Casas

Foto de lua sem mar

Passado

“Passado”

Paro mais uma noite,
Ouço o coração,
Abro a gaveta da memoria,
Investigo tudo,
Relembro o mais pequeno alfinete,
Como um pedaço tirado de mim,
Não falta muito,
Quase nada mesmo,
Três anos, está quase.
Abro uma pequena caixa,
A caixa do primeiro ano,
As flores no aniversario,
Os jantares, as praias,
O vinho, o hotel,
Aquele que tão bem conhecemos.
Quase tão bem como nossas casas.
Os sonhos, os desejos,
Num simples café,
As brincadeiras na praia,
As muitas vezes que fui feliz,
Criança era eu juntamente com outra,
Hoje vivo apenas disso,
Recordações cravadas em mim,
Memorias de um tempo alegre,
Alegria que se transformou,
Virou uma simples palavra,
Solidão!
Hoje dou valor a tudo que tive,
Valor ao mais pequeno grão de arroz,
Que antes era insignificante,
Tanto que perdi, tanto que quero recuperar…
Jnh
Lua sem mar

Foto de Sonia Delsin

CASA DE JANELAS AZUIS

CASA DE JANELAS AZUIS

A casa era tão simples.
Pequena, mas bonitinha.
Estas casas com gramado, com cerquinha branquinha.
Na fachada uma porta e duas janelas do lado.
Azuis.
Na da esquerda eu sempre via o casal debruçado.
Ficavam conversando.
A rua olhando...
Namorando.
Eu os via tão juntinhos.
A fazer carinhos.
Com meus botões eu pensava que naquela casa a felicidade morava.
Mas tudo pode mudar.
Depois de uns tempos eu vi o homem sozinho com o olhar baixado.
Soube que estava sempre a chorar.
E que ela havia falecido.
Deixara tão triste e tão só o seu querido...

Foto de Clemilson Resende Santana

O Filho Imaginário

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MAN, o meu filho imaginário. Ele aparecia vez ou outra em meus pensamentos.
Caso estivesse em algum lugar e visse um pai com seu filho querido, lá vinha ele ...

Apesar de ainda não existir, eu gostava do MAN.
Idealizava-o inteligentíssimo, circunspecto; atento a tudo e sempre que questionado, questionava. (mirando os olhos no firmamento.)

- MAN, vamos jogar o Jogo da Vida?
- Diversão utópica? Não, obrigado.
- Vamos lá. Depois deixo você virar realidade.
- Que venha o Jogo da Vida.

Trouxe o jogo. MAN rolou os dados e começou a andar lentamente as casas.

- “Você é assim, um sonho pra mim, e quando eu não te vejo ...”
- Peraí, MAN. Vai ficar cantando? Anda logo.
- “eu penso em você, desde o amanhacer ...” Parei no "hora de ser pai". O que eu faço aqui?
- Esse ofício é meu.
- Mas já está na hora?
- Porque não? Existe "hora certa" para ser pai?

MAN pegou todos os peões do jogo e pôs eles em cima do tabuleiro.

- O que você está fazendo?
- Estou promovendo uma festa.
- Mas você não pode fazer isso. É contra as regras do Jogo da Vida. Ainda não tenho emprego e não me formei. Os moderadores vão me matar.
- Eu sei. É que a partir de agora estamos jogando o Jogo dos Sonhos.
- E como isso funciona?
- Bem, você pode realizar seus sonhos, extravazar seus sentimentos, colocar em prática tutdo aquilo que permeia seus pensamentos.
- Qual o objetivo então?
- Ser o melhor pai do mundo, por exemplo! Que tal?

Peguei o peão dele e coloquei na "Gestação". MAN era agora meu rebento.
Fui na casa da cegonha e encomendei um filho.
Expliquei aos moderadores as novas regras e embora resignados, resolveram participar.

- Ei, já fazem 7 meses que estou aqui. Como andam as coisas?
- A sua hora ainda não chegou, MAN.
- Reivindico cesária!
- É mesmo? Doutor, um prematuro!
- Calma, calma. Tudo bem ... eu espero.

Na hora certa, disse Deus: Haja luz! E houve luz. E viu Deus que era boa a luz. E Deus chamou a luz de Marco Antônio de Holanda Penaforte Neto.

- Gostei dessa brincadeira.

Foto de Rosinéri

HÁ-DE-SER

Há-de haver um tempo e um espaço só para nós
Há-de ser o vento a trazer-nos a emoção
Há-de ser o Mar a chamar-nos para o Amor
Há-de ser o arco-íris a canção de um trovador

Há-de ser o Sonho a segredar-nos o Pôr-do-Sol
Há-de ser o céu azul a violeta que seduz
Há-de ser a flor do jardim do coração
A mais bela prenda que cultivei só para ti

Hão-de ser as praças e os passeios da cidade
A brilhar meus olhos de encanto e de saudade
Hão-de ser castelos e os telhados destas casas
Os berços de ouro que embalam o Sol poente

Hão-de ser os sinos a juntar-nos num só fogo
E as andorinhas a indicarem os caminhos
Há-de ser o Sol a sorriso destas flores
A fazer nascer a Primavera em todos nós

Foto de Cretchu

JOVEM E BELA COMO SEMPRE

Dedicado a J.
Sempre me ensinaram que anjos têm asas, mas agora sei que isto não é verdade. Anjos também sofrem acidentes, caem e se machucam. Mas eu sei que você vai superar tudo isto, minha querida, e voltar a pisar com seus lindos pés este chão que é abençoado com seus passos.

- Mais alguma coisa, Barão?
Respondi negativamente, com um gesto. Pedro, meu mordomo de tantos anos pegou suas malas e saiu da mansão vazia. Olhei para aquelas paredes que antes estavam tão repletas de quadros, aqueles cômodos outrora adornados por móveis caros... Agora vazios. A mansão, herança de meus antepassados que agora pertencia a outra família, novos ricos que investiam nessas velhas mansões que resistiam ao tempo, à especulação, fomentavam sonhos e sofriam com o alto valor do IPTU.
Além do mais, minha antiga mansão precisava de empregados, e eu já não podia mais contratá-los. Aos 98 anos, só me restava partir como fizera Pedro. Mas a partida de Pedro tinha um destino traçado por sua aposentadoria. Quanto a mim, iria me aposentar da vida. Aproximei-me da janela e vi o mar lá embaixo. Uma linda vista para a praia particular que já não me encantava como antes, em minha infância e juventude. Em minha juventude antes de encontrá-la.
Sim, antes de encontrá-la. Foi um único encontro, e desde então eu quero que ele se repita. Ela me prometeu que viria me buscar, e cá estou esperando. Por isso, deixo a mansão e vou até a praia. A lua se reflete nas águas escuras do mar que, revolto, se choca contra a areia. Deito-me distante, recostado numa pedra, triste porque sei que ela não virá. Prometeu que viria me buscar, mas minha esperança de que sua promessa iria se cumprir, é em vão. Qual a razão de tornar a ver este velho, ela que está tão jovem e linda como antes? Sim, como naquela época...
Eu tinha vinte anos, naquela época, e estava no Rio de Janeiro, participando de um réveillon e gastando em demasia a fortuna de meus pais, como sempre fazia. O baile no grande hotel estava animado, com figuras de escol, todos bem vestidos. Lindas damas, gentis cavalheiros, nobres decadentes, empresários espertos, políticos corruptos, agiotas rapaces, toda a elite brasileira e estrangeira se encontrava comemorando a passagem de ano. Eu já havia beijado e agarrado em segredo mulheres casadas, solteiras, viúvas, desquitadas, ou seja, tudo aquilo que é permitido a um descendente direto dos primeiros colonizadores da nação.
Uma donzela, filha de paulistas produtores de café, flertava comigo a todo instante. Esperei a hora certa de agir. Quando a moça olhou para mim e se dirigiu ao corredor que, naquele momento estava deserto já que todos se reuniam como gado nos últimos minutos do ano velho, percebi que deveria agir. Eu a segui com dificuldade, abrindo caminho entre a multidão de felizes e embriagados foliões. Já a perdera de vista e temi que não a encontrasse mais. Finalmente consegui ter acesso ao corredor, mas não a vi. Andei lentamente pelo corredor, sem ver a donzela. No caminho, encontrei seu lenço caído no chão. Percebi que uma surpresa não muito agradável poderia estar à espreita. Dei mais alguns passos, quando ouvi um gemido vindo atrás de uma das portas fechadas. Auscultei com atenção. Uma voz feminina tentava gritar por socorro, mas estava muito fraca. Tomei coragem e empurrei a porta, conseguindo abri-la.
A donzela estava desfalecida nos braços de uma garota vestida de negro. Fiquei estupefato, a princípio, mas depois fui tomado pelo horror. Do pescoço da donzela jorrava sangue, sua jugular fora atingida por algum objeto cortante. Então, com maior horror, notei que o corte partira dos dentes da outra garota. Recuei alguns passos. A garota largou o corpo da donzela, que tombou ao chão, e literalmente voou até mim. Caí para trás, ao chão, quando a garota me pegou pelo pescoço com a mão direita, enquanto sua mão esquerda amparou minha cabeça ao segurar minha nuca. Fiquei estendido no chão do corredor, com a garota sobre mim.
Foi assim que eu a conheci há mais de setenta anos. Ela me olhou profundamente. Seu corpo era esguio, ágil e leve. Sua pele morena e suave, as mãos, que seguravam meu pescoço e minha nuca, firmes. Os braços compridos e fortes. As pernas também fortes, as ancas discretas. Cabelos curtos e castanhos. Os pequenos seios comprimiam meu peito. Olhei diretamente em seus olhos. Eram negros como a noite. Nunca havia visto olhos de um tão belo negror. De sua boca, onde dentes alvos e perfeitos sorriam ironicamente para mim, exalava um aroma de morangos silvestres. Seu corpo tinha o cheiro do mato molhado que, na fazenda de meu pai, tanto alimentava meus sonhos infantis.
- Vale a pena deixar que você morra em meus braços? ela me perguntou com sua voz grave, mas com uma docilidade infantil.
Eu não conseguia pronunciar uma palavra sequer. Fiquei extasiado com a beleza daquele ser misterioso. Ela me largou e se ergueu agilmente. Levantei-me também e, num gesto ousado, segurei-a pelo braço.
- Quem é você? consegui perguntar.
Ela me olhou como um felino. Desvencilhou-se de mim, mas eu tornei a segurá-la.
- Me solte! ela ordenou.
- Então, me diga quem você é. insisti, largando seu braço. Ela caminhou até a janela, e eu pensei que iria fugir. – Por favor. pedi. – Me diga quem você é.
Ela tornou a me olhar, veio até mim e me abraçou. Disse-me:
- Sua vida não existe. O que você faz é arrastar-se por este mundo ilusório. Mas você pode viver novamente.
Neste momento, ela me deu um beijo ardente no rosto e depois na boca. Apertei-a fortemente. Nunca tinha sido beijado daquela forma. Foguetes estouraram, gritos animados explodiram, pois chegara o novo ano. Não sei quanto tempo se passou, mas ouvi que algumas pessoas estavam vindo ao nosso encontro. Ela abriu os olhos negros. Quando nossos corpos se separaram, ela tornou a caminhar até a janela.
- Não vá. tornei. Apontei para o cadáver da donzela, estendido no outro cômodo. – Eu posso dar um jeito nisso.
Ela sorriu para mim.
- Você está tão morto quanto ela. disse. – Mas você pode viver novamente. E quando for morrer de verdade, virei te buscar.
Terminando de dizer estar palavras, saltou pela janela. Fiquei desesperado, imaginando que se suicidara. Estávamos quase no terraço do grande hotel. Mas, quando cheguei à janela, eu a vi voando... Sim, voando ela fez um rápido vôo contra a claridade da lua e desapareceu no manto da noite.
Gritos me despertaram de meu torpor. Acharam o corpo da donzela, as pessoas outrora alegres pela chegada do novo ano, estavam aterradas. Fui forçado a responder uma série de perguntas. Fui conduzido à delegacia, tive que lá voltar várias vezes, mas após algumas semanas minha inocência foi comprovada e me deixaram em paz.
Assim me lembrei das palavras de minha amada. Eu estava morto sim, pois tinha uma vida dependente dos sucessos de meus pais. Mas poderia viver novamente. E assim terminei meus estudos, formei-me, fui dar aula de filosofia num seminário e depois numa faculdade que acabou sendo incorporada, posteriormente, a uma universidade federal. Casei e tive filhos. Viajei pelo mundo. Mas meu único objetivo era reencontrar aquela garota. O tempo ia passando para mim, deixando suas marcas. Herdei uma fortuna de meus pais. Fiquei viúvo aos 59 anos. Quando ultrapassei os setenta anos doei meus bens a meus filhos, à exceção da mansão onde vivia, buscando evitar para eles o martírio de um inventário.
Estava me acabando, e não a via mais. Sempre olhava para a lua, sabendo que em algum lugar deste mundo ela voava contra sua claridade. Sabia que ela era a personificação do amor, mesmo sendo uma criatura sombria. Eu a amava mais do que tudo. O que importa se era um ser noturno? Ora, a claridade da lua só pode ser vista à noite, mas ela pertence ao sol que lança seus raios luminosos contra este frio satélite. E esta claridade lunar inspira histórias de amor e, claro, de lobisomens. De seres perdidos como eu. Eu estava perdido sim, pois minha vida, embora recuperada, não era completa sem aquela garota que eu encontrara há tantos anos.
Dissera para mim que viria me buscar quando eu fosse morrer de verdade. Por isso estou nesta praia. Já não tenho mais nada. Como eu disse, doei meus bens para meus filhos, exceto a mansão onde vivia, mas que agora eu a havia vendido porque não poderia levá-la para o túmulo, e depositara o dinheiro na conta bancária de meus netos. Dispensara os empregados, após lhes arrumar colocação em outras casas e empresas. Meu mordomo Pedro conseguira se aposentar. Tudo estava em ordem, mas eu não conseguia morrer assim, feliz, já que esperava por ela e ela não vinha.
Aqui estou olhando as vagas do mar que choca contra a areia da praia. Não me incomoda a pedra sobre a qual estou recostado, pois minha dor pela saudade é maior do que a dor que a pedra impinge a este corpo de velho. A lua está lá, como sempre, iluminada pelo sol. O mar negro se agita. E eu aqui, sozinho, sabendo que minha hora chegou, mas a promessa dela não será cumprida.
Neste momento de desespero, desesperança e descrença, sinto um toque de uma forte mão em meu ombro. Ergo os olhos e a vejo, jovem e linda como antes. Sorri para mim, seus olhos negros brilham em contraste com a lua.
- Eu não disse que viria? ela diz.
Sim, neste momento único ela cumpriu o que dissera no dia em que eu encontrei o verdadeiro amor. E agora posso também cumprir meu destino, tão diferente do dela que é viver para sempre, mas o cumprirei em seus braços. Sua mão roça meu ombro, e ela, ao voltar, me deu a paz.

Foto de Sonia Delsin

UMA ATITUDE - Conto

UMA ATITUDE

Mariana sempre se levantava tão cedo. Gostava disso. Heitor ficava na cama e ela saía para suas caminhadas matutinas.
Ia olhando as árvores, os pássaros, as casas. Caminhava porque gostava e também para pensar na vida.
O casamento estava mal? Péssimo. Não existia mais desejo de ambas as partes. A ternura dos primeiros anos... ah, aquele encanto todo tinha acabado há tempos. Por que continuavam juntos?
O único filho estava casado e morava no exterior. Por que continuavam morando sob o mesmo teto, se não existia mais nada? Ela não sabia, ou sabia.
Heitor procurava outras mulheres? Ela imaginava que sim, mas não se importava. Não dormiam mais no mesmo quarto e ela nem o via chegar. Isto não a incomodava. O casamento estava falido, como falida estava a empresa que tanto ela empenhara em manter de pé.
O pai deixara para ela a fábrica de pregos.
Pobre paizinho! De que valeu tanto empenho? Heitor afundou-a.
Viviam da aposentadoria dela e do que Marcelo enviava. Marcelo queria ajudar, sempre tão prestativo e amoroso o filho.
Pelo menos ele estava bem, pois encontrara uma boa esposa, tinha um excelente emprego e morava no primeiro mundo.
-- Mãe, por que não se muda pra cá?
-- Deixar seu pai?
-- O casamento de vocês está acabado faz tempo.
Estava mesmo e ela ia ficando.
Um cão se aproximava e ela o agradava. Mais pra frente era um gato que vinha lhe fazer um agrado.
Um casal passava conversando. Caminhando e conversando e ela pensava se seriam felizes como aparentavam ser.
Ela não fora feliz no casamento e era uma covarde, pois não tinha coragem de sair dele.
Um dia teria? Talvez nunca.
Heitor por certo ficaria na cama até dez horas e se levantaria mal humorado. Colocaria defeito no almoço, em tudo. E ela ficaria quieta. Pra que brigar?

Ao abrir o portão Mariana notou que havia visita na casa. Era uma prima que não via desde o ano passado.
-- Você aqui, Bene?
As duas se abraçam.
-- Bonita como sempre, Mariana. O Heitor me contou que não abre mão das suas caminhadas por nada.
-- É, eu gosto.
-- Tirei o Heitor da cama hoje.
Mariana olhou o marido de pijama. Que ridículo ele lhe parecia naquele instante. Tinha bolsas enormes sob os olhos. Será que andara bebendo? É, ele andava bebendo nos últimos tempos. Além de fumar demais começara a beber. Será que estava querendo morrer?
O marido agora era um estranho pra ela. Um estranho que dormia no quarto ao lado do seu e que comia na mesma mesa.
Deus! O que ela fizera com a própria vida... o que ela fizera. As roupas de ambos eram lavadas na mesma água na máquina de lavar e estendidas no mesmo varal. E eram dois estranhos. Nada mais e nada menos que dois estranhos.
Tão longe ela estava quando Bene lhe chamou a atenção. Abraçada a Heitor a prima lhe parecia tão bem.
-- Estou apaixonada, prima.
-- De novo? É o quinto este ano?
-- Sexto.
-- Nossa! Você se apaixona tanto.
Heitor sorri gostosamente. Naquele instante ela até sente uma certa ternura por ele. Ele sorri tão leve e tão solto que parece o marido dos primeiros tempos.
Mas ela sabe que quando Bene se for ele será o mesmo ranzinza de sempre.

-- Fica pra almoçar, prima.
-- Tenho um compromisso. Estou de férias este mês, mas tenho mil coisas a fazer. Estou reformando a casa.
-- De novo?
-- Talvez o Marcos fique morando comigo.
-- Nossa! É sério desta vez?
Bene sorri e lhe dá um beijo na ponta do nariz.
Sussurra em seus ouvidos.
-- Vocês não parecem nada bem.
Ela nada diz. Melhor calar.
Os olhos do marido não a abandonam todo o tempo naquela manhã. Será que vai querer brigar quando a visita se for? Credo. Ela nem quer pensar nisso.
O que ela precisa é de uma atitude. Mas quando? Quando acontecerá?
Vai até o portão se despedir da prima e entra na casa. Começa a sua habitual tarefa. Arrumar a casa, ouvir as reclamações de Heitor...
Não quer brigar e deixa-o falar.
As palavras dele não têm mais o poder de perturbá-la, feri-la. Está meio morta e se faz de surda como uma porta.
Quando tomará uma atitude? Talvez nunca... Feliz é a Bene, ela pensa.

Foto de RHANI

Do que serve ?

Do que serve um passaro sem assas para voar.
As casas sem pessoas para morar.
O meu amor.
Sem você para dar.

Do que serve o sol,sem a lua no entardecer.
Do que serve a vida se não bela pa viver.
Do que serve meu amor.
Se não para amar você.

Do que serve a saudade se não para recordar.
Do que serve a amizade se não para partilhar.
Do que serve meu sentimento.
Se não for para te dar.

Do que serve a música sem alguem para ouvir.
Do que serve toda minha paixão,sem você para dividir.
Do que serve meus sonhos.
se não para me lembrar de você.

Do que serve o tempo se não para passar.
Do que serve o coração se não para amar.
sei que tudo serve para dizer:
EU AMO VOCÊ

Foto de Sentimento sublime

Natal!

Natal!

Aproxima-se Natal
Sentimentos a flor da pele
Pessoas num vai e vem sem parar
Todas em busca de mais um “Quê”
Que não sabem onde encontrar
Olham somente as luzes que brilham
Nas ruas, nas lojas, nas casas iluminadas.
Procuram alegrar com presentes
Amores, amigos, parentes.
Algumas buscando bens materiais
Outras apenas curar suas feridas
Cicatrizes de uma vida mal vivida
Nos hospitais doentes pedindo a Deus
Apenas um dia a mais de vida
Em asilos, orfanatos, pontes, becos, guetos.
Palácios, mansões, casebres.
Todos por Paz, Amor, Atenção e Carinho sedentos.
Muitos não se lembram dos irmãos
Que por um prato de comida um agasalho, um pão.
Á procura o ano inteiro estão
E os filhos da guerra, que com ela procuram a Paz.
Destruindo o planeta e o ser humano cada vez mais
Preconceitos, racismo, violência.
Pobre ser humano!
Perdido, massa falida que não vê.
Que tudo que ele precisa
Está em Deus, e não sabe.
Que ele mora em você!
Manaste!

Feliz Nata!
São meus votos a todos vocês, poetas e poetisas amigos!
Que o Menino Deus, renasça em seus corações fortalecendo-os
na crença que ha alguem lá em cima olhando por nós!
Muita paz, saude e concretizações em seus planos para o ano vindouro.
Beijos e abraços fraternos e carinhosos.
Osvania_Souza

Foto de Carmen Vervloet

SONHANDO O NATAL

Sonhando o Natal

Se eu pudesse...
Por um dia ser o bom velhinho
Mensageiro de Deus repartindo carinho
Com certeza
Exterminaria a pobreza
Caminharia por todas as favelas,
Adentraria às vielas,
Levando alegria,
Secando lágrimas,
Matando a fome que mata,
Transformando míseros barracos
Em lares decentes
Num gesto de amor!
Levaria o sonhado presente
Entregaria a cada criança
Triste, sem esperança,
Rosto pálido,
Sonhos murchos
Como a flor que não vingou
No árido chão
No descaso do próprio torrão.
Construiria escolas decentes
Preencheria o vazio latente
De cada coração!
Estenderia a mão em amizade
Conferindo solidariedade,
Segurança num futuro melhor,
Uma auto-estima maior.
Ofereceria educação
E com uma varinha de condão
Extinguiria a violência,
Transformaria balas perdidas
Em rosas, miosótis, hortênsias...
Dando cor ao negro da dor!

As favelas seriam imensos jardins,
As casas iluminadas,
Cirandas nas calçadas
Amor aproximando os afins...

Em cada uma delas
Substituiria as vazias panelas
Por uma substancial ceia de natal
Pois afinal
Num mundo tão desigual
Todos têm os mesmos direitos...
Merecem o mesmo respeito...
Têm o direito de serem felizes
Sonhando em matizes!

Mas como não sou o bom velhinho
Não sou mágico, nem adivinho...
Nem tenho o poder da remodelação...
Peço ao mundo perdão
Por só alcançar com minha pequena mão
Aos que estão próximos a mim.

Carmen Vervloet

Foto de Graciele Gessner

Somos Pequenos Perante a Natureza. (Graciele_Gessner)

Diante dos destroços, diante da destruição que o Médio Vale do Itajaí sofreu, a bela e Santa Catarina arregaça as mangas em busca dos seus sonhos. Nesta reconstrução de identidade, muitas coisas não serão mais as mesmas.

A destruição foi o alerta total, muitas vidas se perderam; muitas casas arrastadas e desfeitas em segundos; muitos sonhos apagados... Infelizmente seremos sempre pequenos perante a natureza. Jamais poderemos ir contra o “manifesto natural”, pois teremos a devida resposta com o passar do tempo.

Os deslizamentos de terras, casas submergidas das colinas e vindo a destruir os demais em terrenos planos. A natureza mostra como destruímos a sua verdadeira geografia. A avalancha de terra foi uma amostra que a natureza está revoltada e não está mais suportando as nossas irresponsabilidades.

Será que ainda insistiremos em denegrir a natureza? Será que aprendemos com o sabor amargo da perda? Será que teremos que sofrer outras catástrofes para entender que somos pequenos? O que falta para termos a consciência de que não devemos destruir o que Deus criou?

Pense! A natureza está se manifestando e não estamos dando a sua verdadeira importância. Será que precisaremos perder mais entes queridos para perceber que estamos vivendo contra o princípio da vida?

Somos os únicos responsáveis por tudo que está acontecendo. Esta é a verdade! O aquecimento global tanto comentado e ninguém fazendo nada para evitar. As enchentes que sempre foram a nossa maior manifestação natural e continuamos a construir residências perto das margens.

Não adianta! Seremos sempre pequenos perante a natureza.

Ninguém precisa concordar comigo, mas pode refletir um pouco sobre tudo que já fez a favor e contra a natureza.

30.11.2008

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

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