Espaço

Foto de Rosamares da Maia

SÓ MULHERES

Só Mulheres

Transitam por vezes em anônimos rostos,
Seus espíritos em dimensões transitórias.
São estrelas de rotas improváveis, invisíveis,
Deixam seus rastros, perfumes e venenos,
Misturados, todos na mesma taça,
Sensualidade e beleza em situação fugitiva,
Vidas intransitivas e de magias eternas.
Mulheres, anônimas feiticeiras do cotidiano,
Somos mães, irmãs, tias, avós... amantes.
Profissionais, vidas singulares, nada fácil,
Todas de fascínio comuns e contraditórios.

Mulheres que hoje tomam o traço nas mãos,
Erguem a cabeça e veem além do horizonte.
Escrevam, reinventem a luta e a trajetória,
Contem a história que vocês quiserem contar.
Na taça, misturem os perfumes e os venenos.
Desenhem com firmeza os próximos passos.
Como rosas dos ventos, determinem a direção,
Estabeleçam rumos, o caminho não está perdido.
Demarquem com traços cartesianos o espaço.
Somos as feiticeiras do cotidiano, nós existimos
Multiplicamos, nós pensamos, ... realizamos

Rosamares da Maia

Foto de Rosamares da Maia

CARTA A FERNANDO PESSOA

Rio de Janeiro, 26 de maio de 2015.

Meu Caríssimo Fernando,

Nesta manhã como em tantas outras estou solitária e feliz por desfrutar da minha própria companhia. Sim, pois pretensiosamente ou não, estar acompanhada de mim mesma é o que hoje me faz feliz. Principalmente porque estar comigo, mesmo que transitoriamente, me conduz a você.
Nesta manhã, enquanto vejo a fumaça do café galopar o ar, aguço todos os meus sentidos e lembro-me de você, como se estivéssemos compartilhando a mesma mesa, as fatias do mesmo pão. Na realidade já não como, mas, continuo alimentando-me das tuas lembranças.
Fernando,
O que seria da minha vida sem conhecer-te, sem sorver das páginas cada gota dos teus escritos? Que seria de mim se não sentisse as tuas angustias, o teu amor para além dos lusitanos mares? Se não tivesse como tu compreendido os vaticínios de D. Sebastião.
Também tenho muitas personas aprisionadas dentro de mim e, ao contrário de ti, não consigo exteriorizá-los, derramá-los no tapete do quarto e depois abrir a janela, para que voem. Fecho os meus olhos e sou como Maria José – a feia, corcunda e doente. Coitada! Sempre presa à cama, diante da janela, colhendo no orvalho da manhã as pequenas gotas dos sonhos, de seu amor platônico por Antônio.
Escrevo a você cartas, como ela – As cartas que Ele jamais leu. Maria José motivo de riso ou invisível, desabrochando na exteriorização da tua solidão e tão acompanhada de tantos outros Fernandos igualmente solitários.
O que seria de mim sem refletir como Bernardo Soares:
-" Aprender a desligar as ideias de voluptuosidade e de prazer. Aprender a gozar em tudo, não o que ele é, mas as ideias e os sonhos que provoca.
Por que nada é o que é e os sonhos sempre são os sonhos.
Para isso precisa não tocar em nada. Se tocares o teu sonho morrerá, o objeto tocado ocupara tua sensação."
"Ver e ouvir são as únicas cousas nobres que a vida contém. Os outros sentidos são plebeus e carnais."
"A única aristocracia é nunca tocar. Não se aproximar – eis o que é fidalgo"
Bernardo Soares /Fernando Pessoa – 1888-1935 – in Livro do Desassossego.

Eu como Bernardo, sou fragmento do meu primeiro eu, que diariamente vem à tona para cumprir muitos papeis que a vida impõe e cobra, mas, aqui nesta pouca solidão com a qual a manhã me privilegia, consigo fechar os meus olhos e desfrutar da tua companhia, me aproprio de ti e te ouço soprar em meu ouvido esquerdo. Meu coração se contrai e expande dentro do meu peito e uma profunda saudade se apodera dele, me levando ao mergulho em um tempo que não vivi – o tempo de te encontrar.
Vamos a Livraria Lelo & Irmão, sentamo-nos a tua mesa preferida para tomar café, comer bolinhos e pensar no Mar Português – “Ó mar salgado, quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal!” / Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena.”
Meu pensamento associa-se a fumaça da xícara fumegante, tomadas em dimensões de tempo e espaço tão distintas e, Maria José fecha os olhos para vida com a certeza do seu amor, porque ele foi tudo que fez valer a sua insólita passagem por este mundo; Bernardo olha e se vê em ti, a mesma imagem, mas o seu reflexo no espelho tem um olhar arguto, mais crítico e menos emocional. E é assim, cada um é o que é mesmo sendo somente a derivação de uma só “Pessoa”.
E eu te escrevo esta carta, esperando que nossa conexão de espírito não seja apenas um delírio matinal de quem ainda não acordou direito e, como tu mesmo disseste, - “ Acordaste-me, mas o sentido de ser humano é dormir.”. Mas o que escrevo-te neste momento, é para agradecer-te.
Obrigado Fernando. O que seria de mim se você não tivesse existido?
Obrigado Pessoa pelo café compartilhado aqui, na minha mesa da cozinha.

Rosamares da Maia.

Foto de tonyramos

Se Não Houver Outro Amanhã

Quando um novo amanhã chegou
Eu estava dormindo e não vi o sol nascer
Acordei e deixei na cama as decepções
E as lagrimas que o travesseiro absorveu
Sei que a metade do meu dia já se foi
Momentos que deixei de viver
Vejo um dia com nuvens cinzentas
E o sol querendo se esconder
Relâmpagos que propaga no espaço
Anunciando que em breve ira chover

Não ouço nenhum pássaro cantando
Mas da janela vejo um lindo jardim
As flores estão todas alegres
Com o vento bailando e sorrindo pra mim
Quase esquecido esta o meu ontem
O meu hoje em breve chegara ao fim
Ainda encoberto esta o amanhã
Poderei não ter outra chance assim

Sentado na minha cadeira
Sozinho então começo a pensar
Vejo uma multidão indo e vindo
Lutando para os seus ideais realizar
Muitos estão alegres e outras tristes
Que daria tudo para estar em meu lugar
Antes que o dia termine
Ainda há tempo para sorrir e sonhar
Se não houver outro amanhã
Hoje pelos meus sonhos vou lutar
Amanha poderei estar dormindo
E desse sono não mais acordar.

27/05/2017 tonyramos

Foto de Poetando

Segredo

Vou contar-te um segredo
Que à muito tenho guardado
Era o homem mais feliz do mundo
Se vivesse contigo ao meu lado
És tu que está a ocupar um lugar
E que bem guardada estás
No meu coração te tenho
E é onde sempre ficarás
Aprendi contigo o que era o amor
Porque eu não o conhecia
És o meu amor virtual
Que me dá felicidade e alegria
Tenho um espaço dentro de mim
Onde te tenho bem guardada
Sonho contigo de noite e dia
Ó meu amor minha amada
Nos meus sonhos contigo
Como aperto a tua mão
Abraço-te com tanta força
Para sentires o meu coração
Este é o meu segredo
Que agora te estou a contar
Sou o homem mais feliz
Desde que te comecei a amar
Tantas confidências já te fiz
E muita te irei mais fazer
És a mulher dos meus sonhos
A que amarei até morrer
Porque esta tão grande distância
Que de ti me está a separar
Como era muito mais feliz
Se te pudesse estar a abraçar

De: António Candeias

Foto de Siby

Eu gosto de escrever...

Eu gosto de escrever...
Comecei com um diário,
E o escondia em um armário,
Com as confissões do meu viver.

Palavras boas reduzem a carência,
Então eu escrevia cartas de amizade,
Para pessoas que deixaram saudade,
Era no tempo da correspondência.

No mundo chegou a computação,
Onde se escreve e compartilha,
Acompanhando toda a evolução.

Ter espaço para palavras espalhar,
Quando escrever é uma paixão,
Se expressar, é como estrela brilhar.
(Siby)

Foto de Jardim

eternos dias

foram eternos dias a distanciar nossas vidas.
nossos corpos, separados, recriaram seus instintos,
circunspectos, mesclados a um proscênio fosco
atuamos como se nunca houvéssemos nos encontrado,
nos tocado, nos provado, nos revelado,
determinados, sob um céu ordinário.

foram eternos dias a desamarrar nossos destinos,
a silenciar nossos gritos em nossa cama.
e a cada noite eu os ouvia, nesta cama agora vazia,
nossos fôlegos sob esta mesma lua.
tua saliva e tua secreção a corromper todos os hinos
onde agora só restam demônios.

foram eternos dias apagando nossos nomes,
o céu de tua boca, abrigo do falo insistente,
agora apenas um vácuo inconstante.
tantos foram os nós nunca desfeitos,
éramos anjos tentando saciar nossas fomes,
tentando iludir a dor persistente.

foram eternos dias que escreveram nossa história,
a tua voz persiste ainda na noite escura.
a tua falta ocupa o espaço do ambiente,
doce ausência em minha memória,
amargo sabor neste dia que se inicia.
nossas vitórias, nossas derrotas são um perjúrio.

foram eternos dias que fecharam minhas feridas,
estancaram o sangue à minha revelia
nas avenidas do meu infortúnio,
entre os clamores dos meus dias.
bardo errante sem rumo
imerso em delírios, pecados e loucura.

foram eternos dias a consolidar nossos receios
entre os credos de tua púbis sob esta sombra desnuda
nossa intimidade subverteu nossa lua
renegando a inexistente paz de nossa teia,
do que passou a se chamar presente,
em nossas faces somente a negrura.

Poema do livro Amores Possíveis
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Foto de Jardim

algo se quebrou no universo

algo se quebrou no universo e sombras emergem da carcaça do mundo com a incessante enunciação de um espaço vazio. eterna e triste é a noite, esse território onde me vejo apátrida, refugiado, imigrante, deslocado. sob o signo do improvável minhas fronteiras são traços arbitrários criados por tua partida, limitados pela imprecisão daquilo que me resta por viver. compulsoriamente recebi de ti outro itinerário, outra viagem, outra existência, que perpassam a simetria da ambiência que foi tua. estranhamente tu permaneces, acima do tempo-espaço, tuas antigas mensagens suturadas ao mutismo da minha boca. como se tivesses abolido os calendários e os relógios, como se o que vivemos não possuísse mais existência concreta, ambos metamorfoseados em seres abstratos. na fuga ininterrupta deste pesado cenário em dissolução, a contínua convulsão enquanto percorro distâncias intermináveis sem outro objetivo definido a não ser a sobrevivência. sem mapas ou direção, sem me comover, acompanho surdamente a paisagem. procura e perda, presença e ausência: estranheza ao lembrar a textura de tua pele, os teus argumentos e os meus enganos. resta esquecer teus contornos, esquecer ferida e cicatriz. esquecer os lugares que compartilhamos. esquecer teu instinto, o espaço que ocupavas, teu toque. esquecer cada vértice de sentido em nossas histórias e me atirar à desordem das procuras e dos encontros possíveis.

Poema do livro Crônicas do Amor Impossível
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Foto de carlos alberto soares

Paixão apimentada

Te olhei nos olhos
Como quem olha a presa
Me veio a certeza
Está nos meus sonhos

Foi a primeira sensação
Mas já se pode entender...
Desejo, querer...
Invadiu meu coração

Há um espaço entre eu e você
Os olhares que lança
O jeito que dança
E o que posso querer

E se não acontece
Se não vem para mim
Eu fico assim
Guardando o que merece...

Mas não pode ser pouco
Vai acontecer
Vai me conhecer
Me achar assim louco

Entre beijos ardentes
Gosto de pimenta
Desejo que esquenta
Me sinto demente

Eu e você
Um súbito encontro
Não sei o que apronto
Tentando te ter

Mas será assim quente...
Pimenta malagueta
Quero ver se aguenta
Meu desejo demente.

Foto de Moisés Oliveira

Nosso dia

Foi um curto espaço de tempo, mas pude te conhecer, não vivi tanto a vida contigo, mas aprendi a amar você.

A convivência nem sempre é fácil, as vezes nos faz confundir, já te deixei entrar na minha vida, agora não quero deixar sair.

O tempo é físico e relativo, algo que se pode mensurar. Ele difere do amor que sinto, pois já não posso contar.

Tens defeitos que me tiram o sono, me podem fazer desistir, as qualidades são um balde cheio, te agradeço por existir.

hoje é dia de comemorar o que somos, estejamos ou não preparados, com espaço, limite, barreira ou tempo, amo ser seu namorado.

Feliz nosso dia minha namoradinha, não vejo a hora de te abraçar, a cabeça as vezes atrasa, o coração já aprendeu a te amar!

Foto de Ivone Boechat

Andorinhas

Andorinhas
sobrevoam
espaço fugidio,
levando
conforto e carinho,
ao arrepio
da solidão...
procuram
lugar seguro
para o ninho,
abraçam
outra andorinha
pra fazer
verão.

Ivone Boechat

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