Fogueiras

Foto de Sonia Delsin

“FEITICEIRAS NAS FOGUEIRAS”

“FEITICEIRAS NAS FOGUEIRAS”

Talvez eu fosse queimada numa fogueira.
Me chamariam de feiticeira?
Porque acredito no poder das mãos.
Porque me vejo a dizer tantos nãos.
A confabular com o infinito.
A confidenciar com estrelas, com luares, com mares.
Talvez eu fosse queimada sim.
Porque sou assim.
Meio voltada ao ocultismo.
Avessa ao que tantos pregam.
Avessa ao oportunismo.
Talvez eu fosse queimada viva porque amo a vida.
Porque questiono, busco, pergunto, exploro.
Talvez eu fosse queimada.
Uns me chamam de anjo, outros de iluminada.
Há quem diga que eu não sei de nada.
Muito pouco sabemos.
A nos cercar milhares de mistérios nós temos.

Foto de Henrique Fernandes

ACORDAR NO TEU OLHAR

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A alvorada desperta-me desejos adormecidos
Na noite onde o silencio ama a solidão
Desperto sonhando acordar no teu olhar
Em voz doce e meiga que me chama para o amor
Embalo no sorriso carente de um beijo que rasga
Momentos exaltados de excitação
Atingindo o infinito de uma emoção
Selado de paz na alma quero teu cheiro de mulher
Sobre um lençol aromatizado
Pelo teu abundante lado feminino
E esquecer o tempo de te sentir longe
No tão perto que te possuo
No espírito de ser gente que sente, que ama
E exibe o ser de ser teu
E de não ser eu, mas o meu intimo que pede
Ao meu corpo um pouco do teu corpo
E o calor que o sol me entranha
Na pele não disfarça o teu quente
Prazer que se fulmina no teu olhar
Que me incendeia no corpo chamas de vida
Louvando fogueiras rosadas de desejos
Que me elevam a alma em labaredas de carinho
As coisas belas que rodeiam o meu horizonte
Não se fazem confundir com a tua presença
És um á parte que sinto e vejo
Espolio das constelações ainda virgens
Onde quero encalhar a poesia que navega em mim
Abro o coração com velas ao vento
E vou ao descobrimento do teu rosto

Foto de Carmen Lúcia

Outono das paixões...

E vem chegando o outono das paixões,
Que voam como as folhas desgastadas,
Soltas ao vento, sem alento nem compaixão,
Num verde amarelado, queimado,
Carente de ilusão...
Melancolia que reina após o verão,
Aroma que invade o ar de solidão
Depois de acender fogueiras nos corações
E apagá-las no final da estação.

Algumas folhas resistem, esquecidas...
Que com a brisa,
Persistem em sobreviver ou renascer...
Perambulam pra não cair, sucumbir...
E não perder o verde de suas cores,
A frágil esperança incerta, reticente...
Tentam enraizar-se, ressuscitar amores,
Inutilmente...A brisa leve é impotente...
E incapaz de espalhar sementes...
E as paixões transformam-se em quimeras
Que se congelam no inverno de cada estação...

(Carmen Lúcia)

Foto de Carolina Salcides

Carolina Salcides

..:UM POUCO SOBRE MIM:..

* Nasci em: 6 de setembro de 1980, em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, Brasil, onde moro até hoje.
* Virginiana típica: sou muito perfeccionista, detalhista e exigente....
* Busco: o melhor e dou o meu melhor para os outros. O melhor para mim é o equilíbrio (corpo, mente, alma), a sintonia com o universo, com nossa verdade, nossa essência. Se você está nesse caminho, tudo vem. A felicidade está dentro da gente, e o amor e o tudo... Não há o que buscar, há o que plantar para colher... E as sementes estão dentro de nós mesmos!
* Não existe: para mim, não existe meio termo, meio amar, meio viver. É preciso ser completa, ser inteira. Até existe, mas em “meias pessoas”. Escrevo para tocar a outra metade, a metade adormecida de cada um. Pretensão? Não. Sentimento, vontade! Despertar para a vida, para a arte, para a magia, para o amor. Para a inteireza!
* Preciso: de arte, beleza, liberdade – Diariamente!
* Não fico um dia sem: criar. Escrevo, desenho, pinto, crio, recrio, decoro a casa, fotografo...
* Gosto de: noites de luas cheias, silêncio da madrugada, borboletas, fadas, cheiro de terra molhada. De pôr-do-sol, crepúsculos mágicos, fogueiras, rodas, tambores, flauta, violão. Dança do ventre, dança cigana. De sentir o vento nos cabelos, a grama sob os pés, frio na barriga, calor no coração.
* Amo: tulipas!

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..:COMECEI A ESCREVER:..
Sou filha do escritor Paulo Ricardo Salcides, falecido em 2001, então acho que escrever já estava no sangue, mas só fui descobrir isso em 2000, quando comecei meus primeiros rabiscos... E não parei mais. No meu perfil, que o site Absoluta publicou, digo porque eu escrevo: http://www.absoluta-online.com.br/conteudo_vivencias_expressao_carolina.html

..:PUBLICAÇÕES:..
* Só em agosto de 2005 resolvi tirar minhas poesias da gaveta e publicá-las, na internet, num blog que eu mesma criei, chamado Fadas e Poesias (duas coisas que gosto muito).
* Publiquei também em alguns sites para escritores como: "Site de poesias", "Recanto das Letras", "Garganta da Serpente", "Poetas Del Mundo" e "Blocos Online".
* Em março de 2006 fui convidada pela Andross Editora a participar de uma antologia poética com vários autores.
Publiquei então, minha primeira poesia, "Mais uma Vez" no livro Mosaico- Antologia Poética e, em julho desse mesmo ano, publiquei "Sutilmente Te Digo" na coletânea Caleidoscópio (da mesma editora).
* Em julho de 2006 comecei a escrever prosas...
* Em setembro de 2007, lancei meu primeiro livro solo: O VÔO DA BORBOLETA - NAS FASES DA LUA, pela CBJE (Câmara Brasileira de Jovens Escritores – RJ), com minhas melhores poesias.

"Um vôo poético pelas diferentes faces da alma feminina
em sintonia com as fases da lua."

* Já estou escrevendo meu segundo livro, de prosas, sem título ainda.

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..:INSPIRAÇÃO:..
Cada um escreve o que vai na sua alma, como vê a vida e sente as coisas...
Eu exponho o que há de melhor em mim. Escrevo o que minha alma grita (isso pode ser bom ou ruim)... Mas ela não grita só por mim! São muitas mulheres, vivências, amores, dores, sonhos, desejos. São sentimentos universais...

“Sou um ser contido no mundo e contenho o mundo dentro de mim."

Escrevo muito sobre deusas, fadas, bruxas, ciganas... Todos os arquétipos femininos. Gosto do universo da magia, da beleza e encantamento... Do sutil, do místico, do verdadeiro.
Fadas e borboletas: criaturinhas leves, livres e belas que estão sempre presentes na minha vida, alegrando, inspirando e trazendo muitas coisas boas.

Inspiração? Minha felicidade me inspira. Meu amor, minha fé, minha vida.

Obrigada pelo carinho, Carolina Salcides

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Foto de Lou Poulit

Poulit em Versos II

No cancioneiro brasileiro, até pouco tempo atrás eram muito raras as compositoras. Poucas, como Chiquinha Gonzaga por exemplo, tiveram personalidade para romper a bolha machista e fazer sucesso fora dela. Mas há uma outra característica no contexto musical do nosso país: Muito poucos compositores dispuseram-se a entrar na bolha! E construir letras onde o “eu” era feminino. De cabeça, qualquer um poderia se lembrar de Chico Buarque e Caetano Veloso. Mas existem outros menos famosos. “A Fruta e o Pássaro” é meu melhor resultado:

“Se me guardo navego
Se me entrego não volto
Porque quero me solto
Porque temo me prendo.

Me fendo como a fruta
Que um pássaro perscruta
E me agarro ao meu talo
E me calo
E me odeio e me odeio e me odeio.

Eu receio o seu espaço
Despencar da canção
Ficar só, de cansaço
Ser comida no chão.

Me fendo com a fruta
Que um pássaro desfruta
Mas te sonho e te tramo
E te amo e te amo e te amo”.

Seguindo uma linha poética na qual se solidariza contra o condicionamento e as injustiças da cultura machista, o poeta se arrisca a ser atropelado. Vejam, a maior parte dos conceitos hoje vigentes têm origem no ideário judeu do tempo de Jesus, ou dele derivaram. Ironicamente, não obstante o anti-semitismo fazer parte das idéias de povos e governos, historicamente, ao longo de milênios, com a expansão do cristianismo esses conceitos vieram no seu bojo e se espalharam pelo mundo cristão.

As instituições cristãs, obras do homem com necessidades próprias, e à revelia da mensagem do seu “protegido”, ambicionaram o poder e alavancaram a absorção desses conceitos durante a idade média principalmente. Passaram de perseguidas a perseguidoras, abençoaram as fogueiras e criaram um documento oficial, no qual os depois chamados judeus-novos (designação preconceituosa) declaravam e assinavam serem cristãos, para continuarem vivos. Assim apareceram sobrenomes de árvores frutíferas como Pereira, Limeira e, no meu caso, Oliveira, uma clara alusão à figueira amaldiçoada por Jesus. Dentre tantos conceitos, quero destacar aqui o moralismo egoísta e segregacionista. A falsa idéia de que há um certo e todos os discordantes errados. Uns são ditos filhos de Deus, mas não se diz de quem são filhos os demais.

Pode parecer que eu esteja exacerbando, que não é tão importante. Vou dar um exemplo para provar que não: nunca houve e provavelmente jamais haja um sucesso literário comparável ao da Bíblia! Nem em volume de vendas, nem no poder de convicção do seu conteúdo e nem no poder político das instituições que lhe deram endosso. Sua multiplicação editorial coincidiu com a massificação da alfabetização. E no bojo de qualquer uma delas, está a maior parte do ideário judeu, pois que Jesus era judeu e os principais apóstolos também. Nada pode ser comparado a isso.

Então recebemos por herança um falso direito de fazer julgamentos, como teimam belicosamente em fazê-los até hoje judeus e árabes. Mais que isso, de exilar os “adversários” das nossas convicções em nome de uma identidade divina que nos autoriza. Em um certo ponto da nossa história, com o fim da segunda guerra mundial e toda a explosão tecnológica que se seguiu, nosso ideário saiu dos guetos europeus para recriar antros ideológicos em todo mundo. Suscitaram-se todas as revoltas. Vieram os hyppies, a dita reforma, depois a contra-reforma... Mas a essência de tudo tem sido sempre a mesma: a segregação.

Bem, na poesia, como nas artes em geral, não cabe essa natureza dominadora e egoísta. Na imensa maioria das vezes o poeta se coloca do lado mais frágil. Ele não submete, mas aceita submeter-se para se impregnar das dores, amores e demais humanidades que constituem sua matéria prima. O poeta é um habitué dos antros. A começar pelo seu próprio. E faz dessa “condenação” um caminho escuro, para a luz do seu amor penitente, prostituto, voluntarioso. Encontrei em meus antigos alfarrábios uma letra de música que define muito bem as minhas convicções a esse respeito. Chama-se exatamente “Antro” e foi construída num período da vida em que me senti condenado por todos, exilado em meu pequeno ateliê, de onde tentava tirar minha sobrevivência física.

“No antro em que sou ninguém
Alguém que me faz feliz
Me faz ser a conquista
O herói mais vigarista
Um corpo no chão
Vazado de luz.

No antro em que volto sempre
No ventre em que asilo o ser
Dos lanhos da minha viagem
A chuva molha a tatuagem
No chão da alma
Vazado se luz.

Seria meu santuário
Não fosse o amor um cigano
Seria meu cadafalso
Vagasse profano e descalço.

Um amor que não se detém
Me fez refém, com salvo-conduto
Mas eu luto contra aparências
Eu vivo das nossas essências
É um antro bom... dentro de mim”.

Foto de rafaa

Receita para se esquecer um amor

Um dia uma amiga me perguntou:
- Rafa, como faço pra esquecer um amor?
Aquela pergunta merecia uma resposta, mais qual?
Como eu responderia uma pergunta pela qual eu também gostaria de saber a responta.
No supetão qualquer pessoa responderia:
- Esquecendo.
Mais como assim ¨esquecendo¨?
Esquecer não é olhar mais na cara, nem rabiscar o nome do caderninho e muito menos bloquear no msn.
Mais então o que é esquecer?
Como posso esquecer?
Dizem pra dar tempo ao tempo.
Mais quem é esse tal de tempo?
Onde será que ele mora que demora tanto pra chegar?
Então minha amiga ou seja lá quem quer que queira saber como esquecer um amor.
Você pode pega uma caneta, aquela bem coloridinha sabe, escrever o nome dele(a) em um papelzinho, bem fofinho.
Depois fazer uma fogueira minuscula igual aquela que toda menina fazia nas suas historinhas de Barbie, rasgar o papelzinho com o nome do dito cujo ou a dita assim como aqueles bilhetinhos escritos na sala de aula que você partia em 1000 pra ninguém descobrir que seu coração batia mais forte por aquele(a) garoto(a) da sua sala ou que você havia dado seu primeiro beijo e claro botar fogo, afinal pra que servem as fogueiras?
Você me pergunta:
- É essa a receita para se esquecer alguém?
Eu digo:
- Minha amiga, de nada adiantaria isso, não existe receita alguma para se esquecer alguém ;)
Faça isso, quem sabe assim o tal ¨tempo¨ não pega o avião e vem logo resolver seus problemas.

Foto de Lou Poulit

Os Instantes do Poeta

Torpes versos que de mim me tocam
Enfocam imersos momentos nossos,
Torpes, trágicos, tacanhos troços
Que fizemos ao sabor do instante.

O meu desafio é escrevê-los
Como novelos arrumadinhos,
Tantos os embaraços do zelo
De crer que viver valeu o instante.

Poesia... Ah, por que não me suplica
Uma relíquia, lembrança boa
No vácuo que de mim se apessoa,
Como um pálio desça ao fim do poço,
Onde cravo essas unhas mestiças
Feitas de uma sucessão de ancestres,
Mestres meus que me vêem tão moço:
Não vejo a luz imensa desse instante!

É nas mais frias noites sombrias
Que, ausentes a lua e os seus amores,
Mais ouvimos os nossos tambores
E mais cintilam brilhantes instantes.

Acuda-me, minha poesia
Com sua manhã, seu gume de luz!
Antes que me percam os instantes nus,
Que me prendem no altar dos instantes.

Porque somos amantes nossos,
Nas fogueiras das próprias cavernas,
Bastará o viço das nossas pernas,
Soberbas, aos rumos dos instantes.
Mas quando me aposso dos meus ossos
Que as manhãs não puderam roer...
Minhas pernas a tantos lugares
Não iriam nem por um instante!

Ah, poesia... Que não me suplica!
Ensurdece o promíscuo suplício
De ser assim um poeta de mim,
De versos íngremes, desde o início,
Tortuosos como os meus instantes...
Então, poesia lhe suplico eu:
Se meus versos têm que ser tanto assim
Cajado do meu próprio levante...

Diga a ela que sobre os seus ombros
E no seu dorso, crespo do nosso amor,
Me levaria... E aos meus escombros...
Antes lhe poupo dos meus instantes.

Diga a minha amada que não a esqueço,
Que apenas pago o preço das manhãs.
Que a rosa range pétalas sãs,
Mas sobre os meus ombros... Julga o instante!

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