Folhas

Foto de Marilene Anacleto

Teus Olhos

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Teus olhos são claro livro,
Cujas folhas abrem-se em flor.
Pena que nele está escrito
Só tristeza e desamor.

O rico desenho da capa,
Bordado de tênue alegria
Desaparece ao vento
Do viver o dia-a-dia.

Na gentileza das letras,
Em grande e perfilado alinho,
Tenta esconder a rudeza:
Disfarça-a nas entrelinhas.

Teus olhos, tão claro livro,
Que estrelas me mostrou
Não é hoje, sequer, uma vela
Que me provoca queimor.

Marilene Anacleto

Foto de Marilene Anacleto

Torneira

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Torneira lentamente a gotejar
Primeiro impulso: apertar
Para não desperdiçar.

Não. A água está criando
Maneira de se libertar

Por quantos quilômetros presa
Encanamentos e tanques
Recebe química em montes
Não dança mais como antes

Morreu para o cheiro da mata
Esqueceu a companhia das folhas
Não é mais o espelho da floresta
Que abriga ninhos de rolas

Sem vislumbrar o horizonte
Sem respirar o ar puro
Forma bolhinhas de lágrimas
Tenta sair do escuro

Quem sabe ainda leve anos
Para o encontro de irmãos seus
À semelhança dos homens
Em busca dos caminhos de Deus.

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Vervloet

RITMO DA VIDA

Na cidade cinza, um pálido corpo desfolha
No mistério, da morte, que se aproxima lento
A lágrima orvalhada o rosto molha
A tristeza se arrasta pelo frio calçamento...

Ao longe no horizonte o sol se recolhe
Para recompor a energia derramada no dia.
O vento gelado debruça-se sobre a prole
Que cerra com sete chaves a alegria...

Nas ruas as luzes se acendem normalmente
Logo que as primeiras sombras se estendem
Os pirilampos tímidos cintilam no escuro
Sobre eras que tingem de verde os muros

Os céus parecem telhados iluminados
Inspirando, ardentes, os namorados
Envolvidos no manto doce do começo
Nas veredas que desconhecem o endereço

Os sonhos caminham por jardins orvalhados
Os pássaros fazem ninhos no beiral do telhado
O vento frio move as folhas em seu bailado
Enquanto os botões se abrem sossegados...

O poeta colhe na natureza a poesia
Pincela versos tingidos em estesia
Nos céus de luas prateadas
Que caem como raios nas calçadas.

Da janela ouve-se o gemido de um realejo
Tangem, na capelinha distante, os sinos
Enquanto a alegria dá um bocejo
A vida, isenta, entoa com ritmo seu hino.

Carmen Vervloet

Foto de betimartins

O jovem lenhador e o ancião

O jovem lenhador e o ancião

Durante meses e farto de maus tratos um filho de um lenhador ainda novo, resolveu sair de casa e caminhar pelo mundo fora. Era um rapaz robusto, forte, sempre gentil e educado, apenas com uma muda de roupa, um velho cobertor, um prato de barro, dois talheres, uma panela pequena, e um copo de lata já tão torto que nem se reconhecia.
Tudo isso eram as suas posses, dinheiro ele não tinha, mas pensava que seus dois braços eram fortes e sua vontade de trabalhar era grande também.
Logo ele caminhou por caminhos nunca antes vistos por ele, tudo era completamente novo e até a saudade dos irmãos ficava para trás, apenas lembrava-se de sua mãe cansada e desgastada e sentia compaixão de ter a deixado, respirando fundo desviou os seus pensamentos e seguiu em frente. Sorrindo sempre, ele ia lembrando-se dos bons momentos passados e parecia que estava também se despedindo deles também. Por momentos a dor dos maus tratos do seu pai veio à mente e apertou seu coração, era melhor ter vindo embora que lhe faltar ao respeito.
Tudo que sua vista visualizava era algo que ele nem podia descrever, a paisagem estava mudando, logo estaria perto de uma cidade coisa que ele nunca viu na sua vida apenas numa folha de um jornal velho que achou pelo bosque e que teve que esconder, pois seu pai proibia tudo que fosse livros ou algo ligado a eles, dizia que era coisa do diabo e das tentações.
Passados dias de caminhar, dormir em locais variados, comer o que dava a natureza ele sentia um homem feliz e liberto da escravidão, tudo valia a pena por novos horizontes afinal ele tinha sonhos e o seu maior sonho era aprender a ler. Aquele bocado de jornal sempre o deixava ansioso, que queria dizer todas aquelas letras se ele nem o seu próprio nome saberiam escrever.
Apenas sabia que se chamava João Rodrigues, era o nome do seu avô que morreu muito novo era ele ainda um menino com tuberculose apenas lembrasse-se da tosse compulsiva nada mais.
Ele sabia o que queria e logo chegou à cidade, cheio de esperança, ele procurou trabalho e logo achou numa estalagem que veio mesmo a cair bem, os donos o deixavam dormir nos estábulos dos cavalos. Não era muito pior que sua casa, ele aprendeu a trabalhar com ferro, o velho da estalagem ensinou a tratar dos cavalos, ver e reparar as ferraduras e fazer novas também.
Como ele era educado e gentil depressa aprendeu o novo oficio logo todos gostaram dele até a filha mais nova dos donos da estalagem, logo ele descobriu os encantos do amor, entregando-se aos desejos da luxuria e depois conheceu o ciúme e afagou suas dores em copos de vinho retardado e azedo. Deixou-se afundar por mais de cinco anos, entre bebedeiras, brigas, até seu trato com as pessoas piorou ao ponto de ser despedido.
De novo ele pegou nas suas coisas que eram ainda mais leves, pois perdeu tudo e até a sua dignidade e voltou a caminhar pelo mundo fora.
O ar frio, do inverno gelava suas veias, as poucas vestes pareciam colar em seu corpo magro e maltratado pelo álcool e má nutrição. A sede secava sua boca e a fome era pouca, apenas queria um copo que aquecesse a alma e fizesse esquecer a vida sofrida.
Caminhou por montanhas, pensando na sua vida, nunca parava, aprendeu a comer o que a natureza dava, seja o pouco que para ele, era muito.
Cansado de mais um dia a caminhar, a tarde estava indo embora e ele tinha que arranjar lenha e um lugar abrigado para ficar. Estava no alto de uma grande montanha, não resistiu e sentou-se bem no pico ela, olhando para o horizonte.
Por instantes ele pareceu ver sua família, por instantes ele parecia ter saudades dos maus tratos do seu pai, era tudo tão estranho, parecia que estava sonhando, caiu uma lágrima pelo rosto e chorando ele sabia que tinha perdido tantos anos sem alcançar seu sonho.
Adormeceu ali, quase que poderia cair, bastava ele desequilibrar, sentiu uma mão quente em seu ombro abanando-o suavemente, uma voz doce e segura seria que estava a sonhar.
Depressa abre seus olhos inchados, assustado, olhando-o o homem que ali estava, era estranho, tinha umas vestes estranhas um pano enrolado no seu corpo e que deixando entrar frio. Lentamente saiu do lugar com muita calma para não cair, escuta a voz do homem estranho:
- Vamos para minha caverna que lá estará quentinho e mais confortável.
Acenando com a cabeça se deixa conduzir, mas seu corpo estava cansado, muito cansado e sua alma doente e triste.
Calado apenas observava o velho que estava a sua frente, magro de cabeça rapada, seus olhos grandes e um sorriso amplo. Observou a caverna, ampla, cheia de pedra, tinha uns desenhos estranhos tipo sinais, ele não compreendia era tudo estranho.
O velho ancião leva-lhe um pouco de sopa quente, era uma magra sopa, mas quente confortava a alma e suas energias. Tudo estava no mais repleto silencio apenas se escutava o crepitar da lenha e olhava para suas chamas, logo o sono fazia suas pálpebras fecharem contra a sua vontade.
Entendendo tudo isso o velho ancião ajuda-o a levantar e leva-o para um canto que estava repleto de folhas secas e dá ordem que se deite ali. Já há muito que não se sentia tão bem tratado e adormeceu.
A noite foi estranha, sonhos e sonhos, sonhava com seus pais e irmão sonhava com a vida que teve na estalagem, parecia que tudo estava a flor da pele, assustado ele voltou a sonhar, mas ai viu a sua mãe morta num caixão, acordou a gritar.
O velho ancião tranqüilizou dizendo que era só um pesadelo que estava com muita febre, dando de beber e colocando compressas frias da única camisa que ele tinha ganhado com o seu suor.
Ali ele travou a sua luta entre a vida e morte, sabia-o, ele sentia que era tudo estranho muito estranho, apenas pedia desculpa pelos seus erros, o velho ancião sorria e dizia, teremos tempo para falar de tudo isso com calma, agora vês se dormes e sossegas.
Logo se recuperou, agradecendo ao ancião a sua ajuda, pensando voltar a colocar a caminho para novo rumo.
O velho ancião o chamou e pelo seu nome João, pedindo-lhe que o escutasse por momentos:
- João na vida não existe acasos, não te encontrei por acaso, tu foste enviado por Deus para que fosses preparado, educado e aprendesses o que eu sei. Sei que teu sonho é aprender a ler e vais aprender a ler e escrever, deixar que tu aprendas tudo o que eu aprendi e assim estarei pronto a partir daqui em breve.
João por momentos ficou quieto, pasmo, sem saber que falar que pensar, ele tanto queria aprender, mas que seria que aquele velho poderia ensinar. Olha para o céu furtivamente afinal ele queria saber mais da vida e porque não arriscar afinal ele se importou com ele ali quase morrendo. Pensou será a minha forma de agradecer o que ele fez por mim.
O velho ancião leu seu pensamento e olhando em seus olhos e em voz forma exclama:
- João se for assim por agradecimento parte e vai embora. Apenas te quero aqui por vontade própria, para que possas receber os meus ensinamentos.
De repente algo acontece, parecia um sonho o João teve uma visão, clara como água cristalina, viu a sua mãe, orando ajoelhada nos pés de sua antiga cama, pedindo pelo seu filho, com as lagrimas caindo de seu rosto. Ele viu que era ali que deviria ficar Deus a ouviu e o conduziu até ali o salvando dos pecados mundanos.
Agradeceu ao seu ancião ajoelhando-se e beijando suas mãos com sinal de respeito e amor.
Assim João aprendeu a escrever e rapidamente assimilou todos os conhecimentos do seu amigo ancião. Tornando-se um conhecedor da natureza e aprendendo a ligar-se com seu maior mestre Deus.Aprendendo que agradecer é a maior maravilha do homem terreno.

Foto de Marilene Anacleto

Primeiro Pensamento

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Quando as estrelas se rendem ao brilho do sol,
Tu és meu primeiro pensamento do dia.
Permaneces pulsando em minha Alma,
Trazes luz e esperança a minha vida.

És meu primeiro pensamento da noite.
Enquanto douram-se as folhagens e os telhados,
E o céu sangra-se de sol em suas nuvens
És a luz que aplaca os meus cansaços.

O vento fresco comanda as folhas em seu balé.
Do outro lado, a lua se eleva e empodera a memória,
A Alma se extasia de sorrisos e falas,
Noite adentro, as imagens se transformam.

És pensamento, és as imagens e as falas
Que acalentam o corpo de lembranças,
Que perpassam o tempo e o espaço
Na fluidez e singeleza da criança.

Noite adentro, dia afora ...
Saudade, sentimento mágico.
Traz de volta o que se disse e o que se fez.
Alegre e serena, vivo tudo outra vez.

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Lúcia

Ao entardecer...

O vento entoava sua canção,
às vezes suave,
balançando as folhas do trigal
que encenavam clássico bailado.
Por outras... rústica,
em ato de rebeldia
fazendo espatifar-se no ar, a poesia...
E as rimas se entrelaçarem pelo lusco-fusco,
chocando-se com as cores do crepúsculo.
E o verde-dourado-trigal, outrora angelical,
mudava seu tom, sua graduação,
transformando-se num camaleão.

Era o entardecer em rebelião
negando-se a dar passagem à noite...
Revoltando-se ante a escuridão
ameaçadora, extirpadora da empolgação,
agarrando-se aos últimos lampejos de sol,
tentando inibir a ida do arrebol.

Esquecera-se da luz da lua
que traz o prata, beleza nua,
das estrelas cintilantes
que inspiram os amantes...
Da alma que se acalma
e se entrega a essa paz,
quando a noite traz o luar
e os pisca-piscas a estrelar...

E o trigal, quando anoitece,
cala, emudece...Silenciosa prece.
Exerce seu mais inusitado gesto.
Reverencia o fim do dia
curvando-se até o chão.
Coreografia única, ato final.
E aguarda a manhã,
com sua luz matinal!

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Saber viver

Quero ver o sol sorrindo
abrir-se em raios amarelo-ouro
a circundar-me a luz de sua auréola
acariciando a alma, me aquecendo a pele.

Quero ver de perto a primavera
após a despedida do frio do inverno,
pra avaliar e apreciar o belo
e com ele, estabelecer um elo.

Quero banhos de cachoeira
sentindo o impacto de suas águas brancas
a energizar meu corpo, fazê-lo de remanso
e da mansidão da paz, eterna companheira.

Ver nas tardes lânguidas de outono,
folhas caindo; alimentar meus sonhos
de imagens ricas que vão se formando
e quando concretizados, pensar que estou sonhando.

Quero andar de bem com a vida,
em harmonia com o ontem, hoje e amanhã...
fazer da dor uma aliada, não uma vilã;
despir-me de rancores, vestir todos amores.

_Carmen Lúcia_

Foto de betimartins

Os aprendizes!

Os aprendizes!

Como os seres humanos são buscadores de amor, sugadores de amor, aprendizes do amor.
Sem ele, algo morre dentro de si, seria como uma tormenta, um navio a deriva no mar, uma cidade em habitantes, sem flores, arvores, jardins e por ai fora
Fechem os olhos e se imaginem num lugar, magnífico, verdes jardins, cascata de água correndo, dentro pequeninhos peixinhos nadando, pedras multicores, brilhando com o sol a refletir os seus raios.
Imaginem uns lindos bancos, confortáveis, lembrem-se daqueles que gostariam de ter nesse belo jardim.
Tragam-nos, vejam eles a chegarem, vejam o seu deslumbre, sua alma aquietar, respirem o ar que ali se faz sentir, leve, perfumado, inalem lentamente e deixem-se ir, apenas...
Observem as flores, com atenção e compreensão, vejam o que as rodeiam, apurem os sentidos, lindas borboletas, quantas cores variadas, elas voam delicadamente, como se fosse uma dança, um agradecimento a flor.
Olhem as arvores, observem, olhem para o alto, vejam seus galhos, observem lentamente e veja a vida que ali habita, quantas aves, quantos insetos, escutem o canto delas, o canto dos anjos. A brisa, apenas embala as folhas e os grandes galhos da arvores, observe, apenas...
Veja o Sol entrar através dos ramos, olhe a luz, como ela é bela, tentem olhar mais o sol, sintam o calor a sua luz entrar na sua mente, tudo fica laranja, tudo fica intenso.
Conversem com seus familiares, deixem os problemas, os desentendimentos, as diferenças em casa, aqui são todos iguais, imagine o mundo exatamente assim, um mundo repleto de paz, harmonia e amor.
Escutem as risadas felizes, crianças brincando vestidas de branco, exatamente vestidas da mesma forma. Vejam seus cabelos de cor negra, castanha, loura e vermelha, seus tons de pele de varias cores, seus olhos de cores variadas, olhem e vejam a sua alegria, seu vibrar no amor.
Uma chega do seu lado e dá um abraço bem apertado, entregando uma bela rosa branca símbolo de sua pureza e amor. Sinta esse abraço, sinta a leveza de seu ser, deixe-se conduzir apenas e não deixe nenhum pensamento o magoar, apenas se liberte, deixe ir embora toda a dor e toda sua a magoa.
Pense em alguém que magoou, pense no perdão desse alguém, imagine o quanto seu coração sente aliviado tirar esse peso dentro de si, perdoe incondicionalmente, perdoe apenas, perdoa-se também.
Escute o rio, escute as águas, sinta o cheiro delas, do lugar, respire mais fundo, relaxe, deixe-se ir, olhe e veja o que acontece ali, o calor, as crianças foram brincar na água, veja as pedras brancas e negras, veja com elas estão arrumadas, em sintonia.
Deixe-se ir, mergulhe os pés na água, sinta-a, vamos sem medo, sente-se refrescado, aliviado, sente quase renovado e sua alma purificada, não tema é mesmo assim.
Quer conter as suas lágrimas não consegue, elas teimam em cair, olhe a sua volta, veja tudo e reflita porque tudo o que partilhou é apenas a vida.
Seu coração quer mudar, quer abrir partes que desconhecia, escute a voz que dele surge suave e meiga. Não tema, apenas escute a sua voz, ele fala sabia e como ele fala, aprenda a o ouvir.
Psiu! Escute a voz a tão falada voz que provem do coração, mas por acaso sabem quem fala? O vosso Deus que em vós habita o vosso templo, ele esteve sempre ai, esperando pacientemente o vosso despertar um dia.
Afinal Deus sempre esteve ai, aprendam a agradecer tudo que recebem e tudo que lhes és ofertado gratuitamente, pois apenas estamos aqui para aprender algo tão grandioso o amor e nada mais, o resto nada levam um dia...

Foto de Marilene Anacleto

Ave Passageira

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O canto da ave passageira
Rompe o amanhecer e segue.
Outros sons dão vida à orquestra,
Num ritmo acelerado e breve.

Outros cantos, ouvirem-se fazem,
Mais além do que a vista alcança,
Remete a alma ao paraíso eterno,
Sigo com pássaros na suave dança.

A aragem toca-me a face,
Traz o aroma da liberdade.
Nesse espaço de segurança
Não há hora, manhã ou tarde.

O vento sacode árvores,
Sino dos ventos, em frenesi,
Movimentos e sons espargem,
Mas preciso levantar daqui.

A dança do universo prende-me
Aos cantos, aos sons, à aragem.
Ergo a cabeça , contemplo o brilho
Nas folhas alegres das árvores.

Segue seu ritmo, a dança, no dia,
Que presenteia um arco-íris no oeste.
A ameaça de guerra que paira,
É nada, na luz que a Terra veste.
Tudo é Luz. Neste instante, nada me fere.

Marilene Anacleto

Foto de Carmen Lúcia

(Precios)idade- Homenagem ao Dia dos Idosos

Essa minha nova fase...
Novo capítulo, novo ciclo,
final e recomeço de nova estação,
folhas caídas, árvores desvestidas,
mudança que gera conflagração
até que a poeira se assente ao chão.

Procuro por palavras espalhadas
juntamente com as folhas, em variação,
que definam essa minha nova etapa
e teçam versos ritmados à emoção...

Nada que me prenda ao passado
para que não me ausente do presente
e que ele me apresente uma forma evoluída
de conduzir com sapiência a minha vida.

Que eu nunca perca o encantamento de ver cores,
a simplicidade continue a ser meu lema,
e quando não puder me expressar com as palavras,
que minhas mãos falem, a transbordar afagos.

Que a mágoa nunca venha me rondar,
mas se vier, seu espinho eu possa retirar
e quando um dia a lágrima brotar,
que o coração fale pelo meu olhar.

Quando estiver cercada por pessoas
e a sensação é de não ver ninguém por perto,
é a solidão que num momento incerto
chega de soslaio, mas logo se escoa.

Inevitável será sentir saudade...
Lembranças que do peito quero esvaziar
para que as novas ocupem seu lugar
e minha (precios)idade eu possa desfrutar.

_Carmen Lúcia_

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