Corpo

Não sei ficar sozinho
Casa vazia, paredes nuas
Vida vadia, saudades suas...
Logo me acalmo
Se te lembrar

Não caibo no meu corpo
Morada fria, cabeça cheia
Sangue rebelde, louco nas veias
Se fecho os olhos
Posso sonhar

O teu abraço é um abrigo
O teu olhar me arranha
Perdido, louco e só
Que encontra porto, vence o perigo
Acha socorro, busca o sorriso
No teu olhar

E se não sobra juízo
Parece estranho, ignaro
Insano, ingênuo, ordinário...
Mas não me furto
De perguntar...

Será que sinto sozinho?
Será que a vida me engana?
Mereceria um carinho?
Há algo que nos irmana?

Se nada existe
Meu corpo insiste
Divido contigo o sol
E isso basta, pra eu te sentir
Quem sabe amar...

Queria ser como uma borboleta,
A testar seus olhos,
A voar,
Brindando, com cores,
A sua vida sem calor,
Perfumar tuas noites,
Com o cheiro do amor,
Preencher teus braços,
Com meu corpo,
Beijar a tua pele,
Na altura de teu peito,
Estreitar um jeito,
De beijar,
Abrir uma janela,
Para entrar o orvalho da madrugada,
Tirar tua pose,
Com um riso,
Voar para teus braços,
Como um refugio a tempestade de desejo,
Consumir-te a cada beijo,
Travando uma dança, com minha voz na tua garganta,
Teu gosto morno,
A enlouquecer meu corpo,
Voar, passear minhas mãos, conhecendo a maciez da tua pele,
Fugir como que a repelir,
Fingir adormecer,
Estender minhas asas,
Como fios de cabelo no teu travesseiro,
Dança de pernas, atadas no teu corpo,
A expelir o que me deixa louca,
Acalmando, essa mania de viver.

Hoje vi-te, passas-te por mim como o vento passa entre as folhas.
Não nos falamos, não nos tocamos, mas eu senti-te e tu sentis-te-me. Trocamos intensos olhares, os ritmos dos corações descompassados.Os meus lábios chamavam pelos teus comos as plantas chamam pela água. Todo o meu corpo era desejo carnal, estva sedento do teu.
Esta noite sonhei contigo eramos só nós, as tuas mãos percorriam o meu corpo desnudo de medos, de perconceitos, de roupas; os teus lábios saciavam os meus!
Senti o teu corpo no meu, juntos eramos um só, a noite estava calma, em silêncio, apenas se ouviam os sonos dos nossos corpos. Brindas-te-me com um olhar quente de desejo, de prazer e sorriste.
Disseste que eu era um mundo secreto que ansiavas descobrir; querias a chave desse meu mundo; um mundo secreto, sombrio e eu sorri:(eu sabia que era a ultíma vez que te fazia meu depois deixar-te-ia sem culpas. Nessa tinha-lhe dado a vida e a morte, o paraiso e o inferno.)
Brindei-te com um olhar e um sorriso de malvadez e tu rendes-te-te tal como um guerreiro perdido no campo de batalha, eras meu!
Dormias perfundamente levantei-me fui ate á janela, a lua banhava o quarto olhei para a cama uma ultima vez dormias como uma criança vesti-me em silêncio. Foi a última vez que te vi, até hoje e tudo voltou.

Doce boca a sua
Menino garoto
Quem diria eu soubesse
Que enxergar o outro lado
Do muro que eu mesma criei
Fosse tão mágico
Descoberta querida
Corpo nocivo e ousado
Feliz eternidade
Crescer sempre e estar aberta
Ao mundo que é tão complexo
E não tem disciplina
Doce boca boca a sua
Que me trouxe alegria.