos rostos de quase todos a mesma expressão, ou a mesma previsibilidade, olhos avermelhados que foram tingidos assim pelo cansaço ou horas em frente a tela de um computador, um leve brilho nos olhos, como se acreditassem que o dia será melhor, e que todo este processo de trabalhar, estudar, namorar, casar, viver, conviver é apenas um investimento ou um passo para a felicidade, como se enxergassem uma oportunidade de ser feliz, se padronizando ou se encaixado em uma sociedade extremamente criteriosa e superficial, como se suas vidas estivessem diretamente ligadas a serem julgados e aprovados por alguém, que também foi julgado e aprovado por um outro alguém que nem sabemos se julgou certo, ou porque ele definiu ou até mesmo decretou padrões tão hipócrita a sociedade, ao seus irmãos ou amigos, padrões que nos empobrece, que limita nossos conhecimentos, e molda-nos a ridicularizar e menosprezar as diferenças e todo aquele que se opor a ser igual, ou que não concordar com a definição do certo ou de errado dada por você, por mim, pelo Papa, pelo Dalai-lama, Marthin Luther King, Buda, Obama, Adolf Hitler, Lula, ou por qualquer outro!
O que mais me intriga é como profetizamos amor, cantamos a bondade e vivemos a nos queixar.de como ninguém liga pra nós, se a milênios tendemos a crer que o ser perfeito é aquele que não precisa de ninguém, se criamos nossas gerações para serem sozinhas. Todos os dias acordamos sem se quer olhar para a janela e nos perguntar se agimos certo, se somos o que queremos, ou o que devemos ser.
Todos os dias o sol nos beija a face nos presenteando com mais uma oportunidade de sermos feliz, mais uma chance de darmos uma rosa, de amarmos sem ser amados, perdoar sem que a dor tenha passado, pedir perdão pois também erramos, lembrar de um banho de chuva, rir das piadas que achamos graça, negar palavras duras e não pouparmos sorrisos, ignorar as ofensas, ajudar sem esperar que ajuda, chorarmos pois nossas lagrimas são as palavras proferidas de nossa alma, que a cada dia afoga-se pelo nosso egoísmo.
Nascemos livres e com a única missão de sermos felizes no pouco tempo que nós é dado, e ressalto em dizer, que ninguém nos diz que para alcançarmos tal objetivo temos que seguir o modelo padrão da sociedade.
Nascemos livres e com direito a ser feliz, e nada pode nos dizer o contrario.
“... se todos os sorrisos fossem de alegria, naturalmente saudade não existiria. Não perde o sentido o lamento, e nem meu pranto de dor, não existindo saudade não existe amor... meu peito não desiste, minha fé não cansa, enquanto habita o amor, existe a esperança”.

Allan Sobral

Foto de Carmen Lúcia

Caminhada

O caminho não será longo
se abrirmos as janelas
e observarmos que adiante delas
o solo árido nem sempre é assim,
que ainda há flores pelos jardins.

Se saciarmos a sede
na fonte da vida que jorra sem fim
a água que nos faz renascer
ao nos sentirmos morrer...

Se dermos sempre uma pausa
driblando o cansaço para prosseguir,
e em cada parada, ver a paisagem
que enfeita as beiradas
gerando a terceira margem...

O caminho não será longo
se em cada escalada de lágrima e dor
plantarmos sementes de frutos do amor,
ainda que regadas de sangue e suor
concretizando nossa essência,
desatando a embalagem e os nós.

Se driblarmos o confronto
de um repudiado encontro
onde a vida retrata sem dó
as vicissitudes
varrendo dos nossos encantos,
o pó.

(Carmen Lúcia)

Foto de Paulo Gondim

Farsa

FARSA
Paulo Gondim
03/03/2011

Quando te vejo, eu vejo uma farsa
Na tua mordaça que é teu viver
E, assim, nem disfarças, num modo sem graça
Já não tens mais vida, mas só padecer

O que foi prazer, já não mais se ver
Dos poucos abraços, só resta o cansaço
Tornou-se infortúnio e deixou de ser
Alegre o viver num único espaço

E ainda que finjas, não se esconde a cinza
Que te cobre o rosto, vergonhoso véu
E nesse desgosto, quem quer que te atinja
Encontra amargura, mistura de fel

E vais com a farsa, e nessa desgraça
Não vives, vegetas. E vês pelas frestas
Sem vires saída. E por mais que se faça
Teu tempo não passa e assim te detestas

Foto de Paulo Gondim

Lá fora, a vida!

LÁ FORA, A VIDA
Paulo Gondim
31/03/2011

Estou aqui, como simples criatura
A te oferecer meu ombro amigo
No meio da tempestade, um alívio
Para te proteger de qualquer perigo

Vem! Abre um sorriso, não chores!
O mundo lá fora espera por ti!
Esboça um sorriso largo, vê a vida
Ela está aí, de frente, a te sorrir

Vem, minha amada, não demores
O sol nos espera com sua luz
Em cada raio, um pouco de ti
Nos cabelos negros, nos seios nus

Vamos, que a vida nos espera
E nos convida, juntos, a caminhar
De mãos dadas, correndo
Sob a chuva a nos banhar

E quando dos corpos, o cansaço
Nos meus braços, terás sossego
Neles, esquecerás as dores
E terás paz sob meu aconchego

Foto de airamasor

Sem inspiração....

Não bateu inspiração...
O que me move
É esta enlouquecida paixão
Que dispara o coração
A cada suspiro de saudade
Quando aumenta a vontade
De encontrar os doces lábios teus...

E todo o meu corpo,
Palpitando alucinado,
Volta-se a esta saudade
Espreguiçando-se num cansaço
Só pra ter o teu abraço
Enlaçando apertado
Todo o desejo meu...

(Aira, 27 de março de 2011)

Foto de annytha

O GRANDE CIRCO

O GRANDE CIRCO passou, deixando para trás uma grande multidão de sonhos e fantasias, falsas alegrias, pessoas vazias, que estiveram ali, talvez numa tentativa de encontrar algo que pudesse preencher os seus vazios, e por isso gritavam todos com uma só voz, os nomes de duas personagens, que pra mim, não passam de desconhecidas, mas penso que devem ser os protagonistas do GRANDE CIRCO – “ VIVA ZÉ PEREIRA, VIVA JUVENAL...” e prosseguem nesse ritmo alucinantes, em busca dos sonhos que, possivelmente nunca se realizarão, pois, O GRANDE CIRCO, nada tem a oferecer, a não ser meras ilusões.
Colombinas, trocaram suas vestes de seda e babados, pelo semi-nu! Pra que tanta roupa?
Pierrôs, não são mais apaixonados, e já não têm mais olhares tristes e nem pingos de lágrimas escorrendo pelo seu rosto, “ que por causa de uma colombina acabava chorando!” Hoje, eles, preferem disputar com as mulheres, por isso, se travesti iguais a elas..., E assim, todos passam quatro dias caminhando e dando vivas aos tais Zé Pereira e Juvenal...
As chuvas de confetes, foram trocadas pela chuva de latinhas, copos e garrafas descartáveis (ainda bem que são descartáveis). Ninguém se incomoda com isso; todos cantam, riem e gritam freneticamente, num jogo de empurra-empurra...
Serpentinas, já não são usadas para laçar algum apaixonado!
Ninguém liga pro cansaço...
Enfim, chegam ao fim da linha, sem se importarem com a exaustão.
Todos com suas diversas fantasias multicores, que, na quarta-feira “ingrata” (até hoje ainda não conseguí descobrir por que essa quarta-feira é “ingrata" e os deixa contrariados)perderão seus encantos e as suas cores, deixando apenas grandes lacunas... Agora, já cansados e sem forças, e com olhares tristes, acompanham o GRANDE CIRCO que vai deixando as ruas para ir embora. Mãos acenam, dando adeus ao GRANDE CIRCO que está partindo, deixando apenas, angústia e solidão, porque era pura fantasia!
Hoje passei pelas ruas vazias e sujas, com um odor horrível, um misto de bebidas alcoólicas e cigarros! De longe, vi que alguém estava sentado numa calçada, com o olhar perdido e triste, talvez, fazendo um balanço dos quatro dias de euforia. Quem sabe, estivesse pensando aliviado, que não é e nunca foi “ladrão de mulher” e com o seu rosto quase sem pintura, dava pra ver que seu semblante estava triste e chorava, porque nem mulher ele tinha mais, pois o GRANDE CIRCO a levou, deixando-o só e desolado! Coitado do palhaço que já fez rir a tanta gente e agora, com o coração dilacerado, estava ali a pensar que O GRANDE CIRCO, não tinha picadeiro nem trapézio, só malabarista, e ele, mesmo sendo palhaço, fazia também malabaris, foi ai então, que caiu na realidade!
E assim, mesmo em meio a tantos sonhos perdidos, fantasias destruídas, falsas alegrias, desilusão e cansaço, todos aguardam com muita ansiedade, a volta do GRANDE CIRCO, que chegará com muito mais ilusões, sonhos e fantasias, pra oferecer aos foliões!

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Foto de Diario de uma bruxa

Pequeno pássaro

Minha vida encaminha-se
Ah mundo sem volta

Mas você sempre estará comigo
Não se esqueça de mim
Pois não vou te esquecer

Vou seguir meu caminho
Sem reclamar do meu destino
Mesmo com tristeza
Sei que não estarei sozinha
Pois te terei aqui comigo
Em meu coração

Sou um pequeno pássaro
Coagida pelo tempo e o cansaço
Não tenho mais esperanças
De voltar a viver ao seu lado

Sei que vou viver sozinha
Pra sempre
Sem o teu abraço.

Poema as Bruxas

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