Blog de Henrique Fernandes

Foto de Henrique Fernandes

AMOR INFIEL

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Saem lâminas com gumes
de raiva e nojo da minha respiração,
friamente afiadas por desgosto
talhante do meu horizonte
adornado com ecos de morte,
que suga todo o sangue da minha alma.

Nos meus olhos
rastejam serpentes que envenenam
minhas lágrimas de pedra dura,
demolida pela poeira de ódio
esculpida nos meus suspiros,
baptizados por dor de traição
que enforca o luar sobre o manto da noite
onde as estrelas se transformam em espinhos.

Minha voz mendiga enlameada
num tumulo berço da solidão,
onde a erosão do tempo
assassina as minhas mãos
fedendo à escuridão
estripadora da paixão já morta
pelo gelo carrasco
do amor infiel.

Foto de Henrique Fernandes

HONRAR A MULHER

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Honrar a mulher é poesia,
é uma viagem plena de emoções,
é eterna descoberta da alma
que nos hidrata o olhar.

A génese da mulher
é a solidez da verdade
de qualquer poema,
sem que fique indiferente
à ternura feminina.

Respeitar a mulher
é imensitude que intersecta
a nudez de todas as palavras
ditas num gesto carinhoso.

Amar uma mulher
é um encontro
com a vida perfeita
onde a poesia acontece
na meiguice das flores,
como quem desperta
o infinito da Primavera
abreviando o sol radioso
nas palmas das mãos.

Foto de Henrique Fernandes

Dou-me ao teu dar-me

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És prosa poética nos meus olhos
falante

Superas o meu ideal de mulher diante
das rosas silenciadas pelo quanto és bela
e canto

O tanto que me sabes bem

Esperei quase trinta e sete anos
pela tal que não existia
tu és

Logo existo e não insisto seres minha

Esqueço o Inverno no florir do teu sorriso
Caindo no sério merecer-me ser teu
rodopio

A céu aberto nas asas que me dás
para pousar em ti

És a coreografia do meu destino
um breve estar para sempre a cada instante

Que conquistamos nas lutas do recíproco
que ambos declamamos

Dou-me ao teu dar-me

Segurando a tua mão no meu peito
para que ouses ouvir o teu nome
na minha pulsação

Sente as cores que nos rodeiam
e em nós semeiam a vida

Foto de Henrique Fernandes

Amar:

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Amar: não é uma quantidade que se sente,

é uma qualidade que se faz sentir...

Foto de Henrique Fernandes

ESCRAVO DO INFERNO

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Oculto as palavras difíceis de dizer
numa lágrima de lama de uma dor,
que molha a flor murcha na raiz
do meu horizonte escravo da incerteza,
flutuando serpente envenenando os sonhos
ao largo do mar vazio,
que meus olhos castigados de lamento
inundam de solidão a minha vida.

Já há muito perdida nos espinhos
afiados do tempo derrotado pelo calendário
dos serões datados na insónia
em que me esqueci de morrer caminhando.

Bate um turbilhão melancólico
na tempestade do meu peito forasteiro,
em aventuras pesadelo pelas nuvens
de desgosto em chuvas ácidas de lembranças,
esquecidas que guardo dentro de um fogo apagado
em mim resto do que não fui na sobra
do que quero ser.

De amor partido pelo cinzento viril
que rasga a cortina dos dias negros,
somo horas paradas que sangram escuro
num grito áspero,
escrevendo-me na garganta sufocada
a ultima letra distorcida da palavra porquê,
ilegível sobre a lápide da esperança.

Engulo o olhar seco em direcção turba,
desfocando-me o ego até às grutas
do longe por satisfazer ainda,
tão distante de mim tudo
entre nada tão perto do fim encerrado
na meta do inferno onde espera
a minha espera...

Foto de Henrique Fernandes

BEM-VINDOS SOMOS A NÓS

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Relê cada página
que te escrevo nas faces da lua,
portadora do gosto da paixão escrita
num beijo que nos leva pelos caminhos do amor.

Queda-te
no eixo do meu desejo
e observa o céu nos meus olhos,
tão teus despidos de medo ao comunicar
a tua presença às tochas que iluminam
a força das marés de um mar inventado
nas palmas das nossas mãos mendigas de carinho.

Encontra-te no meu ninho
com a imagem perfeita do uno em nós.

Eriça o teu sentido
ao lado do meu sentido,
para que o nosso sentido seja o mesmo
em todas as florestas onde semearemos
o verde da esperança vizinha do tempo infinito,
para apresentarmos em nós a voz íntima
que fala desvairadamente pela expansão
do quanto somos nossos.

Esquece o contrário
que antes nos suicidava
no esquecimento estagnado num charco,
onde o silêncio nos fazia odiar tudo
na mesquinhes da tristeza.

Lembra
o agora chegados
ao nosso encontro
vindos da distância do desconhecido,
no sabor das nossas bocas reacendendo
o prazer do outro numa mistura que soma
a inocência do que ambos procurávamos insípidos,
na avareza do destino que desonestamente
nos afastava.

Bem-vindos somos a nós...

Foto de Henrique Fernandes

TÃO BONITA AO ACREDITAR

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És tão bonita ao acreditar na minha mão aberta
E no quanto sentes o pulsar da emoção e desejo
Na palma que segura o sol que me faz crescer
De semente esquecida na lama da solidão
Até hoje árvore pomposa que sobressai adulta
Nesta floresta de coisas boas desvendadas
Na fúria alegre que pinta e repinta o meu céu
Em tons de azul que combinam com o teu sorrir
O teu sim de ser minha são asas de mim pássaro
Fénix nesta vontade de voar a tua imensidão
De abraços donos de carinho e senhores da vida
Que lado a lado colorimos com cor de ternura
Bebida de um arco-íris entre os nossos peitos
Deitados sobre uma esteira de certeza que baloiça
Com peso de ouro pelos milénios que precedem
O agora deste amor moldado em volta do teu nome
Baptizado nas utopias que absorves tão feliz
No meu jeito de homem e poeta que te ama e escreve
Um ser que te respeita e o profundo te entrega
Com verdade numa passadeira que te encaminha
Até mim em vésperas da eternidade de nós
Num olhar de mãos dadas e sorrisos entrelaçados
No calor de um nó que só nossas almas canalizam
Por canais que são metáforas sãs das rugas
Escavadas sem fim por loucas procuras do amor
Agora por nós encontrado com muito ainda dele
Por saciar ao jantar da nossa saborosa união

Foto de Henrique Fernandes

INFINITO DA ALMA

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Sou habitante de uma ilha
Que evoca as proporções da vida
Na celebração da beleza do teu corpo

Asilo-me no limiar do prazer
Sem erros de calculo no teu olhar
Que eleva a credibilidade de um pique
De emoções que escalo sorrindo ao sol
A razão de te amar

Liberto-me ao largo infinito da alma
Estonteando o horizonte de impossíveis
Que abraço entregue a ti no possível ser de ti

És o êxito da minha idade
O mito do meu Zodíaco
És o ícone que dá performance à minha cronologia
Na jornada para a liberdade de ser homem

É em ti que começa
A assimetria entre os astros e o meu destino
És a arte de uma nova vaga de crenças que testemunho
Em poses concebidas na soma de sensações confessadas
De verão quente nos teus lábios
Que dão pretexto à invasão de paixão em mim

Num nós que cresce sem fim

Foto de Henrique Fernandes

SINTO-ME SÓ

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Sinto-me só.

Verto sem fundo a luz engasgada da esperança,
pelo esgoto de areias movediças
no gume de uma espinha sangrenta
de lágrimas secas.

Sou rígido olhar cego no calor oco
de um grito violento de pedra teimosa,
que é o sol mendigo do meu deserto dorido
sobre um oceano de almas desencontradas.

Desce um golpe ditador
que me fere o seio do desejo,
rasgado às mãos de uma saudade bailarina,
dançando desfocada de voz morta que me inspira
a canção desafinada do frio,
com acordes de uma melodia conturbadamente gélida
sobre o meu corpo chorado de ausência,
talhante dos meus momentos refugiados
no barulho do medo.

Arrasto-me pela cascata ruidosa
do meu sorriso negativo e sem estrelas.

Sorrio desassossego
nascido sobre a sepultura do passado,
errado.
Pelo movimento de guerra dos fantasmas
que secam a árvore do meu continuar
pelas ruínas do vento empolgado por lamentos,
que espancam o meu respirar
contra as paredes do eu pedindo
o rolar da minha cabeça sem abrigo,
no atrito de emoções aos berros sacrificados
num banho de mofo na gaveta das recordações.

Um comboio de escolhas lentas
sustenta a justiça do vazio,
na inércia do meu interior atenuado
por perdões desarrumados sem eco no ego.

Divago agreste
com raiva na bagagem de nada que me enche
o peito com fragmentos de uma culpa
inacabada pela orla da minha consciência,
ancorada no estender cadáver das minhas mãos
enforcadas no rosto da escuridão.

Trajo em mim os soluços de luto da minha lua,
transformada numa besta de conflitos.

Desmaio invadido por paz doente
num antro tosco de tristeza,
perdido num bosque que se alimenta
da lama dos meus suspiros pantanosos e cai,
gasto de nãos no mau odor da noite
armadilhada de solidão reeoferecida na sombra
que me beija a cada luar emboscado,
por perguntas à toa na proa do meu desgosto.

Sinto-me só.

Foto de Henrique Fernandes

LUME NU DOS DESEJOS

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Leio em prosa todas as curvas do teu corpo
dizendo aos meus olhos o quanto me pertence
sem cessar pelos versos de emoções quentes,
de mim rio jusante à foz das tuas vontades
despojadas no lume nu dos desejos.

Enxotando a distância para rebentarmos a noite,
escravos de um fôlego que desfia a agitação
das estrelas libertas na medida em que nos amamos
num salto em direcção ao infinito,
onde usarás a coroa de sol do meu amor que triunfa sobre todas as cores ao sentares-te
no meu trono de palavras eternas no meu colo.

Palavras soltas na vastidão da verdade
que harmoniza o êxtase das nossas bocas,
diante um grito que age em nós murmúrios inquietos,
erguendo a imortalidade dos astros encadeados
pelo nosso tocar o cume
desprendido da alma.

Pertenço-te como os pensamentos ao silêncio,
lascivo em todo o devaneio à escuta da tua voz
que detém a chave da vida.

Amar-te é o néctar da juventude
que possui o ventre da felicidade,
conservando em nós o fruto suculento de paixão
que devoramos arrojados num perfeito júbilo
de paz...

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