Censura

Foto de Oliveira Santos

2º Soneto de Amor

Meu bem maior, todo descontentamento some
quando os meus olhos tocam os teus, tão sorridentes,
e tal alegria conforta todo o corpo e mente,
tanto é o desejo que apenas ver-te nutre a fome.

Ah! Bela graça, se tu pudesses ter mensura
de tudo aquilo que trago aqui dentro do peito
quão bom seria, tu estando certa do perfeito
amor que tenho, juvenil e sem censura.

Vem, linda flor, de nome simples e possante,
tanto te espero na minha tola timidez.
Cada segundo se torna um infindável instante.

E corre o tempo e cresce mais a insensatez
a ambicionar o toque, o beijo, o riso radiante
e ter contigo a hora mais linda que se fez.

28/08/98

Foto de Miguel Vieira

Poemas diários

Miguel Vieira

“Traz no peito a tristeza mórbida dos poetas malditos e lança a última maldição: O suicídio irreal que é a vida na sua mais absoluta crueldade”.

VÍCIUS*

Sonhei desertos dos sorrisos fáceis
Majestosamente pus minha solidão
No espelho do quarto escuro
Reluzia um espírito triste

Avesso a afetos e alegrias
Subitamente e, de estranho fato
Aproximei-me da luz de cores claras
Igual a mim, antes do contágio pela cor!

Fiz-me inerme, soluços e desejos
De quem procura mesmo que na memória
Fragmentos de uma alegria para sempre

Dispersa em sombras, desfiz os sonhos
Para não acordar ao pasmoso destino próprio
Dos que sofrem misteriosa dor.

*em homenagem a Vinícius de Moraes

Miguel Vieira

SOL NEGRO

Um dia eu tenho que pagar por tudo que devo
O dinheiro, o amor, a dor, o tédio e a solidão
A loucura, a depressão...
Os dias de sol negro e a angustia dos que vivem
A verdade e o medo da mediocridade
Os sonhos e a total falta de esperança
A lascívia de quem já passou em minha cama
A morte e a escuridão da vida
A fé e toda a idéia maldita
O poder e a necessidade de nos tornarmos livres
Ser mesmo que invisivelmente forte, colher cada
Pedaço de carne de nossos próprios corpos que
Talvez sobre, voar mesmo que tarde , gritar
Seu nome quem sabe um dia se pode
Criar versos na miséria que nos cobre
Ejacular nas suas vísceras apodrecidas
Toda maldição que você suporte
Dizer que sou livre e estou farto de pedir
O pão, compaixão e seu perdão.

Miguel Vieira

TRUST ME II

Estou tão triste, baby.
Que chego a pensar,
Em tudo que já passou,
E na memória um grito de amor,
Simbolicamente delírio em paixão,
Loucuras e saudades
De um eterno abandono
Isso é o meu amor
Você nem imagina, baby.
Toda essa dor no peito,
Ontem, chorei...
Pedindo socorro,
Beija-me, baby,
Salva-me...
Não suporto mais os dias,
Por favor, resgate-me!
Mostre o lado claro da vida,
Com seu amor é possível, baby.
Só seu amor é capaz,
De curar minhas chagas
Nesse longo dia há um paraíso distante,
Feito para nós, baby.
As flores têm seu cheiro,
E cada amanhecer é de puro amor.
Sou louco por seus olhos
Agora eu tenho paz
Ajude-me
Ame-me, baby.

Miguel Vieira

FULGAZ

O que sou afinal?
Sou apenas
Vestígios!
De toda
Afirmação humana
Choro
E morro
Ao entardecer...
Se toda minha poesia
Coubesse em meu
Sofrimento
Talvez de fato
Seria poeta
E, não essa carne
Podre
Que insiste
em estar
de pé.
Gostaria de sorrir
Mas a dor é maior
Maior angústia
Maior que o amor!!!
Pois sendo assim
Não cabe a mim
A alegria,
Mas a demasia
De ser infeliz.

Miguel Vieira

ATRIZ DE FILME PORNÔ

Minha alma é negra
Como é negro o meu olhar
Como são negros
Os meus sentimentos.
Já que não tenho coragem
De botar uma bala
Na minha cabeça...
Deixe o colesterol
Tomar toda artéria!!!
Sou suicida indeciso
Poeta maldito...
Homem frustrado!
Praguejei à vida
Sorri para à morte
Abracei o tédio
E, cuspi na sorte!!!

Miguel Vieira

DEMÔNIO DA TANZÂNIA

Lágrimas de cicatrização
Em conteúdo utópico, ilusório
Quase... solidão
Procuro o êxtase
Dos dias mais brilhantes
Talvez, seja algo de incorreto
Do cérebro
O meu coração
É apenas uma bomba
De sangue sem valor
Vivo toda essa dor!!!
Sinto frio
Saudades dos dias de sol
O que devo encontrar
Arco-íris?
Ou sombras
De presente cruel?
Gosto de estar só.
Sozinho, solitário, solidão!
Que minha doença mental
Não progrida
Já basta pensar
Ser... poeta!

Miguel Vieira

SUAVE MOMENTO

Imagino eu,
Em nova orleans
Pairando em cada casa,
O seu canto!
Até parece que já estive lá,
Será que eu pertenço a esse tempo,
Talvez seja apenas um sobrevivente
Que não sente mais o tempo passar
Estou aqui repetindo todas essas retóricas
Lembrando do passado e fico triste
Com esse som que inunda a alma e a vida.
Frases soltas de um louco suicida
Que quer apenas mais um dia
Ame-me com furor
Capaz de derreter o sol
Com força e suavidade
Dos que vêem na sua própria retina
Toda maravilha que senti
E não importa as lágrimas
Também sou parte e criador
De todos esses mistérios.

Miguel Vieira

NOSSA LINGUA

Não acredito mais no amor
Ou é não creio?
Não sei
Só sei que ignorei
Regras simples do saber amar
Não só dizer do amor
Mas do sentir
Sentir cor, dor e calor
Sentir seus beijos
E ainda assim não sentir
Disfarçando o sentimento
Que seu ser representa
Uma fortaleza...
Na imensidão do mar vazio que sou.
Ouço os pássaros á cantar
Igual aos versos portugueses
Que sua boca pronuncia
De amores e solidão.
Canto os versos de nossa mãe: A língua!
Único elo do amor desconhecido
Não só por mim
Sangro, sangue liso
por que é de mim a essência
e de ti esse amor.

Miguel Vieira

ABRIU-SE

Primeiras horas do outono
Planto milho ao cair chuva,
Na ilusão da colheita,
Nesse desafio constante pela vida,
Pensamentos e sonhos,
Chocam-se em minha mente,
Já não sei se é calor ou frio? !
Se é censura ou punição?!
Sei que é estação do mês de abril!
Uma voz canta dentro de mim,
Melodias já ouvidas,
Sentidas em todas partes,
Mesmo em caminhos distantes,
Camuflam cores e vícios
Sons e saudades em pleno mês de abril!
Sinto o verde do mato
Enxergo o cheiro da terra
Bebo o doce do mar
Choro as lagrimas do vento
Sim, faz calor no mês de abril!
Canto estradas errantes,
De destino próprio das causas perdidas.
O mar evapora gotas de azul anil
O rio recebe gotas de amarelos cintilantes.
E, eu? Contemplo tudo isso
Nos meus poucos meses de abril!!!

Miguel Vieira

TIME OF DAY

A incerteza...
Mãe de todos os medos!
Senhora das dúvidas,
Irmã do sofrimento;
Capaz de chorar
O mais forte dos homens
E lamentar o covarde em soluços...
Diante de ti,
O limite transforma-se em sonhos,
Em ecos...
Sombras do passado,
Reprise do presente,
Incapaz este de viver plenamente,
O mais simples dos dias.
Grita bem baixinho,
Seu lamento,
Não desperte as ninfas do impossível,
Não seria bom,
Acorda nas frustrações do desejo,
Melhor caminhar,
Tranqüilamente pelo vento,
Abrindo as asas lindamente,
Bebendo silenciosamente os seus beijos,
Disfarçando misteriosamente com o tempo...

Miguel Vieira

RUA ÁGUAS BELAS, 12

Andei pelas ruas
De minha infância
O sentimento de solidão
E abandono voltou
Em saber que antes pisei
O chão de terra da época
De inocência
E hoje, velho
Relembro o passado e o
Presente
Procurei nos rostos o
Reconhecimento, só havia
Estranhos, separados de
Mim pelo tempo.

Miguel Vieira

A BELEZA

Ao poetas sonham
E em seus sonhos
Buscam enigmas
Que antes acreditavam
Ser pesadelos.
Alimento pequenas ilusões
Pois é necessário tê-las,
Antes do homem
Sonhar com o universo...
Pensou primeiro em
Sua mediocridade
E para compensar
Suas frustrações
Imaginou ser grande!
Ser belo.

Miguel Vieira

Poeta : Miguel Vieira
E-mail: mvsprofessor@hotmail.com

Foto de Ricky Bar

Você Pode Tudo

Coloque teus sonhos deitados na nossa cama e realize-os assim que deitarmos. Jogue teus cabelos em meu peito e me deixe tomar conta de você pelo menos esta noite.
Sonhe menina.
Feche teus olhos e viaje em pensamento. Deixe que eu sinta teu gosto, apenas entregue, esfregue a tua fragilidade.
Sou teu poeta, menino, homem sonhador. Contigo embarco nessa viagem.
Faça-me teu, com todo esse poder de fêmea abusada, cheia de manha.
Não me dê sossego, tira de mim a paz, o juízo e meus segredos. Abuse, use e sem nenhuma censura me faça teu.
Me leve pra onde desejar, no sul ou norte, aqui, ali ou acolá. Deseje sim, vá aos poucos me bebendo, comendo, tirando as lascas desse meu corpo que pede que clama pelo cheiro que exala dos teus poros.
Deita perto de mim mulher de minha vida.
Bandida que me tira o sono, a roupa e o sossego. Faceira, sacana, imoral, boa de cama, mesa e banho. Sei que é muitas numa só, não importo, quero todas, você pode tudo. Tua boca na minha, teus braços presos aos meus.
Minha, santa e pecadora, doce mulher, fada e rainha!

Foto de Osmar Fernandes

Proibido para menores

Não pode mais tirar a roupa.
Nasceu pelado, mas agora é proibido.
Ao nascer era lindo, comum...
Agora, vira caso de polícia.
O ser - humano é engraçado.
Antes era meigo, divertido.
Hoje é cabeça oca!
Ficar nu é incomum.
Quem diria?!
É proibido ficar pelado.

Parece coisa de maluco!
Nos filmes das tardes,
Ver índio nu é coisa normal.
Tem gente que nunca viu um eunuco...
A lei é paranormal.
O cérebro está cheio de sardas.
Nu, só na intimidade.
A censura tem vários atalhos.
Toda fidelidade é falha.
Não há uma verdade!!!

O que era já não é mais.
O que podia, é proibido.
O mundo está de cabeça para baixo.
Esse fardo está pesado demais.
Pelado, só na praia de nudismo.
Acho ridículo o uso da Burca...
Choque de cultura ou revanchismo?
Coitadas dessas senhoras!
Não entendo essa política caduca!
Daqui a pouco: “Proibido nascer menor!”

Foto de Alvaro Sertano

Alvaro Sertano\"EPÍGONO"!

EPÍGONO!

Eu sou a mácula moral
o domínio fácil,
Chico camarada
dedução sensual;
e eu seria,
o aboro da natureza!

Sou contraste
arapuca, viajante
companheiro fiél;
Censura, anverso
terno amante,
cumpro meu papel;

Aborto da natureza
razão ou certeza,
em campo minado
sou um soldado,
negro estandarte
sou verbo aquarela,
epígono, paralelo.

Alvaro Sertano!!!

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

DESEJO-TE.

****
****
****
****
DESEJO-TE.
Desejo-te muito além da vontade.
Muito além dos meus impulsos.
Muito além de minhas razões.

Desejo-te nos mais secretos dos meus segredos.
Nos mais íntimos dos meus sentimentos.
Nos mais ousados dos meus atrevimentos.

Desejo-te na calada da noite,
Na devassidão do dia.
No calor dos seus braços.
No teu desejo incontrolável.

Desejo-te sem limites.
Sem censura, sem pudor.
Sem negação, sem preconceito.
Desejo-te de qualquer jeito.

*-* A FLOR DE LIS.

http://www.blogger.com/profile/01846124275187897028
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Foto de DAVI CARTES ALVES

UMA MULHER SUBLIME

JULIA

Tu és molde
Melífluo & Suave
Da mais felina
Formosura

Este seu falar
repassado em ternura
esse seu domar furacões
com brandura
tu libertas os meus da censura

Julia
Tu és doce flor graciosa
Em haste sublime
Formosa
Acácia, Gérbera, Cinerária
Perene é tua cochonilha ardorosa

Julia
Acordar sem o frescor agridoce
Do teu bojo de pétalas macias
Pueril santuário de prazer
Alquimia diáfana do querer
É sentir a premência de haurir
O teu hálito vitalício de amor

Julia
Esta canção me fez lembrar
Do refrão coleante e asceta
Com que tu envolvente agrilhoas
Despretensiosamente o seu incauto poeta:

Julia, Julia
que me dá o seu amor,
que me dá o seu amor,

que me dá, que me dá
que me dá, que me dá

Julia, Julia ...

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Ricky Bar

Bom Dia

Deixe que eu te sinta,
Me entregue a tua fragilidade.
Embarque comigo nessa viagem.
Adoro esse teu poder menina
De mulher, fêmea abusada, cheia de manha.
Me tire o sossego, a paz, o juízo...

Abuse, use sem nenhuma censura
Levando-me pra onde desejar,
Pro teu sul ou norte, aqui, ali ou acolá.
Tirando pedaços desse meu corpo que pede,
Que clama pelo cheiro que exala dos teus poros e pólos.

Deita perto de mim mulher de minha vida.
Bandida que me tira o sono, a roupa e o sossego.
Faceira, sacana, imoral, boa de cama, mesa e banho.
Sei que é muitas numa só, não importo, quero todas, você pode tudo.
Faça-me teu. Tua boca na minha, teus braços presos aos meus.
Minha, santa e pecadora, doce rainha, mulher, minha, minha dama.
E quando acordar, me de bom dia, com um beijo, em nossa cama!

Foto de Edson Cumbane

Trajectos de rima- Amor cobra amor como pagamento

Desci às profundezas da amargura
Lá descobri que a vida Terrestre
Deus censura
Humanos desprezam as divindades celestes.

Desci ao mais fundo da depressão
Ficou tudo escuro como no serão.
Descobri que ela é fruto do pecado
Fruto de pecado que me tem pesado.

É sarcástico? Dizer que há quem vive
Mas no profundo da verdade está morto?
Esta vida terrena é realmente um monstro!
Só quero, só quero, só quero...
Que a luz ao meu espírito avive.

Subi ao topo da loucura do álcool!
Descobri nele loucura! É, loucura do álcool!
Porém, há quem vive, vive nessa loucura.
A minha sensibilidade é esquadrinhar tudo.
Esquadrinho tudo, do amor à loucura.
O mundo fica louco, até mudo ou surdo
Só para não escutar a voz da luz...

Indaguei o amor com todo meu suor
Descobri nele o verdadeiro sentido do labor.
O amor faz de tudo pelos viventes
O amor transpira e trabalha
No coração dos viventes...
O amor merece mais que uma medalha
Porque ele nos ama mesmo sem merecermos
O amor é vencedor, nada o atrapalha.

No mundo reina a falsa felicidade
Nos ambientes de lazer
Todos, sem saber, tristes, buscando prazer
Frequentei esse ambiente algures na Cidade.

Enfim, enquanto a tecnologia é útil
O Homem tem vivido uma vida inútil.
Para quê viver se se está morto por dentro?
Para quê pensar se não se tem sentimento?
Pensa de borla quem não abraça o amor!
Morto por dentro está quem não tem amor!

Foto de valdeci

Meu Pai

Meu Pai

Respeito eterno aos heróis de um passado que foi morto,
Dentre eles um destaque que foi mais que carne e osso.

Admiro sem censura o homem que foi mal,
Atitude e bons momentos fizeram dele um imortal.

O verdadeiro super homem, mas sem super poderes,
Arma secreta eram os braços, que cumpriam seus deveres.

Homem louco enfrentava qualquer situação,
Um ser humano sempre falho, longe da perfeição.

Em outros tempos machucava, feria quem não devia,
Regeneração bateu no peito, já no fim de uma vida.

As surras correiadas, um duro aprendizado,
Mas estou vivo com saúde não renego meu passado.

A situação já foi aceita, é sempre a morte traiçoeira,
Só não da pra acreditar que foi daquela maneira.

Depender de um terceiro pra tudo que você faz,
Nunca foi pra ele, não era dele aquela paz.

Mas voltando a lembrança que sempre prevaleceu,
Minha vida se baseia no homem que faleceu.

Ser humano fraque jante venceu varias batalhas,
As lagrimas derramadas, suas únicas medalhas.

Pena que levou um tempo e eu demorei pra entender,
Que o meu herói predileto, não era o da TV.

E quando a esperança chegou ao fim e o medo se tornou mais tenso,
Quem apareceu não foi o mascarado ou o cara com um lenço.

Foram os cabelos bem grisalhos da raiz ate a ponta,
Minha mente de criança bloqueava a importância.

Carrego-o no peito e vivo em meu pensamento,
As lembranças vêm e vão, torturando a todo o momento.

Se pudesse vê-lo agora e abraçar mais uma vez,
Faria nesse instante o que ninguém jamais o fez.

Abraçaria o meu amigo pra esquecer a minha dor,
E deixaria transparecer a imensidão do meu amor.

Diria cada palavra que relato nesses versos,
Chamaria ele de novo pra sentar assim bem perto.

Mais uma vez eu abraçava, abraçava com fervor,
Implorando pelo perdão do meu pai,o meu senhor.

Perdão pelo que fiz nesses anos de jornada,
Das estradas percorridas sem ter linha de chegada.

Pegaria o meu amigo assim junto ao meu peito,
E a verdade que me cala, eu a diria sem ter medo.

O orgulho que eu sinto desde o meu nascimento,
Se propagou e só aumenta, ate o fim dos tempos.

Ele sempre foi: a figura que levanta quando cai,
Lembrado eternamente, meu herói meu velho pai.

Valdeci Pedro Guimarães

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