Fim

Foto de Asioleh

Infinito Amor (p/ Little Warrior)

E quando você se for,
Quem é que vai consolar a minha dor?
Não verei mais seus olhos,
Nem seus negros cabelos longos,
Nem seu lindo sorriso,
Não ouvirei mais a sua voz,
Nunca mais.
E a dor só aumenta,
Meu lamento, sem consolo algum
Me faz chorar,
Prantos infinitos,
De um amor não correspondido,
Perdido em algum lugar.
É triste o meu penar,
Não poder mais sequer te olhar...
Minha alma está sangrando,
Lembrando que nunca mais vai poder te amar.
Mas eu ei de lutar!
Não é assim que tudo vai se acabar.
Não me conformarei enquanto não puder estar,
Ao seu lado cantando canções pra te ninar.
Não calarei meu grito,
Nem enchugarei meu pranto,
Irei até o infinito só pra te ouvir cantando...
Enquanto mais uma vez eu lutar,
Escalarei montanhas,
Atravessarei oceanos,
Derrotarei meus medos,
Esquecerei meus desenganos,
Irei em busca do meu bem maior,
Da razão que faz jus ao meu viver,
Irei até o fim do mundo, do universo, encontrar você.

Foto de Carmen Vervloet

Do Perdão

O perdão é das virtudes a mais bela
e é a mais difícil também,
grandes conflitos cancela
guarda em si a paz que nos convém!

Deixa a alma leve qual algodão,
põe fim a culpas insuportáveis,
acende estrelas no coração
e deixa as noites mais agradáveis.

O perdão tem a face do Cristo,
nosso modelo, amigo e redentor!
Liberta-nos dos males e seus riscos,
exime a alma de tanta dor!

Frente ao coração que docilmente perdoa
eu o reverencio em singela genuflexão,
o orgulho junto ao ressentimento voa
deixa em seu lugar o deleite da superação!

Foto de Carmen Lúcia

Incomparável

Comparo-te ao outono,
ao dourado de meu sonho,
às folhas que se esvaem
num tempo bem ameno
de sol que às vezes brilha
acarinhando o dia
em outras que desmaia,
e brilha a nostalgia.

Comparo-te à chuva miúda
gotejando vida...
Em mim brotando alegria,
afastando qualquer melancolia
ao desabrochar da primavera...
Envolvente e mágico perfume
e a inquietante espera
da tua presença com teu lume...

Tens o fascínio do mistério
e a chave da revelação
da eterna mutação da natureza,
sedução da estação que preconiza
a suave inquietação de tua beleza.

Comparo-te ao ritual do fim de tarde
quando o tempo parece parar
e por detrás de uma vitrine embaçada
observa folhas amareladas, outonais,
ladeando a passarela de sonhos irreais.

É como se depois da tempestade,
da bravia tormenta e da neblina
com o arco íris se encontrasse
encantando-me a retina.
A noite vem de repente...
Véu negro pontilhado de prata.
Traz fantasia, sons e odores inebriantes
que arrebatam...

Pergunto-me: És deus? Um mito?
Surreal? Metafísico?
E sinto romper a linha tênue
atada à lógica e à emoção
e me amparo ao desequilíbrio
insano da incompreensão.

Perco-me na imensidão do meu medo
sem saber ao certo a dimensão
desse enredo...
Apenas enveredo-me nesse sonho
que transita entre o real e o irreal
nessa aventura inigualável...
Nesse sentimento sem palavras...
Para sempre Incomparável!

_Carmen Cecília e Carmen Lúcia_

"Obrigada, querida Carmen Cecília, pela parceria que nos deu o 3º lugar no torneio de parcerias, na Navegantes das Estrelas."

Foto de Carmen Lúcia

Dor tangente

Brada o silêncio
a dor tangente que fica
quando o amor se vai.

(Im)Piedosamente
se faz presente
-mente-
canta canção
- simulação-

Esbanja abraços
se embola em laços
em nós atados
no coração,
em mim.

Como jasmim
num jardim d'Outono.
Pura melodia
ou emoção
nesse momento
de poesia e abandono.

A dor entoa
(por mais que doa)
acordes de bandolim.
Se faz saudade...
Sem dó nem piedade
cavouca lembranças
de um amor sem fim
como se fim não houvesse
e tanta tristeza coubesse
no meu coração,
em mim.

Abraço-a.

Se a dor insiste
rebate a vida,
a emoção persiste
ainda que sofrida,
e toda inspiração
gerada da agonia
recolhe lindos versos
compondo poesia.

Confunde a solidão
por não estar tão só,
por sermos par constante,
ao menos um instante,
na dança exaurida
que baila a despedida
ao som do bandolim...

Ah, dor! Que é canção,
é flor de meu jardim,
toca o coração,
dói dentro de mim.

_Luiza Caetano e Carmen Lúcia_

Foto de Delusa

A fuga da vida

Ando por aí a cantar,
À procura de ti...
Talvez a gritar:
Pura vida!
E pergunto a toda a gente,
Com ar de quem sente:
Viram passar por aí,
Essa perdida?
Sim, passou ali,
Feita menina,
Muito bonita,
De aspecto aflita,
A correr...
Muito esquisita.

E, eu
Continuo atrás dela,
Corro desiquilibrada,
Numa macabra ruela,
A cantar e a gritar,
Perguntando a toda a gente,
Por ela:
Viram-na passar?
Sim,
Passou há pouco tempo,
Ia tocada p'lo vento,
Muito florida,
A correr e a cantar,
Sem a nada olhar,
Fugindo a todos.

E, eu
Sem a poder alcançar,
Continuei a minha corrida,
Seguindo atrás dela,
Pelo caminho da fuga,
Tocada pelo vendaval,
Atrás daquela esquecida,
Triste e sozinha,
Onde ninguém me viu...
Fui pelo caminho,
Que ela seguiu,
E no final parei,
Mas só acordei,
Quando vi o fim,
Em frente a mim,
Uma supultura...
E uma cruz de pedra dura!
Onde pára o destino,
E acaba a tortura.

Depois de tanto correr,
Fez-me compreender,
Que todo o caminho ,
Termina assim,
Numa cruz,
De pedra dura,
A testemunhar,
O fim de alguém,
Que ali repousa.

Onde eu também,
A soluçar caí,
E fiquei ali...
Sem me poder levantar,
Junto da sepultura,
Sobre uma cruz,
De pedra dura...
A olhar para mim,
Que sem dar por isso,
Cheguei ao fim...

Delusa

Foto de cafezambeze

CARTAS COM ESTÓRIAS DE ÁFRICA (II/VII) (FEIJÃO MACACO)

Belém, 31/01/2006

RECARREGANDO CARTUCHOS E MAIS...

Uma coisa que gostávamos de fazer era caçar. Uma das poucas opções para passarmos o tempo nas férias. Mas munição custava dinheiro, que era algo que não tínhamos, e armas, nossos pais raramente as punham nas nossas mãos, senão na companhia deles.

O Aguiar, a quem já me referi, nos ofereceu usar a caçadeira do pai, mas... e cartuchos?

Descobrimos que o nosso vizinho, o sr Roque que nem arma tinha, possuia uma caixa com pólvora, chumbo, espoletas, enfim, os apetrechos necessários para a recarga.

Para quem não sabe, e nós não sabiamos, em cada carga, tanto a pólvora como o chumbo têm que ser pesados, e no caso da pólvora o peso varia também conforme o tipo.

Bem, pusemos a mão no material e resolvemos recarregar cartuchos usados.
Para medir a pólvora fomos cortando um cartucho até a encontrarmos. Essa seria a medida.

Cartucho com espoleta nova, enchíamos a medida com pólvora, umas vezes rasa, outras formando um montinho acima da medida (era tão pouco), outras comprimindo-a com o dedo, e lá vai a carga para dentro do cartucho. Uma bucha feita com jornal, cada uma com o seu tamanho, e o resto do espaço livre cheio de chumbo.

Com um saco cheio de cartuchos, chegamos à farm do Aguiar e fomos recebidos também pelo funcionário que na outra estória tinha dado o grito de aviso: cobra! cobra! Lembras? Ele tinha virado fã do teu pai e veio-nos mostrar o seu arco que era uma obra de arte de perfeição de acabamento e, certamente, ganharia de qualquer coisa industrializada. Me lembro que só tinha uma flecha. Se acertasse algo e o animal não caísse, ficava na pista dele o tempo que fosse preciso.

O teu pai pegou no arco e na flecha e começou a mirar uma pequena tabua de uns 20 x 40cm que estava encostada nuns bambus a uns 50 metros. Ele nunca tinha atirado com arco e pensei que ele só estava testando o arco...Que nada! A flecha partiu e foi cravar-se no centro da tabua.
Chiii!!!! Chiiii!!! Tem cuche-cuche! ponta maning! gritava o moço. Chi é uma esclamação de admiração, cuche-cuche é a palavra para feitiço, ponta é pontaria e maning era usada como muito/muita com concanetação de máximo.
Sorte de novato! Tentamos que ele repetisse a façanha, mas ele não caiu na armadilha.

Quando pegamos a caçadeira do pai do Aguiar, olhamos de esguelha um para o outro, pois o estado da arma era lastimável. Desengonçada, cheia de folgas, com vários pontos de ferrugem e com cara de quem nunca tinha visto um óleo na vida.
Mas tinhamos de experimentar os cartuchos. Tinhamos tido um trabalho danado e eles estavam tão bonitinhos...

O Aguiar, que ficou com medo de cobras, pegou o trator da farm.
Nos encavalitamos nele e lá fomos nós.

O primeiro tiro foi tão forte que a espingarda e o teu pai rodaram com o coice.
A espingarda ficou inteira?... Vamos continuar. Umas vezes o chumbo caía a poucos metros do cano, outras havia um coice violento, mas não havia estampido. Só um vuuummmm, como uma bazuca. Também sairam tiros normais. Me lembro de uma perdiz que o teu pai enchofrou e de que não se aproveitou nada tal a violência do tiro.
A espingarda do Aguiar não era tão má assim. Devolvemos ela inteira.

Montados no trator, a corta mato, acabamos inadvertidamente por passar numa moita cheia de feijão macaco. Porquê feijão macaco?
É uma vagem parecida com um feijão, mas coberta por uma penugem dourada muito bonita. Só que a penugem dourada, ao menor toque se solta, e provoca uma coceira danada. As rodas do trator levantaram uma nuvem que nos cobriu.
Não tinha parte do corpo que não coçasse. Quando chegamos à farm, já com o corpo vermelho de tanto coçar, corremos para tomar banho. Piorou! A mãe do Aguiar apareceu com uma pomada de não sei o quê. Nada adiantou. Nossa sorte foi um moleque que trabalhava na casa e que não parava de rir da gente. O Aguiar o ameaçava com porrada se ele não parasse com a gozação, mas ele ainda ria mais e emitava um macaco se coçando. Por fim, ele se compadeceu de nós e nos levou para o quintal onde nos deu um banho de terra.
Isso mesmo! A terra esfregada no corpo removia a penugem dourada...

Tãooo Bonitinhaaaa!

Foto de Gomes S

Não pare de sonhar

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Os sonhos podem ser interpretados como a energia necessária a continuidade de nossas vidas, pois é através deles que encontramos motivos para caminhar. Às vezes sonhamos em abraçar o impossível, e mesmo que o este esteja distante, ainda persistimos em acreditar que algum dia o alcançaremos.
O homem que não sonha, não vive, e se vive, está morto. Não digo morto fisiologicamente, porém, seu espírito compadece em grande aflição e dor, pairando sobre um abismo que pode não ter fim. Não devemos ousar deixar de sonhar, já que a própria realidade de nossas vidas são frutos do sonho de outros.
A cada soar de uma canção podemos encontrar sonhos refletidos descrevendo outros sonhos já vividos que deixaram de ser ficção. Tudo ao nosso redor, um dia, foi um sonho de alguém que ousou ultrapassar os limites da realidade para fazer o impossível perder sua soberania e cair perante a força que o coração tem.
Não existe limites para quem sabe sonhar. As limitações que experimentamos são frutos de nossas próprias ações, pois a cada dia deixamos morrer dentro de nós algum sonho, esquecido na mente daquela criança que outrora foi feliz.

Foto de Bretiney

O poeta que dorme em mim

Diz o poeta que dorme em mim:
Que não sou triste,
Que sou um poço de amor sem fim,
Seco, neste mundo agreste

Diz que escrevo em linhas retas
As tortas coisas, podre, vil
Que escrevo ódio, pelas canetas
Em ponta suave, fina e dócil

Que acuso o Homem, eternos imperfeitos
Em palavras que nascem perfeitas
Que crescem em estrofes aprazíveis, afeitos
De sentimentos em rimas feitas

Diz o poeta que dorme em mim,
Que faça sonetos desse avesso,
Dos desígnios versos do Caim,
Do carma que segue em mal confesso

Que fale do amor, não por fim
Mas em quantas horas vagas…
Diz o poeta que dorme em mim:
Não esmoreças pelas pragas

Foto de powtpotter

Pesadelo

São 3 da madrugada e estou aqui,
Deitado, jogado, largado..
Com um aperto no peito a sentir
E o pensamento atormentado.

Vejo em meus sonhos coisas terríveis
Que meu coração chora em demasia
Vejo cenas tristes aos olhos sensíveis
E indo embora do peito a alegria

Vejo o homem da minha vida
Se deitando com outro, cena fria,
Deixando minha mente sofrida
Chorando em desespero de agonia

Sonhos muito tristes
Que mexem com meu coração
E por dias o sonho insiste
Deixando-o despedaçado ao chão

Depressão momentânea,
Tristeza completa,
Tenho medo de dormir,
Escrever é o que me resta.

Vi coisas que não acreditei
Que achava que nunca aconteceram,
Durante longas horas chorei,
Inúmeras lagrimas escorreram.

Deus leva embora de mim,
Todo esse sofrimento,
E tira essa dor sem fim,.
De rever as imagens em meu pensamento

Foto de diny

NAMORADO

Namorado:
Ter ou não ter, é uma questão.
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não remuneradas de si
mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado
de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva,
lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.

Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil.
Mas namorado, mesmo, é muito difícil.

Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer
proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase
desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda,
decidida, ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de
aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o
gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um
envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado.

Nao tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas,
medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho. Nao tem
namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar
sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Nao tem namorado quem faz
pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a
felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.

Nao tem namorado quem nao sabe o valor de mãos dadas; de carinho
escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue
de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico
Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a
meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô,
bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Nao tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta
abraçado, fazer compra junto. Nao tem namorado quem não gosta de falar
do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro
dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor. Nao
tem namorado quem nao redescobre a criança própria e a do amado e sai
com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton
Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical na Metro.

Nao tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem nao dedica
livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu
bem ser paquerado. Nao tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem
curtir; quem curte sem aprofundar. Nao tem namorado quem nunca sentiu o
gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou
meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais. Nao tem namorado quem
ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de
obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Nao tem
namorado quem confunde solidão com ficar sozinho. Nao tem namorado quem
não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você
vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve,
aquela de chita e passeie de mãos dadas com o ar.

Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções
de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de
si mesmo e descubra o próprio jardim.

Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua
janela.

Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de
fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu
descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.

Se você não tem namorado é porque ainda nao enlouqueceu aquele pouquinho
necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido.
Elou-cresça.

(Carlos Drummond de Andrade).

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