Companhia

Foto de PeroladaCoroa

Coração Enluarado

Coração Enluarado

Crava-se nos céus o mesmo ascendente
Lindo desenho de Deus a nós ornar
Esse astro que te faz tão frágil
Moldando teu coração ao meu palpitar.

Guarda-me com teu manto e encanto
Protege-me da precipitação das luas ousadas
Com tuas garras aperta-me o coração junto ao teu
Esgotas e exprimes toda a imensidão do amor que não morreu.

Nas estrelas do teu mar de solidão
Companhia de teus dias e noites
Lua tão menina e mulher utopista
Tece teias de sonhos e paixões avassaladoras e anarquistas .

Banha-te nas águas desse mar de ilusões
Senta-te na areia ornada com conchas e corais
Teu elemento água fresca flui nas minhas veias tão mortais
Refrigerando os movimentos desse mar de essências tão reais.

(Inspirado na musica "Desenho de Deus"-Armandinho-Brasil)

Foto de JGMOREIRA

POEMA DO MENINO JESUS - ALBERTO CAEIRO

Poema do Menino Jesus

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.

E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ANDANÇAS"

ANDANÇAS

As agruras de rotina...
Dispersei sem doação...
O pior que não combina...
Viver sozinho sem irmão!!!

Nesta longa caminhada...
Muita companhia desfrutei...
Em horas certas ou em horas erradas...
De um amigo precisei!!!

Só, lembrei que era tempo...
De recorrer ao meu Senhor...
Que no mais puro sentimento...
Ensinou-me o que é o amor!!!

No lugar certo, e no exato momento...
Aprendi a caminhar...
Esqueci o sofrimento...
Agora sei o que é amar!!!

Foto de POETISA SOLITARIA

OBRIGADO...

Obrigado pelos dias em que passamos juntos;
Obrigado por ter me dado mais uma vez o prazer de sua companhia;
Obrigado por ter me feito mulher mais uma vez;
Obrigado por ter me feito sentir bem e segura;
Obrigado por ter me dado prazer e ter me desejado;
Obrigado por ter me devolvido o sentido de sentir o coração bater;
Obrigado por me fazer enxergar que eu posso tentar;
Obrigado por ter me feito sentir, nem que seja pela ultima vez, sua companheira...
Ter me feito sentir sua namorada, sua mulher, sua...
Mesmo sabendo que pode ter sido pela ultima vez...
Mesmo sabendo que não é de mim que gosta mais...
Mesmo sabendo que em sua vida já se existe outras...
Mesmo assim...
...Obrigado por me fazer sonhar que um dia tu possas voltar!

Foto de Marta Peres

Alma que Voa

Alma que voa

Nas noites minha alma sai a volitar
E a leveza inebria min’alma, dá prazer...
Vejo-me como luz, sem peso minha matéria voa
E livre não quer voltar... lá no alto tudo vejo,
Estou acima dos problemas e angústias e dores
Que ficaram, longe, bem a baixo da esperança...
Minha mente fica clara e tudo posso entender,
Não sou mais escrava da vestimenta e com
Perspicácia descubro como tudo é fácil e belo...
A mente desocupada das preocupações do dia-a-dia
É companheira e companhia para o coração
Que feliz saltita, sorrindo e voando sob as luzes
Das estrelas que enfeitam o céu...

Marta Peres

Foto de Amador Solitário

Uma Ano e Meio Sem Vc

Se a Saudade matasse, estaria eu, agora,
gozando de Inimaginável êxtase e liberdade carnal...
Estaria vagando pelo invisível, te buscando em cada canto, som, cheiro...
O infinito seria minha casa e Vc, minha eterna companhia!!!

Se o tempo pudesse Voltar dessa vez...
Se o Sol Brilhasse em minha noite, ou se ao menos minha noite fosse agradável...
Se essa preposição deixasse minha vida... se minha vida deixasse...

A eterna ventura, desventurada confesso, de um coração em débito;
A ausência que já me faz companhia há tempos;
O beijo que ficou suspenso... Seus Braços... Abraços...
Falta um pedaço de mim, nada me basta, pasto, perpasso...

E se eu lutasse, voltasse a viver... vivesse...
Revivesse, não bebesse nem me cortasse...
Será que recolheria o perdão Divino??? Cretino? Desatino!
Meu celeiro está vazio e minh´Alma imersa em trevas...

Revele tua face, nua, despida de carne....
Cumpra com o prometido, se mostre e recoste teus lábios nos meus
Me aqueça, enlouqueça, mostre-me o real, tua face límpida
Recubra-me com teu manto de Amor e Luz...

Me dê aquela borracha e um novo lápis!!!
Quero poder desenhar outra história
Desta Vez com muito mais cores e se me for permitido
Com um sinal emitido, um Final Feliz

Foto de Flower Medeiros

Lembranças

As melhores horas do dia, são aquelas em que posso parar e pensar em ti e sempre é a noite,
Quando o sol vai se deitar e a Lua vem me fazer companhia.
Ela vem até minha janela para ouvir meus pensamentos, ouvir a cada batida do meu coração,
Ela sabe que seu nome pulsa com muita força em cada parte do meu corpo, está totalmente preso aos meus desejos, aos meus anseios.
Ela sorri, ela chora e se emociona toda vez que suspiro, pois ela sabe que tudo é verdadeiro, que tudo são apenas lembranças, de momentos que só tivemos em meus sonhos.
Lembranças, de histórias que inveitei antes de dormir,
Lembranças de algo que quero, que preciso.
Mas só são realidade quando as imagino que são reais.

autora: Flower

Foto de Flower Medeiros

Hei Você !

Hei você, só vim dizer que já não sofro mais.
Hei você, a tortura já não me acompanha mais.
Hei você, só para ficar tudo certo.
Já não te amo mais.

Passei muito tempo na companhia da solidão,
Ela não fez nada bem, só chorei, só me amargurei.
E você agora já não faz mais falta.

Sou livre já posso sorrir, me olhei no espelho,
Vejo quanto tempo perdi,
Desejo-te muita sorte na vida,
Pois agora vou atrás da minha.

Penso até em me apaixonar outra vez,
Quem sabe.
Mas desta vez não me entregarei tão fácil não,
Você me ensinou muito, reconheço.
Ensinou que eu tenho meu valor

E não errarei mais,
Eu venho em primeiro lugar agora,
Fico feliz por você está feliz,
E sou mais feliz ainda porque sou bem feliz agora.

Foto de Lu Oliveira

Ausência

Ausência
Companhia ingrata
M
.... A
...... L
........ T
.......... R
............ A
.............. T
................ A
Este coração
Que só quer te amar...
Ausência
Triste presença
M
.... A
...... C
........ H
.......... U
............ C
.............. A
este coração
que não agüenta mais
te esperar
Ausência
Presença constante
Ânsia latente
Desejo de te encontrar...

Lu Oliveira
2006

Foto de amarvtd1

O crepúsculo visto da janela do coração.

Matizes do amarelo atrás das montanhas.
Os Dois Irmãos espreitam mudos o solenes.
É o dia que finda, levando embora a luz do sol e trazendo a noite fria e solitária de Ipanema.
A solidão nem sempre é má. Às vezes nos reaproxima de nós mesmos. Vemos dentro.
Reflexão. Paz. Silêncio...
(E a luz se esvaindo...)

Num canto qualquer, crianças gritam,
No céu, pássaros ainda voam
E na cabeça, pensamentos correm, saltam, e pairam. Estagnados até tornarem-se certezas.
Frivolidades ou decisões vitais: Todos juntos ao som da música que não pára de se repetir, hora perceptível, noutra não mais, até se fazer ouvir novamente.

Nuvens riscam o céu, trazidas pelo vento da noite, mas ainda refletindo os resquícios daqueles matizes que, suavemente, ao longe, se vão apagando...

Nada substitui a luz do sol, que clareia pensamentos e caminhos.
Nada substitui a companhia de nós mesmos. Interlocutores da alma.
Os mais sinceros.

É noite.

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