Blog de Henrique Fernandes
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A tristeza da solidão acaba quando a solidão é liberdade!
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Noite dentro de solidão
Fico ao cuidado da luz da lua
Sem sintonia de sedução
A paragem do tempo continua
Pela mão de um suspiro
Sinto que a vida é breve
Filtrando tudo o que aspiro
Toca-me a dor ao de leve
Resisto aos ponteiros
Do relógio que não anda
Com minutos pioneiros
Do tempo que em mim manda
Não há ninguém á minha espera
Ninguém para me olhar
Conviver com o nada desespera
Esta presente falta de amar
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Isolo-me nas arestas do vento
Cruzando opções prioritárias
Incapaz de decidir invejo
O rumo mais certo e divago
Por utopias que me fazem
Deslizar vago e anestesiado
Pela realidade
Que se prontifica de vaidade séria
Exibindo exuberantemente
O meu lado errante
Neste transparente
Concreto do meu sentimento
No extremo de uma balança
De peso injusto e temo
Perder a criança
Que em mim reside amargamente
Resta-me esperar que a intuição
Me convide a continuar
E sobrevoar ao largo
De um oceano de almofadas
Reclamando ás estrelas
O rasto dos deuses que perdi
Nas duvidas de hoje
Para o vasto do amanhã que foge
Numa estranha e misteriosa
Sensação de perder e vencer
Sem lucro a vitória coroada
De experiência que medalha
A minha existência tão sozinha
Entre a multidão anónima
Que se arrasta
Sobre um lençol de urtigas camufladas
Onde apenas o sol
Inspira cantigas de esperança
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Detenho o silêncio com um gemido
Que verte a falta da tua presença
Anulo a escuridão num verso sentido
Comprimo distâncias na tua confiança
Vou encontrar o por descobrir em ti
Hipnotizo a vida no fio da tua afeição
Destranco a autonomia de te ter aqui
Deambulado no planear do coração
Cais água no lago das minhas ideias
És flora que me adorna de energia
Tua virtude é resplendor das candeias
Que afogueia a cegueira do meu dia
Falas um silencioso clamor de amor
Alma sibilante ao tímpano da verdade
Abraço estendido a colher teu fulgor
Neste baile ao farol da tua amizade
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És a nascente da minha fonte
Ao pensar em ti pairo no horizonte
Entre a noite e o dia
Não diferenciamos a nossa magia
Existimos a dois num pulsar a valer
Dois em um destino e num só viver
Advimos da inocência de sonho inacabado
Dois corações num bater apaixonado
Cruzamos caminho no amor de atear a chama
Nesta nossa imagem de quem ama
A verdade não dorme e resplandece
E eleva a confiança que nos aquece
Procuramos lugar num rumo que nos sustêm
Perfumados por este amor que sabe tão bem
Somos a mão que comanda nossos sentimentos
Nos bons e maus momentos
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Bate docemente o luar
Da pedra escalada,
numa folha de mar
Que por mim dada.
Perdi-te como uma pluma
Atravessada numa ansiada
Busca do eterno dauma
Para te ter numa cruzada.
Sem nada para exclamar
O bom coração prenunciou
A falta de sangue, abismar
a eterna sensação despertou.
A eternidade é furor
Mas ainda tão breve
É fenómeno de amor
Que nos toca ao de leve
Leve mas fulminante
Num ataque apaixonado
Numa partilha amante
Em nós encontrado
Somos o chegar bem
De um sonho sem sono
Juntos para lá do alem
Entregues a um dono
O amor
Catherina Sanders e Henrique Fernandes
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Sigo a marcha fúnebre das ilusões
Tombadas pelo sopro de realidade
Por uma visão de novos tempos
Tempos adivinhados sem crédito
De estranhas aparições no céu triste
Poluindo o meu ar de tempestades
Esfumando a paisagem que me rodeia
E cinzento é promovido por suspiros
Apagando o mito da vontade que teme
Os turbilhões de raiva sob os meus pés
Encaminhando-me errante pela solidão
No rasto de uma viagem até nenhures
Sem relógio dilato-me pelo tempo
No efeito denso de nuvens sombrias
Que se perfilam no eco dos lamentos
Rachando as hipóteses das noites
Num triste relato de um espelho bárbaro
Marcando a alma com o símbolo das etapas
Já dilatadas num antes datado
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É uma verdadeira obra de arte
O luxo dos sentimentos
Um cofre repleto de jóias
Um valor que equilibra a paz interior
Jóias nascidas em gestos de carinho
Criadas numa voz que reflecte amor
Amar é escrita arrojada na pele
Destacando a paixão que dá á alma
Um brilho precioso como assinatura
Sublime no rosto que se contempla
Na noção perfeita de um sorriso nobre
Enaltecendo a beleza dos sentidos
Sentir o amor de alguém é voar
Sobre colheitas de alegrias
Por entre sementes de prazer
E saborear arrepios de satisfação
Partilhando a troca de um beijo
Um roçar de lábios original
Testemunhando a vida
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Atravesso o tempo com vitalidade
Envolto num saber autêntico
Sou feição genuína de vaidade
Em notas soltas de um cântico
Hino que contempla a chama
Desse fogo culto do amor
Aceso e vivo em quem ama
Cumprindo um ritual de louvor
Cujo átrio é a satisfação
Imolada por árduas venturas
Vitimado de paixão
Alicerçando quenturas
Amar é a capital do existir
É ver labaredas em cerimónia
Em fogo de artificio do sentir
No positivo de uma insónia
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É uma pausa relaxante
Parar um pouco para amar
Sentir quanto é importante
Receber de alguém o dar
Amar é um passeio descontraído
Pela calçada da paixão
Por entre um jardim colorido
Bem no centro do coração
Apetecível e divertida
A paixão é uma dança
É poesia de vida
Um evento de esperança
Amar veste-nos a pele
De um roseiral com voz
Cantando rimas de mel
Somando a dois um nós
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