Não sei ser útil, nem sentir;
E nem mesmo ser um fraco,
Como um povo meu irmão,
Que só vive uma fé sem ter
Nenhuma razão de esperança,
Muito embora outro povo ali na França,
Meu irmão como o de cá
Tem glamour e utopia
Come pão com caviar.
A nossa mesa é muito farta
De moscas, farinhas e grauçás.
Não dá para pressentir,
Quando a ordem e o progresso
Sairão desta bandeira,
Colorida de pierrô
Que nunca viu uma columbina.
Nas favelas, nas esquinas
Tudo é eterno carnaval.
Em fim esse povo é merecido!
Vive uma fé sem ter razão,
Ela é fé racionária
Pois quem não prima educação
O senso e o abalisamento,
Não tem fé nem argumento
Muito menos pensamento
Para dar resolução.
Antes deveriam avaliar
E bem na hora de votar
Escolher sem o medo de errar
Para o futuro que nunca chega
Um dia pudesse chegar
Pois esse país tem solução.
Bira Melo in Há um Anjinho de CARvão (direitos reservados).