Dor

Foto de Carmen Vervloet

A LIÇÃO DA ROSEIRA

A velha roseira desafia o jardineiro,
sem pés, sem braços, sem mãos...
Nua... sem roupagem...
O coração pulsando lentamente,
invernando a dor.
Mas logo chega a primavera
que a veste em saias verdes
salpicadas de rosas cor de rosas .
Ressurge a vida em
toda plenitude,
fiel a sua promessa
de felicidade.

Com as faces ruborizadas
arranco o matagal selvagem
que invadiu meu coração...
Lá se escondia
o rato que me roia em dor..

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Tempo, tempo, tempo...

Tempo, tempo, tempo...
Vens tão sutilmente,
andas tão lentamente quando o desejo é que vás
e tão apressadamente se te pedem pra ficar.
A quem queres agradar?
Pra onde queres nos levar?

Tempo que tudo transforma...
És vassalo ou senhor,
mágico, místico ou executor?
Nunca paras, nem retornas,
sequer olhas ao teu redor...
Ou passas acarretando a dor,
ou semeias alegria e amor...

Tempo, gerador da sabedoria,
quanto mais tempo, maior o bom senso,
inventor das horas, marcador de momentos,
insensível à saudade, pacificador de tormentos.
Flexível às limitações,
...a cada tempo o seu tempo...

Se és senhor da razão
determina, então, o prazo certo
de vivermos cada emoção...
Não a deixes se alastrar
onde não a controle o coração.

Tempo, tempo, tempo...
Pra onde queres nos levar?
Quantas serão as estações
que ainda veremos mudar?

Oh, tempo, que passas tão racional,
sejas por um momento reflexivo e passional,
contendor ao teu ensejo, realizes meu desejo,
voltes àquele tempo
em que a vida transcorria normal...

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Oscilação de um poeta

Eis que de repente foge-lhe o talento,
a inspiração voa com o vento, ao relento
e cabe ao poeta a desolação,
o navegar solitário na imensidão
onde sombras soturnas irrompem da escuridão.

E as armas do poeta que o deixavam em pé,
a esperança, a fantasia, os sonhos, a magia
roubam-lhe a alegria, o alento e a fé
estilhaçadas num chão íngreme e ressequido,
palco onde o mal é personagem principal.

Dá-se por vencido, desiste do bom combate,
fica-lhe difícil acreditar ou perceber
que depois da noite escura vem o amanhecer,
que a força maior está no amor e na bondade,
tão perdido em suas percepções da realidade...

Esquece-se que nos entremeios da mágoa e da dor
reinam as maravilhas da Criação, do criador,
belezas geradas pela arte , pelo coração,
pelos sons do riso, versos de improviso,
de esperanças sussurradas e celebrações
de vida nova e transformações,
de reconciliação e de perdão,
indo sempre mais além...
onde o mal contundido se rende ao bem.

_Carmen Lúcia_

Foto de Arnault L. D.

Anacrônic'o'ração

Se o seu amor se for,
como já foi...
Esqueço.

Volto as horas para trás.

Para antes da dor.
Troco o adeus pelo oi.
Começo.

Vivo o que agora jaz.

Se distância for milhas,
torno à mínima escala...
Meço.

Até caber o que apraz.

Se nos quiser tal ilhas,
nego a água ao congela-la.
Atravesso.

Continente o gelo nos faz.

Do tempo cesso o ponteiro
quebro a atualização.
Impeço.

Pinço o instante em tenaz...

Penúltimo é derradeiro.
Anacrôni'c'oração.
Enlouqueço...

A trarei de mim, para ter paz...

Foto de raziasantos

Onde estou?

Tudo é tão vago...

Tudo que lembro é de acordar em lugar frio abafado.
Não sei como, mas conseguiu sair comecei a caminhar entre as folhas secas: As árvores sem vida...
Tudo era silencioso, não ouço risos, nem choro, nem lamentos, nem agouro.
Não sei onde estou, nem sei quem sou, tento me ver, mas não consigo; não sinto o calor do sol, à noite não vejo o esplendor das estrelas nem o brilho da lua.
Tento descobrir que sou começo a caminhar passo por rios de águas turvas e violentas.
Vago na densa noite quando á luz do sol irar iluminar todo universo.
Mas sem dormir eu me desperto tudo esta frio e nublado...
Espanto-me com silencio e pela primeira vez sinto um arrepio no meu corpo.
Tudo! É tão vago onde estou?Quem sou eu?
Começo a correr tem pressa de sair deste lugar horrendo e vazio.
Não sinto mais meus pés não vejo os pássaros, e nem ouço o seu cantar.
Nem uma só palavra, nem um ser vivem.
Somente eu...
Eu, ‘’mas quem sou eu’’?
Neste imenso vazio e solidão tento encontrar minha alma quem sabe ela me dirá que sou?
Ò minha alma onde estas? Apareça faça-me companhia tira-me deste vazio!
Há minha alma tudo é tão vago nem recordações eu tenho, minhas lembranças sumiram.
Estou cercada pelo silencio, selva da amargura e a selva da solidão.
De tanto caminhar consigo ver a cidade, mas esta vazia e as poucas pessoas, que consigo ver me ignoram, em algumas eu toco pedindo socorro, mas é como se eu não existisse.
Há!Estou me perdendo cada vez mais...
Onde estão minhas lembranças?
Serei eu um ser humano?
Por que fui condenada há este mar de desilusão e tristeza...
Sinto-me tão cansada devo encontrar um lugar para descansar, e onde eu possa me aquecer.

Mas onde?Se tudo é vago e vazio...
Neste longo caminho que tenho percorrido me perdi nos dias nem sei mais contar os meus dias.
Quem me dera poder ouvir o canto da sábia, as garças com sua beleza me alegrar.
Vou seguir sem parar de caminhar até onde meu corpo suportar.
É eminente a dor do abandono e solidão.
Será este o purgatório?
Por quem fui julgada?
Se não tenho lembranças como saber o meu pecado!
Não sinto cansaço só tristeza tudo é sem brilho, sem cor.
Até os rios me rejeitam...
Quem sou eu? O que sou?

Estranhamente sou tomada por um sono incontrolável.
Sinto muito frio parece que estou em congelando.
Adormeço profundamente...
Der repente ouço uma voz suave e sinto mãos batendo lentamente em meu rosto:
Raquel acorde tudo terminou bem você voltou para nós acabou o pesadelo
Você saiu do coma!

Foto de betimartins

O fantasma do hospital pediátrico.

O fantasma do hospital pediátrico.

Era noite o João piorou, o seu câncer alastrava e seu tempo de vida era diminuto o seu caso já era bastante mais avançado, as dores eram muitas e precisava ser de novo medicado. Seus pais, o senhor Alfredo e dona Isabel pegaram no João e arrancaram com ele para o hospital, o seu medico já estava esperando ele, recomendou que fosse melhor internar e vigiar de mais perto.
João fez cara feia, era um menino lindo de olhos verdes, cabeça sem cabelo, mas um sorriso iluminado e franco, era bastante positivo e conformado com a sua doença, às vezes era ele que tranqüilizava a sua mãe. Mala já no carro e foram para hospital oncologia de Lisboa, lá tinham tudo, uma sala, repleta com novidades, desde PC, jogos, livros e até palhaços e pessoas muito simpáticas.
Faziam um bom trabalho, de convívio e auxilio, todos eram simpáticos e o João achou que isso até ia ajudar sua mãe a superar o que vinha ai. Ele sabia que tinha pouco tempo, seu amigo invisível já tinha falado a ele que se preparasse, apenas esperava por ele para fazer a passagem.
Logo lá chegaram, o medico medicou o João e mandou fazer mais uns exames para diagnosticar melhor o estado do João, ele já estava tendo falência de órgãos, seu caso estava mesmo muito mau.
João não era parvo ele lia os olhares das pessoas e sabia o que eles pensavam, sorria e apenas se conformava. Seu quarto era grande, tinha uma cama para sua mãe ficar ou seu pai, olhava para tudo com admiração, mas era muito equipado com maquinas, nada faltava ali. As dores aumentavam à medida que a morfina já não fazia efeito, ele já ficava muito cansado, ele tinha um dom que via o que outros não viam, ele conseguia comunicar com os mortos.
A noite veio e sua mãe adormeceu cansada, ele pode conversar com seu amigo invisível, queria contar as novidades, estranhamente ele o chamou, mas ele não apareceu, nada, estava assustado ele o ajudava a superar o tempo e as dores. A noite já ia alta, eram cerca de três horas da manhã e escutou um riso assustador e um gemido de uma menina, aterrorizada, dizendo:
- Deixa-me, por favor, não faças isso.
Desatando aos gritos, como ela gritava, ele não sabia como fazer, não podia sequer sair da sua cama com os tubos que ligaram nele. Fechou os olhos e pensou no seu amigo com força e pediu a Deus que enviasse seu amigo. Nada, absolutamente nada, que iria ser dele se aquela coisa o atacasse, ele chorou, teve medo, nunca tinha medo, mas naquele exato momento um arrepio atravessou a espinha.
A noite avançava, o silêncio imperava pelo hospital, não se escutava nada e de repente, ele escuta um arrastar de passos, pesados, um cheiro nauseabundo, para exatamente a na sua porta do quarto, o frio percorre seu corpo, queria gritar, não conseguia, a voz sumiu e ficou quieto e dando a impressão que estava a dormir.
A porta abriu-se, entra um palhaço, de aspecto horrendo, mal cheiroso, seus dentes estavam podres e seus olhos esvaiam sangue. Era horrendo, ele caminha em direção de sua cama, rindo de forma assustadora, rindo ele dizia:
- Este aqui vai ser meu, eu o vou levar comigo.
Rindo e maquiavélico, ele saiu do quarto, dando o menino como alma ganha no seu assombroso mundo. Logo ele escutou a voz da menina, chorando e gritando, estava gelado e sem saber o que devia fazer também que ele poderia fazer? Nada estava preso na cama.
A porta se abre de novo e entra uma enfermeira simpática, outra dose para ele ficar sem dor e adormecer, totalmente cansado e sem forças ele adormece.
Entra a luz pela janela do seu quarto, escutando os carrinhos de comida pelo corredor, agitação, vozes, agitação e vida. Satisfeito ele fica agradecido por ser dia, certamente aquela coisa horrenda não o vai chatear, se seu amigo aparecesse logo ele saberia o que fazer.
Na sala estava uma menina linda ainda muito pequenina, teria ai cerca de quatro anos, escutou pela sua voz que era a menina que chorava e gritava. Ela sorriu para o João, nisto ela modificou o seu rosto, ficou pálida, João olhou para onde ela estava a olhar, viu o palhaço horrendo acenando com a sua mão, cheia de sangue. Ele olhou para o João e desatou a rir assustadoramente. Jessica era o nome da menina, desatou a chorar.
- Eu não quero estar aqui, deixa-me ir para casa mama, por favor.
Desolada a mãe ficava sem saber o que fazer ela também estava muito mal já não agüentava mais nenhuma sessão de quimioterapia, já não havia mais nada a fazer, apenas esperar que ela não sofra muito.
João sabia que era naquela noite que algo muito ruim ai acontecer, ele sentia dentro de si, a noite logo veio, sua mãe não parava de chorar, o coração do João estava fraco, os rins quase nem mais funcionavam, os pulmões estavam também falhando, se dessem mais morfina, ele certamente teria falência cardíaca. O câncer ósseo espalhou-se rapidamente pelo seu corpo, a noite estava ficando mais silenciosa, seu amigo nada, sem sombra dele, se ao menos ele aparecesse, poderia o ajudar á Jessica.
Todos dormiam, estava um silêncio pesado, mortal, o ar estava sufocante, o medo invadia seu corpo, de repente escutasse um grito, um grito desesperante, volta o silêncio, que mata. Choros e correria, uma movimentação descomunal, escuta um medico falando no corredor:
- A Jessica, foi forte, apenas não compreendo, ela estava a começar responder ao tratamento e foi-se de repente, estranho.
Desolado ele fica com medo, foi o palhaço e agora sou eu. Olha para sua mãe e afaga seus cabelos, que estava dormindo aninhada em sua cama, ela sorriu dormindo, ele pensa quantas saudades eu vou ter dela e do meu pai.
Um lagrima cai pelo seu rosto, soava a despedida, lembrou as coisas boas e lindas que viveram, com os seus pais, logo tudo ia terminar.
Tudo voltou acalmar, ele queria dormir, mas não conseguia, logo voltou a escutar os passos assustadores, a porta se abre e ele decide não ter medo e lutar contra o palhaço, olhos esvaindo de sangue, voz tenebrosa, o cheiro nauseabundo era tudo o que ele conseguia sentir.
Ele enfrenta o palhaço tenta sugar a sua alma, o menino se defende fazendo uma oração que seu amigo ensinou algo acontece, o palhaço se esfuma e desfaz. Sumiu por completo e estranhamente, ele vê uma luz incrível, dela sai um anjo lindo, era seu amigo invisível, felizes eles, se abraçam e o anjo amigo fala para ele:
- João, tu mereces uma oportunidade, pois superaste a tua doença, foste gentil com os teus pais, foste valente e acreditaste no nosso Pai.
Sorrindo e suas mãos rodeadas de uma luz, uma linda luz verde clara que ele coloca no seu corpo e todo ele começa a vibrar e bilhar como uma magia, uma coisa de anjos mesmo.
Cansado e agradecido ele adormece, logo sua mãe o acorda para ser visto pelo medico, espanto o João estava com os batimentos cardíacos normais. Espantados fizeram exames e verificaram que ele estava curado, completamente curado.
João curou-se e o fantasma tira almas tinha desaparecido de vez, já não voltava para assustar as criancinhas e as levar para a escuridão

Foto de Marilene Anacleto

Mão da Vida

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A mão que cura o irmão
Ou que acarinha o amigo
Tem sobre ela outra mão
Que é a grande Mão da Vida

Às vezes não se compreende
O que se fez na hora certa
É a Mão da Vida a guiar
O que tem a mão aberta

Aberta para doar
Ser um ser de maneira pura
Cuidado ao outro cultivar
Alimentar a ternura

E a Mão acompanha aquele
Que divide sua luz
Tal brisa serena e breve
À paz, ao outro conduz.

E sua paz é gigante
Capta, repassa e é gerador.
Surpreende-se algumas vezes
Que de sua dor esquece
Quando a do outro curou.

Marilene Anacleto

Foto de odias pereira

" QUANDO SE AMA ".

Quando se ama, não existe obstáculos,
Para ir ao encontro desse amor.
Quando se ama, mesmo sem ser artista, fazemos espetáculos,
Para conquistar o carinho do nosso ídolo , atriz, ou do nosso ator.
Quando se ama ficamos cegos,
Não enchergamos nenhum defeito.
E muitas vêzes erramos não négo,
Para encobrir, os erros do nosso amor que muitas vêzes tira proveito.
Quando se ama , estamos sempre sorrindo,
E vivemos sempre sonhando com aquele amor.
Um amor que as vêzes vive pra nós sempre mentindo,
E não se importando com o sofrimento com a nossa dor.
Quando se ama, em nada encontramos defeito,
Tudo se torna lindo e mil maravilhas.
Tudo se se torna mais que perfeito,
E não tomamos cuidados com as armadilhas.
Quando se ama, ficamos frágil em tudo,
Não sabemos controlar o coração.
Só temos palavras para o amor e ficamos mudo,
Ficamos ipnotizados pelo amor e pela paixão...

São José dos Campos SP
Autor: Odias Pereira
22/04/2011

Foto de Miraene

Como consegue?

Você me toca novamente
Mesmo este não sendo o corpo que deseja.
Como você vence toda essa dor?
Como consegue superar tudo isso?
Você é mais do que eu acreditava.
Tem tanta coisa em seus olhos que eu não posso ver.
Como você supera toda essa dor?
Como você vence tudo isso?
Existe algo em você que me pertença?
Por que você sempre me toca com tanto prazer?
Afinal, eu nem sou quem você queria ter.
Eu não faço seus olhos brilharem,
Não te vejo sorrir,
Nem te aborreço.
Por que me deseja perto?
Por que diz que pensa em mim?
Eu me prendo a cada vez que me ignora
Porque todos sempre foram o que eu queria,
E você nunca será completamente meu!

Foto de Edigar Da Cruz

***UMA AQUARELA É A VIDA ***

***UMA AQUARELA É A VIDA ***

Em uma tela quero pincelar a ela,a vida
Da vida pintarei um pouco de tudo,..
Imaginarei um grande Pincel!;
Do pincel pintei as cores
Das cores do pincel a vida..
Vamos começar com a cor do amor
Da origem dos apaixonados,..
Da cor da flor do amor,
Do vermelho o amor!,..
Nessa linda cor que vira o amor,
Também não poderá faltar o preto;
Ira representar toda a dor;
Que já passei e superei a vida;
Vamos ao amarelo da esperança da vida
Pois ainda esta na cabeça um novo começo
O que sinto desde criança!,..
Vamos pintar logo, antes que esqueça em formato de um lindo sol!,..
Sem esquecer e claro! Do VERDE, BRANCO, AZUL;
Será presente e emoção ,amor e paixão
Vira como um vento de norte ao sul
Do azul do céu ao mar!..
Para afastar bem para longe, toda ilusão,..
Nas cores das aquarelas da vida!;
Em branco virgem nada pode ficar
Como nada pode se esquecido,..
Pois as cores da aquarela da vida ,...
Todos têm a sua..
e cada um pinta a sua !
Ao seu tom de cor.

Ed.Cruz

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