Companhia

Foto de Sirlei Passolongo

Menina do Brasil

Era uma menina linda
Olhos cheios de esperança
Queria pouco da vida
Apenas uma criança

Era uma menina sapeca
Revestida de alegria
Só desejava uma boneca
Pra lhe fazer companhia

Era uma menina pura
Sonhava os contos de fadas
Alma cheia de ternura
Ainda brincava de mãos dadas

Era menina faceira
Coração doce e apaixonado
Só pensava em brincadeira
Vivia num mundo encantado

Era menina tão bela
Sorriso cheio de amor
Sonhava ser cinderela
Desabrochava em flor

Era menina da favela
Pés no chão, sonhos na lua
Triste sorte da bela
Só queria sair da rua

Era menina de tantos brasis
Filha do sertão e da cidade
Só queria ser feliz
Num lar sem frio e maldade

Era menina brasileira
Filha da desigualdade
Sonhava pra vida inteira
Apenas a felicidade

Era menina inocente
Acreditava nos homens
E tudo que tinha na mente
Era matar sua fome

Era menina esperança
Continuava a sonhar
Só queria ser criança
Sem fome poder brincar

Era menina do noticiário
Vendida por algum dinheiro
Por mais um salafrário
A um gringo estrangeiro.

É , agora, uma menina triste...

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Carmen Vervloet

Missão do Poeta

Missão do Poeta

Saio desta ilha do egoísmo...
Me solto do chão
Pilotando meu avião...
Sustentação... Tração...
Levanto vôo!...
Sigo minha rota...
Desgarro-me da frota...
Busco meu universo...
Escrevo meu verso...
Vôo entre nuvens macias...
Sobrevôo terras vazias...
E alcanço as estrelas...
Onde encontro à luz...
Cumpro a missão
Que Deus me deu
Junto com o dom da vida...
Seco o pranto...
Trato a ferida...
Levo o encanto...
Colho a flor e ofereço...
Colho encantamentos...
Tiro as pedras do caminho...
Arranco os espinhos...
Deixo sempre um afago...
Espalho poeira dourada de carinhos...
Mesmo que pareça um visionário...
Mesmo que seja imenso o sofrimento
E vário...
Em cada coração solitário...
Passageiros do meu avião
No meio do turbilhão...
Tempestades de dor
E desamor...
Dôo... Dôo... Dôo...
Este amor infinito...
Tão bonito...
Guardado dentro de mim...
Mas que não é meu,
É seu...
É do mundo!...
Sentimento profundo
Que faz brotar o sorriso
Que se torna riso
E faz feliz quem tem coragem
De comigo voar
Na Companhia Versos de Amar!

Carmen Vervloet

Foto de Fernanda Queiroz

Lembrar, é poder viver de novo.

Lembranças que trás ainda mais recordação, deixando um soluço em nossos corações.
Lembranças de minhas chupetas, eram tantas, todas coloridas.
Não me bastava uma para sugar, sempre carregava mais duas, três, nas mãos, talvez para que elas não sentissem saudades de mim, ou eu em minha infinita insegurança já persistia que era chegado o momento delas partirem.
Meu pai me aconselhou a plantá-las junto aos pés de rosas no jardim, por onde nasceriam lindos pés de chupetas coloridas, que seria sempre ornamentação.
Mas, nem mesmo a visão de um lindo e colorido pé de chupetas, venceram a imposição de vê-las soterradas, coibidas da liberdade.
Pensei no lago, poderiam ser mais que ornamento, poderia servir aos peixinhos, nas cores em profusão, mesmo sem ser alimentação, prismaria pela diversão.
Já com cinco anos, em um domingo depois da missa, com a coração tão apertadas quanto, estava todas elas embrulhadas no meu pequenino lenço que revestia meus cabelos do sol forte do verão, sentamos no barco, papai e eu e fomos até o centro do lago, onde deveria se concentrar a maior parte da família aquática, que muitas vezes em tuas brincadeiras familiar, ultrapassavam a margem, como se este fosse exatamente o palco da festa.
Ainda posso sentir minhas mãos tateando a matéria plástica, companheira e amiga de todos os dias, que para provar que existia, deixaram minha fileira de dentinhos, arrebitadinhos.
Razão óbvia pela qual gominhas coloridas enfeitaram minha adolescência de uma forma muito diferente, onde fios de metal era a mordaça que impunha restrição e decorava o riso, como uma cerca eletrificada, sem a placa “Perigo”.
O sol forte impôs urgência, e por mais que eu pensasse que elas ficariam bem, não conseguia imaginar como eu ficaria sem elas.
A voz terna e suave de papai, que sempre me inspirava confiança e bondade, como um afago nas mãos, preencheu minha mente, onde a coragem habitou e minhas mãos pequeninas, tremulas, deixaram que elas escorregassem, a caminho de teu novo lar.
Eram tantas... de todas as cores, eu gostava de segura-las as mãos alem de poder sentir teu paladar, era como se sempre poderia ter mais e mais ás mãos, sem medos ou receios de um dia não encontrá-las.
Papai quieto assistia meu marasmo em depositá-las na água de cor amarelada pelas chuvas do verão.
Despejadas na saia rodada de meu vestido, elas pareciam quietas demais, como se estivessem imaginando qual seria a próxima e a próxima e a próxima, e eu indecisa tentava ser justa, depositando primeiro as mais gasta, que já havia passado mais tempo comigo, mesmo que isto não me trouxesse conforto algum, eram as minhas chupetas, minhas fiéis escuderias dos tantos momentos que partilhamos, das tantas noites de tempestade, onde o vento açoitava fortes as árvores, os trovões ecoavam ensurdecedores, quando a casa toda dormia, e eu as tinha como companhia.
Pude sentir papai colocar teu grande chapéu de couro sobre minha cabeça para me protegendo sol forte, ficava olhando o remo, como se cada detalhe fosse de suprema importância, mas nós dois sabíamos que ele esperava pacientemente que se cumprisse à decisão gigante, que tua Pekena, (como ele me chamava carinhosamente) e grande garota.
Mesmo que fosse difícil e demorado, ele sabia que eu cumpriria com minha palavra, em deixar definitivamente as chupetas que me acompanharam por cinco felizes anos.
Por onde eu as deixava elas continuavam flutuantes, na seqüência da trajetória leve do barco, se distanciavam um pouco, mas não o suficiente para eu perdê-las de vista.
Só me restava entre os dedinhos suados, a amarelinha de florzinha lilás, não era a mais recente, mas sem duvida alguma minha preferida, aquela que eu sempre achava primeiro quando todas outras pareciam estar brincando de pique - esconde.
Deixei que minha mão a acompanhasse, senti a água fresca e turva que em contraste ao sol forte parecia um bálsamo em repouso, senti que ela se desprendia de meus dedos e como as outras, ganhava dimensão no espaço que nos separava.
O remo acentuava a uniformes e fortes gestos de encontro às águas, e como pontinhos coloridos elas foram se perdendo na visão, sem que eu pudesse ter certeza que ela faria do fundo do lago, junto a milhões de peixinhos coloridos tua nova residência.
Sabia que papai me observava atentamente, casa gesto, cada movimento, eu não iria chorar, eu sempre queria ser forte como o papai, como aqueles braços que agora me levantava e depositava em teu colo, trazendo minhas mãozinhas para se juntar ás tuas em volta do remo, onde teu rosto bem barbeado e bonito acariciava meus cabelos que impregnados de gotículas de suor grudava na face, debaixo daquele chapéu enorme.
Foi assim que chegamos na trilha que nos daria acesso mais fácil para retornar para casa, sem ter que percorrer mais meio milha até o embarcadouro da fazenda.
Muito tempo se passou, eu voltei muitas e muitas vezes pela beira do rio, ou simplesmente me assustava e voltava completamente ao deparar com algo colorido boiando nas águas daquela nascente tão amada, por onde passei minha infância.
Nunca chorei, foi um momento de uma difícil decisão, e por mais que eu tentasse mudar, era o único caminho a seguir, aprendi isto com meu pai, metas identificadas, metas tomadas, mesmo que pudesse doer, sempre seria melhor ser coerente e persistente, adiar só nos levaria a prolongar decisões que poderia com o passar do tempo, nos machucar ainda mais.
Também nunca tocamos no assunto, daquela manhã de sol forte, onde a amizade e coragem prevaleceram, nasceu uma frase... uma frase que me acompanhou por toda minha adolescência, que era uma forma delicada de papai perguntar se eu estava triste, uma frase que mais forte que os trovões em noites de tempestade, desliza suava pelos meus ouvidos em um som forte de uma voz que carinhosamente dava conotação a uma indagação... sempre que eu chegava de cabeça baixa, sandálias pelas mãos e calça arregaçada á altura do joelho... Procurando pelas chupetas, Pekena?

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

**Texto não concorrendo.**

Foto de Paulo Gondim

Nossa Música

NOSSA MÚSICA
Paulo Gondim
23/02/2006

Não há como ouvir essa música sem pensar em ti.
É impossível disfarçar o pensamento, desviar a atenção
Todos os acordes, todas as notas me levam para ti.
Como se fosse um rio, uma onda, um oceano,
Que me transportam a teu sorriso, tua paz, tua alegria.

E aí, eu mergulho nesse mundo de fantasia
Que são meus dias longe de ti, eternos, sem fim...
Mas que se tornam breves, pois te sinto perto
Ali, bem juntinho, na minha lembrança
Pois também sei que vives a pensar em mim

E me conforma a certeza desse amor maior
Esse amor só nosso, lindo, puro e verdadeiro
Um amor intenso, porém calmo, sincero
Cheio de paixão, com gosto de um amor primeiro

Por isso ouço essa música, a nossa música!
Sem pressa, baixinho... Só, mas na tua companhia
Que fica na minha lembrança, como criança
Que dorme feliz e sonha com um novo dia

E ouço e repito, várias vezes, essa música mágica,
Encantadora, suave, para compensar a tua ausência
Que me toma por inteiro, que me deixa triste
Pois tua saudade persiste nesta insistência

E, assim, passo os dias que me separam de ti
Desde que nos amamos pela penúltima vez,
E ouço nossa música, por vezes repetida
Na espera ansiosa de que virá a próxima vez

E nessa espera longa, conto os dias, os minutos
E meu coração se deixa levar pelo som
E bate no compasso de cada acorde dessa música tão bonita
Escuto-a novamente, repito-a e continuo a pensar em ti
E tenho mais certeza dessa paixão tão infinita.

Foto de Paulo Gondim

Adão e a costela

Adão e a Costela
Paulo Gondim
05.05.2006

Tristonho no Paraíso
Certa vez estava Adão
O Senhor lhe perguntou
Se tinha preocupação
Adão disse, -meu Senhor:
Minha vida está vazia
Viver só é muito ruim
Eu quero uma companhia

Na grande sabedoria
Logo assim disse o Senhor:
-Eu já sei isso o que é
E em seguida arrematou:
-Homem quando está assim
Está querendo mulher
Então vou lhe arrumar uma
Do jeito que você quer!

Ela lhe será fiel
Far-lhe-á muito carinho
Será sempre companheira
Nunca o deixará sozinho
Não reclamará de nada
Nem mesmo do futebol
Vai esperar por você
Sempre embaixo do lençol!

Lavará a sua roupa
Vai lhe fazer cafuné
Sempre pronta para o amor
Como você bem quiser
Você pode ir ao bar
Enquanto ela ver TV
Agüentará os seus porres
Mesmo sem querer beber.

Então adão perguntou
-Quanto isso vai custar?
-Dois braços e uma perna
Disse o Senhor, devagar
Adão logo perguntou:
-E só com uma costela
O que eu consigo arranjar?

O resto dessa estória,
Todos vão saber um dia
Não fora adão tão mesquinho
E dera o que Deus pedia
Se d'uma simples costela
Deus fez a mulher tão bela...
Imagine de uma perna...
Como a mulher não seria? !!!

Foto de Ronita Rodrigues de Toledo

ABISMO

Vou andando por aí
meio afobada
a procura de mim...

Corro ruas,avenidas,
dobro esquinas.
Vou de encontro
a contra mão.

Meu relógio parou,
é inverno,
o sol se ofuscou...

Escrevo o passado a giz,
apago as tristezas
e arrisco dizer
que fui feliz...

E o vento da noite
vem me falar:

-A vida é mesmo assim!
Posso e falo por mim
que ontem bramia
com a tempestade no mar...
Hoje sou briza solitária
na noite fria a sussurrar...

E... vou andando por aí
na companhia
do meu grito calado,
escalando o abismo
que há em mim...

Vou em busca de outros braços
para abraçar meu abraço
e eu possa, quem sabe um dia...
encontrar-me
em fim...

Ronita Marinho - BN

Foto de Maria Goreti

COMPUTADOR

Que amigo estranho é esse
Que te envolve, cativa e vicia?
Que companheiro leviano é esse,
Que ao te conquistar foge de ti?
Mau caráter pára de funcionar!
Abandona-te em plena luz do dia,
Arranca o tapete de sob os teus pés
Sem dar-te a menor satisfação!
Este falso amigo que te prende horas a fio,
Afasta-te do convívio familiar,
Causa-te uma tendinite,
Uma cervicalgia,
Não te deixa partir quando queres,
Mas foge de ti quando mais necessitas
Da sua companhia!
Que amigo sarcástico é esse
Que te oferece amigos virtuais
E te priva do seu convívio e,
No primeiro dia do ano,
Resolve não funcionar?
Máquina ingrata!
Não sabe ser companheira.
Desalmada!
Não tem coração!

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES - 01/01/06

Foto de Naja

AMORES QUE SE VÃO

COMPANHIA.. TRISTEZA....SOLIDÃO

Preciso me convencer
que minha vida é sem você
Com trabalho me envolver
Não tentar te esquecer
pois isso não vai acontecer.
Mas minha mente ocupar
E a outros ajudar
Que passam assim como eu
Pelo solidão e a dor
Por ter perdido um grande amor.
Sem ter mais esse amor de fato
E saber que nem volta vai haver
A esses, quem sabe consigo
Encaminhar pela vida
Sem ter como eu essa sensação
de ter apenas por companhia...
Muita tristeza.. e .solidão..
naja
Publicado no Recanto das Letras em 31/10/2007
Código do texto: T717650

Foto de Maria Goreti

Meu Lamento

.

Minha voz soa em ecos contínuos...
A dor que inunda o meu ser é solidão.
Minh’alma ressentida busca consolo
Na melodia sussurrada, do vento
A soprar pelas frestas da porta entreaberta.
Sinto frio e o sangue a estancar em minhas veias.
Lamenta meu coração...
Meus sonhos?
Não sei onde estão.
Até estes me abandonaram...
E a vida... Esta,
Parece estar cansada de mim.
Todos parecem cansados de mim...
Até eu pareço ter-me cansado de mim.
Meu coração em descompasso
Perde-se entre o ser, o querer e o saber.
Completamente desequilibrada,
Já não sei onde estou, nem pra onde vou.
Minhas pernas não atendem aos comandos do meu cérebro
que finge não entender a minha vontade...
Quero correr, quero sair do labirinto onde me encontro,
Perdida, desolada e só,
Onde nem mesmo a morte quer a minha companhia.
Estou exausta...
Quero chorar, mas não consigo...
Secaram minhas águas...
O meu mar não mais produz lágrimas,
Meus olhos não ousam produzir mar.

©Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 01/10/07

Foto de Paulo Zamora

O amor que eu sinto

O amor que sinto me fez escrever palavras lindas sobre você, lembro ainda, como se fosse neste exato momento, quando você apareceu pela primeira vez na minha frente, o coração bateu com batimentos desconhecidos pra mim; seria amor? Sim. Seria paixão? Sim. O que antes eu nunca havia sentido... foi você, aquele ser que me despertou para essa grande emoção de poder sentir o verdadeiro amor tomando conta de mim,e dos meus pensamentos, tão comum, mas que era novidade para essa pessoa que é aprendiz da vida, e sempre será assim.
Adoro beijar o seu sorriso, amo ter você na minha companhia, sendo a fonte do mais puro amor que um ser humano pode sentir pelo outro. O amor que eu sinto ultrapassa a inspiração de escrever palavras lindas sobre você, agora; me faz dizer ao mundo que você é pra mim a pessoa mais importante que existe. Eu te amo profundamente...
De seu grande amor.
(Escrito por Paulo Zamora em 17 de outubro de 2007)

www.pensamentodeamor.zip.net

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