Drogas

Foto de Maria silvania dos santos

Turminha de balada!

Meu nome é Luz, hoje tenho dezessete anos, e por varias circunstancia da
vida, adulta me tornei muito cedo, pois ainda criança e já era mãe.
E para que sirva de alerta para outros
adolescentes, um pouquinho da minha historia do passado e do presente quero
contar.
Adolescente não sabe pensar, desejos
querem realizar, com turminha de balada querem andar, e comigo não foi
diferente por isto não tive uma vida sempre contente.
Com dez anos de idade, na rua eu já
andava enquanto meus pais o trabalhavam eu os enganava.
Com uma galera da pesada, comecei a
andar, na intenção de curti a vida, cigarros comecei a fumar, drogas todos os
dias passei a usar, as madrugadas enquanto meus pais dormiam a janela do meu
quarto eu pulava, para que drogas-me pudesse usar.
Quando dinheiro eu não tinha, um pro
graminha eu faria pensava que problema não teria e que meus pais não
descobriam, ficava com um coleginha e outros e ganhava um trocadinho.
Isso eram todos os dias, e quando eu
me dei conta eu já me prostituía, pensava que feliz eu seria.
Minha família não sabia, mas com medo
do pior e pela galera que junto me viam, e o bem que eles me queriam, conselhos
começaram a me dar.
Eu pensava que tudo aquilo de nada
iria adiantar, pois estes conselhos eu não iria escutar, foi então que minha
família eu decidi abandonar, na rua fui morar.
Para que com minha galera eu pudesse
andar sem ninguém me atrapalhar;
Mas com tudo isso que fui praticar,
eu não sabia que a minha infância iria acabar;
Que aos meus pais eu iria machucar,
pois como garota de programa eu estava a trabalhar, somente para que meus
vícios eu pudesse sustentar.
O que não pude imaginar é que uma outra
criança em jogo eu iria colocar e minha vida arriscar.
Quando eu estava com apenas doze
anos, um dia comecei a enjoar, em seguida desmaiar, alguém me veio alerta que
grávida eu poderia estar.
O medico fui procurar, pois aos meus pais tive
medo de procurar e minha historia contar.
Fiz os exames indicados, descobri que grávida
eu estava, Ao descobrir a gravidez me desesperei, pois cuidados não tomei,
decide parar de me prostituir, uma vida nova seguir.
Mas não sabia o que faria nem que passo
tomaria.
Aos meus pais resolvi a procurar
para um lar aquela criança eu dar, pois condições eu não teria e a vida uma
surpresa me traria.
A principio, a gravidez aos meus pais eu não tive coragem de contar,
pois tive medo que eles pudessem me expulsar.
Tentei a gravidez esconder, imaginava que meus
pais não poderiam saber, o tempo foi passando e esta criança ao meu ventre amor
eu fui tomando, até um nome para ela eu já estava pensando.
Tirar eu não quis, pois ela era inocente e não tinha culpa da decisão
que eu vim a tomar, e um preço por mim ela não poderia pagar.
Decide o vicio abandonar, mas a
galera que pensei ser meus amigos, que eu saísse da turma não aceitava, todos
os dias de morte me ameaçavam.
Comecei a ficar desesperada, pois sozinha não sabia o passo que tomava.
Eu já tinha percebido que no caminho
da morte eu estava.
Eu Não sabia se aos meus pais eu contava, pois eles eram muito
conservadores e eu muita criança, para eles seria um golpe muito grande!
No meu canto eu ficava a chorar o tempo cada dia a passar.

Noites sem dormi eu passava, à vontade pelo vicio me desesperava, a
galera me incentivavam, e eu não sabia o que mais alto falava a vontade pelo
vicio, ou por minha libertação.
O pai da criança o qual era da turminha que eu andava ,comigo sempre
falava, tira esta criança enquanto ela não nasceu, pois ela será uma bastarda, pois
o pai dela sou e dela eu não quero saber
nada.
Eu sempre o respondia que aquela criança nada sabia, e que por ela eu
planos já fazia. Ate um nome a ela eu já tinha, e que ao mundo ela viria e
alegria me traria.
Ao passar do tempo minha barriga foi crescendo, minha mãe acabou
percebendo.
Minha mãe comigo sentou, abraçou-me e logo me pergunto o que estava
acontecendo, pois na verdade ela já estava percebendo.
Eu de medo estava tremendo, comecei a
chorar pensei que ela iria me julgar, pois conselhos eles sempre me davam e eu
nem o escutava.
Minha mãe, minha historia tive que
contar, pedi para me ajudar, pois era minha realidade e eu não podia fugir.
Mesmo com toda confusão eu não tinha
outra opção, e meus sentimentos de alegria por aquela criança invadia meu
coração.
Aquela criança me enchia de esperança, e
em meus braços eu já a imaginava.
Mas a galera que eu andava cada dia que passava a ameaça aumentava.
Eu socorro
aos meus pais pedi, disse que vida
nova queria consegui dali tivemos que fugir sem a ninguém nos despedir.
Em uma madrugada fria e estrelada, sem
a ninguém falar nada, e com meus pais desesperados nossa casa tivemos que
abandonar.
Mudamos de país, vida nova fui buscar, onde a galera não pudesse me
encontrar. Com fé e muita força de vontade, o meu vicio ficou no passado.
Com muito luta e sofrimento, tive uma
filha a qual dei o nome de (esperança luz
santos) hoje ela faz cinco anos, ela me completa
de alegria, e dela com muito amor e carinho eu sempre cuidarei, pois ela é uma (luz) para meu caminho a
seguir, e espero que do caminho que no passado andei, ela possa sempre fugir, e
com honestidade agir.
Hoje na dependência de meus pais, em outro país feliz estou.
Do vicio, com muita força de vontade e o apoio
de meus pais eu consegui me liberta, mas existe uma criança para que do passado
eu possa sempre lembrar e nunca mais voltar, somente meu alerta o repassar.
Hoje, drogas jamais penso em usar, sei que lucro não trará, e com a vida
pode ate acabar.
Hoje tenho na lembrança, um passado de dor e desespero, o qual voltar
jamais quero, somente lamento por aqueles que ainda estão por dentro.
A você que ainda está neste caminho, você está sozinho, ninguém são seus
amigos só te colocam em perigos, por isto eu aconselho, ouça os conselhos de
quem quer o teu bem, não importa a quem!
Hoje tenho a sorte que muitos não tem, feliz estou, graças a DEUS e aos
meus pais que não me abandonaram, e não cansaram de lutar ao meu favor.

(A
você adolescente que a minha historia está lendo agora, por favor, obedeçam aos
teus pais!).

AUTORA; Maria Silvania dos Santos. EMAIL; silvania1974@oi.com.br

Foto de Daany

*Verdades & Mentiras*

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

Foto de von buchman

O LAMENTAR DE UMA VIDA E DE UMA SONHO

São 04. 10 da madrugada..
A saudade invade meu peito,
Como punhaladas no meu ser...
Noites mal dormida,
com lágrimas de sangue
que vertem de um coração...

A paixão dar lugar o mais profundo vazio
onde tudo se perde, nada se acha.
a dor da perda aflora da minha alma
em momentos de profunda depressão
e falta de razão..

Sinto-me vencido e cansado da luta
sem trégua que estou a enfrentar,
talvez seja justa para uns,
mais mui injusta para mim...

Meu corpo todo partido
por não mais dormir,
cama vazia e meu consolo
tem sido o meu travesseiro
Nas horas de solidão e horror...

A palavra só e o abandonado
já faz parte do meu ser!

Que me espera hoje?
ao amanhecer do dia
o que vem por ai?
Mais abandono,
mais ódio sobre mim,
profecias de miséria e morte?
Ou mais astucia de um desprezo..

O belo e lindo é que todos estão,
vivendo, se divertindo
boa cama, boa comida e muitas risadas,
fazendo planos para o futuro...

Eu em pergunto qual o meu futuro,
e o de vocês?
Será que a alegria de vocês vai ser eterna?
Que mais Deus concedera
a passar para me polir na provação...

Eu Lastimo, choro as perdas
da minha família e do meu lar,
uma coisa eu tenho
e ninguém pode me tomar:
O meu bom Deus, minha fé
e a minha salvação...

Até confesso que pequei quando pensei
dar um fim a minha vida,
em momentos de dor, o desespero
de perda e profunda depressão do meu ser...

Misericórdia meu Pai por tais pensamentos
que fere o teu Espírito Santo
que abita em mim...

Hoje vejo que um homem coagido sem
chance de sobreviver pode vim a fazer
ou pensar..
É o mesmo que um cachorro
acoado em um canto de parede...
Ele já magro e sem muita força,
mais na coação ele ataca,
com dentadas ferros
no instinto da sobrevivência
e eu assim o fiz nas palavras
dos meus poemas...

E vejo agora o por que
das minhas lamentações
magoas e tristezas que escrevi
e meus versos ...
Pois escrevemos o que esta cheio
o nosso coração...

Só me restava gritar
e por em letras da dor
e da perda do meu lar
e a indiferença familiar...

Não quero dinheiro ou ajuda financeira
de ninguém, nem para os meus medicamentos.
pois sei trabalhar, estou bem vivo,
apresar por perder tudo
e por tudo que passo...
O que eu quero é minha família
meu doce lar...
E a AMOR!

Nunca esperem que eu venha a mendigar
pois está escritas na palavra de Deus!
Nunca mendigaras ...
E diz Deus:
- Pode o pai da pedra para o filho comer?
pode uma mãe não amamentar?
Mesmo que isto aconteça não
esquecerei de você!

Tenho pago por algo que não fiz...
Muito bem feito e montado,
para me ferir e me acabar,
não tenho medo do amanhã
e sim da mão de Deus...

Este tipo de vida que não quero para ninguém,
nem para o meu maior inimigo...

Por isto vejo agora que muitos fogem
para as drogas e bebidas...
E vejo quantos sofre os infelizes
que atira-se no mar da derrota
e frustração...

É preciso muita força e fé
pois as feridas são mui profundas
tanto na carne como no sofrido
e apaixonado coração..

Apresar de tudo e que todos estão fazendo,
eu amo meu lar e minha família
isto também ninguém vai
conseguir tirar de mim
ou do meu coração
em nome de Jesus...

O mal que desejo é que um dia vocês
possam ver o que fizeram
com um pai e um esposo apaixonado
que deu toda sua vida
e toda sua saúde
por um lar cheio de amor
e Cristão...

Foto de fabricioadriel

Drogas uma grande ilusão

Tudo começou numa curiosidade
achava que isso que falavam
não era verdade.

Me ofereceram e eu aceitei
utilizei varias vezes
e no final me viciei.

Quando voce vicia
isso toma conta do seu ser
tira sua vontade de viver.

A droga parece que é legal
mas quando vicia
é triste o final.

Voce vai perdendo a confiança
de quem te deu carinho,
pois as drogas te levam
mas te deixam sozinho.

Voce não ve nenhuma estrada
parece que fica cego
e não enxerga mais nada.

Quando te domina
vem pra destruir,
mas controlar o vicio
é dificl de conseguir.

Por isso nunca queira experimentar
pois quando entra no seu sangue
voce não quer largar.

Quem mais sofre são os familiares
que ve seus filhos se perdendo
em varios lugares.

Ate debaixo da ponte pode encontrar
mais o pior quando encontra sem vida
e no tempo não poder voltar.

São poucos que conseguem se recuperar
mas é dificil a familia aguentar.

Não seja mais um usuario
pois a droga pode te dar prazer
mas amanhã vai te chamar de otario.

O caminho das drogas não vale a pena,
mas aos poucos vai te matando
mais pensa em sua familia
o quanto eles estão aguentando.

Em algum momento não vão aguentar
e quando perder toda a esperança,
onde forças vai encontrar?

Na droga que é uma grande ilusão
pois se continuar usando
seu caminho é morar na prisão
ou ficar eternamente dentro de um caixão.

O final é nada feliz
é completamente triste
porque viver na ilusão
se sabemos que a felicidade existe.

Seja num sonho
ou na vontade lutar
ou num simples sorriso
que vai te alegrar.

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 3

Elis Regina Carvalho Costa. Cantora brasileira. Mesmo morta é mais importante que um bocado de vivos que eu conheço sem os querer ofender. Elis deixou a herança de seu talento até no sangue de seus filhos. Todos os três trabalham com música. Pedro Mariano é cantor. Maria Rita também. O primogênito João Marcello, que fora pai recentemente, é um produtor e crítico de mão cheia. Quando as revistas e os jornais se referem ao seu pequeno nascido como o ‘filho da Eliana’, fico um tanto desconfortável. Quero dizer, sem meias palavras, eu fico é puto mesmo! A criança é filha de Eliana, sim, que é uma apresentadora competente e que tem todo o direito de aproveitar sua maternidade. Agora, que seria muito importante recordar-nos de seu parentesco com a saudosa gaúcha, isso sim, seria bom. Mais do que ser ‘filho da Eliana’, essa criança deve ser apontada também como o ‘neto da Elis Regina’, uma das maiores cantoras que já tivemos, senão a maior. Fica aqui o meu singelo protesto. Mas não desejo me ater a essa discussão mais apaixonada do que pertinente.

O álbum mais famoso de Elis Regina é o Falso Brilhante, de 1976. O disco contava com músicas presentes no show homônimo, um espetáculo que juntava teatro, dança e canto numa apresentação memorável. O show locado no Teatro Brigadeiro teve 180 mil espectadores, o que o coloca como maior êxito da carreira da cantora e prova incontestável de sua popularidade e relevância no cenário da nossa arte. Quanto ao espetáculo, nunca o assisti seu vídeo completo. Mas o disco, não apenas pelas suas canções de maior sucesso, a citar, ‘Como Nossos Pais’ e ‘Fascinação’, marcou época. No auge do regime militar, que começava a ensaiar uma tímida abertura, o Falso Brilhante significou exatamente essa possibilidade, já que, ainda que veladamente, a crítica e a denúncia se faziam presentes na concepção da obra. O país vivia um declínio econômico considerável, a ditadura apesar de consolidada se encontrava desgastada e a incerteza, somada com o acobertamento sobre os desmandos realizados pelo então poder instituído tornavam a realidade brasileira numa situação difícil e pouco encorajadora. Valendo-se da brecha política, Elis remou contra a maré. Ainda que o Falso Brilhante seja um disco imerso na melancolia, sua mensagem final passa um fio de esperança durante a tempestade de seu tempo, um brando sopro de vida na austeridade de um país fechado, um suspiro diante das lágrimas causadas não somente pela violência como também pela miséria que tais circunstâncias trouxeram ao Brasil. Elis provou seu talento. E sua iniciativa ficou para o futuro, como marco da retomada da arte nacional como objeto de expressão dos anseios populares e de opinião.

Todavia, meu disco predileto da cantora não é o Falso Brilhante. Saudade do Brasil, um disco de 1980, pode ser considerada a obra definitiva de sua carreira. Não exclusivamente por ser seu último LP, Saudade do Brasil, que foi lançado em dois volumes, apresenta todo o desenvolvimento de Elis como artista. Numa estrutura seqüencial que de tão coesa chega a até se aproximar de algo conceitual, no sentido de se montar uma narrativa ao invés de se amontoar canção após canção, como que relatando o contexto histórico e social no qual se incidiam os brasileiros àquelas décadas, dando preferência a uma abordagem jornalística em detrimento do universalismo pessoal e intransferível nas artes gerais que encontramos desde então do final do golpe militar. Sem contar a gravação contou com uma quantidade de recursos muito maior para sua execução, o que elevou em muito sua qualidade, dando a cantora e seu repertório uma roupagem atual, destoante da imagem elitista e retrógrada atribuída para Elis antes desse trabalho. Elis, firme e ousada como nunca antes, decidira conduzir sua turnê de maneira até então inédita no país. Seu espetáculo seria montado em circos, para facilitar a mobilidade do show e reduzir seu preço. Ou seja, Elis queria levar sua arte aos mais pobres. Diante da negativa dos governos em obter uma autorização para o seu projeto, com toda a certeza surgira uma grande tristeza e amargura no âmago da cantora. Isso facilitou o processo que a levou à morte, pelo vício em remédios e drogas. Isso facilitou para enfraquecer a cultura nacional, tão restrita aos mais ricos, que temerosos de perder sua posição sempre pressionaram o desestímulo com a educação, a distribuição de renda e a justiça social, que em longo prazo causam mais do que prejuízos, causam o sofrimento de uma vida inteira de humilhações para nossos entes queridos, mal que conhecemos tão bem.

Minha mãe tinha doze anos quando Elis morreu. E certa vez, num desses especiais de televisão, passava a cantora, justamente num cenário que reproduzia um circo, justamente interpretando o repertório desse disco. Ela chorava, não somente pelo ídolo que Elis representa, mas pela realidade em que ela viveu e pelo plano de fundo em que calcava seu pensamento, nada mais que o desejo de paz e felicidade sempre cerceado aos mais simples. Foi ali que eu entendi o que era ser gente e ser artista de verdade. Foi ali que eu entendi que deveria não me abalar diante das dificuldades da vida, por maiores que elas sejam. E se Elis não viveu para ver suas expectativas suprimidas, esse é tributo que devemos ter com ela, que é o tributo de não nos conformarmos com a consternação, de tornarmos o Brasil um lugar onde a dignidade se faz presente, e onde o amor vale mais do que tudo.

Foto de luzimar xavier

O AMOR É COMO UMA SEMENTE...

Amor, amor, amor... como tantos tecem
Longos comentários em jornais, revistas, livros e até na Internet sobre
Esse sentimento tão nobre! Ainda bem... ainda bem! Se e
Xaminarmos os efeitos maravilhosos que as boas palavras têm sobre as pessoas, é o
Amor, sem dúvida, o que tem maior capacidade de influir positivamente sobre nós mesmos. E se
Não é nada agradável ficarmos ouvindo falarem sobre coisas que nos
Desestruturam emocionalmente como são as traições entre pessoas, as inimizades, os
Revezes da vida, a violência, as drogas, as discórdias que levam até aos crimes e
Assim por diante, porque então o faríamos? Se coisas boas de ouvirmos

Realmente até nos tranquilizam, como é
O caso do amor, concentremo-nos então em
Dar prioridade mais a ouvirmos coisas que falam sobre o amor pois “o amor
Realmente é paciente e, mais
Importante ainda, não é egoísta. É como a semente de uma árvore que, para
Ganhar porte e no futuro gerar bons frutos, requer apenas
Uma preocupação de nossa parte: ser adubada
E cuidada com muito amor e carinho. Entretanto,
Se não tivermos paciência, essa árvore jamais

Será capaz de crescer. E árvores não crescem de um dia para outro. E, se
Imaginamos que as árvores crescem de um dia para o outro,
Logo, quando “cairmos na real”, veremos que elas não vingaram e poderiam
Vir até a morrer por falta de paciência de nossa parte”. Assim é o amor. Precisamos ter
A paciência necessária para penetrar no coração da pessoa amada para que o amor cresça, pois...

...é preciso conhecê-la aos poucos para aprendermos que não é só de qualidades que as pessoas são feitas. Só o tempo, apenas o tempo, é capaz de mostrar seus defeitos para que consigamos aceitá-los. Se não, da mesma forma que começou o relacionamento, esse tende a se acabar. É preciso dar tempo ao tempo para conhecermos melhor aqueles que amamos.

VOCÊ ESTÁ DANDO TEMPO AO TEMPO?

Elixis - 03/05/10

Foto de ALEXANDRA LOPUMO SILVA

Simplesmente viver

Vagava sem destino, a busca de um sentido para a vida conturbada que eu levava, fui a igrejas, psicólogos, etc...
Procurei na bebida, no sexo, nas drogas, na loucura, uma fuga para minhas dúvidas, que atormentavam minha existência.
Invejei os ignorantes, eles são tão felizes na sua mediocridade.
Almejei ser intelectual, e esbanjar conhecimentos, humilhando os simples e rústicos, me embebedei de vaidade, e acordei na ressaca da soberba, caindo como goiaba podre do pé, humilhada e miserável.
Aprendi com meus erros, cresci com as dificuldades, usei as pedras do caminho e contruí uma escada para alcançar a serenidade.
Hoje simplesmente vivo, e aprecio a sabedoria das coisas mais simples, o menos é mais.
Ale

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Minha Elis – Parte 2

Passaram-se quase três meses desde que escrevi a primeira parte dessa homenagem à Elis Regina. Não mudou muita coisa na minha vida. Continuo o mesmo. Para os americanos, a expressão “loser” serviria para designar o atual momento pelo que passo. O equivalente ao termo em português brasileiro seria “trouxa” ou “vacilão”. Pois bem, eu que me lasque. Quero falar da minha cantora favorita, que nunca terei a oportunidade de encontrar, mas que eleva minha condição e compreensão além das possibilidades naturais. Elis morreu em 82. Não ligo para o tempo. Sua expressão se faz influente e positiva, como artista brasileira, que soube mostrar nossa identidade em uma obra curta, mas consistente.

Voltemos ao ano de 2008. Lá, o bicho pegou um pouco para o meu lado. Eu tinha dois trabalhos, estudava, cuidava da minha irmã e ainda escrevia. Vínhamos de um despejo e da recente morte de um parente próximo. Nada parecia promissor, o que não se difere muito da situação atual, mas quem me dava força era Elis. As pessoas que se lembram da novela “Ciranda de Pedra”, versão de uma novela da Rede Globo de 81, sabem que a nova abertura era a música “Redescobrir”, composição de Gonzaguinha. Tanto ele como Milton Nascimento e Ivan Lins tornaram-se parte do meu gosto musical por influência da saudosa gaúcha. O que escrevo foi orientado de maneira decisiva pelas construções desses artistas. Algo que não tem preço, que tem valor inesgotável e inestimável.

Mas Elis morreu cedo, em demasia. Aos trinta e seis anos. Vítima do abuso de drogas. Da mesma causa faleceu Amy Winehouse, nascida em 83. Era muito talentosa também, a inglesa Amy. Então me pergunto: como seria Elis se estivesse viva? Ou melhor: como seria o Brasil se Elis estivesse viva? Elis, que vendia menos discos que uma Gretchen ou um Sidney Magal, na ocasião de sua partida, provocou uma comoção muito forte, recordada não apenas por seus fãs. Elis provavelmente teria participado dos movimentos de abertura política, dos quais já era simpatizante. Mas será que manteria a condição de mito? Se uma Elza Soares, cantora de nível parecido tem o reconhecimento internacional significante, seguiria Elis o mesmo caminho? Ou iria ao caminho dos tropicalistas, que se envolveram ainda que timidamente com o governo e hoje recebem algumas críticas severas por seu comportamento? De qualquer forma, ficam os vazios da carreira interrompida e do exemplo questionável. A obra de Elis é indelével, seu talento indiscutível, mas seu final foi trágico. Logo essa interrogação se torna mais delicada, tal como a da artista inglesa, o que transforma o paralelo em questão atual, em como o tempo passou, mas a situação da alteração de consciência não foi sequer tocada, frente ao que se

decorre disso. Dói saber que a morte de Elis podia ter sido evitada. Dói saber que isso influencia que outras pessoas também se deixem levar pelos vícios e excessos. O mesmo vale para Amy, e para tantos outros.

Elis Regina, na sua arte, passava uma postura ao mesmo tempo melancólica e otimista, emocionada e realista. Copio, por assim dizer, esse estilo. O subtexto encaixado nas metáforas características da produção da década de 70 é bastante parecido com o que tento apresentar hoje nas minhas linhas. Já Allan Sobral, meu amigo abençoado e crente, que sempre cito pela espécie de rivalidade camarada que nutrimos, vai por uma trajetória totalmente divergente, embora também muito digna e mais interessante. Allan Sobral é um tórrido romântico, tão apaixonado que quase já o admite. Seu estilo de escrever vai diretamente de encontro à proposta do site Poemas de Amor. É um fã confesso de Casimiro de Abreu, e adora o samba mais clássico, de Noel, Cartola e Paulinho. Outro dia, diz ele, sonhou com o João Nogueira. E no sonho recebeu o que todos esperam ter de um grande ídolo: Allan foi agraciado com um dessas bênçãos que só quem merece muito recebe. Ele abraçou o João Nogueira, falou com o João Nogueira. Desnecessário dizer que isso me deu uma inveja daquelas. Ainda assim, fiquei feliz: meu amigo ganhou um presente que nunca podia imaginar. E se ele pode, porque eu não? Tudo bem, o Allão é um grandíssimo poeta, sabe o que faz e vocês o conhecem. Mas, sei lá, a sorte também pode vir para o meu lado, se bem que a Elis deve estar muito ocupada, cantando para Deus enquanto Ele escolhe se teremos seu perdão ou não...

Bom, o que eu quero dizer mesmo é que sempre devemos lembrar-nos de Elis e seu canto. Basta ter a sensibilidade de ouvir sua mensagem, tão brilhante em vida. Se Elis se foi pelo mal, isso não anula o bem que ele nos deixou. Tenho certeza que é isso que ela me diria, se me encontrasse.

(Continua...)

Foto de joaobala

um amigo no armário

Uma menina sem vida nasce entre as cinzas
E floresceu feita flor no jardim,
Ao florescer diante o sol ardente sente medo,
E se esconde dentro do armário e lança a chave fora.

Os dias vão passando vem a escola e passa a escola
E a vida insistida a bater na porta que não abre.
Os cabelos longos e negros quando posto para
Traz revela a mulher que antes nenina ñ tinha
O colo que amamenta uma nova geração.

Alguém precisa abrir o armário mais quem,
Terá a chave certa para abrir o coração dessa mulher,
Linda mais com olhar medroso e triste,
Pois a vida que passara roubou a infância
De menina e com desejos sombrios se percebe
Agora já é uma mulher e precisa viver.

Por si própria sai do armário e logo sente
A fúria do mundo pessarte as costa, mais
Decidida ela quer viver e viver neste mundo
Sombrio sem amor é ter um dia infernal a pôs
O outro.
E o amor bate a porta com flores e rosa carregada
De mentiras falsas intenções, ela aceita e vive cada
Dia como se fossem os últimos dias de sua vida.

Projetos se erguem ao seu redor, trabalhos
Da uma esperança de um futuro cuja escondida
No armário ñ conseguia ver mais agora ela quer viver
Mais o mundo que se vê, só as bebidas e drogas
Contaminando amigos e família logo se vê estou
Sozinha precisa sobreviver dando um passo de cada vez
Mesmo que a tristeza a faz lembrar,
Era triste e frio mais era melhor viver no
Armário do que viver neste mundo.

joaobala 16/07/2011

Foto de raziasantos

ERA UMA VEZ...

Era uma vez Amy Winehouse!
Era uma vez Zezinho filho do seu João catador
De papelão:
Era uma vez Luciana filha de grande empresário:
Era uma vez Maria dona da padaria:
Era uma vez Carlinhos filhos do promotor de justiça:
Era uma vez seu Paulo de cinqüenta anos…
Eram uma vez jovens crianças de dez anos perdidas no abandono…
Eram uma vez suburbanos moradores de rua:
Era uma vez jovem da classe social filho dos engravatados:
Pobres ricos, famosos, não têm distinção nem se espera compaixão:
Era uma vez tantos seres humanos, adotados pelo vicio, malignos!
Era uma vez lágrima, dor, angústia, e escuridão…
Maconha passaporte barato para porta do inferno.
Cocaína já preste a morte eterna:
Crak suicídio coletivo:
Nossos filhos a beira do perigo:
Entre tantas ofertas de satanás banquete para nossos mortais.
Caminham para morte entregue e sua dose dor, pedido de socorro!
Invisíveis no meio da multidão são os filhos da nossa nação!
Eram uma vez promessas de políticos nas vésperas de eleição!
Era uma vez, mais um filho que ficou sem mãe!
Era uma vez a indiferença…
Era uma vez…!
O SOS…!
ERA UMA VEZ DROGAS ÁLCOOL, INIMIGO FATAL;
Infelizes para sempre?
Brasil qual é nossa missão?
Planeta terra!
Acorde!‼
Acorde!Ate quando vamos enterrar nossos semelhantes,
Em covas tão humilhantes…!

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