Entranhas

Foto de Carmen Vervloet

Reencarnando

Minha alma tão antiga
Renasceu dentro de mim
Trazendo marcas e até fadiga.

Minha alma como um mapa
Mostra-me a estrada a percorrer...
Até a perfeição, longas etapas!

Minha alma tão imperfeita
Busca a cada dia mais apuro,
Não há para isto receita...

Vai caindo e levantando,
Se aprumando pelo caminho,
Deixando marcas por onde ando.

Minha alma tão antiga
Guarda lembranças nas entranhas
Como um eco, uma cantiga!

Foto de Albino Santos

NOITES...

As noites
têm sido febris!
Sinto-me em tuas entranhas
Decifrando teus delírios
Sem pudores,
Suando em delicias.
Nossos corpos ecoam
Em suave harmonia…
Doce pecado… tesão!
Prazeres obscenos
Dois corpos
em fúria,
egoístas
devassos
loucos
delirantes… amantes

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE - O Cantar do Galo

CRÔNICAS DA SAUDADE – O cantar do Galo.
De repente ouço um cantar de galo ao longe e o inusitado no mundo urbano abre uma porta para uma enorme nostalgia. Instalada no meu peito sem pedir licença, ela dói de forma aguda. Fecho os olhos, encho o peito de ar num suspiro profundo e como num filme, vejo caminhos de terra batida, dourados pelo sol em claridade tão intensa e morna que quase consigo materializar o momento. Vejo laranjeiras, goiabeiras, sinto o cheiro do mato orvalhado pelo sereno das madrugadas e flores e folhas se embebedando. O galinho que canta ao longe de forma repetida, insistente faz meu peito se abrir sem quer, ardendo de uma saudade com gosto de infância, de avó lavando roupa na tina de madeira do fundo da casa.
Tina de madeira para lavar roupas. - Alguém mais já viu isto? Eu lembro nitidamente, tinha um pedaço de madeira com costelinhas que se enfiava dentro da tina para o esfregaço. Vejo a enorme pedra arredondada bem no meio do terreiro desafiando o tempo. A pedra instalara-se ali, como prova material de que algum dia tudo naquele espaço fora um oceano.
Todos nós crianças e netos ou não, adorávamos brincar naquela pedra, e certamente ela, testemunhou muitas outras infâncias. Subíamos, pulávamos e caiamos. Meu irmão que sempre quis ser super-herói improvisava uma capa nas toalhas de banho ou algum outro pedaço de pano que estivesse para lavar e voava da pedra com sua espada de cabo de vassoura para salvar o Mundo.
A cantoria do galinho indigente que agora escuto, somente no sentido de remexer as entranhas da saudade, trouxe-me neste exato momento o cheiro da madeira queimando no fogão de lenha e do feijão, cozendo na panela de ferro, feijão que meu irmão um dia mexeu com um pedaço de pau em brasa, lenha do fogão. Minha mãe quis pegá-lo de tapas, mas minha avó, somente riu com as bochechas avermelhadas e mandou que ele fugisse para não apanhar dizendo: “Ora deixa o menino, isto é coisa de criança”. Ela protegia todos os netos, perto dela ninguém levava tapas palmadas, surra então, nem pensar.
Tenho saudade do meu irmão que hoje sequer fala comigo, mesmo estando ao alcance do meu abraço, pois ambos esquecemos como se abrem os braços e se abraçam fraternamente os irmãos. Do menino franzino que não conseguiu salvar o Mundo, nem mesmo o nosso pequeno mundinho. Estou com saudades da minha avó conciliadora, que jamais deixaria isto acontecer, mas ela, não está mais aqui e tudo mudou. Tem uma eternidade que não vou ao terreiro dos fundos da casa de minha avó, nem sei se aquela pedra existe mais. - Será que virou concreto? Sei que há muito deixou de existir a cozinha feita de “barro a sopapo”, com o fogão de lenha e as panelas de ferro em cima, cozendo com amor para a família.
O sol nasce a cada dia e continua banhando os caminhos. São ruas asfaltadas, cimento e concreto e ele, queima de forma impiedosa e dolorida a minha pele, não me faz carícias como no tempo de criança. De repente o cantar insistente do galinho me desperta do mundo para o qual me levou, lembrando abruptamente, num suto, de que eu também deixei de ser criança.
Rosamares da Maia

Foto de Carmen Lúcia

Leva-me...

Leva-me, oh, mar!
Às profundezas de teus mistérios,
entre águas, algas e corais,
onde jazem desfeitos navios e castelos,
histórias guardadas não reveladas,
onde habita num sacrário, a paz.

Leva-me, oh, oceano!
A circundar em tua imensidão,
participar de teu plano como um rito
navegando meu barco farto de conflitos,
despejá-los nas ondas que nunca voltam
onde o horizonte despenca no infinito.

Leva-me, oh, céu!
Põe-me asas, carrega-me contigo.
Quero transcender a mansidão de teu véu,
descortinar alcovas de amores incontidos,
alçar um voo atrevido, destemido
e abraçar toda brandura do infinito.

Preciso transitar entre as estrelas,
descobrir onde acordam, onde adormecem
e me cobrir de fantasias e cintilações.
Onde a noite surge e a manhã começa,
pra onde vão as minhas orações
quando aos céus dirijo minhas preces.

Leva-me, oh, montanha!
A permear entre névoas, cascatas e entranhas,
trilhar a rota da emoção num sonho colorido
e lá de cima vislumbrar um mundo mais bonito.

_Carmen Lúcia_

Foto de Maria silvania dos santos

Venha, quero sem limites te devorar

Venha, quero sem limites te devorar

_ Venha, envolva em meus braços, juntos sentirmos um só desejo, entre caricias e beijos, deixe o calor, o suor da minha pele banhar o teu corpo, nossos liquidos se misturar e se aconchegar em um só lugar...
_ Deixe que o desejo do meu corpo te deixe loco...
_ Deixe a essência do nosso amor transborda a qualquer lugar, vamos juntos delirarmos , libidos em juras de amor eternos...
Percebas-tu, que a sua essencia es contagiante e me deixa ofegante, venha delirar em meus braços fazermos trocas de amaços...
Durante a noite, sozinha, não posso suporta, nua , pronta a me entregar, quero dos meus desejos me liberta...
Venha, mergulhe nesta loucura de amor, é que meus desejos já transbordaram, minhas fantasias aumentaram...
Suga de mim este mar de desejo que me tira o sono, durante a madrugada, lembro de você e sinto um desejo que me consome, começo naturalmente a rebolar , imaginando em seus braços estar, quero mergulhar em teu corpo, sentir teu calor, é que já sinto o cheiro de amor que no meu corpo já exalou;..
Te imagino com seu membro já esposto, já na mira de penetrar, quero senti-lo, inteiramente e gulosamente minha entranhas a sugar, quero sentir seu liquido dentro de meu utero jorra, em seguida com minha lingua aspera com sede de sugar, aproveitar cada gota de esperga que escapar...
Venha, quero sem limites te devorar, suas fantasias a qual for realizar!...
Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Rosamares da Maia

AVALON I

Avalon I

Uma bruma densa enfeita o meu país,
Não somente por misteriosa beleza, não.
Nela há muito mais, também está sua proteção,
A dura rocha que aos olhos engana é fortaleza.
Não há nela apenas encantamentos e magias.
Nela esconde-se o solo da minha tradição e fé,
Guarnecendo por espessa cortina o meu povo.
Os dons do Deus que reverencio nela reinam.
A bruma é seda dos tecidos vestindo a sabedoria,
Espargindo o perfume de longos cabelos negros.
Mas é ainda, a malha de ferro da sua armadura,
A espada guerreira, justa e de gume afiado,
Defendo da profanação uma fé muito antiga.
Na densa névoa escondeu-se o ventre da mãe,
Minha senhora da ilha, das terras amadas.
Branca como a bruma desceu as entranhas da terra.
O sacrifício escondeu seus fiéis cavalheiros,
Invisíveis por sua vontade, conjurados em sua fé.
Preservados do escarnio e violência dos Cruzados.
No mundo onde vil metal mantém mitras e coroas.
Reis de crenças conveniente e susceptíveis.
Senhora Mãe! Os séculos para vós não passarão,
E vossos votos sobreviverão aos milênios,
Poucos são os escolhidos no triangulo dos sortilégios.
Poucos retornarão para desfrutar do teu regaço.
Mas os que vierem partilharão contigo a luz,
O pão de uma nova era onde todos serão deuses.

Rosamares da Maia – 06.03.2013

Foto de Alexandre Montalvan

Amor em overdose

Pingos de ouro sobre a escura terra
Resplandecem vibrando delicados
Escorrem lentos desengonçados
Como o sangue que escorre na guerra
Em todos os lugares.

Tal tormenta em lágrimas aflitivas, gritos.
Alma virgem viaja ao encontro do destino
Espasmos, soluços vibram no infinito.
Cintilam na aurora como espelhos cristalinos

Trêmula a escura terra abre fecunda
Para abraçar tão desolado coração
Pela guerra, que é na terra profunda.
Diluída como lama pelo chão

Flor do mal é tanto que morras
Torva é tua vida, obscura emoção.
Tanta é a dor em tuas entranhas
Há amor na mais profunda escuridão?

Foto de Paulo Gondim

Carâncias

Carências
Paulo Gondim
08/02/2013

Buscamos em vão alento para nossas carências
Em cada tentativa, avolumam-se nossos ais
E nessa busca por caminhos perdidos
Nos desencontramos cada vez mais e mais

Esquecemos o que temos e procuramos lá fora
Mas para que lembrar o que já não mais existe
Que há muito partiu, foi-se sem muita demora
Levando sua tristeza e deixando alguém triste

E nossas carências se sobrepõem ao tempo
Já fazem parte de nós e assim persistem
São como posseiras que já se sentem donas
Nossas carências são fortes, não desistem

E entre dúvidas, conceitos e acertos
Nossas carências já são ideologias
Não mudam. Arraigaram-se em nós
Como entranhas, parte de nossos dias.

Foto de Arnault L. D.

E talvez... amor

Vou juntar as alegrias que souber,
para todas desejar dá-las a ti.
Por um anjo, uma estrela, o que puder,
num soprar da noite, ou no que vier,
que as entregue e diga que é apenas sorte
tudo desejado deste “bem lhe quer”.

Pode a Lua, mais enorme, ou a menor;
a chuva, a neblina, até garoa...
Leve incógnita, engendre ao seu redor,
sem cartão, caixa, apenas o teor.
Qual canção, que ao fundo de uma cena soa,
discretamente, anônimo faça dispor.

Estando aonde for... por onde for...
Sem seguir teus passos, sopro ao que puder
desta ternura, imensa, e talvez... amor...
Que o destino, caprichoso, tornou dor.
Mas, que o tempo bom, fez voltar por mister
velha doçura no lembrar teu rosto por...

Não como antes, eu daqui tão distante,
sem a esperança a queimar em fúria,
sem a ânsia, nas entranhas a rasgar.
Esse carinho, silente, quase triste...
Bem no fundo, alegra, por havido historia,
em saber que um dia, eu fui tanto amar.

Foto de Nailde Barreto

Acústico de Emoções.

Mistura de tudo, cheio de tantas coisas e cores...
Dentre elas, emoções!
Em azul, vermelho ou lilás...
Estas graves ardentes, agudos carentes, serena e voraz,
Nos conduzem para o timbre perfeito e envolvente, tenor do amor!
Êxtase conotativo, cheio de efeitos e variações,
É assim o som do seu acústico entre lençóis...
Que abala as entranhas emotivas,
Reavivadas com o lírico suave da sua voz,
Cujo efeito, enaltece o amor e embeleza canções.

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