Dizer

Foto de Marilene Anacleto

Amor Escravo

Leva a vida sem saber onde pisar
Junta caveiras para não contrariar
Humilha-se sem poder dizer não
Porque crê que perderá o coração.

Coleciona cometas escaldantes
Com medo de parar um só instante
O céu já nem almeja, decerto,
A vida se assemelha a um deserto.

A estação será sempre o inverno
Já nem almeja um carinho terno
Os dias são de nuvens densas

Soma-se este tempo ao eterno
Supõe que haja apenas o inferno
O amor não faz parte de suas crenças.

Amor escravo. Tristeza. Solidão a dois.

Foto de josimar-almeida

O querer de uma criança

Outrora estava lá,
Com os olhos cobertos por lágrimas, entristecido,
Hoje aqui, risonho e feliz,
Mas lembrando da tristeza, porém, não esquecido.

Sou criança, não me preocupo
Muito com as más atitudes,
Mas com a família meu coração fala alto
E para a felicidade reinar, exijo certas virtudes.

Quero sim premunir brigas e desencontros,
Espero ouvi-lo ao chegar a tarde e dizer: Oi amor!
Esta é a minha esperança e meu sonho,
De ambos os lados reconhecerem o seu valor.

Me desculpe se estou sendo exigente,
Ao seu modo de ver, devo até pedir-te perdão,
Mas o que quero é simples,
Porém essencial para o meu coração.

Sabe, brincar, passear, estudar,
Tudo isto é fácil, tudo normal,
Mas sem este gesto
Nada faz sentido, tudo se torna mal.

Vocês têm tantas coisas para me ensinar,
Ao mesmo tempo, muitas a aprender.
Sou uma criança linda e inteligente,
Mas existem problemas que não consigo entender.

Espero que Papai do céu conceda sua benção
E que as derrame sobre as razões do meu viver,
Sobre as duas pessoas que mais amo,
Que me trouxeram ao mundo tornando-me um ser.

Papai, mamãe, vocês são uma única carne,
E o gesto que peço é simples, é fácil dizer.
Nada faz sentido em minha vida, se eu não ouvir:
Meu filho, eu amo você!

Foto de João Victor Tavares Sampaio

A Flor do Desespero

“Para dizer a verdade, não nasci nem do Caos, nem do Orco, nem de Saturno, nem de Japeto, nem de nenhum desses deuses rançosos e caducos. É Plutão, deus das riquezas, o meu pai. Sim, Plutão (sem que o leve a mal Hesíodo, Homero e o próprio Júpiter), pai dos deuses e dos homens; Plutão, que, no presente como no passado, a um simples gesto, cria, destrói, governa todas as coisas sagradas e profanas; Plutão, por cujo talento a guerra, a paz, os impérios, os conselhos, os juízes, os comícios, os matrimônios, os tratados, as confederações, as leis, as artes, o ridículo, o sério (ai! não posso mais! falta-me a respiração), concluamos, por cujo talento se regulam todos os negócios públicos e privados dos mortais; Plutão, sem cujo braço toda a turba das divindades poéticas, falemos com mais franqueza, os próprios deuses de primeira ordem não existiriam, ou pelo menos passariam muito mal; Plutão, finalmente, cujo desprezo é tão terrível que a própria Palas não seria capaz de proteger bastante os que o provocassem, mas cujo favor, ao contrário, é tão poderoso que quem o obtém pode rir-se de Júpiter e de suas setas. Pois bem, é justamente esse o meu pai, de quem tanto me orgulho, pois me gerou, não do cérebro, como fez Júpiter com a torva e feroz Minerva, mas de Neotetes, a mais bonita e alegre ninfa do mundo. Além disso, os meus progenitores não eram ligados pelo matrimônio, nem nasci como o defeituoso Vulcano, filho da fastidiosíssima ligação de Júpiter com Juno. Sou filha do prazer e o amor livre presidiu ao meu nascimento; para falar com nosso Homero, foi Plutão dominado por um transporte de ternura amorosa. Assim, para não incorrerdes em erro, declaro-vos que já não falo daquele decrépito Plutão que nos descreveu Aristófanes, agora caduco e cego, mas de Plutão ainda robusto, cheio de calor na flor da juventude, e não só moço, mas também exaltado como nunca pelo néctar, a ponto de, num jantar com os deuses, por extravagância, o ter bebido puro e aos grandes goles.”

- O Elogio da Loucura (Erasmo de Roterdã)

Louçã
A filha da morte
Mãe dos desencontrados
A Loucura, quente frieza
Tem a razão;
A Loucura assim em clareza
É pura escuridão

Esqueçam de cobra ou maçã
Pecados
De um raciocínio consorte
Falso cristão:
A simbiose, que é doce ilusão
O educar do prazer
A realidade do reproduzir
Não tem efeitos comprovados;
Se alguém tentar introduzir
O dever
Ou outra asneira em semelhança,
Se lembre de quando em criança
O mundo que nos parece acolher
Trai-nos em manso
Em lento avanço
De sermos adultos e suficientes
Sábios e clarividentes

Em ser injusto e imperfeito
O mundo que soa ideal
Passa longe de satisfeito;
Ou seja:
No final da vida é o final
Ao invés do que se almeja
Que se encontra ao natural;
Sem moral ou solução
Sem nexo de orientação;
Sendo a falha em seu ardor
A máquina em seu labor;
Eis o humano enfim descrito
Pequeno e frágil ao infinito;
Entregue
Ao destinar que lhe carregue;
Sendo insano por lutar
Por nadar em naufragar;
Pois isso explica a loucura
E o amor:
Nada mais que a abertura
O botão da semeadura
De um desespero em flor

Foto de Carmen Lúcia

O homem de minha vida

Há um cara dentro de mim
que mexe com meu coração.
me deixa feliz quando choro
e me abala quando se cala...
Faz cara feia, se amolo,
sorri, quando lhe peço colo.

Há um cara dentro de mim
que roubou meu coração.
Estereótipo de homem e ação...
Às vezes leão, coragem, bravura,
por outras, menino-passarinho,
repleto de brandura,
doando-se inteirinho.

Há um cara dentro de mim
que é parte de meu coração...
Aos meus apelos diz sim,
mas também sabe como dizer não.
Em doses certas... Razão e emoção!
A esse cara que eu amo demais
desejo um "Feliz Dia dos Pais”!

_Carmen Lúcia_

Foto de Allan Dayvidson

PERSONAGEM

"A primeira vez que coloco aqui um texto que não é de minha autoria. É de uma grande amiga e é, de fato, um poema muito bonito, sensível e especial para mim..."

PERSONAGEM
-Ana Paula Melo (19/07/2011)-

Disseram-me que você é ator,
Um excelente ator.
Estou escrevendo um filme
E quero que você seja o principal personagem.

O papel que darei
Para você fazer será “Eu”,
Sim, “eu”!
Quero ver se saberá me interpretar,
Se terá coragem de encarar.

De todos os papéis que você já fez,
Esse, para mim, é o mais importante.
Porque tudo que ensaiei para te dizer,
Você irá sentir mais do que palavras,
A todo instante.

Sei que fará muito bem
E eu irei aplaudir.
Afinal, és um ator,
Um belo ator.

Por favor, fique à vontade ao se expressar.
Quando terminar, estarei no camarim
Para responder todas as perguntas
Que, com certeza, há de me perguntar.

Só queria que você soubesse de alguma forma
O quanto te amei.
Nem que fosse em um filme
Que, na verdade, na verdade mesmo,
foi todo inspirado em você,
meu amado ator,
meu admirável ator.

Foto de Allan Dayvidson

TRAÇOS

"A vida sempre segue e tudo que podemos ser é gratos..."

TRAÇOS
-Allan Dayvidson-

Eu era destroços...
Escombros e escombros sobre os ombros, preso até os ossos.
Mas, de repente, me encontrei a salvo entre seus braços
E só pulsava e pulsava e pulsava seu coração
do interior de seu peito até a superfície daquele abraço.
E eu chorava e sorria e chorava:
“o que faço...
quando o mundo levar de mim até seus traços
naqueles esboços que sem esforço você fazia do meu rosto...
sempre sorridente?”

Ei, você aí do outro lado!
Senti tanto sua falta hoje cedo.
Mas não se preocupe, tudo dará certo.
Seria bom se estivesse por perto,
Mas onde quer que esteja,
Obrigado...
E boa noite!

Sei que o tempo passa, me pega e me leva para outros tempos
E que isso tudo é apenas uma fase, mais um contratempo.
e um dia, vou acordar e bocejar e seguir...
Mas sei que leva tempo e o tempo não pára,
e nem tudo é possível...
Só deixe-me dar mais uma olhada para esse céu
E querer e pedir e implorar,
Dizer só para mim mesmo o indizível:
“Como eu gostaria de tentar!”

Ei, você aí do outro mundo!
Tive um dia daqueles hoje,
E as palavras fogem de mim essa noite.
Então, se eu não for capaz de dizer tudo,
Sabia que, no fim, o que quero dizer é:
Obrigado...
E boa sorte!

Não sei o que teria sido de mim sem seus lenços de papel,
Sem você ali... para me interromper com um sorriso,
Sem seus esboços, seus traços, seus braços...
Então, preste atenção, você aí do outro lado,
Aqui vai meu amor em uma única linha:
“Muito obrigado”.

Foto de Arnault L. D.

Borboletas na escuridão

A fria brisa dá-me um beijo,
com lábios úmidos de Lua.
Meu coração compassa lento,
fecho os olhos e o desejo.
Abre-se em mim, qual na rua,
vias, desertas, para o vento.

As estrelas, todas moram,
na doçura da imensidão.
Ficam a esperar a treva
e as mariposas, que retornam,
borboletas na escuridão...
Na noite são; e o vento leva...

Madrugada, quero a solidão,
das luzes a névoa embotar,
na neblina que se esparsa,
a dizer não, ao que for visão.
A guardar pra si o limiar,
na ténue luz, que se esgarça.

Espero o frio a congelar,
contraste a pele que me ardia,
cabelos, olhos, a umedecer,
no hálito que a névoa é ar.
Sopra-me, distante o dia...
Noite fria, dá-me o anoitecer...

Foto de Allan Dayvidson

OUTRA VIDA

"A vida é uma sequência de acontecimentos únicos, impossíveis de se repetirem. Mesmo situações semelhantes acontecendo em momentos extremamente próximos se diferem uma da outra pela constituição de outros contextos radicalmente separados por milésimos de segundos... Mas quem nunca desejou outra chance?..."

OUTRA VIDA
-Allan Dayvidson-

De todas as coisas daqueles tempos de colégio,
Mexer com seu coração era meu maior privilégio.
Os meus 17 foram indubitavelmente seus.

Eu costumava acreditar que não existiria algo assim.
Você também não contava com gostar tanto de mim.
Minhas pernas estão bambas desde que “a gente aconteceu”.

Da próxima vez, não perderei a chance.
Levarei meus sentimentos às últimas conseqüências deste romance.
Da próxima vez, não pensarei duas vezes,
Deixarei você me convencer que não há nada por aí como nós...
Nada como nós dois.

Você era o pedaço de um bolo que não me atreveria a pedir.
Eu era um desafio fora das páginas de qualquer um daqueles gibis.
Você e o medo foram tema do meu primeiro poema.

Ouvi dizer que sua vida mudou bastante
E sou um souvenir que não ficaria bem em sua nova estante.
Como eu gostaria de voltar a ser seu problema!

Da próxima vez, não estragarei tudo.
Não pedirei permissão para viver cada um daqueles segundos.
Da próxima vez, serei nada menos que irredutível.
Não terei medo de acreditar que somos um plano mais que possível...
Um plano infalível.

O tempo não demonstra a menor intenção de voltar atrás.
Mas nunca fui do tipo que se contenta com um “nunca mais”.
E se houver uma próxima vez,
outra vida na qual ousemos nos exceder...
Que eu possa partilhá-la com você.

Da próxima vez, me recusarei a ceder.
Acreditarei quando disser que só precisa de mim e mais nada.
Da próxima vez, não amontoarei palavras
E não precisarei dizer tarde demais o que sempre tive medo de dizer...
“Eu amei mesmo de você”.

Mas, da próxima vez, você não me escapa.
Enquanto isso, desejo que seja feliz em sua própria estrada.
Até a próxima...

Foto de Allan Dayvidson

QUEBRA-CABEÇA

"Alguém disse uma vez que é um abismo o que separa uma pessoa de outra. Disse também que o ato sexual elimina esse abismo apenas momentaneamente..."

QUEBRA-CABEÇA
-Allan Dayvidson-

Meu quebra-cabeça tem milhões de peças,
Minha mochila, zilhões e zilhões de promessas,
Mas nenhuma boa razão para iniciarmos essa conversa...

Você mal conhece uma fração de mim.
E novas partes estão sempre a surgir.
Mas cada fragmento meu está prestes a se libertar...

Pelo ar,
os átomos se movem... se permitem... se desligam.
Saia de seu lugar,
E abandone também alguma de suas peças...

Seus sapatos lar-gados
Na porta de entrada.
Seu jeans des-botado
Jogado na escada.
Bom senso des-pido.
Mas não se atreva a consertar absolutamente nada!

Permita-me tirar vantagem de você.
Trata-se de muito mais que uma oferta,
Quero cruzar nossas fronteiras.

Mas, depois de tudo, não vá se surpreender
Se, dessa vez, eu for o primeiro a puxar as cobertas.
Cansei ficar apenas com a beira...

Não se preocupe, não pretendo medir
ou etiquetar nada do que faremos aqui.
Somos só eu e você,
quebra-cabeças eternamente incompletos.

Pelo ar,
Nossos estilhaços... se chocam... se misturam.
Saia de seu lugar
E aprecie plenamente cada momento...

Coração dis-parado
E meus olhos em você.
Estou quase sem-fôlego,
Mas ainda consigo dizer
Que assim é de-verdade
E não se atreva a consertar absolutamente nada!

E quando chegarmos ao fim,
Seremos como dois astronautas
Voltando do espaço.

Levarei daqui o que pertence a mim.
Não quero tudo de você,
Apenas um belo pedaço...

Foto de Ayslan

Paginas ainda em branco

Frases riscadas, rascunhos silenciados em textos descartáveis... Nada ainda escrito vou buscar tudo já amassado ate agora resgatar versos especialmente pra você jogados fora não aproveitados vou descrever a mensagem vinda do coração sem tradução... Sim vou tentar ser poeta, vou dedicar canções na radio vou declarar em público vou mandar flores...
Eu preciso compartilhar cada respiração contigo, preciso ver seu sorriso a cada manhã... Deixe seus dedos entrelaçados aos meus, preciso sentir sua mão apertando a minha e me dando forças para continuar a viver.
Eu estava só pensando mais poderia te chamar em voz alta, poderia dizer que isso que sinto agora é além do que eu possa imaginar nunca senti algo assim então pinto meu amor em folhas não importa quantas folhas vá precisar usar para te dizer que eu te amo só quero te ver sorrir.
Bom durante todo esse tempo eu estive escrevendo e escrevendo quando o que eu queria era te ver sorrir e diante de tantas paginas ainda em branco só quero mesmo te dizer que te amo... É tão bom ouvir seu coraçãozinho batendo sentir nossos lábios se encontrando respirar lentamente fazer o tempo parar ouvir esse silencio a nossa volta e quando esse beijo acabar quero ver o brilho dos nossos sonhos em teus olhos então eu te peço – Abraça-me deixe-me descansar agora em teus braços ate adormecer.

Para: Priscila

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