Dois

Foto de angela lugo

Um coração esquecido no tempo

Sinto um coração batendo no peito
Esquecido no tempo, sim é verdade.
Mas que ainda chora por ti docemente
Muitas vezes enfurecido, louco,enraivecido
Outras, calmo e sereno...
O pior é quando sinto as batidas como um eco
Dentro da minha cabeça
Que vai perdurando por muito tempo
Tento amansa-lo falando com ele
calmamente, dizendo que tu,
Sim tu, voltarás e nos levará.
Por entre estas vias que ficam a
Observar-nos durante nossa vida
Ele diz; não. Ele não voltará...
Eu insisto dizendo; sim. Ele voltará.
E cá ficamos nós dois falando
Sobre você que nem sabe mais
Nada de nós que ficamos aqui
Neste teu passado sem você lembrar
Tem horas que passa e nem o
percebo bater levemente em meu peito
Mas quando a saudade vem ele chora
Baixinho comigo e entristece o meu dia
Quando é noite é a pior hora, pois ele
Sempre quer ir embora encontrar você
Eu não deixo e grito com ele todo tempo
Amansa-te coraçãozinho em meu peito
Fica caladinho e esquece o tempo...
Esqueceste do meu coração sabiamente
Deixaste-o num lugar esquecido do tempo
Onde ninguém entra nem ao menos tenta

Foto de Anandini

não estás só,estou contigo...

O deserto...
A areia fumegante,
o oásis...
Não estás ali sozinho!
Olhe bem,
a sua frente...
Estou contigo,estou presente.
O calor inebriante,a areia
fina,pegajosa...
Colada em meu corpo,
que te pede a cada instante...
Estou ali...
pronta.
Esperando um sinal seu...
Acene...
Sou sua odalisca...
Tú es meu xeique
Vem...
Retire seu manto,
coloque de lado o turbante.
Aproxime-se...
Te convido ao amor...
ao prazer..
Deleite-se em meus carinhos...
te recebo...sou sua.
Venha...
Sinta meu perfume,
baunilha...no ar...
Deixe-me sentir seu rosto em meus cabelos negros.
envolva seus braços em meu corpo...
quero sentir a delicia ,
de seu peito nú.
Me toque...
me provoque...
Estou pronta para o amor...
Deslize vagarosamente...
suas mãos em minhas costas...
estou quente...
Sinta minhas curvas...
Agarre-se em minha cintura.
Me prenda...
Não quero desvencilhar-me de tí.
Meu corpo,moreno...
pelo sol pleno...
Minhas coxas,penugens douradas,
com o calor do sol.
Minhas coxas...
Se abrem para tí.
Me possua...
Agora...
Bem devagarinho...
Quero senti-lo latejante,
dentro de mim.
Me beije...
me devore...assim.
De costas...
Voltada para o sul
Deixe ajeitar-me em seu colo.
Assim...
Gosto exatamente assim...
Quero sentir meu seio,
roçando os pelos de seu peito.
Humm...
Agora,
Cavalgarei sobre tí...
Meu puro sangue indomável...
Leve...
livre...solta
pelo deserto a fora...
Somente nós dois...
euforia e prazer...
Me faça sentir o êxtase
de estar em seus braços...
Quero ficar assim...
Dentro de ti,
tu dentro de mim...
até o anoitecer...
Um só corpo,
entregues a paixão...
Sou tua...
Agora,sempre...
Quero rolar na areia contigo...
Fazer cócegas,rir de felicidade...
Olhar as estrêlas...
Ver-te entre elas...
O deserto ,a areia...
o oásis.
Não estás só.
Estou contigo...
Estarei sempre
Sempre que quiseres...
Para te amar,
Rir,
Olhar as estrelas...
Contemplar o novo dia...
Buscar esperanças...
De sermos felizes assim...
Juntos...
No deserto...
na areia...
no oásis...
se amando...
rindo
olhando as estrelas...
Estou aqui...
me queira...
me deseje...
me ame...
me chame...
estou pronta
para ama-lo até o amanhecer...

Foto de Homem Martinho

Como hoje se comemora o dia mundial da água

À BEIRA DO MAR

Os dois sentados, à beira do mar,
esquecendo tudo que nos rodeia,
escutamos a água a cantar,
cada vez que vem bater na areia.

Adorava contigo estar,
num romance colororido,
sentados à beira do mar,
falando de amor sentido.

Teu corpo gostaria de ter,
poder dar-te amor a valer,
tua saliva saborear.

Dar-te sobremesa de carinhos,
digestivo feito de beijinhos,
sentados à beira do mar.

Francisco Ferreira D'Homem Martinho
2007/03/22

Foto de edileia

Saudade de um beijo

Tanta saudade me mancha os olhos,
À lembrança embriagante
Do seu beijo...
Você foi sôpro de vida,
Um amanhecer de emoções.
Foi brisa,
Foi vento morno,
Que penteou meus cabelos
Com as mãos...
Tão frágil é a distância
Que me pego a dormir
Nos seus sonhos,
No repouso da promessa,
No seu chamar que não cessa...
Tanto céu, tanto mar!
E a mim é nada!
Não se conta o azul
Que nos separa,
Apenas o tempo da saudade,
Que nos faz, em dois,
Um só desejar...
Não há noite, solidão
Em minha espera.
Só a ãnsia que me faz viva,
Trôpega de vontade,
Do roçar dos seus lábios nos meus...
Assim, toda essa saudade
Pousa em mim,
Mirando o Atlântico,
E põe nosso amor
Nas mãos de Deus...

Foto de Zedio Alvarez

MEU RAIO X

O HOMEM ZEDIO: Honesto e sincero
SÓ DURMO: Depois que rezo
AO ACORDAR: Contemplo um novo amanhecer
RELIGIÃO: Católico
PRATO PREFERIDO: Feijoada
O MELHOR GOSTO: Mel
O MELHOR CHEIRO: De minha mulher
O CUMULO DO DESAMOR: O desrespeito
O CUMULO DO DESPERDÍCIO: Os gastos públicos
O CUMULO DO DESCONFORTO: Não estar num lugar com a minha mulher
A VOZ: É o encantamento da alma
A PALAVRA: É a transformadora do mundo

A MELHOR NOTICIA: A queda do muro de Berlim
A PIOR NOTICIA: A reeleição de Bush
ATRIZ: Fernanda Montenegro
ATOR: Marcos Nanini
CANTOR: Geraldo Azevedo
CANTORA: Marisa Monte
FILME: Ao Mestre com carinho
POESIA: Todas que falam do amor
O POETA: É um dos mensageiros do amor universal.
PROGRAMA DE TV: Fantástico (nos moldes antigos)
INSANA OU FERNANDA: As duas
POEMAS OU RECANTO: Os dois
VASCO OU FLAMENGO: “Flamengo sempre eu hei de ser”.
PETROLINA OU JUAZEIRO: “Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”
XADREZ OU FUTEBOL: Xadrez. Gosto de jogar umas peladas.
A CANÇÃO QUE ME TRANSPORTA: Todo Azul – Cantada por 14 BIS
OS VERSOS DE: Mario Quintana, Castro Alves, Érico Veríssimo e Cecília Meireles
ORGULHO DE: Ter uma família
SE FOSSE PRESIDENTE: Criaria o ministério da poesia (Não é corporativismo, pois a educação vem junto)
O QUE FALTA NO MUNDO: Muita paz, amor e justiça social.
UMA VERGONHA: A corrupção
UMA FERIDA ABERTA: A guerra do Iraque
UM BLEFE: Fernando Collor
UM EXEMPLO: Minha Mãe
UM RECADO: Vamos cultivar a paz sempre.
UM CONSELHO: Não tempere a sua mentira com as sobras de uma verdade.

Foto de Lou Poulit

O Caminho é o Mestre.

Precisei viver muito, cair e levantar muitas vezes, para legitimar no meu silêncio a simples impressão de que tudo valeu a pena, por ter aprendido algumas coisas. Há tantos anos que nem me lembro mais quando foi, li sobre o conceito cabalístico de amor. Achei que era uma coisa muito bonita, mas impossível de se conseguir. Parecia um paradoxo existencial insolúvel, porque parece pressupor o sacrifício da individualidade própria e sem ela, ainda que consigamos pisar no horizonte, não poderia haver nisso um mérito nosso, já que não terá sido uma obra nossa. Guardei o conceito com carinho numa das últimas gavetas da alma.

Os anos se sucederam e através deles uma aparentemente infindável sucessão de logros e malogros, que deixavam uma coisa cada vez mais clara e insofismável, na minha alma obstinada e penitente: as melhores coisas que havia conquistado não eram aquelas pelas quais me dispusera a tantos sacrifícios, não eram a montanha, mas sim as que em algum momento me pareceram uma pedra suficientemente firme, para enterrar o cravo e continuar a escalada. E isso foi verdadeiro em literalmente tudo. Sabia exatamente o que queria e, quase sempre, soube encontrar meios de prosseguir. Mas não sabia o mais essencial.

Não sabia que nossas ambições são como uma miragem. Ainda que sejam alcançadas, podem durar bem pouco nas nossas mãos. Mesmo porque logo precisaremos desesperadamente de um novo objetivo, uma nova referência para que possamos canalizar nossa energia. Precisaremos fazer isso, ou teremos a impressão de que todo o universo, em seu legítimo direito de prosseguir, está nos atropelando lenta e minuciosamente. Talvez possamos parar para comemorar uma conquista, ou nenhuma conquista, como fazemos mais freqüentemente, e assim exercer nossa auto-estima, e simplesmente não querer mais nada. Porém não poderemos interromper a sucessividade das coisas, ou a transitoriedade de tudo.

Como não podemos assumir nenhum dos extremos do paradoxo, ou seja, não podemos ser Deus nem tão pouco um inútil grão de areia, a solução está necessariamente no meio do caminho entre um e outro. Não é como encontrar uma agulha no palheiro, ou um determinado grão na praia, é muito mais difícil que isso!

Às vezes, por minha própria experiência, tenho a impressão de que posso propor uma solução: desconcentrar o foco. No entanto, preciso esclarecer uma coisa da maior importância: Quando digo desconcentrar o foco não estou defendo nenhuma abstenção, negligência ou leviandade generalizada, como pode perecer. Mas sim, muito ao contrário, redistribuir o feixe, contemplando mais as pequenas coisas do caminho, que estão sempre tão perto da gente; e nem tanto no horizonte, em cuja distância o foco talvez se perca irremediavelmente.

Isso não é nada fácil, concordo, mas deve ser uma espécie de aliança profícua. Sim, uma aliança porque assim daremos ao universo a oportunidade de participar muito mais proveitosamente das nossas conquistas, de nos oferecer alternativas, enquanto damos a nós mesmos a oportunidade de exercer mais legitimamente o nosso livre-arbítrio. Porém, aqui cabe um alerta: Não se deixe iludir pelo seu conceito vulgar e tão divulgado: O tal livre-arbítrio, instituição criada a partir textos inspirados, não pode ser o direito absurdo de fazermos o que bem entendermos. Crer nisso seria subestimar a inteligência do Grande Legislador, depois de superestimar a nossa. Não é minimamente razoável.

Vejo isso da seguinte maneira: suponhamos que você tenha dito ao seu filhinho amado que parasse a brincadeira para fazer o dever de casa. As crianças nunca têm pressa para aprender. Na verdade, ao fazer seus exercícios, querem mais se livrar da obrigação do que aprender o que os adultos pensam ser necessário. Ora, se você lhe desse dois ou três cascudos mais alguns gritos, certamente ele faria os seus exercícios e alguma coisa sobre a matéria haveria de fixar na mente, além dos cascudos e gritos, claro. Mas tenho a mais cristalina convicção de que você se sentiria um pai/mãe muito melhor, se ele resolvesse fazer o dever e aprender por conta própria! Sem precisar de qualquer penalidade. A evolução dele e a sua satisfação seriam muito mais legítimos e perenes. Pois aí está, para mim, o sentido verdadeiro do livre-arbítrio, dentro dos limites da mente humana. Até onde a criatura e o criador eram uma coisa só, não poderia haver esse mérito. Então, porque resolvemos criar nossos próprios objetivos e expectativas, e engendrar os meios para isso, passamos a precisar dessa instituição. Porque Deus, que não pode ser um pai menor do que eu ou você, prefere não nos arrastar para casa pelos cabelos. Na verdade não se trata de uma liberdade, mas da oportunidade de escolher bem e com responsabilidade.

Então, juntando tudo, creio ter uma boa proposta. É simples e não tem o rigor hermético imposto pelas instituições dogmáticas, que também tendem a priorizar suas próprias necessidades: focamos o horizonte apenas para que tenhamos uma referência de direção; depois criamos focos nas pequenas coisas que estão em nós, à nossa volta, entre nós e na mesma direção que escolhemos. Sem perceber, estaremos abrindo mão de uma parte do nosso ego cabalístico, aquele que quer satisfazer a si próprio, entretanto, também estaremos sintonizando a energia cósmica, que quer satisfazer a toda criatura, humana ou não, que possa escolher, segundo as preferências de cada uma. Além de satisfazer, segundo a Sua preferência, a todas as demais que não podem escolher por si.

A polarização sexual dessa questão é muito bem representada por um mito antigo: Os deuses do Olimpo estavam prestes a se unhar, por não haver consenso sobre quem teria mais prazer no amor, se o homem ou a mulher (uma questão que, hoje, a ciência responderia facilmente). Então Zeus, tido como grande sedutor mas que, provavelmente, era um péssimo amante, mandou chamar um semi-deus, por sua vez tido como apaziguador. Não podendo recusar a missão que lhe fora confiada, este meditou um pouco e depois afirmou categoricamente (sem a tecnologia atual): Quem tem mais prazer no amor é a mulher... Liderado pela extremada deusa Hera, mui traída esposa de Zeus, o bloco dos feministas já estava começando a sua festa. Mas, olhando os olhares inchados de raiva dos machistas, ele completou: ... Mas o homem é quem o provoca. E assim, enquanto o bloco dos machistas fazia a sua festa, a enfurecida Hera cegou o pobre semi-deus. Na tentativa de ajudar os que queiram compreender melhor a inexplicável sabedoria dos antigos, aqui vão versos definitivos de Vinícius de Moraes, da sua “Brusca Poesia da Mulher Amada”:

“...E de outro não seja, pois é ela
A coluna e o gral, a fé e o símbolo, implícita
Na criação. Por isso, seja ela! A ela o canto e a oferenda
O gozo e o privilégio, a taça erguida e o sangue do poeta
Correndo pelas ruas e iluminando as perplexidades.
Eia, a mulher amada! Seja ela o princípio e o fim de todas as coisas.
Poder geral, completo, absoluto à mulher amada!”

O verdadeiro amor só pode ser isso: O sentimento de querer bem e de satisfazer as pessoas/coisas amadas. E para dar certo, basta que aquele que ama seja uma das pessoas amadas. Ponto passivo: não existe uma matemática humana para o amor, essa coisa de determinar de modo fixo um ponto entre os dois extremos. Tudo bem, mas não estaria exatamente nisso o mérito? Veja, essa exatidão fixa, humanamente lógica, redundaria em mais uma estrutura ideológica capaz de engessar a psiqué e atrair o foco para o ego. Ela não é necessária. Mais importa que se exerça a vida, a alma, que se ame e que se cresça. A alma é o maior objetivo, o amor é o meio mais eficiente, e o caminho, quanto mais escuro mais guarda estrelas: É o mestre!

Foto de andrepiui

Eu...

minh´alma
como pode´s assim
sufocar -me
óhh!!! sentimentos meus

proclamarei em praça pública
quão belo a cor dos seus olhos
que tanto refletem
passar eu

perdido me encontro aqui
alí ou acolá rondando
palpitando coração
rompe as fronteiras osso e carne
se tornando refúgio, prisão

cantarei céus e mares
em todos os lugares
me entorpecerei do néctar
mais puro do chocolate

mesmo apimentado
sentindo seu doce gosto
no rosto suado
olhos dilatados
do mais puro baseado

em fatos recheados
de desejo por você
fortemente abalado
estão meus braços
cansados

lutando, mesmo que não ao seu lado
continuo sonhando acordado
que tudo que passou é enterrado
na história que ficou

acordado, agora estou
sentado,
dois ursos abraçados
emanando amor

que fazem brotar a flor
para o beijo
do passáro que vôou
na alma
sentimentos deixou...
(André dos Santos Pestana)

Foto de crissenagil

Ciúmes

Derrepente senti ciúmes de você,você nem ao menos esta ao meu lado,mas estou com ciúmes.Ciúmes de quem esta o vendo neste momento.
Sinto ciúmes da proxima que vai ouvir de você as mesma palavras que eu ouvi quando nos encontramos pela 1ª vez.
Eu fiquei perdida por você,fiquei desesperadamente apaixonada,seguindo seus passos ,procurando encontrar em seu coração um pequeno lugar para mim.
Você percebeu que gostava de você e se deixou gostar recebendo tudo e não dando nada em troca.Você era tudo que eu desejava.
Derrepente, como uma criança cheio de tedio e cansado de um brinquedo qualquer, você se afastou de mim.Compreendi que era o fim que se aproximava,e entendi que nunca tinha sido amada.
Você partiu nunca mais voltou,esperei inutilmente a sua volta,imaginei que um dia quando sentise saudades ,você voltaria pra mim.
Você partiu e nem ao menos me disse Adeus,partiu levando consigo tudo que o amor tinha me dado,levou para muito longe tudo que meu sonho mais ousado tinha imaginado...
Dentro da noite tudo é saudade,saudade de quem partiu.De quem me esqueceu.De quem me iludiu com tandas mentiras.de quem abriu o paraiso e depois fechou...fazendo com que tudo em volta de mim fosse se acabando.Dentro da noite é saudade de você.
Tudo em torno de mim fala de você ,reflete sua vida,seu olhar seu sorriso...vejo o seu sorriso alegre...foi esse riso que me conquistou ,foi esse riso que me deu uma falza imagem de felicidade,quando você ria perto de mim eu pensava estar ao lado de um anjo.No meu mundo de lembranças tudo é você ,estou sequindo entre lembranças...Estou vivendo do passado ,só no passado consigo encontrar você .No meu presente você não existe mais,não existe nada,só eu vivendo dia a dia de recordações que me fala sempre de você .
Jamais poderei amar alguém como amo você,jamais poderei ser feliz como fui quando tinha você ao meu lado.
Talvez longe de mim,um dia você possa ler esta carta e pensará que estou exagerando que entre nós dois nunca ouve nada sério ou definitivo, que nosso relacionamento não passou de uma aventura .
Sei que não há mais nada entre nós dois ,mais mesmo assinm,agora eu sinto ciúmes da proxima tola que vai se aproximar de você e viver tudo que eu já vivi.

Foto de Damien

Inversa presença

Me dói sua ausência
e a lacuna que vem;
me dói a angústia
por sua ida também.

Ter-te ao meu lado
é uma dádiva porém,
não ter seu abraço
é um pecado meu bem.

Se de seu corpo alguém sente falta
e se a minha é dolorida a outrém,
esqueçamos por assim os terceiros
que amor por nós dois não têm.

Foto de Lou Poulit

Antes Sujo o Verso Seja, Que o Homem em Quem Viceja

Meu Deus, lá se vai mais um ano! Mais um cano e eis que vejo: Porque ainda sou tão puro! Uma luz no fim do escuro.

Começar tudo outra vez... Tudo que se fez (sem trocadilho), do porão ao tombadilho. Tudo, tanto que se quis, e tudo mais que não se diz. Como arrepio que fugiu pela mente; pois somos gente, de carne e osso, e mesmo do fundo do poço vejo: Porque ainda sou tão puro! Uma luz no fim do escuro.

Se lá se vão, os anos não importam. Entortam-se os anos como pepinos: de meninos. E sem olhar pra trás!

Mas não confunda a barafunda que aqui faço (e não afunda) com o corcunda da igreja, que mesmo sem abraço beija o pé, que de pronto abunda! Deixem-me ser errado porque queremos, ao menos uma vez (e não porque queiram). Fui tão sério, tanto, tanto, quis tanto fazer tudo certo... Que mágica! Ao se virar a página, nenhuma coisa pode ser tão trágica.

Tome o poeta por assexuado, mas o homem é na verdade macho (e precisa usar desodorante). É facinho, mas é macho de fato. Com focinho e tudo, macho do mato. Da fruta e do flagra do flato!...

Basta, nunca fiz tanta bosta posta num espaço tão curto. Mas só assim me ameniza a lombeira de um ano inteiro, à beira de fazer uma última e salutar besteira. Antes sujo o verso seja, do que o homem em quem viceja! Em Notre-Dame, na Lapa antiga, nem a Cornélia boa de briga me escapa e nem à tapa me convence, que de tudo nada se aproveita. Se já me peita hoje com o sorriso (embora ela pense que economizo) não sabe na vida o quanto eu a desejo! E que por isso... Eis que vejo: Porque ainda sou tão puro! Uma luz no fim do escuro.

Nessa vida não há dois sentidos... Há três, quatro, cem! E todos tidos como sem-vergonhas, sem isso e sem aquilo. Mas não é um “self-service”. O poeta serve-se de palavras, crava as unhas no meu plexo e no sexo dos meus ideais (ais!), mas eu quero é mais, muito mais. O mais difícil: O Himalaia, a panacéia divinéia, até mesmo a Paulicéia, o Saara, o Everest, a Cachemira... Pois está na cara que se veste e depois se tira a fantasia! Para que só reste a luz do dia... Que seja a luz feliz dos olhos, de preferência dos olhos da vida!

Nada contra as luzes da virada. Mas seja a luz eternizada sobre o que se construiu pedra por pedra (ou seria pedrada por pedrada?), dia e noite, lembrança a lembrança... Porque nossa imensa andança, qualquer que fosse a distância, já tinha exato um endereço. Quero ser grato. Por ter pago o preço, por ter sido tanto tempo lapidado, para não perder agora o brilho do olhar.

Pois que venha o ano-novo logo! Assim volto a ser sério e rogo: não se apague em mim o sorriso da amada. Então, ainda que a minha estrela se apague, que o sol em zigue-zague, perverso caia no próprio escuro imerso, minha alma que ainda viceja gritará ao universo: Veja! Porque ainda somos mais puros juntos, uma luz no junto dos escuros!

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